D.N.A Advance: Nova Ordem do Século escrita por Sensei Oji Mestre Nyah Fanfic


Capítulo 134
O Laboratório - Parte Final


Notas iniciais do capítulo

Fim desse pequeno arco sobre o laboratório. Enquanto Paulo e os outros lutam, os demais digiescolhidos passam por sufocos nas outras ilhas. E Phelesmon finalmente é curado.



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Lady B. resolveu se transformar na sua verdadeira forma desde que foi desafiada por seu inimigo a lutar. Há muito tempo não precisava ficar nessa forma verdadeira, haja vista a parte humana era mais que o suficiente para deter os seus inimigos. Contudo Beelzebumon era muito forte e também fora o causador da morte de seu irmão, Nabucodonomon. Ainda não havia esquecido daquele fatídico dia no Japão em que invadiram a sede da Genetech. Agora os tempos são outros e com novas circunstâncias.

A transformação terminou depois de tanto esforço. A mulher soltou uma onda de choque assim que ficou pronta. Beelzebumon, porém, não conseguiu conter a alegria ao vê-la na verdadeira forma.

— Então, o que acha?

— Essa sua transformação é tão... é tão...

— É tão o quê?

— É tão... MASSA, DOIDOOO!!!

Lady. caiu no chão ao ouvir a resposta.

— Você é demente?!

— Puta merda. A transformação mais bonita que eu já vi. Virei teu fã, moça.

— Vou calar essa tua boquinha. Vai ver o meu imenso poder agora que sou Lady Bellestarmon.

Bellestarmon é a forma verdadeira de Lady B. Matsunaga coletara o DNA de Beelzebumon na batalha contra Daemon e trabalhou nele até formar os dois irmãos, Nabucodonomon e Lady B.

Ela largou a espada, sacou as suas pistolas e deu vários tiros. O herói teve que desviar de todas as balas, mas foi agarrado pela mulher que tentava arranhá-lo com as suas garras. Os dois caíram do andar do laboratório até o um quarto. Uma porta voou longe e ambos quebraram paredes enquanto corriam lado a lado.

— Você é muito forte. Por que não deixa aquele velho de lado e se junta a nós.

— Hahahahaha Como se eu fosse louca a ponto de fazer isso. Sirvo ao senhor Matsunaga desde muito tempo.

Beelzebumon deu um pulo para fora da montanha e fez surgir as asas negras. Bellestarmon sorriu e também fez surgir as suas.

— Que droga.

Ela foi tão rápida que deu um soco no estômago dele sem perceber. Segurou-o pelo rabo, girou e o soltou. O homem entrou na montanha com tudo.

Bancholeomon correu com tudo pelas escadas até ser barrado pelo impacto da luta do homem e da mulher. Viu o pai de Paulo se levantar ainda nos degraus.

— Precisa de ajuda?

— Claro que não. Suba. Diana não tem tempo de esperar.

Gaia fez o que o cunhado disse. Continuou a subir. Wesley lambeu o lábio ao perceber um pouco de sangue. Bellestarmon era muito forte; talvez a mais forte oponente que já havia enfrentado. Precisava ficar na forma turbo mais outra vez.

Gaia conseguiu entrar no laboratório. O local estava ardendo em chamas por causa do incêndio que Darc'mon provocara para acabar com provas e pesquisas que, porventura, Gennai poderia obter. O leão humano foi até a varanda e subiu a parede da montanha com as suas garras aumentadas.

No cume da montanha Tucson, havia um hangar com helicópteros que serviam de transporte para o cientista louco. Weiz mandou Darc'mon segurar Diana e colocá-la dentro de uma aeronave. O piloto estava subindo e quase pegando altura para ir embora quando um golpe o feriu e o fez desmaiar. O helicóptero caiu, surpreendendo o vilão a bordo.

— Maldição. Fiquem aqui, verei o que aconteceu com aquele imbecil.

Diana permaneceu com as mãos algemadas para trás enquanto era observada pela digimon.

