D.N.A Advance: Nova Ordem do Século escrita por Sensei Oji Mestre Nyah Fanfic


Capítulo 43
Exame de DNA - Parte II




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/378661/chapter/43

CAPÍTULO 140

— O que foi agora? Já não bastou me ligar hoje?

Naomi, querida, tenha muita calma. A paciência é uma virtude. Além disso já deve ter acabado a sua aula.

— Como sabe que a minha aula acaba antes das onze?

Digamos que eu fiz alguns contatos com a secretaria da escola e eles me informaram a sua agenda de aulas. Você sabe que essas informações não são confidenciais. A secretária disse que os horários estão anexados para os alunos verem.

— Sim, e o que você quer dessa vez? Já não marcamos o encontro no Hokkaido?

Estou indo para Nerima. Eu tava aqui no centro observando o seu apartamento...

— Tia, quem te deu o direito de entrar no meu apartamento e mexer nas minhas coisas? Eu odeio quem mexe nos meus pertences e da próxima vez eu mando o segurança soltar o cachorro em cima de você.

Calma, minha flor de cerejeira. Preciso de um álibi contra você como também preciso de um contra o meu pai. Você agora, mais do que nunca, precisa se unir comigo se quiser continuar lutando. Mas eu tenho um preço e só o darei no restaurante.

— Tudo bem, vou direto ao restaurante e conversaremos — desligou.

A professora precisava recolher os trabalhos quando pediu a ajuda de Lucas que foi o último aluno a estar na classe. Na verdade o garoto sempre gostava de ser solidário com a professora.

— Desculpa te atrasar assim, querido. É que hoje estou cheia de problemas.

— Não precisa se preocupar, professora. O que eu faço é com um imenso prazer. Fui educado a ajudar o próximo.

— Queria te recompensar de alguma forma, mas já viu que não vai dar. Mas em qualquer dia desses eu te pago um sorvete.

Lucas se despediu da senhorita Naomi e foi direto à enfermaria para ver como estava a situação que Paulo se encontrava. O rapaz já estava sentado num sofá apenas aguardando a liberação do médico. Lúcia também estava lá.

— Aguenta mais um pouco, garoto. A mãe do seu amigo já está chegando — avisou o médico.

— Obrigado, doutor. Espero que compreenda que não quero irritar a minha própria mãe. Ela precisa ser exemplar no trabalho porque somos imigrantes brasileiros e o senhor sabe que não podemos dar nenhum deslize.

— Compreendo. Boa sorte com a sua recuperação.

Lúcia olhou o médico sair.

— Isso que você fez não foi certo. Poupa a mamãe, mas é folgado com a mãe dos outros.

— Lúcia, cala a boca. Eu só quero descansar um pouco até eu ir embora daqui.

— Deixa ele, Lúcia. Precisamos ir embora.

— É, acompanha o Lucas a pé para casa, porque se dependerem do carro da mãe do Leo então nunca mais vão sair da escola.

Lúcia chegou perto do irmão e deu um soco no braço dele.

— Você tá um chato, sabia?

— Não sou chato. É que agora eu descobri que posso ser mais independente do que já sou. O Leo é uma boa amizade sim. O cara é popular na escola e é líder do grêmio. Tá bom pra você?

Lúcia desviou o rosto e saiu o mais rápido possível. Lucas a acompanhou. Já Paulo ficou escutando som de rock pelos fones de ouvido que estavam no celular.

— Som doideira.

A menina não quis esperar nem o próprio parceiro e saiu da escola bastante furiosa. Nunca foi tratada com tamanha indiferença pelo irmão. Desde quando se misturou com as companhias populares, ele nunca mais foi o mesmo doce Paulo que era antes.

— Espera, por favor. Eu tive que correr para te alcançar.

— Então seja rápido. Não quero mais ficar neste colégio um minuto sequer. Eu vou contar para a mamãe que o Paulo foi grosseiro comigo. Quero mais que ele apanhe dela.

— Aposto que vocês nunca apanharam dos seus pais.

— Não. Mas sabe, eu preferia levar disciplina e ter um pai e mãe do que nunca levar e ter só a mãe. Queria tanto ter um pai. Infelizmente isso nunca vai acontecer.

Lucas suou quando a menina entrou nesse assunto. Era melhor parar de conversar e ir logo andando.

Assim que chegaram em casa viram Paulo sentado no sofá da sala jogando de vídeo game com Impmon assistindo ao seu lado.

— Vocês são muito lentos. Aonde foram todo esse tempo?

— Aqui pra você — ela fez um sinal obsceno com o dedo.

— Vou dizer pra mãe que você está muito assanhadinha. Aguenta filhinha, andar a pé faz bem para a saúde das pernas.

Lúcia não aguentou e saiu do seu quarto correndo até chegar na sala e desligar os aparelhos na cara do irmão.

— Isso aqui tá bom pra você?

— Calma, Lúcia, calma.

