Blackberries escrita por Blue B


Capítulo 37
Capítulo 37




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Depois de Ayame voltar com uma pequena lista de possíveis próximas vítimas, eles se dividiram em duplas e montaram postos em lugares estratégicos de acordo com Shikamaru e Nova.

Passaram o resto da tarde de prontidão, esperando que algo acontecesse, mas a Vila parecia calma e deserta, diferente da costumeira metrópole que era Suna.

Eu e Nova achamos melhor fazer uma evacuação rápida e pôr a Vila em estado de emergência nível 1, câmbio.— Shikamaru disse no walktalk.

Penso que seja o melhor a fazer, Shikamaru-kun, câmbio.— Gaara respondeu pelo walktalk. – Estou impressionado com sua capacidade e de Nova de montar estratégias e tomar decisões em tão pouco tempo, câmbio.

Por favor, Kazekage-sama, deixe os elogios para quando tudo estiver resolvido, câmbio.— Nova pediu, tentando ser o menos rude possível. Gaara não respondeu.

Respeite o Kazekage, seu pivete!— Temari gritou pelo walktalk, fazendo todos os receptores sofrer com a estática.

Não precisa se preocupar Nee-san. – Gaara disse com a voz calma como sempre. – Nova-kun está certo. Só devemos nos elogiar depois que o trabalho estiver encerrado, câmbio.

Temari desligou seu walktalk e resmungou qualquer coisa, se empurrando contra as costas de Shiori.

As duas estavam espremidas sobre uma caixa d’agua de um prédio e, para que ambas pudessem ficar sentadas, tinham que apoiar as costas uma na outra. Ryuu estava no colo de Shiori, enquanto a garota acariciava sua couraça, sem tirar os olhos da Vila abaixo de si.

—Esses moleques... – Temari resmungou e Shiori suspirou.

—É tão mal assim ter irmãos? – A mais velha perguntou e a loira piscou.

—Eu gosto de ter irmãos, mas às vezes eles me irritam. – Ela rosnou e depois riu. – Você não deve ter irmãos, não é?

—Não, não mais. – Shiori disse em um tom um pouco triste. – Eu tive uma irmã mais velha, mas ela desapareceu quando eu era muito nova, apenas um bebê.

—Nossa, que triste! – Temari fez uma careta. – Mas ela nunca foi encontrada novamente?

—Não. – Shiori sacudiu a cabeça negativamente, se sentindo estúpida no segundo seguinte pois percebeu que Temari não a estava vendo. – Estávamos em tempo de guerra, ninguém iria se preocupar com uma criança perdida além de minha família. – Shiori deu de ombros. – Depois que a guerra acabou meus pais tentaram procura-la em outros países, mas as chances de encontra-la eram remotas. Diziam que ela poderia estar morta e, se estivesse viva, talvez tivesse mudado de nome e seria impossível reencontra-la.

—Como era o nome dela? – Temari perguntou, genuinamente curiosa sobre o passado da irmã desconhecida de Shiori.

—Ayame.

“Minha Nossa! Será que ela... ?”, Temari se perguntou. “Não, seria impossível!”, ela sacudiu a cabeça, tentando afastar os pensamentos e se concentrar em seu trabalho.

*

—Acho que Temari-san ficou um pouco chateada. – Sasuke disse em um tom debochado, de pé na ponta do telhado de um prédio.

—Ela é sempre assim. – Gaara disse e deu de ombros, de pé na ponta do outro lado do prédio.

Um momento de silêncio caiu sobre os dois garotos, os deixando desconfortáveis. Queriam conversar, mas os acontecimentos do passado ainda os assombravam.

Gaara decidiu quebrar aquele silêncio com qualquer assunto.

—Eu estava observando aqueles genins que vieram com vocês e percebi que eles são bastante centrados. – Gaara disse. – Não tive a oportunidade de conhecer o garoto moreno melhor, mas os outros dois estão quase num nível chuunin.

—Os três são bastante habilidoso, principalmente Shiori e Nova. Inclusive Shiori foi classificada para as finais do Chuunin Shiken. – Sasuke apontou. – Rin é meio desmiolado, mas eu tenho certeza que ele irá tomar um rumo, assim como Naruto.