— Hei, piloto. Que aconteceu... — ele percebeu que o homem estava desmaiado e que Bancholeomon estava bem na sua frente.

— Chefe, o que foi?

— Fique aqui e não deixe de vigiá-la.

Weiz saiu do helicóptero para enfrentar Gaia. O cientista cruzou os braços, sorriu e manteve-se sereno.

— Pelo visto conseguiu passar por todas as etapas até chegar aqui. O que o faz pensar que já venceu?

— Maldito. Entregue Diana agora.

Diana viu a aparência de Gaia. Reconheceu aquela forma depois de muitos anos.

— Meu cunhado querido, precisa passar por uma última etapa. Veremos se você é mesmo forte.

Weiz reuniu seus poderes das trevas e fez surgir três sombras chamadas Shadows. As mesmas sombras que havia usado contra os digiescolhidos e contra Gaia na invasão da casa. As três se uniram numa maior. Do chão surgiu uma criatura parecida com uma pantera negra em forma humanóide. Seus olhos vermelhos, dentres afiados lembravam o Venom do Spider Man. Era um pouco maior que o Gaia.

— Chamo-o de Crunch. Ele tem pelo menos 3,5 milhões de NPD e é a minha melhor criação até aqui. Será que vai dar conta dele?

Gaia se preparou para lutar. Correu até o espectro e deu um soco. O corpo do inimigo parecia massa de modelar. Gaia foi pego por um chute surpresa.

— Ops. Esqueci de avisar que o corpo dele pode se tornar sólido ou ficar mais mole a ponto dele se tornar um líquido preto. Quero ver o que vai fazer para detê-lo.

— Droga. Esse chute doeu muito.

O monstro não esperou muito tempo e foi na direção dele com golpes mortais. Gaia tentava se esquivar defender, mas, antes que pudesse atacar, levou um soco no rosto, fazendo o homem cair no chão. O Crunch não sentia cansaço pois logo ficou por cima do herói pronto para rasgar com suas unhas afiadas. Gaia conseguiu puxar a espada e se defender a tempo.

Enquanto isso na luta de baixo, Bellestarmon caiu no chão causando uma cratera por conta do impacto. Levantou-se, limpando a poeira por todo o seu corpo. Enfrentar Beelzebumon naquela forma dele era desvantajoso para si, sobretudo quando Weiz precisa da sua ajuda.

— Vamos — ela transformou a sua pistola em uma bazuca. Soltou um foguete que foi na direção da montanha.

— O quê? — Beelzebumon olhou para a montanha. Uma poderosa explosão fez com que a metade dela, que já havia sido cortada, desmoronasse. Foi realmente um poder avassalador.

— Só espero que o idiota do Weiz esteja preparado para sair ou poderá morrer na destruição — disse ela correndo das vistas do seu oponente e subindo Tucson voando.

Paulo ajudou Gary a fugir, junto com alguna soldados que sobraram, do desmoronamento da montanha. O líder dos digiescolhidos conseguiu a ajuda do amiguinho para intimidar os soldados. Eles se esconderam em ravinas, dentro do rio e numas cavernas perto.

— Minha mãe...

— Não fique assim. O seu pai está aqui para salvá-la.

— Meu pai?

A montanha ficou num ângulo quase que em 45°. No cume, Weiz estava para entrar no helicóptero pois Darc'mon praticamente o puxava.

Gaia ainda mantinha o foco na luta mortal contra o impiedoso Crunch. Recebeu vários golpes e até teve a sua capa parcialmente rasgada. Não conseguia, de fato, acertar um soco nele.

— Maldito. Desgraçado!!! — gritou, liberando o seu poder.

Bancholeomon brilhou bastante. A sua aura dourada podia ser vista de onde Paulo estava. Liberou muito energia. Foi aí que ele conseguiu finalmente ter de volta a sua antiga força antes de virar humano. Seu rosto suava bastante e seus pelos amarelos eriçavam com a onda de choque.

Weiz sentiu uma forte vibração dele. Entrou imediatamente na aeronave e mandou a sua assistente pilotar.

