O Tempo Nunca Volta escrita por Just Shadows


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Escrevi em um momento de reflexão...(lê-se-estava sem luz e não tinha o que fazer), espero que gostem :D



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Chamo-me Natsu Drageel tenho tudo o que o que um cara poderia querer, sou popular, inteligente (ou nem tanto assim), tenho como namorada, a garota mais bonita da escola e se posso dizer do mundo, estamos juntos a cerca de 2 anos, nosso fogo continuava o mesmo, transamos todo dia, adoro a sensação de ter aquela pele leitosa sobre minhas mãos e em baixo do meu corpo, ou em cima dependendo da situação. Mas de uns tempos para cá ela esta ao meu lado 24 horas por dia (ou do lado literalmente ou pendurada no telefone mandando mensagens ou me ligando), conversei com sua amiga Levy um dia desses e ela me alegou que isso se devia ao fator de minha amiga de infância ter voltado do exterior, e claro como não a via a praticamente 10 anos procurava ficar perto dela, que sempre me contava como era o lugar, como ela ficou e como era a comida que só para variar era horrível.

Tive uma conversa com Lucy avisando que não tinha nada entre eu e a Lissana e que eu não entendia o porquê daquela paranoia toda por parte dela, resultado? Ela me xingou de todos os nomes possíveis.

Esta conversa era praticamente dela falando e eu quieto ouvindo enquanto metade da escola olhava aquilo ou rindo da minha cara ou talvez com pena.

–Você esta me escutando seu idiota? Como quer que eu me sinta se você prefere dar atenção para essa branquela ridícula do que para sua namorada?

–Não fala assim dela.

Não gostava que falassem dessa maneira dos meus amigos, além do mais era da Lissana que ela estava falando, a única pessoa que continuou do meu lado depois da morte dos meus pais.

–Eu falo dela como bem entender.

–Para de ser mimada que droga.

Vi a arregalar os olhos.

–Você acaba de me chamar de mimada?

–Mimada, grudenta, quer uma lista completa ou isso bastou?

–Nossa se eu tenho tantos defeitos assim, porque esta namorando comigo e não com a Lisvaca?

–Já mandei parar com isso.

–Não paro.

–Lucy já falei p...

–Cala boca e me escuta seu imaturo.

–Não, me escuta você esta me fazendo passar vergonha.

–Você passando vergonha? E eu que estava bancando o papel de corna mansa fico como?

–O que? Só você esta pensando isso.

–Se queria tanto assim se engraçar com aquela, vai lá, eu era o que uma substituta enquanto a bela estava fora?

–Quer saber quando eu comecei a namorar com você não sabia dessa sua histeria, sim eu quero ficar do lado dela, mas diferente do que essa sua mente pequena imagina, quero a amizade dela, ela me ajudou muito.

–Como ajudou? Pagou um boquete para você?

–Se você insultar ela mais uma vez eu não respondo por mim.

–Ah claro, e vai fazer o que? Vai me bater? Vai me bater por acaso?

–Não disse isso.

–Ah não, claro que não, mas deixou bem claro.

Revirei os olhos vendo que aquela discussão não acabaria tão cedo se dependesse dela, olhei em volta vendo meu “amigo’ segurando o riso enquanto passava os dedos em frente ao pescoço num claro sinal de “tá morto”, Lucy continuava falando enquanto gesticulava com as mãos.

–Me escuta, usa essa droga de cérebro para prestar atenção no que eu falo, devia ter ficado com o Sting ele podia ser um convencido, mas ao menos me escutava.

–Chega.

–O que?

–Chega, já não deu seu show? Vai para casa, corre pros braços do Sting.

–Para você correr atrás da Lissana, eu sabia.

–Não, para eu ficar sozinho, ou com ela quem sabe, só que ouvir sua voz ainda me acusando de coisa que eu não fiz não dá.

Virei-me dando as costas para a mesma e seguindo para o estacionamento da escola, passando no trajeto pelo Gray que me seguiu.

–O que você quer?

Disse ao parar em frente a minha Ferrari.

–Precisava mesmo daquilo?

–Do que?

–Terminar com ela? Pelo que sei foi você que fez mó auê para namorar com ela .

–E dai? Não sabia que ela era uma mimada grudenta.

–NATSU VOLTA AQUI.

–Droga, Gray vou nessa.

Entrei no carro mais que depressa acelerando, vendo pelo retrovisor a loira correndo de forma histérica atrás.

Não posso dizer que não sentia mais nada por ela, isso seria uma mentira, mas daquele jeito não dava para continuar.