— Não, Lucas. Deixa eu falar o que penso desse novo Paulo que está na nossa frente. Um ignorante, inconsequente e que não está nem aí para os amigos. Depois que se envolveu com o delinquente do Leo, ficou desse jeito. Sequer tem uma lembrança daquele bondoso digiescolhido de há meses atrás. Gostou, mané?

Paulo fingia que estava dormindo e roncando. A garota pegou um copo d’água e jogou na cara do rapaz que abriu os olhos enfurecido. Impmon e Lucas saíram da sala.

— Se eu tivesse bom do pé corria até aí e dava uns cascudos na sua cabeça! Essa menina é muito chata!

— E você é um idiota.

Lúcia saiu de perto dele. Paulo teve que se limpar sozinho.

A campainha tocou e Lúcia foi atender o interfone. Uma voz conhecida atendeu e a garota foi correndo para abrir o portão.

— Vovô! Vovó! Como vocês estão? Estava com muitas saudades — disse a garota abraçando-os.

— Oh meu deus, Lúcia. Você está grande — disse a avó.

— A Márcia não veio nos buscar no aeroporto. Deixamos um recado com o digimon e ele assegurou que iria avisá-la.

— Mamãe é jornalista. Talvez ela não conseguiu.

A menina ajudou os avós a levarem as malas até a sala de casa. Dona Alice viu o estado do seu neto e foi conversar com ele. Seu Alencar cumprimentou Impmon e Lucas e pediu que buscassem algo para beber.

— Então foi isso. Eu levei um carrinho de um colega e desloquei o tornozelo.

— Oh, meu filho. Tenha mais cuidado. No nosso tempo o futebol era mais cauteloso. Hoje em dia os jovens preferem quebrar uma perna do que fazer um gol.

— Não ligue para ela, meu neto. Só espero que a Márcia não demore demais. Enfim conhecerei o meu genro de uma vez por todas — disse o idoso.

...

Em Odaíba, Tai visitou a sua mãe para dar a triste notícia do fim do seu casamento com Sora. O homem foi com o seu Agumon até o apartamento onde ela morava.

— Taichi, meu filho — ela o abraçou. — Agumon. Podem entrar.

— Mamãe, eu não vou tomar muito do seu tempo. Só vim aqui para dar uma notícia nada boa. Acho melhor se preparar.

— Não me diga que pensa em se divorciar? Meu filho, escute a sua mãe. Não se divorcie da Sora. Ela é a sua amiga de infância e você não vai encontrar outra mulher que te conheça melhor do que ela, exceto eu.

— Essa decisão já foi tomada e não posso mais voltar atrás. Já marcamos o dia em que assinaremos os papéis do divórcio amigável. Eu vim para pedir que a senhora seja a minha testemunha. A senhora e o papai.

— Quando vai ser?

— Daqui a duas semanas.

Yuuko sentou-se na poltrona e lamentou.

— Não fique triste como se a senhora fosse a culpada. Foi uma decisão tomada tanto por mim quanto por Sora. A gente não se ama mais e ponto.

— O que pretende fazer da sua vida daqui por diante?

— Ah... Tai e eu vamos viajar. Não é, Tai?

— Sim. Eu fui convocado para ser embaixador do Japão nos Estados Unidos. É o cargo dos meus sonhos. Aceitei o convite e pretendo sair do país assim que me divorciar. Não queria que isso tivesse acontecendo, mas não podemos impedir o destino.

Yuuko ficou pensativa e pensou alto.

— Mais um filho que se vai...

— O que a senhora disse?

— Não, nada. Só pensei alto.

— A senhora disse “mais um filho”. A Kari não está muito longe então quem será esse filho?

— Um dia eu te conto toda a verdade. Por enquanto devemos focar no divórcio, se for para o bem de todos.

Yuuko nunca mais esqueceu do dia em que o seu filho nasceu morto. Preferiu não contar isso para ninguém nem mesmo para os seus filhos.

Márcia aguardava, na praça em frente a TV Fuji de Nerima, o carro do seu marido buscá-la. A mulher estava cansada, pois ele estava atrasado fazia alguns minutos. Olhou as horas e viu o carro de Ray parar. Ela rapidamente entrou nele.

— Por que demorou tanto?

— Desculpa, amor. Hoje eu tive muito trabalho na Hyoko que você nem imagina.

— Já pra mim é só alegria. Eu fui promovida à repórter do jornal que abrange todo o país. Serei uma repórter nacional. Mas não fica preocupado, pois eu ficarei na capital mesmo. O jornal que eu vou trabalhar tem uma audiência bem maior.

— Isso é muito bom, parabéns. Vamos almoçar no Hokkaido hoje.

— Hmm que chique. Eu vou jantar como uma rainha hoje.

Ray concordou.

O carro estacionou e o casal Kyoto saiu. Eles entraram no restaurante que também abria para o horário do almoço. A atendente viu na agenda o pedido que eles fizeram há duas semanas e os acompanhou até as mesas. O ambiente era agradável e limpo, havia um jardim com flores do lado de fora.

— Salmão, por favor. Salada de legumes e com arroz branco temperado com molho shoyo — disse ela.