Crunch, de 3,5 milhões, não conseguiu suportar tanto poder. Levou um soco na barriga, queimando por dentro. Gaia acertava mais e mais socos carregados de fogo e fúria. O monstro feito a partir das sombras não conseguiu aguentar e explodiu em dados, causando um susto em Weiz que nunca pensou que o cunhado pudesse ser tão forte.

— Agora é a sua vez, maldito!

— Fica calmo, boy — disse Bellestarmon dando um chute nele que caiu longe. — Vamos embora, Weiz. Largue a vadia e vamos embora.

— Ela é importante. Se eu largá-la, vou ser derrotado por esses inúteis. Eles destruíram o meu laboratório.

— Não há tempo para isso. Quando o senhor Matsunaga conquistar a Terra, ele vai te dar muito poder e poderá vingar deles.

Weiz relutou um pouco, mas decidiu soltar Diana imediatamente. Segurou-a pelo braço.

— Não pense que terminou. Caso sobreviva a queda, avise aos seus amiguinhos que não acabou. Eu tenho um outro laboratório, mas dessa vez será impossível me deter. Isso porque fica perto do castelo do imperador.

Weiz soltou Diana já longe o suficiente para a moça cair da montanha. Eles foram embora sem serem perturbados pelos inimigos. Gaia, por sua vez, viu a esposa cair, saltou e a abraçou.

— Deixa comigo, querida. Eu vou suportar a queda.

— Fazia tempo que eu não te via assim tão determinado. Ahhh! Amor, eu tava com medo! 

— Espera. Não abrace tão forte!

Os dois caíram no chão, mas Gaia amorteceu a queda.

 

Darc'mon conseguiu estabilizar o helicóptero e sair da região florestal. Passaram pela cadeia de montanhas. Blizzard estava visivelmente constrangido por ter sido parcialmente derrotado pelos humanos com a ajuda de Gaia. Todos esses anos, desde que chegou no Digimundo pela primeira vez, sempre teve a montanha Tucson como casa. Agora era um reles monte de escombros.

— Vamos aonde? Para a Lua?

— Não. O imperador Matsunaga pediu que aguardássemos o aviso dele. Ficaremos numa cidade controlada pelo governo do Chanceler, encontraremos um acampamento militar. Não será difícil.

— Ainda acho que o velh... o imperador Matsunaga está planejando algo além de apenas voltar para a Terra. Algo me diz que é uma motivação maior ainda.

— Não sei te dizer. Só sei que o príncipe Cranos visitou uma terra distante e agora decidiu ir conosco.

— Como assim?!!! Aquele cara é poderoso demais. Parece até uma piada que o filho mais velho do Matsunaga vai pessoalmente.

— Eles querem evitar qualquer tipo de resistência. Os digiescolhidos e Gennai são astutos e estão sempre evoluindo. Um exemplo disso é que eles venceram Djinn, Locky, Queenye e Leviatã, além do Crunch. Eu mesma teria sido derrotada se eu lutasse mais a sério com aquele cara. A opinião pública é diferente, eles agora odeiam os governadores e o Chanceler. A retórica de "Digiescolhidos terroristas" não funciona mais. Precisamos nos unir antes que sejamos os próximos a cair.

— Tem razão. Se esse for mesmo o plano do Matsunaga, vai dar certo. Acredito que os digiescolhidos estão a cada dia mais perigosos e que um dia consigam a proeza de derrotar mais governadores.

 

Castelo do Imperador Lucemon

Lucemon balançava uma taça de vinho tinto enquanto apreciava a vista do Digimundo da janela do castelo.

— Mestre, o senhor vai ordenar para que o senhor Cranos retorne do Digimundo? — perguntou um sujeito escondido numa capa e com um cajado na mão.

— Dokuro, venha cá. Observe o planeta. Acha que quanto tempo um foguete levaria para chegar aqui?

— Senhor, talvez menos de um dia.

