D.N.A Advance: Nova Ordem do Século escrita por Sensei Oji Mestre Nyah Fanfic


Capítulo 24
Fim de Jogo x Reencontro x Um Segredo


Notas iniciais do capítulo

Olha eu postando aqui o último capítulo. Nada melhor que começar o ano postando o último capítulo de uma saga. É o meu maior capítulo de todos e acho que é um dos maiores que o famdom já teve no Nyah (modéstia parte hehe) Olha gente eu não ficarei enrolando nenhum de vocês, pois estão curiosos com o que acontecerá. Portanto leiam com muita moderação.



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CAPÍTULO 101

Beelzebumon correu rapidamente na direção em que os seus amigos estavam. Ele precisava ser o mais rápido possível já que a sua intuição dizia que não poderiam vencer Astamon tão facilmente. É claro que era um digimon em nível perfeito, entretanto era um perfeito diferente. Astamon poderia lutar de igual para igual com um digimon supremo. Então a única opção mesmo era ir até lá.

Ele passou por uma rodovia que ficava no deserto e avistou uma explosão perto das montanhas. Usou sua super rapidez dando pulos altíssimos e aterrissando. Cada aterrissagem criava um buraco. Ele por fim chegou na região dos gêiseres que expeliam água quente. Pensou que se tivesse com a sua Behemoth iria ser mais fácil. Porém não se cansou, se for para salvar a vida do seu parceiro ele iria para onde for.

Chegou numa parte com um canion. Havia cem metros de largura separando o cenário. O homem pôs as duas mãos atrás da cabeça impressionado com isso. Não seria nada fácil chegar até o outro lado. Olhou para baixo e viu um rio cortando o local. Pelo menos se caísse não morreria. Afastou-se mais e mais até pegar impulso. Correu e deu um pulo. Como se fosse em câmera lenta ele estava chegando ao outro lado. Chegou com dificuldade e segurou apenas com a mão esquerda para não ter que cair. Subiu e se sentou a beira do precipício.

— A minha jaqueta, droga — reclamou enquanto limpava a poeira que havia grudado na jaqueta preta.

Mais alguns metros ele finalmente pôde ver o dirigível. De longe ele notou que um grande dragão acabava de ser derrotado por Astamon. Desceu o morro escorregando em pé na encosta. Passou por entre os gêiseres até chegar na Zona Morta. Um lugar que não havia sinal de vida. Por uns dois minutos correu mais até que finalmente chegou no campo de batalha.

Enquanto isso, Astamon retira a espada do chão e a lança. Seria um golpe certeiro, um golpe fatal que mataria Gennai definitivamente. Entretanto Antylamon ficou na frente e teve o seu peito esquerdo estocado pela arma dourada. Todos olharam incrédulos do que havia acontecido. A expressão de horror era evidente nos rostos dos digiescolhidos. Antylamon havia recobrado a consciência no último segundo e se sacrificou para que o amigo não morresse.

Beelzebumon havia acabado de chegar nesse momento. Ficou chocado com o que olhou. Não acreditou que mais um dos aliados dos digiescolhidos teve que se sacrificar na guerra contra o mal.

Os digiescolhidos, principalmente as meninas ficaram apavoradas. Queriam fazer algo porém estavam sendo mantidos reféns de Witchmon. Estavam impotentes demais para ajudar.

O digimon olhou para o seu peito e com certeza vários dados começaram a se dispersar no ar. Deu um grito de dor e olhou para Gennai. Depois olhou para o parceiro de Paulo e sorriu. A espada foi retirada do seu peito causando-lhe muita dor. Em seguida caiu ao chão.

— Antylamon, aguenta firme, amigo. Vamos aguente por favor! — falava Gennai tentando ajudar no desespero.

— O que aconteceu? O que houve aqui Gennai? Fala! — disse Beelzebumon chegando perto do homem que acudia o digimon ferido.

— Uma desgraça. Astamon ia me matar se não fosse por ele. Sacrificou-se por mim. Mas temos uma saída, você pode aguentar mais um pouco até acabarmos com o inimigo. Olhe, Beelzebumon chegou para nos ajudar.

Rose virou o rosto e se encostou em Ruan para não ter que ver a cena fatídica. Mia chorava sem parar, os outros também fazia o mesmo. Ainda ninguém teve a ficha caída de que um aliado fora derrotado.

Astamon olhava sem remorso o fim do outro chegar. Apenas desprezo sentia ao perceber que Gennai e Beelzebumon tentava frustradamente ajudar o digimon caído. Para ele aquilo era inútil, pois iria ser em vão. Pôs a mão na boca bocejando com a demora. Coçou os olhos do sono que sentia. Sentou-se no chão de pernas cruzadas e enfiou a espada mais uma vez. Pegou um graveto seco e rabiscou o solo barrento.

Gennai não parava de tentar ajudar o amigo. Antylamon o olhava com admiração, sempre o admirou. Desde quando era apenas um Lopmon aprendiz e que começara a treinar com ele. Desde os primeiros momentos o respeitava.

Lágrimas surgiam nos olhos do homem. Os dados já começavam a escapar mais e mais. Beelzebumon sentiu pena. Nunca havia sentido pena antes. Hoje ele sabe como é ter que perder alguém em que confiava.

— Gennai não precisa chorar pela minha partida. Você sabe que eu virarei uma digitama na cidade do princípio. É uma despedida temporária. Fiz o que achei o certo e nunca me arrependerei disso, jamais.

— Mas... mas... o que será da gente sem você? O que será de mim sem um parceiro?

— Ah Gennai você tão compreensivo. Mesmo naquele tempo em que eu aceitei fazer parte da Liga Negra você se opôs. Eu fui um digimon de sorte por acreditar em ti, por acreditar nos digiescolhidos. Adeus amigo — ele olha para Beelzebumon — Eu acredito em você. Tenho fé em você. Salve o mundo por favor.

Aos poucos ele foi desaparecendo tomando a forma de dados que logo foram levados ao vento. Gennai sentiu-se derrotado depois disso. Lamentou muito ter perdido um digimon quase parceiro. Beelzebumon tentou de algum jeito consolá-lo mesmo sabendo que era impossível num momento como esse.

— Obrigado amigo, mas o Antylamon teve razão. Ele renascerá na cidade do princípio. Terá uma vida nova. Agora precisamos nos concentrar na luta contra o nosso inimigo.

— Gennai você está mesmo bem?

— Sim, obrigado. Salve o seu parceiro — falou o homem afastando-se do lugar.

Beelzebumon se levantou e olhou para Astamon que também havia levantado. Os dois ficaram cara a cara mais uma vez. Dessa vez ele sentia que seria o seu último confronto com ele. Enfim o lorde ficou na posição ofensiva mostrando suas poderosas garras da suas luvas negras.

— Acabarei contigo seu maldito. Vai pagar caro por ter feito isso.

— Não vá achar que será do mesmo jeito que foi em Blue Driver. Lá eu deixei você me bater, pois queria te ver com muita raiva e também ganhar tempo para o meu plano seguir o curso conforme havia planejado. Mas desta vez prepare-se. Eu lutarei a sério.

Os dois ficaram se encarando como dois cães pitbulls prestes a brigar.

...

O maligno feiticeiro Barbamon foi para uma zona chamada Colina do Desespero. O lugar era inóspito de vida. Nenhum digimon se atreveria a chegar a tal local, pois lendas diziam que se os dados de um digimon se mesclassem com o do local um ser poderoso surgiria. Como era uma lenda então ninguém dava seriedade.