— Sushi ao molho e frutos do mar. Quero uma garrafa de vinho branco, por favor.

— Sim senhor — disse o garçom.

— Foram duas semanas para fazer o pedido aqui. Tive que dizer que trabalhava para o governo na secretaria de estado.

— Nossa, amor. Você é tão mentiroso.

— De certa forma eu sou um servidor público. A escola onde leciono é pública então estou com a consciência tranquila.

Naomi havia chegado uns vinte minutos depois. Antes de sentar-se à mesa com a tia, ela preferiu ir falar com Ray e a esposa. Ela chegou por trás do homem e tampou-lhe os olhos com as mãos. A cara de Márcia foi de espanto.

— Conheço essas mãos. Matsunaga-san, eu sei que é você.

— Desculpa chegar assim de repente, mas só quis brincar com o seu marido. Nós somos professores da mesma escola e colegas desde a infância.

— Nossa, o Ray nunca contou de você — Márcia disfarçou.

— Naomi Matsunaga esta é Márcia Kyoto, minha mulher. Márcia, esta é a Naomi. Desde quando eu me entendo por gente conheço essa peça.

— O Ray me falou de você, mas nunca pensei que fosse tão ocidental.

— É, sou brasileira.

— Oh, quanta honra. As brasileiras são o máximo. Já fui para o Rio de Janeiro uma vez. Acho que no Brasil só tem favela, mas não importa. Um país de terceiro mundo se contenta com pouco. E você, Ray, me ajuda na correção de algumas provas?

— Claro. Depois de amanhã eu terei só duas aulas no laboratório. A gente corrige as provas.

— Certo. Desculpa atrapalhá-los, mas o Ray sempre me salva nas horas mais difíceis. Desde quando éramos crianças, no colegial, fazíamos trabalhos e ele era o nerd que socorria os amigos. Você é uma mulher de sorte, ele era magrinho e usava óculos, hoje tá um gato. Tchauzinho Ray e Meire.

— É Márcia — não deu tempo de ela corrigir a outra, pois esta havia saído. — Naomi Matsunaga? Nunca me apresentou a sua amiga.

— Uma amiga de infância. Nada demais.

— Quando chegarmos em casa conversaremos um pouco mais. Se o papo não fluir como eu gosto pode preparar o sofá — Márcia se segurou para não dar um barraco no restaurante.

Enquanto isso, Naomi sentou-se com a sua tia que já estava esperando. A mulher olhou para a sua sobrinha e perguntou:

— Quem são aquelas pessoas?

— Conhecidos. Enfim o que a senhora quer comigo?

— Serei rápida e direta. Vou tirar o meu pai da presidência da Genetech e precisarei da sua ajuda para fazer isso.

— Tia, a senhora está louca? O vovô nunca sairá daquela empresa. Apenas morto.

— Ele está doente. Apesar de parecer forte e não querer andar com a cadeira de rodas, o tratamento com a quimioterapia está acabando com ele. Precisamos forjar um documento alegando que ele está incapaz de dirigir a empresa. Eu quero que peça a ele uma procuração dando o poder majoritário da Genetech que por herança pertence a você. 50% das ações.

— Você tem 30% de herança, mas qual vai ser a sua desculpa?

— Vou forjar um exame médico atestando incapacidade e jogá-lo num asilo. É só comprar o parasita do advogado.

— E se eu decidir me recusar?

— Farei com que ele descubra o roubo de 5 milhões que fizemos no caixa 2 da empresa. Aí, será o seu fim.

— Tia, você vai cair comigo. Dividimos aquele dinheiro.

— Naomi, queridinha, eu não sou você. Não deixo rastros. Na época que roubamos o dinheiro, eu fiquei noiva do meu falecido marido. Ele era riquíssimo e me presenteava com joias e dinheiro. Posso dizer que o dinheiro que entrou na minha conta foi doado por ele.

— Se o ministério público investigar, irá até a origem do dinheiro.

— Sim, por isso que usei um laranja para fazer a transação. Um sul-coreano. Ele tem ligação direta com o meu então marido.

Naomi ficou com muita raiva e se levantou da mesa.

— Dois milhões e meio é muito pouco para você. Talvez o dinheiro tenha sido um pagamento que você deu a outra pessoa.

— Digamos que eu troquei os dois milhões por uma herança.

Naomi raciocinou bem e falou baixo:

— Você deve ter pago alguém para matar o seu marido.

— Boa menina. Cuidado, eu não deixo rastros — tia Ako levantou a taça de vinho e se despediu da sobrinha.

Naomi foi ao estacionamento entrar no seu carro quando dois seguranças ficaram perto dela e revistaram a sua bolsa.

— Eu vou chamar a polícia! Socorro!

— Calma, senhorita. Foi ordem da senhora Kenyako. Ela disse que você poderia ter um gravador — eles foram embora. Naomi entrou no carro com muita fúria.

...

— Jin, por favor, não faz isso. Você vai prejudicar o Impmon e magoar o Paulo.