— Temos menos de um dia para iniciarmos as preparações para abrirmos o portal para a Terra. Cranos está se encarregando disso e ele vai conseguir.

O servo não sabia o que se passava na cabeça de Lucemon.

O Castelo Lunar. Escolhido como uma fortaleza impenetrável numa localização quase impossível de ir: a Lua.

Numa cidadezinha a 35km da montanha Tucson, um acampamento do governo mundial foi montada. A população de digimons foi toda dizimada naquela parte. As casas de madeira estavam vazias, ruas desertas, cidade sem vida. Os cruéis soldados do Chanceler não pouparam ninguém.

— Uma mensagem de Lady Bellestarmon. Ela está chegando para nos ajudar.

— Perfeito. É a primeira vez que eu tenho que agir por conta própria e não depender daquele Merukimon.

O ruivo estava sentado num sofá de uma casa sem dono, com os pés sobre um soldado — este ficava de quatro para servir de encosto para os pés do príncipe.

— Só não entendo o porquê do meu pai manter aquele fracassado do doutor Weiz.

— Parece que ele foi atacado por digiescolhidos. Por isso teve que fugir com a senhorita Bellestarmon.

— Tá vendo. Mete os pés pelas mãos e é isso o que acontece — levantou-se, para o alívio do soldado.

Cranos foi até um espelho na sala, viu o seu reflexo, sorriu. Sempre se gabava por causa da sua aparência bonita. Era o homem perfeito.

— Alteza! Alteza! Um grupo de digimons se uniu para lutar conosco.

O ruivo caminhou para fora da casa. Uns quatro digimons apareceram. Entre eles havia um Shakkoumon. Normalmente digimons celestiais são mais poderosos do que o normal, principalmente contra vírus.

— Eles são uns pobres coitados. Serão destruídos sem se darem conta.

Cranos viu o Shakkoumon, um Garurumon, um Togemon e um Warumonzaemon.

Os soldados riram dos quatro. Atacaram assim que o ruivo deu a ordem. No entanto, o quarteto era bem mais forte que o imaginado e logo venceram os soldados, um por um.

— Ainda querem mais? Saiam desta cidade agora — disse Shakkoumon.

— Preciso me exercitar um pouco. Há tempos que eu não luto — disse o príncipe ficando na frente dos soldados. Mostrou toda a sua imponência com a capa da armadura.

— Perdão pelo comportamento agressivo na cidade. Acontece que os moradores daqui negaram cooperar com o governo mundial. Preferiram agir como bárbaros a serem civilizados. Pedimos apenas apoio contra os digiescolhidos. Mas isso não importa mais, não é? Soldado?

— Sim, alteza?

— Mostre-me o nível de poder desses quatro.

O soldado pegou o aparelho do bolso parecido com um celular. Informou os poderes. Garurumon tinha 50 mil; Warumonzaemon, 230 mil; Togemon, 23 mil; e o mais forte, Shakkoumon com 1,2 milhões.

— Uau. O último é forte mesmo. Gostei. Os quatro são obstinados, verdadeiros cavaleiros. Mas, infelizmente, toparam com um cara como eu. Huhuhu.

— Não nos provoque — disse o Shakkoumon.

— Vamos lá, galerinha. Podem me atacar de uma vez só. Mas usem a força máxima logo no primeiro golpe.

— Convencido! — gritou Garurumon.

Os quatro atacaram com os seus poderes especiais ao mesmo tempo. Cranos colocou a capa na frente para se proteger dos golpes. O mais incríve é que a capa ficou intacta.

— Que lástima pra vocês, não? Com um golpe medíocre desse, vocês levarão uns oitocentos anos para me arranhar.

O quarteto resolveu usar golpes físicos, mas o ruivo desviava numa facilidade absurda. Eles tentaram mais outra vez para cima do príncipe, mas foram cobertos pela capa. Cranos sumiu de suas vistas.

— Cadê ele? Será que tem habilidade de sumir ou entrou no chão? — indagou Togemon.

— Errou. Estou aqui — disse, falando com metade do corpo pra fora de um portal logo acima de Togermon.