—Você disse que Shiori foi classificada para as Finais do Chuunin Shiken? – Gaara olhou para Sasuke. – Isso me faz lembrar da nossa desastrosa primeira vez naquele inferno. Eu quase te matei.

—É. – Sasuke disse apenas, envergonhando com o fato. – Você também arrebentou Rock Lee e depois atacou a Vila da Folha.

—Eu sinto muito por aquilo. – Gaara disse e Sasuke piscou surpreso. Nunca iria esperar que Sabaku no Gaara, o Godaime Kazekage do País do Vento, iria pedir desculpas para ele. – E mesmo depois de tudo o que eu já fiz vocês sempre vem ao meu auxilio.

—Não se desculpe, Gaara. – Sasuke disse sério. – Eu não deveria estar julgando seus atos do passado, afinal eu mesmo fiz muitas coisas que preferia não lembrar. Deveríamos apenas pensar que naquela época éramos imaturos demais para discernir o certo do errado.

—É melhor assim. – Gaara disse sério e virou seu olhar para o horizonte, ficando em silêncio depois.

*

—Hey, Ayame-chan! – Rin chamou a mulher. Ele estava sentado na beira do telhado do prédio do governo, com as pernas balançando. A mulher estava de pé, alguns passos atrás dele à esquerda. – Quantos anos você tem?

—Não te interessa, garoto! – Ayame rosnou. – Sua mãe não te ensinou que não é educado perguntar à uma mulher sua idade?

—Eu não conheci minha mãe. – Rin falou de uma vez. Não havia raiva em seu tom de voz, mas Ayame pode perceber uma ponta de tristeza.

A mulher arfou, envergonhada com seus próprios modos e ações, se arrependendo de ter dito tal coisa ao garoto.

—Eu sinto muito, eu não quero ofen--

—Não se preocupe. – Rin abanou uma mão no ar. – Eu não me ofendi. – O garoto sorriu abertamente.

Ayame parou e observou o garoto, se perguntando como alguém poderia ser daquele jeito. Talvez tivesse algo a ver com Konoha, já que Naruto era quase do mesmo jeito.

—Você conhece seus pais, Ayame-chan? – Rin perguntou de repente e a mulher demorou alguns segundos para responder, pensando se deveria dize aquilo.

—Eu os conheci, mas agora eles estão mortos. – Ayame disse, lembrando de sua infância conturbada.

—Eu sinto muito. – Rin disse fazendo uma careta.

Ayame apenas assentiu, incapaz de dizer qualquer outra coisa. Flashes de seus pais e sua irmã recém-nascida invadiram sua mente. Como ela queria mais alguns minutos com todos eles...

—Okumura-kun – Ela chamou o garoto de repente e ele se virou para ela. – Eu tenho 32 anos.

Rin parou um pouco confuso, mas sorriu para a mulher, percebendo que estava conseguindo furar aquela barreira que ela criara ao redor de si mesma.

*

Naruto e Kakashi andavam pelas ruas da Vila da Areia que Nova e Shikamaru ainda não haviam evacuado.

Era possível ver as sombras das pessoas espreitando nas janelas, com medo de sequer abrir a porta, mas os shinobis de Konoha e Suna não tiravam sua razão.

Hey, Sakura-san, Kankurou-kun— A voz de Shikamaru soou nos walktalks, se sobrepondo à um grande barulho e a voz de um homem gritando algo sobre “invasão de privacidade”. – Vocês podem nos dar uma mão aqui, câmbio?

Estamos indo, Shikamaru-kun, câmbio!— Sakura respondeu.

Os outros ainda puderam ouvir a voz de Nova, pedindo calma à alguém desesperadamente. Naruto suspirou ouvindo aquilo.

—Acho que a ideia de evacuar a Vila não é tão simples quanto Shikamaru e Nova pensaram. – Ele comentou e Kakashi assentiu.

—Algumas pessoas preferem não entender a gravidade da situação. – Kakashi disse, olhando para uma menina que apareceu na janela da casa que ele e Naruto passavam, mas logo um braço surgiu, puxando a menina para longe da janela e fechando as cortinas com força. Kakashi suspirou, diminuindo o passo.