— Mushroomon, não posso ficar calado aqui enquanto o Impmon engana a todo mundo. Eu sei que ele deve ter se arrependido, mas se eu não contar a verdade estarei traindo a confiança do meu amigo — ele pegou o celular.

— Mas se você contar sem provas aí será pior. Vai deixar o Paulo confuso.

— Eu sei ser cauteloso.

Jin ligou para Paulo e o mesmo atendeu. O japonês falou sem rodeios que estava preparando uma surpresa nada agradável para ele. O enfermo não entendeu muita coisa, mas pediu para o amigo se explicar melhor. O japonês falou sutilmente que havia descoberto algo que iria interessá-lo muito, mas o brasileiro continuou sem entender. Jin ficou impaciente e revelou que era sobre Impmon. Paulo se interessou, mas Jin disse que ainda estava investigando. Depois desligou.

— Pronto, plantei a semente da curiosidade sobre ele. Quando chegar o dia, estará mais preparado.

— Não gosto disso. Já pensou quando o Paulo souber. Vai ficar com raiva do Impmon e pode mandá-lo de volta para o digimundo.

— Mush, você é pessimista. Ele pode ficar chateado, mas chegar a esse ponto é impossível. Paulo é um cara legal.

Mushroomon ficou triste. Não sabia por que, mas para ele essa história acabaria de uma outra maneira.

No final do dia, Ray, Márcia e o seu filho chegaram quando deram de cara com os avós das crianças. Ray ficou estarrecido, pois nunca imaginaria que os seus sogros estariam lá. Márcia ficou surpresa.

— Vovó!

— Meu lindo. Nossa, Kira como está enorme — disse segurando-o no braço.

— Mamãe, que surpresa.

— Ligamos várias vezes para a nossa filha, mas nunca nos atendia. Conheço o endereço desde a última vez que estive aqui, por isso o taxista nos trouxe no lugar certo.

— Bom, é que deve ter ficado fora de área. Desculpa por não ter pego os dois no aeroporto.

— Filha, não importa mais — o velho olhou para Ray. — Então esse é o meu genro? Preciso conhecê-lo.

— Senhor Alencar é uma honra também conhecê-lo. O senhor quer alguma coisa?

— Bom, eu já tomei muitas coisas porque cheguei pela manhã. Mas aceito um café.

— Então vamos à cozinha — os dois saíram da sala.

Alice avisou sobre Paulo e Márcia foi direto ao quarto do rapaz. Chegando lá viu o filho deitado na cama escutando som. Ela puxou os fones dele e disse:

— Deveria ter me avisado. Que ideia foi essa de vir com os outros?

— Vim com a mãe do Leo. Mas não fica preocupada, estou bem.

— Mesmo assim deveria ter me avisado. Eu sou a sua mãe e a sua responsável. Não quero que faça mais isso, entendeu?

— Podes crer.

— Não diga “podes crer”. Ninguém mais diz isso. Não estou criando filho malandro para quando ficar mais velho se tornar um adulto inconsequente.

Lúcia, Lucas e Impmon ficaram ouvindo atrás da porta quando a mulher abriu. Os três caíram.

— Vocês estavam espiando atrás da porta?

— Oi, mamãe — disse Lúcia sem graça.

...

Enquanto isso, o professor de Jin aproveitou o laboratório para examinar as células da pena que o seu aluno havia mostrado. O homem pegou uma amostra e colocou no microscópio. Depois de algum tempo examinando ele não tinha mais nenhuma dúvida de que as células eram híbridas: tanto de digimon como de humano.

DUAS SEMANAS DEPOIS

Taichi e Sora assinaram os documentos do divórcio na frente dos pais dele e dela. Depois da audiência terminar, a juíza determinou que eles estão devidamente divorciados e que a guarda seria compartilhada entre a mãe e os avós paternos. Sora cumprimentou o ex-marido.

O divorciado entrou no carro e levou os pais para casa.

— Agora que você se separou dela, vai mesmo para os EUA?

— Sim, pai. Depois de amanhã mesmo sai o meu voo.

Ele deixou o pai no trabalho e sua mãe em casa. Assim que ela chegou pediu para conversar com o filho. Tai a princípio relutou, mas aceitou conversar com a sua mãe. Sentou-se no sofá e a escutou.

— Nem tudo na vida sai como planejamos, meu filho. O seu casamento com a Sora é a prova viva de que, mesmo parecendo que estava dando certo, por fim deu tudo errado. Ainda me lembro quando conheci o seu pai no cursinho do primário e quando me apaixonei por ele. Ele era tão bonito, você se parece muito com ele. Daí tivemos uma briga e nos separamos, mas logo reatamos o namoro e daí nos casamos. Logo depois você nasceu.

— A senhora quer desabafar algo?

— Depois que você nasceu fiquei quatro meses te amamentando quando descobri que estava grávida novamente.

— Não podia ser a Kari porque ela é três anos mais nova do que eu. Então era...

— Sim, meu filho. Nós tivemos um segundo filho que infelizmente nasceu morto. Foi só o tempo que o médico havia retirado ele.

— Tem certeza que nasceu morto?