O digimon boxeador foi tentar dar um soco nele, mas a capa atrapalhou outra vez. Togemon deu um urro depois de socar a capa que ficou sólida como aço.

— Bom, gostei do treino. Agora é pra valer. Não vou desviar. Podem me atacar à vontade.

Shakkoumon lançou o seu raio destruidor, mas Cranos não sentiu uma dorzinha sequer. Togemon soltou os seus espinhos,que quebravam em contato com a pele a armadura do homem. Garurumon e Warumonzaemon também fizeram o mesmo, mas Cranos se mantinha calmo. Levou rajadas de energia que mataria milhares de humanos, mas não levou uma cócega.

— Agora é a minha vez. — Lambeu os lábios.

Com apenas um movimento com a mão, Cranos fez surgir uma onda de choque que matou todos os quatro oponentes na mesma hora. E não só isso. O vento transformou em pó as casas que estavam no caminho, o chão, as árvores da floresta e atingiu uma montanha. Um buraco bem no meio da montanha surgiu.

— Quê!!!! — disseram os soldados ao ver aquilo.

— Oh, lá vem eles.

Cranos viu helicóptero chegar. Lady B, Weiz e Darc'mon quase infartaram ao ver o imenso poder do príncipe. Ele estava num nível acima do limite.

— Esperava por vocês. Venham, vamos entrar. E não reparem na bagunça que a cidade ficou pois uma gentalha tentou lutar contra mim e se deram mal. Então quer dizer que o sabichão do Weiz perdeu tudo? Papai deve estar louco por aceitá-lo no laboratório do Castelo da Lua.

— Sua Alteza, o doutor Weiz precisa nos ajudar. Ele conhece as artimanhas do Gennai melhor do que ninguém.

— Se você diz, Lady. Já é noite e é melhor nos apressarmos no plano.

 

Beelzebumon voltou o normal e foi ajudar Paulo e Gary a retirarem os escombros de cima do casal que havia caído da montanha. Gaia saiu com apenas uns arranhões pois havia ficado por cima da esposa. Todos ficaram aliviados por tudo acabar bem. Paulo ajudou Diana a sair das pedras. Gaia viu Gary e lembrou da promessa.

— Ah droga. Agora me lembrei que prometi salvar a mãe do garoto.

— Mãe!

— Filho!

Ambos se abraçaram.

Gaia ficou com pontos de interrogação na cabeça. Caiu a ficha quando viu Diana segurá-lo no braço.

— É o quê?! Ele é o meu filho?!

— Pai?!

Diana riu quando finalmente esclareceu o mal entendido. Gary ficou um tanto assustado com a aparência do seu pai, mas logo o reconheceu. Gaia abraçou o jovem depois de tanto tempo longe um do outro.

— Ah... O meu bebê?

— Calma, querido — Diana segurou a mão dele e pôs na barriga. — Eu não sofri nada de ruim.

Todos riram da cara de preocupado que Gaia fez. Paulo ainda pensava em Phelesmon e sobre o último incidente em Vênus.

— Obrigado por tudo, gente. Eu sabia que contaria com vocês. Por um momento, pensei que nunca mais fosse ver a minha família.

— É, mas achei que Daregon entregou derrota cedo demais. Parece até que está elaborando algum outro plano — disse Paulo.

— Agora me lembrei. Irmão, Paulo, ouvi algo da boca do próprio Blizzard. Ele contou pra mim que tem outro laboratório, mas que dessa vez é num lugar impossível de ir. Não entendi o que quis falar.

— Ainda não tenho certeza, mas acho que deve ser perto de onde aquele cientista idoso que virou digimon. Eles podem ter algum tipo de acordo. — falou Beelzebumon.

— Precisamos entrar em contato com os outros. Mia e Nashi sairão pela manhã para procurar Lúcia e os outros... Já sei! Lembra quando Phelesmon nos separou, papai?

— Sim.

— Os únicos que não encontramos até agora foram Jin e Mushroomon. Preciso entrar emcontato com o Jin o quanto antes.

