O Pesadelo Ruivo escrita por bubblegumbitch, Jigglepuff, Jigglepuff


Capítulo 1
A primeira desventura


Notas iniciais do capítulo

Hellooooooo Cupcakes, aqui estamos nós, postando nossa primeira fic no Nyah. Sinceramente, não espero que a adorem, mas até que dá pro gasto. Enfim... Aqui vai um capítulo quentinho, que acabou de sair do forno.



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Rachel se encontrava em uma das várias macas de alguma enfermaria, ou pelo menos era isso que o lugar parecia. Sua cabeça latejava fortemente, e as camas de lá também não eram muito confortáveis, ela estava acabada. Levantou-se relutante e remexeu nos longos cabelos, eram um grande emaranhado de fios ruivos e sabe se lá mais o que. Realmente, a garota estava péssima. Tudo começara quando descobrira que era uma meio-sangue. O dia em que tudo virou de cabeça para baixo.

Rachel acordara com um sobressalto. Por sorte ainda estava em seu quarto. Foi apenas um sonho, tentava convencer a si mesma, nada daquilo é real. Já estava acostumada com sonhos do tipo, mas aquele fora de longe o mais intrigante. Algo a atormentava há dias, não sabia ao certo o que, contudo sabia que estava acontecendo algo. No auge de seus 15 anos, poderia ser comum que algo assim a incomodasse, sabe, coisa de adolescente, porém era uma sensação diferente, que a atingia de tal modo que a deixava realmente abalada. 

Sem saber o que tais visões significavam, a garota levantou-se lentamente da cama. Ela estaria ficando louca? Talvez seus pais achassem que sim, mas aquilo tudo não parecia ser fruto de sua imaginação. Depois de alguns minutos conseguiu, com dificuldade tirar aquilo da cabeça e fora, relutantemente à escola.

Sua manhã passara tão lenta e gradativamente quanto era de se esperar uma na Goode High School. Importunada de aulas chatas e, na opinião da garota, inúteis. Afinal, para  que se usaria o conhecimento de todas essas coisas greco-romanas, em sua vida, se perguntava a ruiva.

Depois de uma longa e massante manhã em seu colégio, Rachel se encaminhava novamente em direção à sua casa. Não gostava daquela escola, com aqueles "playboys" e "barbies". Não se encaixava em nenhum "grupinho", e por essa razão era tachada de maluca e anti-social. Seu único amigo, Percy Jackson, sumira sem ao menos dar explicações. Há dias não se falavam, a garota tentara ligar incessantemente à sua casa, mas era sempre a mesma coisa, sempre decepção, e o barulhinho da ligação caindo na caixa-postal. Por vezes, Rachel se perguntava se ele a estaria evitando, mas logo se obrigava a deixar tais pensamentos de lado, sentindo um enorme vazio em si mesma.

Ao andar o caminho de volta pra casa, a garota sentira um leve desconforto, como se algo inesperado estivesse à acontecer. Deu de ombros e seguiu seu rumo. Porém, fora impedida pela leve sensação de estar sendo seguida, olhara por cima dos ombros e nada, ela estaria realmente ficando maluca? Andou mais um quarteirão e quando não aguentou mais, virou-se e falou, talvez alto demais:

- Quem está aí? - Sem ouvir qualquer sinal de resposta, deu meia-volta, agora convencida de que estaria ficando louca. Péssima ideia.

Uma menina alta e esguia, vestindo um uniforme de líder de torcida, estava a sua frente. Seus cabelos negros longos e sedosos esvoaçavam-se ao vento. O incrível tom alaranjado daquele céu de fim de tarde contrastava com sua pele morena. Tão bonita quanto uma atriz de novela. Talvez fosse uma. Rachel à conhecia, não falava com a garota, mas já a vira inúmeras vezes nos grandes pátios do colégio. Nunca estendera como essa garota havia aparecido do nada, e já era amiga de todos os populares.

Santana, era esse o nome da garota tão popular que estava a sua frente. A morena fixava seus olhos esverdeados na ruiva e esboçava seu melhor sorriso travesso. Como se estivesse prestes a cometer um assassinado. E de fato estava.

Ficaram assim, cara a cara, por longos e incontáveis segundos, até uma delas quebrar o silêncio:

- Sabe, querida Rachel - Falou Santana, sem ainda tirar o sorriso do rosto - Espero por isso a meses... Prometo-lhe que terá uma morte lenta e dolorosa.

Foi quando a garota viu como a líder de torcida realmente era. Suas longas pernas ganharam escamas, como uma cobra. Seu rosto ficara desfigurado com grandes presas onde deveriam estar os dentes. E os olhos, talvez a parte mais assustadora. Vermelhos como sangue. Uma dracaenae. Rachel não se assustaria se ela pudesse matá-la apenas com o olhar.