Uma energia azul ficou sobre o cume da colina. E neste cume havia um altar de pedra. O velho segurava nas suas mãos dados de DNA de algum digimon. Ele olhou para Dynasmon que o acompanhava e revelou que aqueles dados era de Myotismon. Voltou ao seu ritual macabro e lançou os dados, que estavam numa pequena esfera de energia, na direção da energia.

— O que está acontecendo, Barbamon? — perguntou Dynasmon para o outro ao ver a intensa luz se formando.

— Um inimigo meu vai se tornar meu aliado. Descobri que posso dar uma oportunidade até mesmo para os meus inimigos para que eu possa concluir os meus objetivos — respondeu o velho.

A luz reluzia o local e uma silhueta se formava. Era alto, com grandes braços e uma cintura fina. Não era muito perceptível até que finalmente a luz acabou. Um novo digimon foi revelado.

Tal digimon era magro, com olhos vermelhos tanto no rosto como no tórax, uma máscara roxa de vampiro, um rosto pálido, cabelos loiros, vários esporões pelo corpo em forma de dentes e de coloração completamente roxa. Esse digimon era a transformação de Myotismon para a sua forma extrema causada pelo poder das trevas imposta por Barbamon.

— Eu te apresento NeoVandemon, o meu mais novo aliado. Espero que tenha gostado do que eu propiciei para nós. Neovandemon será de grande ajuda para todos nós. Ele se encarregará pessoalmente a acabar com os digiescolhidos enquanto eu arquiteto o meu plano de destruição global...

— Não — interrompeu Dynasmon — deixa que eu mesmo acabo com os digiescolhidos. Será um grande prazer fazer parte disso.

— Então tem a minha permissão para o fazer. Nunca pensei que se interessasse tanto na derrota daquelas crianças e seus parceiros. Apesar de decidir me ajudar a destruir o digimundo você ainda quer ter esse trabalho.

— Seria um grande prazer fazer esse serviço. Acredite eu sei lidar muito bem com os digiescolhidos. É só me dar uma chance e eu me encarregarei de acabar com todos eles.

Barbamon assentiu e deu permissão para que o aliado acabasse com seus inimigos.

— Mas antes você terá a ajuda dos digimons da Elite das Trevas que eu os despertarei.

— O que?

— São três digimons antigos que também iriam acabar com eles, mas você se ofereceu. Portanto está decido. Não deixarei que o meu amigo fique sem ajuda.

Dynasmon aceitou a decisão de Barbamon. Mas não era bem isso o que ele queria. Ele queria uma oportunidade de ficar a sós com o seu irmão mais novo para ajudá-lo a se tornar um verdadeiro herói e treinar o seu pequeno Koromon a ficar cada vez mais forte.

...

— Garra das Trevas! — Beelzebumon avançou com a sua rapidez extrema na direção do oponente. Este teve que desviar o mais rápido que pôde para não ser pego.

O motoqueiro parou e em seguida desapareceu deixando Astamon perplexo com a rapidez. Foi aí que ele aparece atrás e dá um chute bem na cara do vilão fazendo com que ele seja arrastado por vários metros. Mesmo antes de se levantar ele foi pego mais uma vez de surpresa pelas garras do outro. Caiu mais uma vez.

Astamon ficou apenas parado sem esboçar algum tipo de reação sendo constantemente atacado por seu rival. O mais incrível era que ele caía e se levantava e depois ficava parado. Gennai desconfiou das atitudes do antagonista em não querer lutar. Foi aí que percebeu algo no semblante do inimigo uma expressão de ironia.

Um breve sorriso foi dado e quando Beelzebumon ia desferir outro ataque, Astamon desapareceu. O herói olhava para os lados se via o oponente. Foi aí que ao olhar para trás leva um murro bem no rosto e um chute no estômago, porém não se deu por vencido.

— Só estava vendo os seus movimentos, por isso não me movia. Agora que eu sei como luta poderei cair de cabeça nisso — um poder de coloração vermelha surge ao redor dele.

— Pode vir com tudo. Esperava esta luta há muito tempo mesmo — Beelzebumon correu para bater, mas levou um susto ao perceber que Astamon se tornou mais rápido.

— MAVERICK! — como se fosse um louco Astamon avança e dá uma sequência ininterrupta de chutes. Alguns acertavam e outros não. O lorde apenas se defendia de cada chute. Foi então que Astamon deu um chute muito forte no rival que fez com que ele fosse arrastado e batesse as costas na parede de um rochedo.

Na velocidade de uma bala Astamon agarra o outro e os dois afundam no rochedo passando por dentro e saindo pelo outro lado. Ambos estavam distribuindo socos e mais chutes. Afastaram-se e retornaram a se enfrentar. Cada golpe criava uma onda de choque que deixavam perplexos quem assistia.

— Então ele é tão poderoso assim? Nunca pensei que o parceiro do garoto era muito forte — falava Gennai olhando a luta mesmo de longe.

— É isso aí arrebenta ele, arranca a cabeça fora, esquarteja ele, faça-o em pedacinhos e traga-o para que eu coma a carne desse desgraçado. Vai lá Beelzebumon arranca as tripas deste bastardo! — gritava Rose torcendo para o colega.

— Rose por favor não precisa gritar tanto — resmungou Palmon pondo as mãos nos ouvidos.

— Ele é um digimon na fase final e sempre permaneceu assim por causa do digi-núcleo que ele achou com o Paulo. Um grande poder está em suas mãos. Foi por anos eleito o digimon mais poderoso do digimundo ainda em vida — falou Mia.

— É, mas se depender de Astamon esse título não ficará com ele por muito tempo — retrucou Witchmon ao escutar a conversa dos escolhidos.

— Ah, cala a boca, sua chata — retrucou Rose.

Beelzebumon e Astamon se empurraram competindo quem tinha mais forças. Ambos estavam parados no chão. A terra tremia com a força descomunal deles.

— Olhos Explosivos! — o lorde deu um ataque surpresa afastando o digimau de perto — Veremos se consegue se defender tão rápido quanto a minha Behemoth e as minhas balas destruidoras.

Beelzebumon puxa as duas pistolas e dá um salto. A Behemoth ganha vida e parte com tudo para cima de Astamon que esquiva para não ser atacado. Daí o próprio motoqueiro sobe no veículo e anda em círculos. Começa a atirar. Astamon cria um campo de força para não ser atingido pelas balas.

— Aha e então quem é o mais forte agora hein? Nunca me subestime, cara, pois eu sou o mais forte de todos — falou Beelzebumon esboçando o primeiro sorriso. Era fato que suas habilidades em lutas eram melhores.

Astamon consegue sair do campo de proteção e pula bem alto. O herói pára por um instante e olha para o céu na tentativa de perceber o paradeiro do rival. De repente ao olhar para a lua ele vê muitos raios vindos em sua direção. Logo ele percebe que os raios eram as balas da arma Oro Salmón. Tais balas conseguiam perseguir por onde quer que ele fosse.

— Mas que droga — ele desvia a sua moto das balas que caíam. Algumas o perseguiam — Essas balas parece que têm vida própria.

Ele fez uma manobra e ficou apenas com a roda traseira com a dianteira para cima. Pegou mais impulso até passar pelo campo de Gêiser. Os jatos quentes insistiam em sair. Sem se preocupar com isso ele passava pelos jatos e desviava das balas. Foi na direção do rochedo e com mais uma manobra andou pela parede. As malditas balas atingiram a parede causando uma pequena explosão.

— Finalmente consegui — assim que subiu ele olhou para trás. Assim que olhou para a frente levou um chute na cara e caiu. A moto foi sozinha.

