Blackberries escrita por Blue B


Capítulo 49
Capítulo 49




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Kakashi e Nova entraram no prédio da Força de Interrogatório e Tortura de Konoha e foram direto para a sala onde Yamanaka Inoichi trabalhava.

—Kakashi-sensei, você tem certeza que tem que ser hoje? – Nova perguntou hesitante, antes de Kakashi abrir a porta. – Você sabe, passamos todo esse tempo sem saber de nada, mais alguns dias não irá fazer mal.

—Eu tenho absoluta certeza de que tem que ser hoje. – Kakashi deu um sorriso encorajador ao garoto. – E sim, se demorarmos mais alguns dias irá fazer mal, então tem que ser hoje sem nenhum atraso.

O homem abriu a porta e Nova deixou o queixo cair ao ver a enorme sala com vários shinobis trabalhando. O teto era alto e no centro da sala havia algo parecido com um fogão a lenha, mas de longe era visível que era algo diferente.

—Uau... – Nova murmurou, olhando ao redor enquanto Kakashi seguia na direção de Inoichi.

—Kakashi-kun! – Inoichi foi até Kakashi. – Vejo que trouxe o garoto Nova. – Ele olhou por cima do ombro de Kakashi para Nova, que estava olhando ao redor como uma criança tímida na Disney. – Já está tudo pronto para a sessão dele.

—Certo. – Kakashi assentiu e se virou para o garoto, que estava distraído. – Nova! – O garoto olhou um pouco distraído. – Sua sessão vai começar agora.

Meio hesitante, Nova assentiu, seguindo Inoichi.

—Nós precisamos manter você inconsciente, então... – Inoichi mordeu o lábio. Nova suspirou.

—Tudo bem, podem me nocautear. – O garoto disse entediado.

—Eu sinto muito, Nova. – Kakashi disse antes de dar um golpe rápido na nuca do garoto, o fazendo ficar inconsciente imediatamente.

Kakashi rapidamente amparou a queda de Nova, o arrastando até a Maquina de Amplificação de Leitura de Mente, o colocando lá dentro e deixando apenas sua cabeça do lado de fora, como deveria ser.

Kakashi se afastou de Nova e Inoichi se aproximou, fazendo selos e colocando uma mão na cabeça do garoto inconsciente. Logo Inoichi estava dentro da cabeça de Nova e se deparou com uma simples barreira feita por algum jutsu que ele desconhecia, mas achava que seria fácil de reverter.

—Shimon, Mozuku, Tonbo – Ele chamou seus auxiliares. – Jutsu de leitura de mente nível 2.

Os três homens fizeram selos e espalmaram suas mãos na Máquina de Amplificação de Leitura de Mente.

Logo a barreira se desfez e Inoichi se jogou para dentro das memórias de Nova.

De repente, ele estava em uma carruagem. Arcana Mondo, Arcana Sumire e Arcana Jolly estavam a sua frente e ao seu lado estava Arcana Dante.

—Você tem certeza que esse é o certo a se fazer, Mondo-sama? – As palavras saíram sem nenhum esforço e com a voz de Nova e Inoichi percebeu que estava vendo as memórias no ponto de vista do garoto.

—Não fique tão ansioso, Nova. Não sabemos se seus poderes serão necessários. – Mondo disse e deu um sorriso amável.

Nova abaixou a cabeça, suspirando.

—Tenham cuidado, por favor! – A voz de Sumire chamou a atenção do garoto, que olhou para a tia com carinho.

—Teremos. – Dante disse.

—Estamos fazendo isso pelo meu irmão e sua mulher. – Mondo disse, dando um olhar significativo para Sumire e depois olhando para Nova duramente. – Espero que saiba que tudo o que estamos fazendo aqui é por causa de seus pais, Nova.

—Eu sei. – Nova assentiu. – Se não fosse por isso, eu não estaria fazendo um trabalho tão sujo quanto esse.

Antes que alguém pudesse dizer qualquer coisa, Nova abriu a porta da carruagem, pulando para a rua. Jolly e Dante o seguiram imediatamente, mas Mondo ainda demorou um pouco dentro da carruagem. Alguns momentos depois, Mondo, Nova, Jolly e Dante se aproximavam da casa simples no centro da Vila da Garra, no País da Garra.

De repente a porta da frente da casa se abriu e uma bela mulher, de longos cabelos negros e olhos da mesma cor saiu distraída. Ela só percebeu a presença dos três homens, do garoto e da carruagem quando colocou o pé no primeiro degrau da escada que levava a varanda.

—O que faz aqui, Mondo? – Ela perguntou numa voz áspera, mudando sua feição de distraída para raivosa.

—Calma, Amu-chan! Viemos apenas conversar. – Mondo disse num tom calmo. Era possível sentir uma ponta de sarcasmo em seu tom.

—Eu sei que não foi para isso! – Amu disse num tom mais alto. – E não se refira a mim como se fossemos amigos! Para você eu sou Uchiha-san.