A criatura escamosa e de longos dentes afiados grunhia a sua frente. Ela estaria vendo coisas? Não, a garota não seria capas de imaginar aquilo, seria? Era tão real. Em um segundo estavam se encarando mortalmente e em outro BUM! A garota virara uma grande vampira de pernas de cobra, sedenta por sangue.

Santana avançou lentamente em direção a Rachel, que estava apavorada, e suando frio. Em um pulo a dracaenae foi para cima da ruiva, que se esquivou rapidamente, Santana disse: 

- Você só está adiando sua morte, querida Rachel. Sabe, não é nada pessoal, mas faz muito tempo que não vejo uma meio-sangue, e não posso desperdiçar essa chance. - A dracaenae sorriu sinistramente e mais uma vez, atacou.

Com um pensamento rápido, Rachel abriu sua mochila, que até o momento estava esquecida, e agarrou com as mãos tremulas, seus pequenos potes de tinta, por sorte estavam ali. Sempre estavam. Arremessou-os em direção ao monstro. A dracaenae que estava aborta em pensamentos sobre como matar a garota da maneira mais dolorosa possível, foi pega de surpresa. O ato da ruiva não fora muito estratégico de forma que a dracaenae esquivou-se facilmente de um jato de tinta. Se sobrevivesse, compraria um estojo de pintura novinho em folha.

Apesar do fracasso, a garota conseguiu alguns mínimos segundos de distração, e a única coisa que pensou foi correr. Correr como se sua vida dependesse disso. E de fato dependia.

Imaginando como poderia matar alguém com uma calda reptiliana, dentes afiadícimos e capaz de dar uma rasteira em dez soldados armados do exército, virou a esquina.

Duas ruas. Era isso que faltava. Ela conseguiria percorrer duas ruas sem ser morta, certo? Ela esperava que sim. Com um movimento rápido, sabendo que poderia colocar tudo a perder, a garota virou levemente a cabeça. Ok, ela não deveria tê-lo feito. Os cabelos em sua nuca eriçaram-se e ela reprimiu um grito. A monstra estava mais perto do que ela esperava. A dracaenae deu-lhe seu melhor sorriso de escárnio e, pegando-a de surpresa, avançou contra a mesma com suas estranhas garras. Rachel correu ainda mais depressa, se é que isso era possível. Infelizmente, correr mais rápido, não deu muito certo, porque a ruiva se desequilibrou e foi ao chão. Esse é meu fim, pensou com aflição. Mas algo pegou-as de surpresa, que sem dúvida, era o culpado de a garota ainda estar viva.

Não longe do lugar onde se encontravam, talvez à uma casa de distância, ocorreu de súbito um estrondo, alertando ambas que ali estavam. Fortes jatos d'água dirigiam-se sem rumo pela rua. Um deles, acertou a dracaenae, que com espanto, caíra longe. Depois de recuperar-se do choque com a água, a garota pode ver o que realmente aconteceu.

Diferentemente do que a garota pensava, alguém estourara um hidrante muito próximo dali. Era o que ela pensava, e como estava errada.

Reunindo o restante de energia que possuia, a jovem levantou-se e correu em disparada pela larga rua. Depois de poucos minutos correndo, a garota entrou em uma viela com o coração prestes a pular do peito. Após atravessá-la a ruiva se deparou a um enorme condominio, que sem dúvida não era nem um pouco humilde. Ultrapassou os grandes portões de ferro sem dificuldade, afinal, todos ali a conheciam.

Ah, a mansão dos Dare. Um ótimo lugar para se morar. Com suas longas portas de vidro e pintura explêndida que deixa a todos maravilhados. Uma casa grande e moderna, qualquer criança a adoraria. Mas não Rachel. Já passara a tempo da fase de impressionar-se com os bens da família. Na opinião na garota, pouco importava se habitava aquela incrível mansão ou um barraco qualquer na periferia da cidade. O que realmente importava era que sua convivência com a família ia de mal à pior. Sua mãe...Na verdade pouco falava com ela. Com o pai já era mais complicado.

Senhor Dare era um homem de grandes negócios, dificilmente parava em casa, e quando parava, também era difícil passar algum tempo com a filha. Esses poucos momentos que passavam juntos eram sempre ótimos, mas nunca duravam muito tempo. E só para piorar, de uns tempos pra cá, o pai de Rachel, se tornara mais autoritário e rigoroso. Talvez fosse a velhice chegando ou então o estresse acumulado ao longo dos anos, mas quaisquer que fossem os motivos a jovem não aguentava mais. Com 13 anos começou a embreiar-se para fora de casa, e agora com 15, quase não parava na mesma. Oscilou um pouco a cabeça para o lado com a intenção de tirar esses pensamentos da cabeça. Com esperança de ter despistado de vez a dracaenae, seguiu em frente.