Astamon olha para trás e num rápido movimento voa para cima da moto. Ela anda sozinha por uns tempos, mas aos poucos era domada pelo novo condutor. Chegou um momento em que Behemoth era completamente dominada. Beelzebumon olhou sem acreditar nisso. Afinal ele era o único que poderia dominá-la.

Behemoth era uma moto com vida própria e o ser que sentasse e a conduzisse — o que não foi o caso de Mia e Jin, pois eles apenas seguiam carona — seria completamente tomado por um poder ruim. Entretanto o parceiro de Paulo tinha condições suficientes para pilotá-la, pois era um nível extremo. Já Astamon era um mistério ficar sabendo como ele conseguiu.

...

Horas antes...

Hikari ainda aguardava informações do seu noivo. Ela não parava de ligar para o número do celular dele, contudo dava apenas na caixa postal. Tailmon pediu para que ela ficasse calma, mas no estado em que se encontrava era impossível. A mulher ainda estava sentada no sofá de cabeça baixa e chorando muito com o desaparecimento dele.

— Calma Kari nós vamos descobrir onde ele está — falou a gata na tentativa de acalmá-la.

— Obrigada Tailmon, mas não posso ficar aqui calma sem saber de pistas do meu noivo. Ele pode ter sido sequestrado. E aposto que tenho as minhas suspeitas de quem arquitetou tudo isso — ela se levantou pela primeira vez daquele sofá e abriu as cortinas da varanda. Foi até a sacada e observou a movimentação dos carros.

— Quem você acha que fez essa maldade? Um digimau? Algum agente das trevas? Se quiser eu posso acabar com ele — falou a digimon preocupada.

— Não, não é nada disso. Só acho que foi um humano mesmo que arquitetou isso. Este humano deve ser uma mulher — ela ficou pensativa nas palavras que Naomi lhe disse enquanto fazia compras com a cunhada — Mas não fique preocupada. É só uma suspeita, nada sério.

A morena foi na direção da porta ao escutar a campainha soando. Assim que girou a maçaneta viu alguns convidados. Estavam Yamato seu cunhado, Gabumon, a mãe e o pai de TK. Ambos retornaram com o casamento para a alegria da família Ishida. Agora não era momento de alegria, pois um membro importante da família foi sequestrado.

— Senhor e senhora Ishida foi uma surpresa encontrá-los aqui. Não imaginava que vocês também viessem.

— Ah Hikari estou tão preocupada com o meu filho. O Yamato falou para o pai dele que falou para mim. Não podia ficar de braços cruzados — falou a mãe agora com os cabelos loiros curtos. Tinha mais de quarenta anos.

— Entendo perfeitamente Nancy-san o seu ponto de vista. Por favor sentem-se. Senhor Hiroaki pode se sentar no sofá.

— Não, obrigado. Eu tenho amigos meus que são investigadores. Eles vão investigar o sumiço do meu filho a qualquer custo — falou o senhor Ishida pegando o celular e ligando possivelmente para um dos amigos policiais.

— Hikari quais são as notícias? O que a sua amiga falou? — perguntou Yamato para a cunhada. Ele tinha cabelos longos acima dos ombros, mas amarrados num rabo de cavalo. Ele vestia uma jaqueta preta com uma camisa escura e bem estampada, além de calça jeans preta com correntes.

— Ela disse que o Takeru sumiu na escola quando foi ao estacionamento pegar alguns gabaritos de provas. Um professor amigo nosso foi a última pessoa que ele viu. Foi o mesmo que emprestou as chaves do carro dele quando disse que os gabaritos estavam no carro dele.

— Então vamos à essa escola e se possível a esse professor. A gente simplesmente não pode ficar parado — resmungou Yamato se levantando do sofá.

— Não, por favor. Já liguei para lá e a diretora está cuidando do caso. Ela chamou a polícia e já está cuidando do caso...

— Eu não ficarei de braços cruzados aqui

— Yamato, por favor controle-se — falou Gabumon ao parceiro o chamando por seu apelido.

O celular de Hikari toca. A mulher vai até a escrivaninha pegá-lo e vê o número do seu irmão. Ela atende e percebe que Taichi estava com a voz um pouco alterada como se estivesse nervoso.

— O que foi maninho?

— Hikari, Sora e eu encontramos o T.K. Venha por favor ao hospital central de Tóquio por favor.

A garota leva um susto, mas fica feliz ao saber do noivo. Informou a todos onde ele estava e todos rapidamente foram embora incluindo os digimons. Esse não era um momento para escondê-los.

..

Minutos antes...

— Eu juro que estou muito cansado de ficar procurando. Sequer eu encontro uma pista dele. Ai T.K aonde você foi?

Patamon resmungava de cansaço enquanto voava para encontrar o seu parceiro. Ele passou praticamente o dia todo atrás dele. Atravessou uma pista com poucos carros aguardando o sinal verde. No veículo da frente estava Sora. Ela viu o digimon e logo deduziu que algo de errando acontecia.

Ao chegar numa certa quadra ele viu um terreno baldio e pousou num poste. Escutou alguns gemidos vindos de perto. Ele voou até quase pousar no chão. Assim que viu Takeru deitado no chão, machucado e gemendo de dor ele quase grita e vai salvar o seu parceiro.

— T.K! T.K o que aconteceu?

— Por... favor Patamon... chame ajuda.

— Não vou te deixar aqui sozinho. Nunca te abandonarei. Agora que te encontrei não vou mais te deixar parceiro.

Sora escutou vozes vindas de dentro do terreno. Entrou e viu Patamon sobre o corpo de uma pessoa deitada no chão. Ficou mais impressionada ao ver que a pessoa que estava deitada era nada mais nada menos do que Takeru.

...

Beelzebumon atirou o quanto pode para tentar impedir que a sua moto avançasse. Foi tudo em vão visto que as balas não surtiam efeito contra o veículo. Astamon também não desviou do ataque, pois sabia do resultado. Então o lorde demônio teve que desviar para não ser colhido. Era uma grande desvantagem visto que Behemoth era muito resistente. Então ele teve a ideia de não sair da frente e tentar tirar o rival de cima.

Astamon foi com tudo para cima dele, mas desta vez o herói não desviou. Aguardou até o último segundo e deu um salto parando na frente do vilão. Os dois caíram no chão antes que a moto caísse do penhasco.

— Foi inteligente o suficiente para pensar nessa ideia — o antagonista não esboçou nenhum sorriso o que indicava que já estava sério há muito tempo.

— Renda-se. Eu não quero seguir essa luta até as últimas consequências. Não me faça levar essa luta mais a sério do que já está — mesmo ainda tendo muita energia o lorde já se mostrava ofegante. Diferentemente do outro que ainda não se cansara.

— Hehe acha que pode comigo? Pois bem, se acha isso e está lutando só para ver quem é o mais forte então não deve se importar com aqueles moleques — duas asas surgiram das costas dele — os matarei agora sem pestanejar.

O digimau saiu voando até o lugar em que os digiescolhidos estavam não se importando mais com os joguinhos, pois pela primeira vez na sua vida alguém o aborreceu o suficiente para lutar a sério.

Beelzebumon sentiu que a ameaça era verdadeira, nunca viu seu oponente falar tão sério. Reuniu todas as suas forças possíveis e começou a se transformar na sua fase mega. Ele criou quatro asas negras que brotaram de suas costas, duas grandes e duas pequenas. Pegou impulso e saiu voando numa grande velocidade que parecia rasgar o céu pela velocidade do som.