A porta da frente da casa se abriu novamente e dessa vez um homem de cabelos negros puxados para trás e uma barba rala, saiu. Ele tinha uma expressão irritadiça e logo se pôs ao lado da mulher.

—O que você quer, Mondo? – Ele perguntou, abraçando a mulher pela cintura.

—Oh, vocês não tem outras perguntas? – Mondo rolou os olhos. – “O que faz aqui?” “O que você quer?” – Ele imitou a voz dos dois de forma caricata e fungou. – Não é nem um pouco emocionante conversar com vocês Uchiha.

—Talvez esse não seja o melhor lugar para conversarmos, Mondo-sama. – Jolly se intrometeu e apontou para a igreja do outro lado da rua.

O padre Fujimoto estava de pé, olhando para eles curiosamente. Amu acenou e sorriu forçadamente, rezando para que o padre não fosse até lá.

—Você está certo, Jolly. – Mondo disse e passou por Amu e Kame, adentrando a casa sem ser convidado.

Os outros três o seguiram e depois Amu e Kame entraram na casa com expressões raivosas no rosto.

—Você não tem o direito de entrar na minha casa desse jeito, Mondo! – Kame disse sério, aumentando o tom de voz algumas oitavas. – Eu perguntei o que você quer e quero a resposta!

—Eu quero o resto dos Taroccos. – Mondo disse determinado, perdendo o ar divertido que tinha.

—Não! – Kame tinha vontade de rir da ousadia do outro, mas se controlou. – Você já usou minha filha para suas experiências e já tomou posse de parte de algo que eu mesmo fiz. E eu não ganhei nada com isso. – Kame suspirou. – Não leve a mal, Mondo, mas você não é exatamente meu amigo para eu estar lhe dando as coisas sem querer nada em troca.

—Você não quer realmente que eu informe à Konohagakure-no-Sato sobre seu paradeiro, quer? – Mondo sorriu divertido.

—Não iria fazer muito mal à nós. – Kame deu de ombros. – Eu já trabalhei na Força Policial de Konoha e sei como a lei funciona. O máximo que iria acontecer era que nós seríamos recrutados e confinados por um tempo.

—Você realmente quer que Shi-chan saiba que seus pais são nukenins? – Mondo deu um olhar significante para os dois e Kame gelou. - Ah, Shi-chan ficaria tão decepcionada ao saber disso... Principalmente quando ela percebesse que sua kaa-san a dizia para ela se afastar do nukenin Uchiha Itachi, mas na verdade seus pais e ela mesma eram nukenins. – Mondo gargalhou. – Isso é maravilhoso!

—Você não... – Amu começou, mas se interrompeu. – Se você fizer isso, eu o mato!

—Ah, não se esqueça que eu estou em posse do Tarocco La Morte. – Mondo apontou para Nova e sorriu vitorioso. – Você não ousará fazer nada contra mim.

—Quer provar?! – Amu gritou, ativando o Sharingan e fechando os punhos, mas relaxou um pouco quando sentiu a mão de Kame em seu ombro.

—Eu não o darei nada e também não tenho medo de suas acusações, Mondo. – Kame disse. – Já está na hora de voltarmos para nossa Vila e também de Shiori-chan saber a verdade sobre nós.

—Acho que você ainda não entendeu o que eu quero. – Mondo bateu o dedo indicador na testa duas vezes e depois olhou para o casal novamente. – Se você estiver preso será muito chato ter que procurar onde você escondeu os Taroccos, por isso que eu estou o pedindo e não sairei daqui sem isso.

—Eu não irei dá-lo, eu já disse! – Kame aumentou o tom de voz novamente. – Você é um parasita que só se alimenta de nós em busca de poder e controle total do País do Pássaro, mas você tem que aprender a fazer as coisas sozinho! Você não conseguirá manipular a todos como nos manipula.

—Hum... Acho que já entendi o que você quer. Você quer uma troca de favores, não é isso? – Mondo sorriu para Kame novamente. – Então está bem! Se você me der os Taroccos, eu o levo até sua filha mais velha, certo assim?

Kame e Amu arfaram, arregalando os olhos.

—O que você... ? – Kame se precipitou. – O que sabe sobre Ayame?

—Sei bastante sobre ela. – Mondo disse, meneando a cabeça. – Que ela atualmente é uma kunoichi de Sunagakure-no-Sato e vive nas dependências do Godaime Kazekage, assim como vivia antes com o Yondaime Kazekage. Parece que ela não foi morta por conta de suas habilidades em luta. – Ele bufou. – Eu realmente espero que ela esteja planejando uma revolução por que essa história está muito sem graça.

—O que me garante que isso não é mentira? – Kame rugiu. – Você pode muito bem estar inventando tudo isso para nos manipular.

Mondo enfiou a mão dentro do casaco branco que sempre usava e Amu e Kame se alarmaram. O homem poderia tirar qualquer coisa de lá. Mas ao invés de armas ou kunais, Mondo tirou de lá um protetor de testa de Konoha, que tinha uma macha de sangue bem próxima ao símbolo da Vila e alguns penduricalhos no final na tira de pano. Ele jogou o protetor de testa na direção de Amu, mas o mesmo caiu nos pés da mulher.