Da janela do 2º andar da casa via-se sombras andando constantemente de um lado para o outro e ouvia-se murmúrios espalhafatosos, quase que temerosos. Rachel até pensou ter ouvido a voz chorosa do pai.

Um pouco relutante adentrou a casa aborta em desvaneios. Subiu os degraus da longa escada da sala de estar lentamente, deixando a luz natural do dia para tráz. Ao topo da escada pode distinguir a figura alta e esguia de sua mãe e os quase berros de seu pai, mas não estavam a sós. Um menino alto e de pele morena também se encontrava no cômodo. Contudo, havia algo estranho nele. No lugar aonde deveriam estar as pernas, estavam longas pernas de bode com grossos cascos. Não, talvez em um dos vários tombos que levara ela tenha batido com a cabeça ou quem sabe sempre fora louca? Rachel o conhecia, quer dizer, de vista, afinal garotos com pernas de bode e cascos eram novidade para ela. Se não estava enganada, o garoto chamava-se Colyn, um dos que passava os intervalos jogando xadrez nas mesas da cantina. Porém como ele sabia aonde ela morava? Nem ao menos se lembrava de ter conversado com ele.

Com um aceno de cabeça do garoto o homem calou-se. Encarou-a profundamente, estranhamente ele tinha os olhos marejados. Por longos e demorados minutos o silêncio prevaleceu no recinto, Sr. Dare fora o primeiro a quebra-lo.

- Eu...Me perdoe Rachel... Eu realmente não queria - falou com a voz trêmula e embargada. Ambos se entreolharam.

- Temos que ir - Disse-lhes Colyn - Quanto antes melhor.

- Espera aí. Ir para onde? Desculpar-lhe pelo o que? - Falou a garota, ficando visivelmente intrigada.

- No caminho eu explico - disse Colyn.

- Opa, opa, opa. Eu acabei de ser atacada por uma mulher-cobra com dentes que quase me rasgaram ao meio, estou encharcada e com o cabelo cheio de fuligem se vocês não perceberam. Tudo o que eu quero é um banho e uma longa noite de sono. - Com isso ambos, o Sr. Dare e Colyn se entreolharam - Que é que houve?! - Falou Rachel alterando a voz.

- Você já foi atacada? - Perguntou Colyn

- Esperem, vocês não acham que eu estou louca? - disse Rachel

- Rachel, você não está louca. Mas precisa vir comigo. E rápido. - Respondeu Colyn.

- Ir pra onde? E eu bati a cabeça muito forte ou você realmente tem pernas de bode? - disse Rachel.

- Ahm Rachel, mais tarde nós conversamos. Você e sua família precisam se despedir.

A ruiva não estava entendendo nada, mas assentiu.

- Eu vou esperar você lá embaixo. - disse-lhes Colyn.

O garoto desceu as escadas, deixando uma família chorosa e uma Rachel intrigada para trás.

- Ok, será que alguém pode me explicar o que diabos está acontecendo? - Perguntou a ruiva.

- Filha, fique calma. Colyn vai te levar para um lugar para crianças como você. - Respondeu Sr. Dare.

- Cri-crianças como eu? Você quer dizer doidas?

- Não, minha querida. Crianças como você. Meio-sangues. - respondeu Sra. Dare.

- Espera, meio-sangues? - Perguntou a garota.

- Sim, filha. Metade humanos, metade deuses.

- Metade deuses? Mas, como assim? Pelo o que eu saiba, vocês dois são humanos, certo?

- Rachel, isso é uma coisa que eu tenho que te contar. Eu não sou sua mãe. - respondeu delicadamente a Sra. Dare, que até então era a mãe da garota.

- O que? Não, não, você é sim minha mãe! - exclamou a ruiva, com os olhos marejados.

- Eu te amo, sim como uma filha, Rachel. Mas é a verdade. - disse Sra. Dare, com grossas lágrimas escorrendo pelos olhos.

- Mas por que vocês nunca me disseram? - Perguntou Rachel, que a esse ponto, também já estava chorando.

- Eu só queria te proteger filha. - Respondeu o pai da garota. - Rachel, você precisa ser forte e descobrir seu caminho. Saiba que eu te amo muito. - Continuou Sr. Dare.

A ruiva assentiu e foi para o seu quarto arrumar as coisas. Mas antes, se virou e disse:

- Apesar de tudo, eu também amo muito vocês.

Rachel já havia se despedido dos pais, e estava no ônibus com Colyn, que a esse ponto já estava vestindo uma calça, e duas muletas. Ele se virou para a garota e disse:

- Sabe Rachel, eu sei que é díficil, mas vai dar tudo certo.

- Eu espero que sim, Colyn. - respondeu a garota.

Rachel encostou sua cabeça no banco e adormeceu, ou melhor, desmaiou.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Não se esqueçam de deixar reviews e até o próximo capítulo.
Lola e Thamyres