Jin olhou para o seu digivice e teve a ideia de analisar Astamon. Aproveitou a distração da Witchmon que olhava feito uma doida para o céu e abriu o banco de dados dos digimons que já foram para análises. Quando o vilão e seus capangas invadiram o evento de corrida de kart, Paulo não conseguiu os dados necessários. Depois os digivices foram atualizados para que possam guardar mais dados necessários.

O rapaz olhou impressionado os dados completos. E não é para menos.

DIGIMON: ASTAMON

Atributo: Vírus;

Nível: Perfeito;

Tipo: Homem Demônio;

Família: Dark Area/Nigtmare Soldiers

Nível de Poder de Dados: 823.000 PDs

— Caramba tomara que o Beel tenha essa mesma força ou seja mais forte — falou baixinho.

Antes mesmo que o vilão chegasse perto dos digiescolhidos ele foi agarrado e os dois giraram no ar caindo no solo arenoso. O impacto foi tanto que criou uma cratera bem no lugar. Os dois se separaram.

— Enfim, essa é a sua forma final. Muito interessante. Impediu que eu acabasse com aqueles moleques nojentos — levantou-se e sacudiu sua roupa que estava surrada — Fiquei com tanta raiva que desisti de prosseguir com o meu jogo, mas quer saber de uma coisa? Acabou. Desisto de tudo. Vou matá-los sem qualquer remorso e depois mato o seu menino.

O digimau voou novamente para atacar os digiescolhidos quando é pego de surpresa pelo oponente que consegue ser mais rápido e ficar na sua frente. Tentou sair fora outras vezes, porém era quase impossível sair de perto do oponente.

— Isso é por você ter capturado o meu parceiro — ele dá uma série de socos na cara do digimau — Isso é por ter matado a Linx e o Antylamon — chutes e mais chutes — isso é por querer matar os meus amigos — com as suas garras ele acerta em cheio e finalmente o deixa ferido — e isso é por ter trazido o caos ao mundo e matado vidas inocentes — Beelzebumon dá uma voadora fazendo o outro cair no chão bastante machucado.

O vilão tentava levantar com dificuldade, mas pela primeira vez um filete de sangue escorria pelo canto da sua boca. Suas roupas estavam rasgadas, ele tinha ferimentos pelo corpo e sua arma jogada pelo chão.

— É isso aí, galera, o nosso amigo vai vencer — falou Betamon.

— Não creio que Astamon vai tentar se entregar tão facilmente — todos olharam para Mushroomon — digimons assim são cheios de truques. Vocês viram quando estávamos para derrotar Lilithmon e ela usou aquele truque do beijo para se safar.

— Ele tem razão. Está bom demais para ser verdade gente. Não creio que o nosso maior inimigo permita que seja derrotado tão facilmente — disse Ruan bastante sério.

— Se eu pudesse retirar esses anéis do nosso pescoço — Mia tentava retirar o objeto do pescoço, mas era impossível.

— Nem tentem porque se fizerem isso eu os matarei. Se eu apertar isso aqui terão uma grande surpresa — Witchmon se referia a um detonador — se eu apertar, os anéis irão causar um grande choque elétrico e morrerão na hora.

— Ah é? E por que você também está usando um? — perguntou Palmon.

— Porque eu morrerei para o meu chefe. Ele disse que se eu continuar viva atrapalharei em seus planos, por isso me ofereci ao sacrifício.

Eles ficaram quietos depois que escutaram tais palavras. Seria mesmo o fim deles. Os digimons não poderiam fazer nada para impedir e eles também não. Talvez esse fosse o fim. Pelo menos era isso que pensava Mia.

...

Naomi sentou-se e leu todo o conteúdo da carta. Era um exame médico vindo do hospital central. Ela ficou impressionada ao saber que o seu avô estava fazendo um tratamento há cinco meses conforme escrito no exame. Achou tudo muito estranho visto que ele não era doente e sempre tinha uma vida saudável mesmo quase aos oitenta. Também se estivesse com alguma doença grave falaria para a sua querida neta.

O idoso desceu as escadas da mansão e a primeira coisa que viu foi as correspondências reviradas. Logo perguntou para a governanta e ela disse que a neta havia chegado há vinte minutos. O homem foi até a sala de espera e viu uma neta com um olhar bastante sério. Percebeu que ela havia lido o exame médico que ele fez.

— O senhor pode por favor me explicar o que significa este exame?

— Naomi minha querida neta. Eu gosto muito de você, entretanto você tem atitudes que me desagradam. Quem te deu o direito de ficar vendo as minhas coisas particulares? — o velho sentou-se na poltrona preta e encostou a bengala.

— Quando se trata da sua saúde eu tenho o direito de saber. Sou sua neta eu tenho esse direito. Fico preocupada com o senhor — ela colocou o exame na mesinha de centro — Então me diga o que o senhor tem?

— Não falarei nada, nem insista. Porque dos meus assuntos cuido eu — Ryuu cruzou as pernas e encostou-se no encosto — Mudando da água para o vinagre. Eu mandei os meus capangas soltarem o professorzinho que você pediu para que raptasse.

— O que?! Mas por quê?! — a mulher se levantou furiosa — Como o senhor pode ter feito isso visto que o Takeru Takaishi sabe de tudo? O parceiro dele é o digimon que estamos atrás!

— Acalme-se, Naomi — Matsunaga se levanta, pega a bengala e vai até a janela com cortinas bege — o coitado foi mais uma de suas vítimas, porque é um homem honesto e não cai na sua lábia.

— Vovô!

— Cale-se, estou falando. Você quer vê-lo preso por motivos pessoais e sei exatamente de quais se tratam. Não misture o trabalho com o pessoal, ou vai acabar mal. Enfim eu vou prosseguir com o meu plano para formar um digimon metade humano metade digimon. Será um híbrido que com certeza terei êxito. Só preciso do DNA correto.

— Quem será a cobaia humana? É porque claro para ter o DNA de um humano então a cobaia precisa ser humana.

— Essa informação é sigilosa até mesmo para você. Mas saiba apenas que aquela experiência que está dentro daquele vidro fará parte dos meus planos. Futuramente ela será muito útil para os meus propósitos — o velho recebe a xícara com café da empregada — Obrigado. Sua tia ligou para mim hoje dizendo que irá voltar de Seul.

O semblante de Naomi se mostrou apático com a notícia. Ela simplesmente detestava a tia má. O seu passado com ela não era nada agradável. Eram segredos do passado que ela prefere não contar e que a megera sabia de tudo.

— A tia Ako?

— Exatamente — confirmou ele.

Ako era a pior pessoa que Naomi poderia ter como inimiga. Uma senhora com mais de cinquenta anos e que é filha do próprio doutor Matsunaga. Sempre soube de todos os podres da sobrinha e a chantageia. Portanto o maior pesadelo da vilã.

— Está feliz com a notícia?

— Sim — respondeu forçadamente.

"Maldita Ako vai voltar depois de dois anos na Coréia. Se ela pensa que eu serei a mesma Naomi que vivia sendo chantageada ela que me aguarde. E você velho imundo eu vou descobrir o seu segredo, ir atrás do motivo desse exame e esfregar na sua cara" — pensou dando um sorriso falso para o avô.

 

Enquanto isso na casa de Márcia, Lucas estava sentado no sofá da sala assistindo um filme e comendo pipoca. O filme era o Vingadores e já estava acabando. O menino ficou sozinho ali, pois Lúcia estava dormindo e a sua mãe estava trabalhando no quarto com seu filho mais novo. O loiro assistia com muita atenção até que de repente ele sente algo estranho. Levanta e percebe que algo estava escapando do seu corpo como se fosse poucos dados.

