Era 22 de dezembro de 1718. Eu fui sozinho a Londres. Usava, como de hábito, meu velho terno Shinigami e meu sobretudo preto que, apesar da neve, me protegia bem do frio. Minha franja precisava ser cortada, já estava quase cobrindo meus olhos.

"Eu odeio esse lugar", pensava enquanto corria pelos telhados em direção à minha próxima vítima. "Droga, vou perder mais um Natal por causa de um trabalho. Dessa vez é uma Miranda-sei-lá-o-que".

Claro, eu deveria observar a garota por 2 dias para saber se ela merecia viver. No terceiro, devia colher sua alma ou apresentar uma boa justificativa para que ela continuasse a viver. Entretanto, algo aconteceu.

Na primeira vez que a vi, o coração que eu pensava não ter começou a palpitar. Ela era linda, no auge de seus 20 anos. Com cabelos de um tom azulado que lhe caíam nos ombros em mechas onduladas perfeitas. Olhos de um azul que me lembravam uma pedra de topázio, sem falar de um corpo escultura. Mas tinha um porém. Ela era casada, e seu nome de família era "Phantomhive".

Eu não sabia que tipo de sentimento era aquele, então apenas o ignorei. Com o passar do tempo, porém, eu me vi preso àquela criatura de tal forma que sair do seu lado doía. "Como, como eu poderia me apaixonar por uma simples humana?"