Naruto continuou a andar, mas parou ao ver uma mulher vindo na sua direção a uma distancia considerável. De longe, ele podia ver que ela usava um suéter bege aparentemente sujo e uma saia preta abaixo do joelho. Naruto pode perceber que a parte das pernas que a saia não cobria estava suja de algo vermelho, que de longe parecia sangue coagulado, mas ele não tinha certeza.

—Kakashi-sensei, olhe ali! – Naruto chamou o homem que se aproximou dele, vendo a mulher que o garoto apontava. – Não acha estranho?

—Muito estranho. – Kakashi concordou, tirando seu protetor de testa da frente de seu olho esquerdo, deixando a mostra o Sharingan.

Hey, gente, eu e o Kakashi-sensei encontramos algo bem suspeito. Vocês não querem vim dar uma olhada aqui não, câmbio?— Naruto falou no walktalk.

Onde vocês estão, câmbio?— A voz de Temari soou no walktalk.

Hum...— Naruto olhou para os lados, sem saber onde realmente estavam.

Na rua da Academia Ninja de Suna, câmbio.— Kakashi respondeu entediado.

Estão próximo de nós.— Gaara disse no walktalk. – Estamos indo para aí, câmbio.

Não é tão longe também.— Temari disse. – Estamos indo para aí, câmbio.

Não!— Gaara disse à irmã. — Fique onde está com Shiori-san. Isso pode ser uma armadilha, câmbio.

Mas Gaara...— Temari tentou argumentar, mas foi interrompida pelo irmão mais novo.

Temari, isso é uma ordem de seu Kazekage!— Gaara exclamou. – Não coloque a Vila Oculta da Areia em risco por causa de sua curiosidade! Dois grupos serão bons o suficiente para derrotar quem quer que seja o inimigo! Câmbio e desligo!

Depois disso tudo o que pôde ser ouvido foi o “bip” do comunicador de Gaara sendo desligado e logo depois o de Temari também.

Enquanto os irmãos discutiam Naruto observava a mulher que tinha se arrastado até a porta de uma casa, e estava esmurrando a porta como se estivesse fraca. Era visível que ela não estava bem, mas Naruto não sabia se deveria ou não seguir até ela para ajuda-la, visto que poderia ser uma armadilha.

De repente, a porta que a mulher esmurrava se abriu e ela pulou para dentro, mas Naruto ainda pôde ver um deslumbre de uma pessoa dentro da casa, e ele não gostou nada daquilo.

—Vamos! – Ele gritou para Kakashi e saiu correndo na direção da casa antes mesmo de receber a aprovação de seu sensei.

—Espere, Naruto! – Kakashi gritou, mas já era tarde demais, Naruto já estava longe demais para ouvir qualquer coisa e tudo o que o sensei poderia fazer era correr atrás do garoto e tentar para-lo. E assim ele fez.

Quanto mais se aproximava da casa, Naruto podia escutar os gritos de terror da pessoa que estava dentro da casa e ele concluiu que realmente nada estava certo.

Ele parou num certo ponto, fazendo um Kage Bushin e concentrando seu chakra com a ajuda do clone, formando uma bola de chakra do tamanho de uma bola de beisebol, e voltando a correr para lá.

Ao se aproximar da porta da casa, ele pôde ver a mulher tentando atacar um homem e ele pôde ter certeza de quem deveria atacar.

Rasengan!— Ele gritou, correndo para dentro da casa.

—Naruto, espere! Se você usar o Rasengan a vítima também será atingida! – Sasuke apareceu com Gaara a alguns metros atrás de Naruto, que tentou parar, mas sua velocidade era alta demais e ele estava próximo demais da mulher.

Quando ele estava a dois passos da mulher que tentava atacar o homem, que se defendia de qualquer forma, ela se virou, encarando Naruto que pôde reparar nos olhos de retinas brancas que ela ostentava, e se assustou com aquilo o bastante para forçar o Rasengan contra o peito da mulher, fazendo o jutsu explodir pelo resto do cômodo.


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