— O que está acontecendo comigo? — ele tenta evitar das diversas maneiras aquilo parar, mas não consegue. Entra em desespero ao ver tudo em preto e branco como se tudo fosse trevas — Mãe! Mãe! Lúcia! Socorro! — gritava se encolhendo com medo e fechando os olhos.

No mesmo instante Márcia sai correndo até a sala e vê o rapaz encolhido na parede com a cabeça entre os joelhos e se tremendo muito. Ela rapidamente vai e o abraça.

— O que houve? Pelo amor de Deus me conte? O que aconteceu?

— N-não sei. Eu t-tava sentado ali quando eu estava sendo transformado em dados e depois... depois eu vi tudo preto com branco — respondeu ainda encolhido — Fiquei com tanto medo, porque... porque é a sequela da minha luta contra Daemon.

— Vem cá vem — Márcia dá um abraço nele que ainda estava de olhos fechados — pode abrir os olhos e me veja, por favor.

Aos poucos ele abria e enxergava tudo normal. Abraçou a mulher e começou a chorar. Márcia ficou comovida que também pranteou. Não sabia o que fazer com o seu loirinho, pois ele não era humano. Pelo menos não totalmente.

— Escuta, não fale nada para a Lúcia do que houve aqui. Ela ficaria muito preocupada. Vem comigo, meu amor. Vai dormir hoje comigo — ela o abraça e os dois saem da sala — queria muito te ajudar, sério. Mas não sei muita coisa dos digimons e sabe a realidade é que você é um di...

— Por favor, mãe, eu sou humano. Não quero que repita isso, por favor. Me deixa muito mal — falou rouco por causa do choro recente.

— Tudo bem, meu amor.

Márcia retirou o filme e as coisas que ficaram espalhadas no chão. Levou o menino para o seu quarto. Passaram pelo corredor. Assim que Lucas passou pelo espelho seu reflexo ficou diferente. Era um o reflexo de algo roxo parecido com um dragão maligno ou algo do tipo. Nem percebeu isso e foi para o quarto da mãe.

...

Astamon se levantou com dificuldade e ficou encarando o outro digimon. Não teria outra saída a não ser lutar contra ele. Todavia com certeza perderia essa luta. Ao ficar em modo explosivo, Beelzebumon ficou bem mais rápido e poderoso. Era quase invencível. Não poderia ceder neste momento visto que ainda teria que mostrar a sua surpresa diante de todos e tal surpresa envolvia Paulo.

O digimau bateu palmas e parabenizou o oponente por superá-lo numa luta. Foi aí que ele, de uma forma covarde e traiçoeira, usa um dos truques mais sujos que se possa existir. Aproveitou um segundo de distração do outro para aplicar-lhe um golpe que deixava temporariamente sem ver.

— Clarão! — os olhos vermelhos da máscara dele brilharam intensamente que em pouco tempo clareou tudo e deixou Beelzebumon sem ver.

— Ahhh os meus olhos! Eu não consigo enxergar nada — disse esfregando os seus olhos verdes por trás da máscara roxa. Ficou atordoado por causa disso e só via vultos. Olhou para ver se via, aos poucos a sua visão voltava, mas não conseguia ver o seu inimigo. Ele havia sumido — Para onde ele foi? Cadê ele? Droga!

De repente Astamon vai até a direção dele e dá um chute. Beelzebumon percebeu a aproximação dele e colocou o braço esquerdo para se proteger. O impacto do golpe fez com que seu braço quebrasse deixando-o incapacitado com tal membro. Ele gemeu alto de dor, porém não poderia se defender mais com um braço fraturado. Então aproveitando a fragilidade do oponente o vilão usou seus golpes certeiros para atacá-lo e feri-lo. Eram chutes, socos e muito mais.

Beelzebumon caiu de bruços no chão, suas asas o cobria. Ele tentou se levantar, mas o digimau deu um chute na cara dele fazendo-o cair novamente. Depois recebeu vários golpes na altura do abdome. Ele gemia por conta da dor. Recebeu tantos golpes que ficou exausto. Por um minuto ganhava a luta, mas as coisas se inverteram.

— Está vendo, meu chapa? Eu sempre venço, sempre. Pode vir o oponente que for, eu venço. Sou um sobrevivente sabia? — ele se aproxima do que está caído e enfia sua faquinha no abdome dele.

— AAHHH — gritou de dor ao sentir a lâmina afiada entrar em seu corpo. A dor foi tão grande que não conseguia respirar direito quando a faca permaneceu dentro.

— Seu desgraçado não faça isso. Não o mate — falava Mia tentando de alguma forma impedir isso. Era impossível.

— Eu não quero ver isso. É doloroso demais — falava Rose virando o rosto chorando.

— Droga o que podemos fazer para salvá-lo? — Ruan indagava furioso.

— Infelizmente não podemos fazer nada. Esse será o fim dele — respondeu Hagurumon.

Astamon parou de enfiar e ficou olhando a expressão de dor da sua vítima. Sorriu e retirou a faquinha lentamente e dolorosamente. Assim que retirou ele viu sujo na lâmina um líquido avermelhado e do buraco feito no corpo do outro saindo sangue. O digimau ficou tão atordoado com aquilo que se afastou rapidamente como se estivesse visto algo espantoso.

— Não pode ser. Eu não posso acreditar nisso — Jin percebeu algo de errado ao olhar o espanto do antagonista — eu te machuquei mais sério e nenhum dado foi escapado. Como assim? Só saiu sangue.... Espera um pouco... Não. Não, pode. É claro que pode... Então eu notei tudo.

— Do que está falando? Mate-me agora e me absorva se quiser — disse se levantando e ficando apenas de joelhos. Sua mão direita segurava o lado esquerdo do seu abdome para tentar estancar o sangramento.

— Não, meu caro. Agora eu desvendei o maior mistério de todos. Você guarda um grande segredo que nunca pensou em contar. Mesmo para o seu querido parceiro você não contou. Isso é feio, é muito feio. Já pensou se ele soubesse de toda a verdade? Já pensou no grande desprezo que você teria da parte dele? Pode tentar negar o quanto quiser, mas de mim você não engana. Sei muito bem quem é você.

— Não sei do que você está... falando.

— Não se faça de vítima comigo. Porém não lhe absorverei nem matarei seus coleguinhas. Quem fará isso é uma pessoa muito especial que você conhece muito bem. Olhe e sinta o desespero sendo tomado.

Uma porta do dirigível abre automaticamente revelando uma pessoa. A pessoa que todos estavam atrás. Ele andou normalmente até a direção do campo de batalha. Olhou para os digiescolhidos, contudo não os reconheceu. Paulo foi completamente tomado pelo poder das trevas, seus olhos ficaram escarlates, sua pele mais pálida. Era como se fosse outra pessoa ali.

O menino chegou perto de Astamon. E por mais que os outros o chamasse ele não reagia. Beelzebumon ainda não acreditava no que via. Era demais ver o seu menino ter sido possuído. Doía mais do que a punhalada que levou.

— O jogo está para ser concluído — deu a espada dourada de Linx para o garoto segurar — A questão é a seguinte: se Paulo te matar, os digiescolhidos morrem. Se te poupar, os outros serão poupados. O instrumento da decisão será a espada. Se por acaso ele te matar este será o destino dos teus amigos.

