Bella Volturi escrita por Carol Swan


Capítulo 9
Esme Cullen


Notas iniciais do capítulo

Estou doente =/ Espero que não seja gripe suína :D
Bom... deve tá uma merda o capítulo, mas fiz de coração!
Boa Leitura! s2



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Esme Cullen

 

 

Ao chegar à vila, os ciganos me deixaram na praça principal e partiram.

A praça era muito ampla e florida. Flores de todas as cores contornavam a grande matriz.

Peguei minha mala e entrei na igreja.

Ela estava em reforma. Mas mesmo assim dava para notar sua beleza.

Seu teto muito elevado e vidraças que iam do chão até o mais alto das paredes, revelavam seu estilo gótico.

Havia alguns homens no altar trabalhando para restaurar as partes já danificadas pelo tempo.

Me sentei em um dos bancos e fechei os olhos. E continuei assim, esperando por algum milagre.

Podia sentir as lágrimas descerem pelo meu rosto e fazerem o contorno de meus lábios.

- Apreciando o meu trabalho?

Abri os olhos rapidamente.

Uma mulher estava sentada ao meu lado, mas eu não conseguir ver sua face.

Enxuguei os olhos com a manga de minha blusa e a olhei.

A mulher era linda. Seus grandes olhos cor de âmbar e seu rosto em forma de coração me faziam me lembrar de minha mãe.

- Você é quem esta reformando a igreja?

Tentei disfarçar minha voz de choro.

- Sim.

Disse olhando para os rapazes no altar.

- Muito bonito o seu trabalho.

Ela sorriu calorosamente para mim.

- Não é bem um trabalho... Eu considero mais como um... Hobby.

Continuou ela:

- Minha família mora nos estados unidos... Não conseguiria ficar sempre tão distantes deles.

Família. A última palavra no mundo que eu queria escutar.

Suspirei irritada.

- Não vejo motivo para essa irritação, você carrega uma criança em seu ventre, não há felicidade maior do que ser mãe.

Suspirei irritada novamente.

- CLARO! Se eu não fosse morrer por este fato eu estaria realmente muito feliz! Mas não! Graças a aquele vampiro idiota eu não posso seguir a minha vida!

Senti as lágrimas escorrerem de novo. Minha voz ecoou por toda a matriz.

Aquilo me fez bem. Colocar toda a tensão para fora.

Olhei para a mulher ao meu lado que devia estar pensando que eu era uma maluca.

Mas sua reação me surpreendeu.

Seus olhos estavam arregalados como se tivesse visto um fantasma.

Enxuguei os olhos.

- Me desculpe her... Bom... Eu já vou indo.

Levantei, peguei minha mala e sai andando.

Já estava quase saindo da igreja quando eu pude ouvir a voz doce da mulher.

- Espere!

Estanquei e me virei para olhá-la.

- Eu gostaria de conversar com você em particular.

Indicou o altar com os olhos.

Os rapazes estavam nos observando.

- Ah... Sim... Tudo bem.

Ela saiu andando pelo corredor e eu a segui.

Não fazia menor idéia do que aquela estranha podia ter para falar comigo. Ela precisava ser breve, eu ainda tinha que arrumar uma pousada.

Ela entrou em uma pequena sala e fechou a porta assim que eu entrei.

A pequena sala era um escritório.

Ela se sentou e pediu para que eu também me senta-se.

Ela me olhava com curiosidade.

Eu esperei.

- Oh, me desculpe!

Sorriu para mim.

- Eu ainda não me apresentei.

Ela estendeu sua mão para que eu a cumprimentasse.

- Esme Cullen

Imitei seu gesto.

- Renée Swa...

Senti a pele fria da mulher em minha pele quente.

Assim que eu iniciei o contato, uma corrente elétrica passou pelo meu braço.

Larguei sua mão imediatamente.

Eu conhecia aquela sensação.

Ela era um deles, ela era uma vampira.

Me levantei imediatamente, caminhei rapidamente para a porta.

Mas a porta estava trancada. Tentei inúmeras vezes abri-la, mas todas as tentativas foram vãs.

Eu ia morrer.

Antes do que eu esperava...

Eu era tão sortuda!

Ela ia drenar meu sangue até não haver mais vida dentro de mim...

Virei rapidamente para encarar a criatura.