— Quando o médico retirou, não respirava. Fizemos um pequeno velório do corpo, um menino. Você iria ter um irmãozinho. Ele faria 27 anos este ano.

— Não deve ter sido fácil. Mas por que escondeu isso de nós?

— Achei que não seria apropriado. Hoje eu ainda não superei essa tristeza.

Tai abraçou a sua mãe e a consolou.

...

T.K havia chegado para a escola muito antes de Kari, pois a sua aula seria uma das primeiras do dia. Ele foi ao banheiro dos professores arrumar a gravata e o uniforme da escola. Ao sair, viu uma mulher muito parecida com a Kari, pois até os cabelos lembrava a noiva. Ele a pegou pelo braço e teve uma surpresa quando ela se virou.

— Naomi?! Desculpa, eu pensei que fosse a minha noiva.

— Só por causa do cabelo? — de fato agora ela estava igual a outra. Até as roupas dela estavam mais simples. — Bom, eu decidi dar uma renovada no meu visual. Deixá-lo mais sério combinando com a ocasião. Até a maquiagem eu aliviei um pouco. O que achou?

— Achei você ótima. Não que você não era, mas agora sim... quer dizer, não tem nada a ver que você esteja parecendo com a Kari e sim porque o seu visual ficou mais limpo. Eu vejo a verdadeira Naomi sem aquela maquiagem, mais humana. Gostei do seu novo visual.

— Talvez eu também tenha mudado por dentro, não só por fora. Takeru, você gosta muito da sua noiva a ponto de me confundir com ela? — ela se aproximou dele.

— Sim, eu a amo.

— Mas às vezes a pessoa certa está na sua frente e você nem percebe — T.K ficou desconcertado com aquela aproximação, mas Naomi logo foi embora.

Enquanto isso, Tailmon estava deitada sobre um galho de uma árvore que ficava de frente ao prédio onde a sua parceira morava. Patamon a acompanhava. Os dois ficaram descansando quando a gatinha viu algo que a chamou atenção. Um gato digimon preto vigiava a frente do prédio, sobre um poste.

— Ei, Patamon. Patamon.

— Humph, que foi? — acordou desorientado.

— Olhe, olhe aquilo — ela apontou para o digimon.

— Parece um digimon.

— Não parece um digimon, é um digimon. Não entendo como digimons conseguem ultrapassar o portal do digimundo para cá.

Patamon olhou para Tailmon.

— Olhando bem, ele parece muito contigo.

— É uma BlackTailmon! — disse a gata. Os dois caíram do galho. BlackTailmon viu a movimentação e correu embora.

— Ela tá fugindo.

— Não se eu puder evitar — Tailmon também correu deixando Patamon pra trás.

BlackTailmon pulava de telhado em telhado até acabar as casas baixas. Tailmon a seguia constantemente. A parceira de Naomi desceu da casa e correu nas quatro patas como se fosse um gato comum. A de Kari também fez o mesmo.

BlackTailmon conseguiu correr até o viaduto que ficava sobre a via expressa. Parou e olhou para a sua perseguidora.

Jin recebeu um telefonema do seu professor avisando que o exame de DNA estava acabado e que o resultado estava para chegar. O rapaz teve que aguardar até ir para a escola e falar com o professor. O homem, acompanhado por um Tanemon, olhava o microscópio. Ele havia deixado o envelope sobre a mesa.

— Oh, Jin. Que bom que veio. Quero que conheça o meu digimon, Tanemon.

— É, eu conheço essa espécie. Enfim, cadê o exame?

— Aqui está. Não abri, mas eu já sei qual vai ser a resposta.

— E qual vai ser?

— No DNA do digimon que foi examinado havia células humanas. É um híbrido. Nunca vi nada igual.

— Bom, professor. Agradeço que o senhor tenha se empenhado com isso. Agora eu vou dar o próximo passo para desvendar esse mistério.

...

Kari chegou na escola com a sua amiga Tominaga. As duas foram as últimas professoras a chegar no local. A morena viu o carro de Naomi ocupar a sua vaga no estacionamento.

— Eu não acredito. Eu não acredito que a professora Matsunaga colocou o carro dela na vaga onde eu ponho o meu. Será que ela se enganou?

— Hikari, minha amiga. Deixa de ser ingênua. Aquela mulherzinha quer ferrar contigo. Eu sinto o cheiro das armações de Naomi Matsuvaca no ar.

— Você deve tá exagerando. Ela não tem nada contra mim.

— Kari, por favor! Você é muito simplória. Não enxerga a maldade das pessoas, por isso que é bobinha. A MatsuVaca ainda vai aprontar muita coisa. Até parece uma história de ficção escrita por algum escritor de fanfiction.

— Pois isso é um absurdo. Se ela colocou o carro dela na minha vaga eu vou colocar o meu no dela.

Kari manobrou para botar na vaga da outra. O pneu do carro estourou. Tominaga desceu para ver o que tinha acontecido e não teve boas notícias.

— Amiga, é melhor vir aqui e ver com os seus próprios olhos.

Ela desceu do carro e se assustou quando viu a vaga de Naomi repleta de pregos.