Witchmon entregou o aparelho remoto. O digimau digitou alguns botões e girou uma chave. Em seguida apertou um botão vermelho. No mesmo instante a bruxa começou a levar uma poderosa descarga elétrica por causa do anel no pescoço. Em segundos ela é destruída e seus dados absorvidos por seu chefe que estava com a aparência surrada por conta da luta, mas que agora ficou novinho em folha. Sem um arranhão sequer. Isso assustou todos.

Mesmo com todos os apelos do seus amigos, Paulo ficou irredutível e não queria parar. Ele iria enfiar aquela espada no próprio parceiro. Era o fim definitivo. O menino ficou parado na frente do parceiro e o encarou sem remorso algum.

— Então é isso. Vamos lá. Se assim o deixará satisfeito eu não hesitarei em me sacrificar em suas mãos. Minha vida está exposta para você tirar. O meu peito, enfia no meu peito. Se tudo o que passamos valeu à pena até aqui então estou completamente satisfeito — lágrimas escorriam pelo rosto do digimon — eu sentirei saudades dos momentos que passamos juntos. Adeus amigo, para não dizer outra coisa.

Quando viu o meu menino naquele estado deplorável percebeu que tudo estava acabado. Não seria nada fácil ele se livrar de um poder controlador como aquele. Ainda estava com seus olhos ardendo um pouco quando o viu segurando a espada que matou Antylamon. Depois que viu Witchmon morrer de um jeito frio, concluiu que não poderia fazer nada.

Paulo veio na direção dele e se posicionou perto o suficiente para não errar. Queria abraçá-lo e dizer que eu estava ali para salvá-lo, mas se fizesse isso com certeza seria algo em vão. Resolveu ser o mais sincero possível e falar tudo o que sentia por ele. Mesmo que isso não tenha sido o bastante para trazê-lo de volta. Wesley estava decidido a se entregar se a pessoa que iria lhe punir fosse o seu próprio filho biológico.

Paulo levantou a espada para ficar na altura do peito do parceiro. No mesmo instante que ele ia estocar a espada no outro ele parou quase encostando. Viu algo que o deixou curioso. Era o colar que estava no pescoço do digimon. Ficou olhando para o pingente e percebeu o seu brilho. Arregalou os olhos ao tomar consciência do que estava fazendo era errado. Olhou e se assustou ao ver uma espada na sua mão e o seu amigo pronto para ser sacrificado.

 

2011

— Aonde estou? Que lugar é esse?

O garoto estava andando por uma floresta estranha depois que supostamente fora abduzido quando estava num passeio com seus pais num acampamento. Era quase a hora do almoço quando o rapaz resolveu sair sozinho do chalé e ir para a floresta atrás de animais — hábito desde criança. Foi num instante que ele percebeu que algo de errado acontecia. Uma forte luz invadia todo o lugar e simplesmente um aparelho completamente estranho cai em suas mãos. Daí ele é sugado por um buraco sob o rapaz.

Já no digimundo ele andava sobre um campo aberto com grama muito verde. Era completamente diferente e lindo de se ver. O vento deu uma sensação maravilhosa. Precisava saber onde estava. Foi aí que viu algo assustador. Uma lagarta amarela do tamanho de um cachorro no meio do campo. Ele se aproximou mais e foi atacado pelo bicho arisco.

— Ahhh o que é isso? — o rapaz cai desesperado no chão com muito medo — Esse inseto é enorme demais.

Quando a lagarta amarela ia soltar o seu ataque algo se meteu na frente. Era pequeno como se fosse uma bola roxa, com grandes olhos verdes e boca. Soltou várias bolhas deixando o outro atordoado. O inseto foi embora.

— Q-quem é você? Onde estou? E que bicho estranho era aquele?

— Em vez de ficar perguntando feito uma matraca deveria me agradecer por eu ter salvo a sua vida de um Kunemon.

— Nossa! Você fala. Você é inteligente.

— É claro que sim, eu sou inteligente. Eu me chamo Yaamon e sou um digimon. Estou aqui para ser o seu parceiro, Paulo. Nós somos parceiros.

— Parceiros? O que é digimon?

— Eu vou te explicar tudo sobre nós, digimons.

 

2012

Impmon pegou o travesseiro do quarto de Márcia e começou a fazer guerra de travesseiros com Lúcia. Os dois brincavam quando o tecido do objeto rasga e solta penas sujando todo o quarto. Ao escutar passos os dois saem correndo e se escondem. Paulo entra no quarto e se assusta ao ver a sujeira. O menino pegou o travesseiro vazio e teve uma surpresa ao ver a sua mãe parada na porta e olhando indignada para o filho.

Momentos depois...

— Impmon seu traidor. Por que foi que não contou para a minha mãe que foi você que sujou o quarto dela? Deixou eu levar a culpa! — o menino berrava com o digimon que se encontrava na beliche.

— Não precisa gritar no meu ouvido não. Por acaso você me acha com cara de surdo?

— De surdo não, de idiota!

— O que?! Repita isso na minha cara se você for homem, Paulo! — gritava Impmon quase atacando o parceiro.

— Idiota. Seu retardado.

Os dois se agarraram e começam uma guerrinha amistosa entre os dois. Foi só quando Márcia aparece para dizer que havia preparado um lanche bem caprichado eles param e quase voam para a cozinha ver o que era.

 

Durante a batalha na Ilha Arquivo

Paulo não aguentando ver tudo aquilo tirou Mia da sua frente e ficou mais perto ainda do digimau.

— Eu não aguento mais. Destrua a mim, mas deixe eles em paz — disse o garoto.

— Ora cale-se, idiota! Lança Chamas! — disse SkullMeramon.

O golpe de fogo foi direto para Paulo, mas alguém se jogou na sua frente. Sim, alguém que queria proteger-lhe desde o começo... Um verdadeiro filme se passou na sua cabeça.

— IMPMON! — gritou Paulo enquanto corria para o seu parceiro.

Paulo segurava o parceiro desmaiado nos braços, sentado na areia e já chorando muito. O digimon estava muito ferido e abriu os olhos com muito esforço olhando o rosto do garoto cheio de lágrimas.

— Ah Impmon... por quê? Por que fez isso?

— Era necessário fazer isso... Eu sem-pre q-quis te proteger — respondeu o digimon muito ofegante.

— Não... aguente firme, seja forte amigão. Não me deixe...

— Eu... nunca o abandonarei. Seremos irmãos para sempre... para sempre — Impmon segurou na mão do garoto e depois expirou. O digimon começou a brilhar em seus braços e a desaparecer, até que desapareceu. O brilho subiu. O garoto começou a chorar e a ficar desesperado, sentando-se ao chão.

 

Durante a primeira vez de Beelzebumon.

— Impmon Megadigivolve para... Beelzebumon!

— Caraca velho — o garoto olhava admirado — vo... você megadigivolveu!

— Sim — respondeu ao mesmo tempo que sorria — agora quem é o nanico dos irmãos?

— Eu sem sombra de dúvidas. Você está enorme e maneiro com essa jaqueta preta.

Beelzebumon sorriu novamente, depois olhou para os seus inimigos a sua frente. Cerca de cinquenta Mekanorimons e um Anomalocarimon.

— Quem será o primeiro a me enfrentar? — perguntou o lorde.

— Ora cale-se, só porque evoluiu isso não quer dizer nada. Mekanorimons, ataquem-no — ordenou o escorpião.

— Provem o meu Impacto Duplo bando de vermes insolentes — Beelzebumon sacou uma pistola com cano duplo e começou a atirar numa fileira de máquinas. Um tiro foi suficiente para destruir dez digimons de uma só vez.

— Não é possível que você tenha destruído dez digimons de uma só vez — falou Scorpiomon impressionado.