Seus olhos cor de âmbar me encaravam com uma confusão evidente.

- Você... É... Um deles!

Disse com a respiração descompassada. O desespero já se apoderava de mim.

A duvida que antes estava em seus olhos sumiu.

- Ah...

Suspirou.

- Sim, eu sou... Mas não igual a eles.

 Eu analisava seus olhos caramelados... Eu já não tinha certeza de mais nada.

Pensei por um instante, aquilo podia ser um truque.

- Seus olhos...

Ela deu um largo sorriso para mim.

- Sente-se, vou contar a minha história. Depois, você me contara a sua... Feito?

Não me mexi um milímetro.

- Porque devo confiar em você? Você é uma vampira.

- Sim, eu sou. Mas você não tem nada a perder, não é mesmo?

Ela esperou alguma reação minha. Eu continuei em pé ao lado da porta.

- E então, vamos conversar?

Ela insistiu

Era verdade, eu não tinha nada a perder.

Tentei me controlar, respirando fundo algumas vezes.

A mulher esperou pacientemente.

Voltei para perto da criatura e sentei.

Esme iniciou a conversa.

Ela me contou tudo o que havia para ser explicado.

Sua família não era igual aos outros vampiros, eles não bebiam sangue humano. Eles haviam encontrado outra alternativa de vida no sangue dos animais, era por isso que a coloração de seus olhos era diferente.

Ela me contou tudo sobre a sua vida e sobre a sua raça.

A noite chegou junto com a conclusão de sua história.

Ela voltou a sorrir.

Pude ver aquela expressão maternal retornar para sua face.

- Agora, é a sua vez.

Contei dês da noite do festival até aquele momento.

Quando pronunciei o nome de quem havia feito aquilo comigo, seus olhos se arregalaram.

- Aro?

Os lados de sua boca se retorceram, soltando uma boa gargalhada.

- Eu nunca pensei que ele fosse capaz de uma coisa dessas!

Seus risos me contagiaram.

Comecei a rir da minha própria desgraça.

Conversamos até estarmos completamente cientes das duas versões.

O medo e o desprezo, foram substituídos por uma admiração.

Eu admirava aquela mulher.

Ela havia se jogado de um precipício por ter perdido seu verdadeiro filho.

 

No final das contas, eu e ela já nos encontrávamos grandes amigas.

Tínhamos algo em comum.

O amor por nossos filhos, e o sacrifício que fazíamos.

Esme iria me ajudar.

Ofereceu-me para ficar na casa onde estava temporariamente morando.

Não pude recusar, eu estava completamente desamparada.

 

 

Os dias se passavam.

Agora eu já não podia andar, minha barriga estava grande o suficiente para ter sete meses.

- Edward, pode chamar Carlisle para mim?

Ela conversava constantemente com seu marido no telefone sobre a minha estranha gravidez. Seu marido era vampiro e ao mesmo tempo médico.

No inicio achei bizarro, mas logo me acostumei com a idéia.

Ele viria para me ajudar na hora do nascimento.

Ela estava movendo meio mundo para me ajudar...

Eu me sentia tão inútil, tão incapaz...

Pedi uma folha, qualquer coisa a onde eu pudesse escrever.

Precisava colocar meus sentimentos para fora, mas não queria fazer isso em voz alta.

Ela me entregou um diário.

A capa era de um couro cinza.

Passei as pontas dos dedos acompanhando as formas geométricas que marcavam a capa.

Se eu fosse morrer a qualquer hora, tiraria algum humor daquilo.

Peguei a caneta, e comecei a contar meus dias...

 

Hoje a criança quebrou uma costela. A dor foi insuportável, mas ainda estou viva.

...

Vomitei sangue... Aquela vampira quase se descontrolou, mas deu conta de não me matar de uma vez.

...

POHA! Mais uma costela quebrada, essa criança não vai sair nunca não?

...

Minha barriga está enorme! Vou rolar escada abaixo a qualquer dia desses.

...

 

Fui sofrendo pouco a pouco.

Havia horas que a dor era tão grande, que eu implorava pela morte imediata.

Eu estava magra e não conseguia me manter mais sentada.

Meu fim se aproximava, e eu não podia fazer mais nada além de esperar.

E eu esperei. Deitada, fraca, sem forças para lutar contra a minha decisão, ou contra qualquer outra coisa.

 


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