— Quem colocou isso aqui?

— Eu te disse. A verdade está na sua frente, mas você não enxerga isso. Foi a cretina da Naomi Matsuvaca. Foi ela que jogou esses pregos prevendo que você faria isso. Se duvidar, amiga, ela vai roubar o teu noivo.

— T.K é fiel a mim, tenho certeza disso. Até porque somos amigos de infância e ele mal conhece aquela mulher. Acho que não é pra tanto exagero. O ruim agora que eu vou ter que pagar alguém para colocar o estepe.

Naomi terminou a sua segunda aula e aproveitou o horário do intervalo para ir ao banheiro dos professores. Chegando lá deu de cara com Kari Yagami que terminava de se maquiar.

— Ah como é bom ser rica. Posso ter tudo o que quero e todos aos meus pés — olhou para a outra e sorriu. — Bom dia, professora Yagami.

Kari ficou calada por um tempo, olhou a outra e disse:

— Por que você colocou o seu carro na minha vaga do estacionamento?

— Perdão, eu tava muito atrasada e por isso estacionei na primeira vaga que vi. Você pode ficar na minha.

— Estava infestada de pregos. O mais incrível é que os pregos estavam virados para cima como se alguém os colocou propositalmente.

— Nossa, que sinistro. Como tem tanta gente má intencionada nesse mundo. Fazer isso é uma maldade sem precedentes. Espero, professora Hikari, que o culpado seja encontrado. Esses alunos...

— Talvez o culpado nem esteja tão longe — ela se virou para Naomi e ficou a encarando. — Não quero que aconteça uma segunda vez. Porque se isso acontecer terei que dizer à diretora que você está pondo o seu carro numa vaga errada.

Naomi se virou para Kari e disse:

— Não fale comigo nesse tom como se eu fosse um aluno em que possa dar ordens. Eu já disse que me enganei, mas de propósito.

— O que disse?

— Estacionei porque quis. Não é isso que quis saber? Fui eu quem coloquei os pregos também.

— Por que fez isso? Quais são as suas intenções?

Naomi se exaltou.

— Nunca gostei de você, mulher. Se enxerga! Desde a primeira vez que te vi eu tive uma vontade incontrolável de acabar contigo, porque uma pobretona classe média tem coisas que eu não tenho: uma vida pacífica, emprego estável, uma família feliz e um namorado lindo e gostoso.

Kari deu um tapa na cara de Naomi. Esta revidou dando outro na cara da rival. Algumas professoras, inclusive Tominaga, separaram-nas.

— Espera, não se rebaixe ao nível dessa mulher.

— Ela me insultou, Tominaga. Não consegui me controlar.

— Ainda bem que eu estava por perto. Já pensou se a diretora pega vocês no flagra? É melhor chamar o T.K e te levar para casa.

— Não! Não fala com ele. Prefiro que isso termine aqui. Mas vou conversar bem direitinho com a diretora Satomi para expulsá-la da escola e quero que você seja a minha testemunha.

— Pode ir, barraqueira. Vai falar com a idiota da Satomi, eu não me importo! Mas eu juro que vou roubar o seu noivo nem que para isso tenha que rolar sangue e suor. Solte-me! — as outras largaram-na.

Tominaga levou a amiga para o mais longe possível. A Kamiya não estava nada bem.

— Você tinha razão quanto às intenções daquela mulher. Foi ela quem colocou aqueles pregos só para implicar comigo.

— Eu disse. Parece que a minha intuição não mentiu. Aquela mulher quer acabar com a sua vida e você nunca enxergou nesses últimos três meses.

— Mas agora estou enxergando nitidamente. Se ela quer guerra, é guerra que vai ter. Eu posso ter uma cara de boba, mas sou muito mais esperta do que aparento ser. Irei agora mesmo na direção e farei a caveira dela para a Satomi.

Kari não esperou para ir à direção. Por sorte a Satomi estava na sala e ouviu tudo o que a professora relatou. Tominaga ficou perto da amiga para servir como testemunha de que Naomi havia iniciado os insultos. A diretora — uma mulher de meia idade e bastante durona — pediu para que o seu assistente chamasse a outra professora.

Naomi estava na sala dos professores quando o assistente a chamou. Ela arrumou a sua roupa e foi conversar com a Satomi. Assim que chegou, viu Kari e Tominaga saírem da sala. As duas se olharam como duas gatas selvagens que estavam prestes a brigarem.

— Senhorita Matsunaga, entre por favor.

Naomi fechou a porta e se sentou. A diretora limpou o óculos e iniciou a conversa.

— Senhorita Matsunaga, eu recebi uma denúncia muito séria por parte da senhorita Yagami. Ela relatou que você a insultou muito e que por isso brigaram. Ela apresentou uma testemunha que havia dito que momentos antes você estacionou o seu carro na vaga dela e pôs pregos na sua vaga prevendo que ela botasse o carro dela lá. O pior que você confessou que colocou de propósito. Essas acusações são muito graves.