Ela se ajoelhou e pegou o objeto com as mãos tremulas, o olhando com os olhos arregalados. Logo lágrimas brotaram de seus olhos.

—É da nossa filha, Kame! – Ela chorou, olhando para o marido de relance, logo voltando sua atenção para o objeto em suas mãos. – É da nossa Ayame!

Kame olhou penosamente para a mulher e depois olhou duramente para Mondo, detestando seu sorriso sínico.

—Eu ainda não posso acreditar em você. – Kame disse em um tom de voz baixo, quase psicopático. – Você é uma cobra cheia armadilhas, Mondo...

Mondo suspirou e riu baixo.

—Eu realmente tentei ajuda-los. – Ele disse num tom entediado e se virou para Nova. – Faça o que tem que ser feito!

Nova engoliu em seco, sentindo seus joelhos tremerem. Nunca havia pensado em matar ninguém e agora teria que matar pessoas que ele nunca vira na vida por causa de uma promessa que Mondo fizera a ele.

Respirou fundo e deu um passo à frente, olhando Amu e Kame nos olhos. Ambos tinham os olhos arregalados e o homem parecia pronto para ataca-lo, mas parecia hesitante.

La Tenebrore Addormentata!— Nova disse e os Uchiha arregalaram os olhos, mas logo os fecharam novamente.

Amu caiu para o lado, agarrada ao protetor de testa que Mondo dissera ser de Ayame. Kame caiu ajoelhado primeiramente, mas o peso do corpo morto o jogou para frente, o fazendo cair de cara no chão.

Nova encarou aquela cena com os olhos arregalados, sem conseguir imaginar que ele mesmo tinha levado aquelas duas pessoas desconhecidas para ele à óbito. Com certeza aquela seria uma cena que nunca o permitiria dormir tranquilamente de agora em diante, mas ele mantinha o pensamento que aquilo era por uma boa causa.

—Dante, leve esse dois para o quarto e depois exploda o morro. – Mondo ordenou e o careca logo começou a agir. – Temos que fingir que eles morreram por um acidente natural.

—E o nosso acordo, Mondo-sama? – Nova perguntou assim que Dante saiu da sala carregando os corpos de Amu e Kame.

—Que acordo, garoto? – Mondo perguntou de um modo divertido, como se Nova o estivesse perguntando onde as fadas viviam. Aquilo irritou Nova profundamente.

—Você disse que se eu o ajudasse no assassinato de Uchiha Kame e Uchiha Amu você reverteria o efeito do La Morte em meus pais e os trariam de volta. – O tom de Nova era quase suplicante, algo que ele nunca faria se não fosse algo realmente importante.

—Sinto muito garoto, mas isso eu não posso fazer. – Mondo sorriu cinicamente para Nova, que franziu o cenho. – É impossível.

—Mas você prometeu! – Nova começou a aumentar o tom de voz. – Você disse que iria fazer meus pais acordarem de novo!

—Se eu pudesse fazer isso, já teria feito. – Mondo num tom de voz áspero, perdendo totalmente a diversão em seu tom de voz. – Você acha que eu não sinto falta do meu irmão, seu bosta?! – Ele deu uma tapa no rosto de Nova, que cambaleou para trás, mas conseguiu se apoiar na mobilha da casa e não cair. – Meu irmão está em coma por sua culpa e pra piorar minha situação eu nem posso lhe matar por que a Sumire diz que não foi sua culpa. – Ele bufou. – Criança de merda, só faz merda! Você deveria morrer o mais rápido possível!

Mondo deu às costas e começou a ir em direção a porta, mas parou no meio do caminho.

—Jolly, cuide dele para mim! – Mondo disse antes de sair pela porta.

Jolly olhou para Nova com seu costumeiro sorriso sarcástico. Ele se aproximou do garoto, pondo uma mão firme em sua cabeça. Nova ainda pensou em tentar afasta-lo, mas ele sabia que nunca seria páreo para Jolly. Pelo menos não desarmado.

La Luna Sonno! – Jolly disse e de repente tudo ficou escuro.

Inoichi foi jogado de volta para fora da cabeça de Nova. Ele estava ofegando e parecia um pouco tonto. Logo, Kakashi e Ibiki – que havia chegado alguns minutos antes, quando Inoichi ainda via as memórias de Nova – foram ao socorro de Inoichi.

Ele se sentou no chão e os dois homens se ajoelharam ao seu lado. Ele olhou para ambos, que pareciam curiosos e preocupados, mas pareciam estar com medo de saber o que realmente acontecera no passado.

—O que aconteceu, Inoichi-san? – Kakashi foi o primeiro a criar coragem e perguntar. – O que você viu?

Inoichi ofegou mais algumas vezes antes de conseguir falar:

—Parece que estamos abrigando criminosos...


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