Shiori e Yata conseguiram sair da agua a tempo de um gigantesco crocodilo emergir, encarando os seis shinobis.

—Esse é o nosso fim. – Kusanagi disse calmo, mesmo na situação em que estavam.

—Você está bem, Ryuu? – Shiori perguntou, procurando a cabeça do pequeno dragão às suas costas.

—Sim. Eu consigo prender a respiração por certo tempo. – O dragão respondeu se gabando, mesmo a situação não sendo a mais favorável.

—Hey, eu estou mal! Você não vai se preocupar comigo? – Yata gritou, agachado no chão, tentando respirar normalmente.

—Você estava tentando me matar há menos de um minuto atrás. – Shiori respondeu, não dando muita atenção ao garoto e logo se virando para Nova e Rin. – Nova, nós atacamos primeiro e o Rin dá o golpe final. – Ela olhou para Rin que parecia surpreso. – Rin, use a Kurikara.

—Não! – Rin disse parecendo indignado. – Isso é muito extremo!

—Do que estão falando? – Yata gritou, sem entender nada.

—O que é mais extremo do que sermos engolidos vivos por essa coisa? – Shiori gritou e apontou para o crocodilo gigante, que estava espreitando da agua e os olhava fixamente.

—Nem sabemos se ele quer mesmo nos comer. – Rin sorriu e pôs as mãos atrás da cabeça, despreocupado.

O crocodilo fez um ruído sutil e quando todos viraram a cabeça para olha-lo, ele já estava correndo à toda velocidade na direção deles. Eles se apavoraram e correram na direção da floresta.

Tudo o que podia ser ouvido logo depois eram seus gritos de pavor e as arvores sendo derrubadas com a força do crocodilo.

—Temos que fazer algo logo! – Nova gritou para Shiori, que assentiu e parou num galho, se virando enquanto fazia selos com as mãos.

—Katon: Goukakyouu no Jutsu!— Shiori assoprou uma bola de fogo enorme, da qual atingiu o crocodilo em cheio.

Ele recuou um pouco, mas o fogo era pouco para o tamanho do animal. Logo ele tentou ultrapassar o fogo e, cego pelas labaredas à sua frente, acabou derrubando a arvore da qual Shiori estava.

Ela não conseguiu se equilibrar e acabou caindo junto com a arvore, sobre seu ombro machucado. A dor foi tanta que ela perdeu a consciência.

—Shiori-chan! – Ryuu gritou, sacudindo a garota, mas não obtendo sucesso em acorda-la.

—Shiori! – Rin gritou e acabou atraindo a atenção do crocodilo, que foi na sua direção. – Droga! – Ele xingou, correndo.

—Tsc... – Yata assobiou, se esgueirando por trás das arvores e conseguindo chegar até Shiori.

Ele olhou para o rosto de Shiori, percebendo agora a cicatriz que a garota tinha cruzando o olho direito e que isso não a deixava menos bonita. Percebeu também como o rosto da garota parecia sereno enquanto ela estava inconsciente. Ele levou a mão ao rosto da garota, desferindo uma tapa forte em sua bochecha, deixando o rosto dela vermelho e inchado.

—Acorda! – Ele gritou, enquanto a garota apertava as pálpebras, despertando do curto desmaio.

—Ai! – Ela reclamou, empurrando o garoto para longe. – Isso doeu!

—Foi o único jeito que eu encontrei de te acordar. – O garoto se defendeu.

O barulho de uma arvore sendo derrubada chamou a atenção dos dois e eles viram o crocodilo tentando alcançar Rin, que corria em círculos ao redor do animal.

—Vamos! – Shiori se levantou rapidamente, negando a companhia de Ryuu.

—Shiori-chan! – Ryuu protestou.

—Vá para um lugar seguro, Ryuu. – Ela disse com autoridade.

—Mas...

—Vá! – Ela ignorou os protestos do pequeno dragão, que deu as costas e saiu correndo floresta adentro.

Ela correu na direção do crocodilo gigante com Yata um passo atrás.

—Você sabe que ele não estará 100% seguro longe dessa confusão, não sabe? – Yata perguntou, olhando Shiori cético.

—Nenhum lugar nessa floresta é seguro, mas é o melhor que eu posso fazer. – Shiori respondeu um pouco apreensiva. – Quando ele está comigo, ele corre os mesmos riscos que eu corro. Talvez até mais por que se eu for jogada de costas, eu posso imprensa-lo com meu peso e machuca-lo. Não quero ter essa preocupação nesse momento.