— Deixa eu explicar uma coisa. Eu estou na minha fase extrema. Isso quer dizer que nenhum de vocês conseguirão me atacar plenamente.

Os digimons atacaram-no, porém ele era mais rápido. Mais veloz do que tudo e todos. Destruiu todos os Mekanorimons e também o Anomalocarimon. Após a luta Beelzebumon olhou para Paulo que ainda se mantinha parado e sem fala. O menino ainda não acreditava no que via. Paulo suava frio, não sabia se sentia alegria ou medo. Beelzebumon se aproximou.

— E aí você está bem? — perguntou enquanto se abaixava e fazia cafuné no garoto.

— Eu... eu to — respondeu.

 

2016

— Vocês são muito apegados. Eu acho muito lindo isso. Portanto para selar esse momento gostoso que estou testemunhando eu vou dar um presente para cada um de vocês.

Linx saiu por um instante. Depois voltou com uma caixinha preta nas mãos. Colocou sobre a mesa e a abriu. Ela pegou uma corrente com um pingente e colocou no pescoço do garoto. O pingente era duas mãos unidas demonstrando a verdadeira amizade de Paulo e seu parceiro.

— Linx eu prefiro colocar isso no pescoço do Beelzebumon. Prefiro que ele ponha isso. Fica melhor em você — o garoto retirou o objeto do seu pescoço e o pôs no pescoço do digimon.

— Obrigado... filho.

— Essa correntinha servirá como lembrete desse dia especial. Ela sempre vai unir nós dois e também vamos sempre nos lembrar de ti Linx. Essa corrente vai ser o objeto mais especial e mesmo que TUDO ESTEJA PERDIDO ELA UM DIA VAI NOS AJUDAR. Só não sei quando — falou Paulo emocionado.

 

Durante o sacrifício de Linx.

— Linx não fica aqui. Isso vai destruir em quarenta segundos. Vem logo — disse Paulo com receio ao vê-la tentar desarmar a bomba.

— Não se preocupe. Estou indo logo atrás de vocês. Paulo eu consigo desarmá-la em pouco tempo. Tudo bem — ela o abraçou e disse ao outro — prometa que nunca vai decepcionar o garoto. Eu tenho certeza que nunca, você é a pessoa que mais ama esse menino. Fico orgulhosa disso. Orgulhosa em ver que Beelzebumon e Paulo nunca irão se separar. Nunca...

 

 

 

Paulo soltou a arma no chão e se ajoelhou ainda fraco. Colocou as mãos no chão e ficou chorando por causa de tanto sofrimento. Prometeu que iria ser o melhor parceiro, entretanto levantou uma espada para matar o seu melhor amigo. Ele olhou para o digimon que ainda estava ajoelhado e com os olhos fechados. Foi até ele e colocou sua mão no ombro dele. O digimon levantou a cabeça e o olhou.

— Eu não entendo. Você iria me matar neste exato momento... Por que parou?

— Porque eu voltei, cara — respondeu — o seu parceiro desde sempre. Desculpa, mas eu não estava me controlando. Perdão, perdão — disse abraçando o outro.

— Ei não precisa pedir perdão, Paulo. Não foi culpa sua. Foi controlado e agia contra a vontade. Calma — ficou abraçando o menino que ainda estava a prantear em seus braços — isso mostra que o amor vence tudo. Até quando tudo parece perdido o amor pode vencer.

— Beelzebumon eu nunca me perdoaria se acontecesse algo contigo. Já bastou ter que te perder uma vez lá na Ilha Arquivo... Linx. Foi ela que nos salvou — uma sombra sai do corpo do rapaz e desaparece — Oh você está ferido e sujo! O que houve?

— Depois eu te explico bobalhão — os dois começaram a rir — o que importa agora é que estamos juntos novamente. Está a salvo. Agora pronto! Eu detesto ficar emocionado na frente dos outros. Eu sou macho, caramba! Não posso ficar chorando por aí.

— Tem razão, parceiro. Você é o mais forte de todos — falou saindo do abraço. Beelzebumon se levantou foi aí que o menino sem perder tempo pega o digivice do bolso. Estava brilhando. Só agora percebeu que o parceiro estava na forma explosiva.

— AAAHHHHH — berrou Rose. Todos levaram um susto — já chega de emoções. Eu sou igual o Beel, detesto chorar. Ui.

— O que foi, Rose?

— Nada, Palmon. Ui gente vamos parar com essas emoções fortes e vamos para o finalmente. Estou louca para tirar isso do meu pescoço.

— Rose tem razão, Paulo. Vocês dois podem acabar com o inimigo e nos libertar — falou Jin.

Astamon não acreditou que o seu plano deu errado. Ele quis provar para todos que o companheirismo entre humanos e digimons era impossível. Que não existiria amor ou parceria nisso. Todavia quebrou a cara, pois ele testemunhou uma das maiores provas de afeto entre humano e digimon.

— Eu não acredito nisso. Isso é impossível! Como o garoto conseguiu escapar do controle mental? Não pode ser. Ah mas isso não vai ficar assim. Eu matarei os seus amigos mesmo assim — ele pegou o detonador e apertou alguns botões.

— Vamos lá, parceiro. Vamos acabar com ele — disse Paulo segurando o digivice e o pondo no pulso. O aparelho brilhou — pronto agora é hora de acabar com isso.

— Astamon a sua hora chegou. Agora que eu reencontrei o meu parceiro posso garantir que não perderei — seu braço direito brilhava até ficar na forma de um canhão de energia — Eu nunca vou perder a esperança, nunca vou desistir. E também não deixarei que faça mal aos meus amigos. Rajada do Caos!

Ele cria um pentagrama e com muito esforço dispara seu maior poder. Os raios entram no pentagrama criando um único poder grandioso e poderoso. Astamon ficou sem reação até ser colhido em cheio pelo poder. Sua Oro Salmón e o detonador foram transformados em dados instantaneamente, mas o vilão se defendeu com os dois braços protegendo o seu peito. Não, ainda não era o suficiente para vencê-lo, por isso Beelzebumon colocou uma força ainda maior, causando uma rajada maior. Finalmente Astamon foi arrastado para vários metros de distância até se chocar contra um rochedo. Ocorreu uma explosão e o digimau foi engolido pelas pedras.

Os digiescolhidos e Gennai comemoraram a vitória. Mais uma vitória no currículo dos jovens escolhidos da paz. Agora era menos uma ameaça.

— Paulo ainda bem que está aqui. Fiquei com saudades — disse Mia abraçando o garoto e dando-lhe um beijo na bochecha. O rapaz e os outros ficaram vermelhos.

— Ahh errr... eu também estou feliz — respondeu envergonhado — valeu pelo beijo amor.

...

SlashAngemon chegou ao lugar e providenciou que os anéis inibidores fossem tirados do pescoço dos adolescentes e de seus parceiros. Gennai se limpou das feridas causadas pela luta que teve e liderou a polícia. O homem olhou no seu relógio de pulso e viu que se passava da meia noite. Era noite de domingo então.

Paulo ficou preocupado com o estado físico do parceiro e prometeu que o levaria ao hospital de Las Merinas para que cuidassem de sua ferida. Mesmo com as preocupações do seu parceiro o teimoso insistiu que estava tudo bem e que não precisava de médico algum. Foi aí que eles discutiram mais uma vez, mas o digimon desistiu e aceitou ir ao hospital.

— Gennai nós encontramos Astamon nos escombros há quinhentos metros de distância — informou SlashAngemon — ele não virou digitama.