— Percebi que ela não perdeu tempo. Sabia que foi ela quem me bateu primeiro? Ela quem me deu um tapa na cara.

— Hyoko Higata não tolera atos que fogem do protocolo anexado pela secretaria de educação e muito menos atos de agressão entre professores. Que exemplo você dará aos seus alunos se a vissem se esbofeteando com qualquer um como se fosse uma qualquer? Se fosse aluna poderíamos até reconhecer que foi algum tipo de bullying, mas um educador, é imperdoável.

— Não entendo aonde quer chegar.

— A senhorita será transferida daqui para outro colégio, pois não é concursada. Se quiser posso falar com a secretaria sobre a sua situação.

— Não pode fazer isso comigo!

— Não grite comigo! Eu não tenho culpa dos seus problemas. Se você briga em qualquer lugar o problema é seu. Mas você passou dos limites e precisamos manter a ordem e a disciplina neste lugar.

— Não vai nem punir a professora Yagami também?

— Há alguma testemunha contra ela? — a mulher negou. — Ótimo. Pode passar no RH e assinar a sua carta de demissão. Faça isso o mais discreto possível para não chamar a atenção indevida.

Naomi não se levantou, encarou a diretora e depois sorriu.

— O que foi? Por acaso está me achando com a cara de palhaço?

— Ah, Satomi. Você não me conhece o suficiente, por isso que está me demitindo dessa forma. Se me conhecesse não teria a coragem de fazer isso.

— E por que não? Por acaso vai fazer algo mirabolante para acabar comigo? Eu não tenho medo de ameaças, principalmente vindas de uma mulher como você.

— Olhe para mim. Eu sou Naomi Matsunaga. Se eu levantar um dedo, posso acabar com a sua vida em pouco tempo. Sou neta do mega empresário Ryuu Matsunaga, um dos homens mais poderosos do Japão. Posso fazer com que você deixe de existir?

— Vai me matar?

— Não, não preciso — Naomi se levantou. — Vai se arrepender amargamente por ter feito isso e quando se der conta será tarde demais.

Naomi foi embora da escola.

BlackTailmon encarou Tailmon e a atacou com as suas garras. A parceira de Kari desviou e também atacou a oponente. Ambas ficaram se encarando como se fossem velhas inimigas.

— O que está fazendo no mundo real?

— Não te devo explicações — ela olhou um ônibus passar. — Até nunca mais.

A gata negra pulou sobre o ônibus que ia em direção ao centro da cidade, perto onde a sua parceira morava. Tailmon ficou apenas vendo.

...

Jin aproveitou que a aula havia acabado cedo para ligar para Paulo. O japonês havia lido o exame e entendido tudo. Chegou o momento da farsa do Impmon chegar ao fim. Jin ligou para a casa do amigo enquanto Mushroomon via o parceiro ligar. O digimon estava com muito medo, pois gostava do colega digimon e não queria que nada de ruim acontecesse com ele.

— Alô, eu gostaria de falar com o Paulo, por favor... Oi Lúcia. Pode passar para ele? Obrigado.

— Eu não gosto disso.

— Chega, Mushroomon! Não vou acobertar essa farsa. Vou falar com o Impmon e dar um prazo a ele.

Paulo ainda tava com o pé se recuperando, porém já conseguia andar sem a muleta. Estava deitado na cama quando Lúcia entregou o telefone para o irmão.

— Fala Jin?

— Paulo, eu quero conversar contigo sobre um assunto muito grave. Contudo pelo telefone é impossível. Eu posso ir aí?

— Claro que pode. O que quer falar?

— Sobre um teste de DNA que eu fiz. Mas não se preocupe, amanhã eu passo aí à tarde.

— Tudo bem.

— Você poderia passar o telefone para o Impmon? É que o Mushroomon quer falar com ele.

Paulo gritou e Impmon atendeu. O digimon ficou perto do parceiro e ouviu o que Jin falaria.

— Boa Tarde, Wesley.

Impmon tremeu na base e quis se afastar do parceiro.

— Quê?

— Não se faça de sonso. Eu descobri tudo sobre você. Tenho um exame de DNA que tirei da pena da sua asa lá no digimundo e botei para examinar. Acredita que também há células humanas? Se fosse 100% digimon, não teria essas células. Investiguei e cheguei à conclusão que o seu verdadeiro nome é Wesley, brasileiro, caucasiano. Nascido entre 1980 e 1981. O mais engraçado é que o Paulo sempre falava de um pai que também chamava Wesley. Você é o pai verdadeiro do Paulo e da Lúcia e está enganando os dois. Não tem como esconder mais. Contudo eu vou te dar uma chance de se redimir. Conte a verdade ou senão quando eu for aí amanhã contarei tudo de uma forma nada boa. Você quem sabe.

Impmon entregou o aparelho telefônico para o garoto e saiu imediatamente do quarto dele. Paulo não entendeu nada, nem Jin quis contar claramente o que estava se passando.

Lucas estava no seu quarto, fazendo a tarefa quando de repente Impmon chegou atônito e extremamente preocupado. O loiro nunca havia visto o outro assim, portanto supôs que acontecera algo grave para que ele ficasse daquele jeito. Lúcia foi ao banheiro enquanto isso.