— Desculpe me intrometer, mas dizem que nas ilhas o acesso é muito difícil. 

— Sim, tia. Fazer uma comunicação via mensagem no legacy é quase impossível. Quando nos comunicamos em La Plata foi porque Linux era a ilha mais perto. Mas se eles estiverem na última ilha, por exemplo? E pode ser nessa última ilha que esteja o outro laboratório do Blizzard e a moradia de Lucemon.

Gaia apenas ouvia as ideias de Paulo. Num certo ponto teve que discordar da linha de raciocínio do humano.

— Não acho que seja lá. Escutem. Weiz disse que o laboratório era impossível de se chegar. A última ilha deve ser a moradia do Chanceler, mas duvido que o imperador esteja lá.

— E onde poderia estar? — questionou Paulo.

— Olhem para esse céu estrelado. Observem a Lua cheia.

— Não pode ser! Quer dizer que... a lua? 

Impressionante. Paulo ficou boquiaberto com o que Gaia dissera. Mas será mesmo que é verdade?

Enquanto isso, o jovem misterioso os observava de longe. Não se atreveu a se revelar para eles.

"Impressionante. São pessoas muito fortes. Mas, felizmente, não passam de uns ignorantes, não sabem nada acerca dos code crows. Hehehehe".

...

Bastante distante dali, Mia e os outros se preparavam para entrar no território do inimigo. No meio do caminho, pegaram emprestado um avião bimotor na cidade perto de Vênus. O transporte não era rápido, mas quebrava um galho. Um homem idoso pilotava o teco-teco.

— Nada ainda? — perguntou Nashi.

— Nem sinal da Rose e os outros. Parece que as outras ilhas funcionam que as anteriores. Felizmente recebemos a mensagem do Gennai, avisando que uma das ilhas caiu no Digimundo. Pode ser que eles estejam lá — deduziu Mia.

O avião saiu da região florestal e estava no oceano. Passaram por onde ficava Atlântida, porém a ilha afundou na água.

— Olhem lá. Terra firme — disse o piloto.

Essa região não tinha floresta, nem pântanos. Era mais um cerrado, campos e planícies. Aos poucos a paisagem foi mudando para o semi-árido. Conseguiram entrar na região desértica com vários rochedos.

— Olha lá — disse Betamon.

Os cinco viram a gigantesca ilha desabada por cima dos rochedos. Era grandiosa.

— Se ela caiu, talvez o sistema de segurança tenha sido desligado. Vamos entrar normalmente — falou a garota.

Enquanto isso, os digiescolhidos foram capturados pelas tropas dos Skulls até a prisão subterrânea perto do quartel general do governador.

— Não sei por que a LadyMumnymon perdeu para uns derrotados como vocês. Aguardem aqui até conhecerem o meu chefe.

Todos os digiescolhidos foram levados para uma gaiola sobre um símbolo de egípcio de Osíris. Ao redor da câmara havia fogo que vinha do chão.

— Precisamos sair daqui. A qualquer momento esse governador virá e será o nosso fim — disse Lucas.

Rose estava preocupada apenas com Palmon.

Na conversa entre Astamon e Akenathon, ambos entraram em comum acordo para desafiar o Shadowking Aranha. Nitemare chegou quase no impulso, afirmando o ocorrido para o digimau. Akenathon dispensou a presença de Astamon e foi ao encontro dos digiescolhidos.

Os Skulls pegaram o grupo dos piratas Splash de surpresa. Depois de travarem uma intensa batalha, apenas três sobraram: Galdino, Splashmon e o cara de polvo. Os capangas de Pharaohmon todos foram derrotados.

— Astamon nos enganou. Vai ver só quando eu encontrá-lo — falou Splashmon.

— Ei, parece que o jacaré não está nem aí. Melhor a gente pegar o nosso rumo e deixá-lo só, capitão.

— Tem razão.

— O quê? O Supremo Mestre está vindo pessoalmente? E tudo por causa de uma intuição que ele teve com o safado do Astamon. Obrigado, senhor Sacerdote.