— Coloquem o anel inibidor no pescoço dele e traga-o para a jaula. Prepararam a jaula?

— É claro que sim. Alguns Unimons trouxeram. Ali está — o policial apontou para a jaula que era carregada por dois Unimons — Agora só falta trazer-lhe para cá.

— Slash, qual será o destino dele?

— Gennai, ele será preso e condenado pelos crimes que cometeu. Na menor das hipóteses será prisão perpétua ou corre o risco de desmaterialização de dados.

— Muito obrigado, amigo. Avise ao Weiz depois que faremos uma cerimônia para Antylamon. Nessa guerra ele não pôde ver a nossa vitória — o digimon assentiu e saiu para pegar o preso.

Astamon foi escoltado por vários policiais inclusive Gennai e Slash. Colocaram anéis no pescoço, braços e pernas. Estava completamente dominado. O bandido não expressou nenhum sentimento no rosto. Sentou-se no assento e teve os braços e pernas presos em cada lado.

Beelzebumon vendo aquilo decidiu que teria a última conversa com o seu arqui-inimigo. Precisava falar e perguntar algumas coisas. Explicou ao Paulo e pediu para Gennai que ficasse a sós com o vilão. Que ninguém poderia escutar a conversa de ambos. Assim que chegou, viu-o preso. Surpreendeu-se mais ainda com o sorriso esboçado pelo preso.

— Oh, você... Como está se sentindo, hein? Sente-se que está por cima, porque conseguiu me deter? A sensação de saciedade ou mesmo de tesão por ter realizado algo que esperava há muito tempo. Já senti essa sensação várias vezes. Mais um motivo para eu ainda afirmar que nós somos parecidos.

— Não sou parecido contigo. Você é um assassino que curte a vida vendo o sofrimento alheio.

— Beelzinho é incrível como não me matou depois de tudo que fiz. Deixe-me adivinhar: algum senso moralista de que não me matará, pois assim sendo não se comparará comigo. Hehe sabe a cada dia eu gosto mais de você. Que tal se saíssemos um dia desse para colocar o papo em dia? — falou Astamon de maneira irônica.

— Vai passar o resto da sua vida miserável numa cela úmida e suja fazendo companhia aos ratos. Ficará para sempre no lugar onde nunca deveria ter saído — respondeu Beelzebumon ao mesmo tempo que sentia dores.

— Deveria um dia ir me visitar hehehe me entregar uma marmita. Mas por favor traga bolinhos de frango no molho shoyo que eu adoro. Assim eu ficaria satisfeito contigo do meu lado. Ter alguém conhecido por perto faz bem pra saúde heehhe

— Suas ironias não terão mais valor no lugar pra onde vai. Tudo está acabado e você sabe disso. Você perdeu esta guerra. O BEM venceu o MAL mais uma vez.

— Ao que tudo parece sim. Você conseguiu me derrotar e eu parabenizo por isso. Você realmente fez uma grande proeza. Entretanto se olharmos mais ao horizonte veremos que a verdadeira ameaça não sou eu e sim de um senhor barbudo que supostamente morreu. Hehehe que engraçado apesar de eu ter perdido a luta ainda tive a coragem de passar a bola para aquele velho decrépito do Barbamon. Hã? Os holofotes estão todos virados para ele hehehe acha mesmo que eu me arriscaria sem ter um trunfo na manga e perder a oportunidade de prorrogar essa história por mais algum tempo? Não. Eu sempre dou um passo a frente de qualquer um. É só eu querer.

— O que aconteceu? O que você fez? — perguntou o outro sem acreditar.

— Aquela conversa fiada de que para proteger o futuro deste mundo as trevas precisam ser inibidas ou retiradas foi totalmente descartada. Na moral mesmo eu peguei aquele velhote e dei um banho de sal grosso nele para que tenha mais sorte hehe a verdade é que eu o peguei e o encorajei. Dei uma força, ajudei o mais velho. Um idoso safado. Agora quem está por cima agora? Hehe.

— Fez o que fez para nos destruir e usar o meu parceiro. Pensei que poderia ter se arrependido quando não consegui te destruir. É impressionante que você bloqueou o dano que poderia fazê-lo virar dados. Você não presta. Agora sabe que o meu parceiro nunca vai se separar de mim — retrucou o lorde.

— Até no dia que ele souber da grande verdade. Verdade esta que passou o tempo todo escondendo dele quem realmente é você? Ahn. Sabe de uma coisa eu nunca escondo quem eu sou. Sou sádico, sou tudo isso que vocês viram. Mas você é um sonso que se faz de vítima só para ganhar um abraço e palavras carinhosas. Mas um dia essa sua cara de idiota vai se arrepender de tudo.

— Paulo e eu somos os melhores parceiros do mundo. Nunca o traí, só o poupei de falar certas coisas que o magoariam. Existem coisas que é melhor não contar. Não acredito que ele ficará me odiando por isso.

— Veremos. Veremos quando a verdade vir à tona. Aí você vai ser abandonado por todos inclusive o seu Paulinho. Não precisa fazer essa cara de sonso não. Vai se virar quando estiver sozinho e sem ninguém. Minha maldição, a minha maldição. Você ainda não me derrotou. Eu venci esta. Venci.

— Adeus, Astamon.

— Adeus, colega ex-humano. E prepare-se, pois vem tempestade por aí. Sabe eu sempre disse e sempre vou repetir. Sou seu fã número um heheheeheh...

Unimons levou o preso morrendo de rir. Beelzebumon olhou para a jaula indo embora com o bandido dentro. Sentiu um calafrio atravessar o seu corpo, pois por mais que Astamon seja uma pessoa ruim, dessa vez ele estava certo.

— Eu confio no meu parceiro. Sei que fiz a coisa certa em não contar para ele. — disse a si mesmo.

FIM DO ARCO: ASTAMON


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Notas finais do capítulo

Quero agradecer aos meus leitores fiéis que continuam lendo esta fanfic. Acredito que apesar de grande o capítulo não foi cansativo, pois fiz um jogo de cenas para que os dois núcleos (Terra e Digimundo) se encaixasse perfeitamente. Sinceramente foi meu melhor capítulo.
Para quem está se perguntando sobre o Freddy ele vai aparecer na próxima saga.

Gente eu quis fazer algo diferente ao nosso vilão Astamon. Ele será punido, mas Beelzebumon deixou ele viver para que seja condenado. Assim o nosso herói demonstra que tem um senso de moralidade e que gosta mesmo do seu parceiro. Mas ele esconde algo e isso é preocupante. Porque por mais ruim que o inimigo seja ele tá certo. Será que Paulo deixará barato esse segredo que o parceiro esconde? Quem será na realidade Beelzebumon? Apostem suas fichas.

Gente eu quero falar algo, mas sei lá tenho vergonha. Não gosto de falar certas coisas aqui, pois sou meio orgulhoso. Nenhuma fanfic minha é movida a comentários/favoritos ou recomendações. Porém eu passei sete dias (uma semana) me matando pra fazer este capítulo enorme com esse desfecho. Fiquei exausto demais. Por isso será que este capítulo não merece nenhuma recomendação? Seria uma recompensa pelo meu esforço. Ou algum favorita a mais. Por favor gente não me interpretem mal, mas é que tive um grande trabalho de escrever isso aqui. Peço que compreendam.


Eu postei também uma nova fanfic. "Minha Pequena Grande Parceira" está no meu perfil. Se quiserem deem uma passadinha lá para ver do que se trata. Okay.

Bom gente até a próxima saga com mais Digimon DNA. O que será que o doutor Matsunaga planeja com essas experiências?