— Ele já sabe a verdade...

— Quem? — perguntou sem nenhuma noção do que o outro falava.

— O Jin já sabe de tudo.

— Tudo o quê?

— Que eu sou o pai do Paulo e da Lúcia.

O loiro praticamente pulou da cama para o chão. Também estava visivelmente preocupado.

— Maldita hora em que você resolveu contar a verdade pra mim e dizer pra eu não contar. Caramba, se isso estourar eu vou na enchente contigo. Já pensou qual vai ser a reação deles ao saberem que o pai deles está vivo e mais perto do que imaginam?

— Pai de quem? — Lúcia chegou bem na hora. Os dois ficaram disfarçando — Não se façam de bobos, eu escutei perfeitamente quando falaram de um pai e que ele estava vivo. Quem é?

— Nada não, Lúcia. Eu tava falando de um amigo da escola, só isso — disse o loiro bastante nervoso.

— Eu já vou — disse Impmon saindo do quarto. Lúcia não entendeu muita coisa, mas não deu muita importância a isso.

...

O carro de Naomi chegou no condomínio e foi logo buzinando. O porteiro, que era muito paciente, perguntou se ela estava com pressa; a mulher, delicadamente, respondeu aos gritos que não interessava a ele e que um mero empregado não tinha que saber do que os patrões sentiam. Depois desse coice, o porteiro liberou rapidamente.

Naomi chegou ao apartamento e dispensou a empregada. Ficou na sacada, olhando a vista que tinha para a torre de Tóquio. BlackTailmon apareceu atrás dela.

— Ah, é você. Viu algo suspeito na casa daquela mulherzinha?

— Parece que o irmão dela se separou de um casamento que era praticamente duradouro. Mas a parte mais estranha era que um digimon parecido comigo ficou me seguindo.

— Que tipo de digimon?

— Uma Tailmon, um digimon gato branco. Ela é o oposto de mim. Tentou me atacar e revidei.

— Isso não é nada. Aquela tal de Hikari deu um tapa na minha cara, revidei e fui demitida da escola. Mas todos eles me pagam por terem feito isso comigo.

O celular de Naomi tocou bem no momento da conversa.

— Alô vovô? O que o senhor quer comigo?

Minha querida, eu quero que venha à mansão. Tem algo que vai te agradar muito. Espero você às 18 horas.

— Eu não vou... Ele desligou na minha cara!

— O que será que ele quer?

— Só vou saber se eu for até lá. Mas antes vou tomar um banho e você vem comigo.

Tominaga acompanhou a amiga até em casa onde resolveu almoçar por lá. Takeru chegou logo depois e cumprimentou a colega e agradou a noiva com um presente. A caixa era do tamanho pequeno, embrulhado num papel de presente. A mulher abriu e se encantou quando viu o colar de ouro com um pingente em forma de cruz.

— Como é lindo, meu amor.

— Isso vai nem se comparar aos bons presentes que te darei quando o nosso casamento chegar. Nem acredito que isso vai acontecer.

— Tominaga, T.K e eu somos inseparáveis, almas gêmeas. Nos conhecemos na infância e vamos viver uma vida inteira juntos. Eu o amo muito — o homem tentou beijá-la, mas ela se afastou com vergonha da amiga.

— Eu acho que vou sair para deixar os pombinhos a sós — Tominaga se retirou e os deixou.

— Você gostou?

Kari ficou calada.

— Amor, estou falando contigo.

— Ah sim, sim. Adorei.

— Aconteceu alguma coisa?

— Não, por quê?

— Você está um pouco estranha.

— É só o nervoso com o casório. Está sendo estranho pra mim, pois vou casar enquanto o meu irmão se divorciou.

— Não se preocupa. Não são todos os relacionamentos que dão certo — ele a abraçou. Nem desconfiou do real motivo do nervosismo da noiva.

Patamon e Tailmon ficaram olhando os dois se beijarem.

— Vai contar sobre hoje?

— Mas é claro que sim. A Kari precisa saber que estão vigiando ela — disse Tailmon.

...

No dia seguinte...

Os pais de Márcia não quiseram sair de casa e passaram o dia todo com os netos. A dona Alice brincava com os netos quando a campainha tocou. A avó se levantou do sofá, abriu a porta e viu alguém.

— Boa tarde, senhora. Eu sou um amigo do Paulo e gostaria de vê-lo.

— Ah, um amigo do meu neto. Pode entrar, querido. Ele deve estar no quarto dele. Depois da queda que sofreu na escola está uns quinze dias de repouso.

— Eu falei com ele ontem. É a primeira vez que eu o visito depois do acidente.

— E que papel é esse na sua mão?

— Um trabalho da escola. Com licença, senhora.

Impmon estava no quarto de Lucas quando escutou a voz de Jin conversar com Paulo. Se Jin tiver as provas que o desmascaram, será o seu fim.

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "D.N.A Advance: Nova Ordem do Século" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.