— Quando o jovem mestre chegar, recepcione-o. É preocupante o nosso rei agir de maneira deliberada.

Galdino encerrou a comunicação com AncientWisetmon e percebeu que estava sozinho ali.

...

Paulo olhou para a Lua cheia. A hipótese de Gaia até que era plausível. Mia já há um bom tempo desconfiava da constante fase cheia do satélite.

Os cinco fizeram uma fogueira dentro da montanha — ainda dava para entrar na base por uma fenda. Ali puderam se aquecer e descansar depois de um dia longo e cansativo. Paulo dormiu escorado numa parede perto da sua tia e do seu primo, Beelzebumon descansava no teto e Gaia perto da saída.

Passaram-se algumas horas desde que destruíram o laboratório. Paulo e Beelzebumon ficaram prontos para partir ainda na madrugada. Diana agradeceu por tê-la salvo. Gary se despediu deles, Gaia os acompanhou pela estrada.

— Como vai ser? Vai continuar Bancholeomon pra sempre?

— Não sei, Paulo. É estranho, mas sinto que preciso ficar assim até essa crise passar. Preciso protegê-los. Agora o Digimundo está mais perigoso e extremista. Precisamos tomar cuidado.

— Aí, cunhado, toma conta dela. 

— Deixa comigo, parceiro.

Wesley e Gaia apertaram as mãos. Separaram-se, finalmente. Paulo e o seu pai partem para a missão de se juntarem aos demais digiescolhidos.

Torres negras surgiram do nada naquela floresta. E todas feitas pelo rapaz misterioso.

...

Base Secreta de Gennai

Slash descansava um pouco na enfermaria quando Monodramon o acordou repentinamente. O digimon o levou sem falar uma palavra até a sala onde Phelesmon se curava das feridas. Ao entrarem lá viram algo maravilhoso: Phelesmon acordado.

— Eu estou vendo o meu reflexo...

— Não. Eu sou um Monodramon também. Está tudo bem?

— Tsc! Onde estou? Vou acabar com este lugar se for no laboratório do Weiz.

— Espere. Aqui não é o laboratório do Weiz. Eu o vi caído na floresta,quase morto. Gennai tratou de suas feridas e retirou boa parte dos dados malignos em seu corpo. Digamos que foi uma obrigação minha.

— Por que isso?

Gennai e Linx chegaram ao quarto. Slash abriu o jogo ao contar que Phelesmon era igual ao seu parceiro pois a verdade era que ele era o Paulo do futuro. Monodramon sorriu, foi o primeiro a descobrir a real identidade do digimon enfermo; Gennai e Linx foram informados pouco antes. O único surpreso foi mesmo o Phelesmon.

Slash, ou melhor, Paulo contou uma parte da sua vida no futuro. Ainda que visto por desconfiança, conseguiu convencer um pouco o seu parceiro a acreditar nas suas palavras.

— Muito bem. Extraímos 80% de um vírus em forma de dados que recebeu diretamente de Weiz. Isso fez com que os seus dados fossem alterados. Mesmo com tanta força, você não poderia ter recebido dados de digimons do tipo vírus. Sua composição é do tipo vacina, e mesmo se fosse vírus ou data poderia ser prejudicial. 20% ainda está alojado em seu corpo, por isso ainda pode ficar na forma Phelesmon. Essa parcela de vírus, porém, está controlada. Mas eis a questão: temos um Monodramon do tipo vírus aqui. Esse caso é único na história deste planeta porque não há registro de que haja ou houve algum digimon vacina que virou vírus na sua fase primária. Agora, Phelesmon, poderia involuir para Monodramon? — explicou Gennai.

— Posso.

Phelesmon fez força até voltar a ser Monodramon. A sua cara de alegria era tanta que não conteve as lágrimas.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Nos próximos capítulos os protagonistas vão se ausentar um pouco e vamos nos concentrar nas cenas da ilha Sand e na base de Gennai.



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