Yata assentiu e parou num galho, enquanto Shiori pulava sobre o crocodilo gigante, sacando sua katana restante. Ela foi até um dos olhos do animal, – ciente de que se tentasse cravar a katana em sua couraça, ela iria quebrar – e enfiou a lamina no olho do crocodilo rapidamente.

Ele esperneou e se sacudiu, jogando Shiori longe. Ela bateu as costas no chão e deu uma cambalhota, caindo com o rosto pregado no chão.

—Shiori! – Rin gritou e Shiori levantou a cabeça ainda tonta.

—Rin, use a Kurikara! – Ela gritou sem realmente ver o garoto, apenas borrões e cores. – Só você poderá derrota-lo!

—Tsc... Droga! – Rin xingou antes de desembainhar a katana, e seu corpo foi coberto pelas chamas azuis.

—Santo Deus! – Mikoto soou, perplexo com a transformação de Rin. Ele e Kusanagi estavam num canto, apenas fugindo do ataque do animal gigante.

Rin pulou sobre o crocodilo, subindo pelo seu corpo até chegar a cabeça. O crocodilo gigante se debatia, tentando tirar Rin de cima de si enquanto tentava lidar com a dor e cegueira de um dos olhos.

—Morra desgraçado! – Rin gritou, antes de enfiar a katana até o cabo na cabeça no animal, que cambaleou por alguns segundos e caiu morto.

Rin pulou de cima do animal morto e embainhou a katana novamente, voltando a forma humana. Os membros do Time 12 o olhavam com medo e surpresos ao mesmo tempo, o que o fez desviar o olhar para o chão.

—Você foi ótimo, Rin. – Shiori disse, atrás do garoto. Seu ferimento havia voltado a sangrar e ela mancava um pouco.

—Obrigado! – Ele disse um pouco acanhado. Não sabia se deveria se orgulhar daquilo, mas os olhares que os caras do Time 12 os lançava diziam que não.

Shiori apenas assentiu e saiu, indo atrás de Ryuu. Ela não pretendia deixa-lo por aí sozinho e só de pensar que ele poderia ter se encontrado com o Time 10 já fazia outra preocupação se formar em seu peito.

—O que você é? – Yata perguntou, incrivelmente baixo para o tom de voz que ele costumava usar.

—E por que seria da sua conta? – Rin rosnou, trocando o constrangimento por raiva.

—Eu salvei sua amiga. – Yata disse rosnou de volta. – Eu acho que você deve algo a mim primeiro.

—Ela tinha o salvado antes, então estamos quites. – Rin disse emburrado.

—Vai me dizer logo ou quer que eu quebre sua cara? – Yata deu um passo na direção de Rin, mas Kusanagi o impediu.

—Sem violência, criança! – Kusanagi cantarolou. – E de qualquer maneira, o que você poderia fazer contra ele? Esse garoto acabaria com você em meio segundo.

—Está me chamando de fraco? – Yata disse entre dentes, fitando Kusanagi.

—Apenas estou dizendo que esse garoto não é um humano qualquer. – O loiro disse sorrindo de canto, o que irritou Rin profundamente. – Mesmo se Mikoto, você e eu o atacarmos ao mesmo tempo não teríamos chances.

—Kusanagi está certo, Yata. – Shiori disse, encostada à uma arvore atrás dos caras do Time 12, fazendo carinho em Ryuu. – Rin fica com uma força imensurável quando usa seu poder. Você não iria querer brigar com ele.

—Escutem – Mikoto chamou a atenção de todos. – Eu sei que estamos em um momento de “confraternização” – ele fez aspas com os dedos – por termos vencido aquela coisa, mas antes de aquilo aparecer estávamos lutando por pergaminhos. Eu sei que teve essa coisa que a Uchiha salvou o Yata e o Yata salvou a Uchiha, mas nós não somos amiguinhos. Como vamos ficar em relação a isso?

—Vamos apenas deixar passar. – Kusanagi disse abanando a mão no ar. – Rin nos salvou, isso é visível. Vamos apenas procurar alguns babacas que estejam dando mole por aí e pegar o pergaminho.

—Certo! – Mikoto e Yata assentiram.

Kusanagi e Mikoto subiram na arvore, já tomando distancia para ir embora, mas Yata ficou.

—Vejo vocês na terceira fase, certo? – Ele os olhou com expectativa e Shiori sorriu, achando que, mesmo depois de ter tentado matá-la, ele era até legal.

—Esteja preparado para ser derrotado por nós. – Rin disse e fez sinal de positivo.

Yata assentiu e subiu na árvore como Kusanagi e Mikoto haviam feito momentos antes, desaparecendo pela floresta logo em seguida.