Duas semanas se passaram desde aquele fato vergonhoso, na escola hora ou outra eu encontrava a Lucy pelos corredores, ela vinha falar comigo, sempre com o mesmo discurso “eu não sei o que deu em mim, vamos voltar eu prometo que nunca mais vou fazer uma coisa dessas”, porem como sempre eu ignorava e dizia que não dava mais. Ela não ouvia, sempre me mandava mensagem.

“te amo, sinto sua falta, volta para mim?”- Luce.

Na escola conversei com ela, disse que não queria que ela me mandasse mensagens o tempo todo, já que nem amigos nós éramos, mas de nada adiantou, por dia eu recebia por volta de trinta mensagem, não estou sendo exagerado e sempre a mesma frase.

“te amo, sinto sua falta, volta para mim?”- Luce.

Nada respondia, pois assim só pioraria as coisas ou ao menos era assim que eu pensava.

Em uma noite eu estava junto de Lissana fazendo um trabalho da escola, sim o fato de sermos da mesma turma e de eu ter terminado com Lucy fez com que eu e Lissana nos aproximássemos ainda mais, quanta ironia, totalmente o contrario do que eu imaginada estava acontecendo, talvez eu ouvisse o ultimo pedido de Lucy no momento de histeria e ficasse com a albina a minha frente.

–Nat-kun no que você esta pensando?

–Hm?

–Você esta me encarando com cara de bobo há um tempo.

–Ah desculpa, nem percebi.

–Hai, hai...já terminamos aqui, se não ganharmos um dez é pessoal, o professor não gosta da gente.

–Concordo deu muito trabalho.

–Bom vou indo.

Foi nessa simples frase que tudo aconteceu, segurei o pulso dela impedindo-a de ir embora, e ali mesmo no tapete da sala nós transamos e hora ou outra só para quebrar o clima meu celular tocava ou recebia mensagens pelo que pude contar cinco, quando aquela loira ia entender que ela tinha que seguir em frente e me deixar em paz, nem terminando ela deixava de ser grudenta. Agora eu e a albina estávamos jogados encarando o teto.

–Nat-kun...eu te amo.

Arregalei um pouco os olhos diante daquela afirmação, tentei dizer o mesmo ou algo que se assemelhasse porem não fui capaz, um bolo se formou em minha garganta impedindo que eu dissesse algo.

–Gomen.

Foi tudo que eu consegui dizer “droga o que tinha de errado comigo?”.

–É ela não é? Você ainda gosta dela.

–Não eu...

–Eu sei quando você esta mentindo Natsu Dragneel, e agora você esta mentindo.

–Lissana eu...

–Não tudo bem eu já devia saber...se gosta tanto dela porque esta aqui comigo e não com ela?

A encarei como se ela fosse louca, acabamos de transar e ela de fato queria conversar comigo sobre minha ex?

–Lissana agora não é a hora, se é que me entende.

–Não entendo, eu sei que acabaram por minha causa, a amiga dela fez questão de me dizer com todas as palavras que eu arruinei a vida da melhor amiga dela.

–Você não fez isso, ela que era paranoica.

–Te conheço o suficiente para dizer que o único paranoico é você, você tem ciúmes até que respirem seu ar.

–Mas...

Apoiei minha cabeça no meu braço para assim poder encarar de forma direta a albina que permanecia deitada.

–Você é minha amiga que eu não via há muito tempo, é normal que eu queira ficar com você.

–Sim, mas você também não gostaria que ela ficasse com o amigo dela o dia inteiro e te deixasse de lado.

–Mas eu não a deixei de lado que droga.

–Mesmo? Lembro que ela veio te chamar para almoçarem juntos e você disse que não, isso mais de uma vez, eu vi como ela ficou, mas como não sou amiga dela nem nada preferi ficar quieta.

–Lissana...

–Bom já fui rejeitada, melhor eu ir embora agora ao menos com um pouco de dignidade não?

Nada respondi, apenas fiquei olhando ela andar pela sala recolhendo as roupas e as vestindo.

–Tchau Nat-kun, espero que você se resolva logo.

E assim saiu da casa me deixando só com minha consciência, sabia que muita coisa que ela falou era verdade, sabia que muita coisa que a Lucy falou era verdade, porem como sempre meu orgulho era inflado demais para tomar uma providencia e pedir desculpas. Foi com esses pensamentos que acabei por apagar.


Sonho on:

Eu estava em uma rua escura iluminada apenas por uma pequena lâmpada em um poste antigo, sobre a luz estava alguém que ao me aproximar percebi ser...

–Lucy?

Não fui respondido.

Ela estava ali na minha frente com o celular em mãos digitando de forma afoita.

–Oe

Nada, eu estava agora cara a cara com ela, porem parecia que ela não me via ou me ignorava, ela bufou para logo colocar o celular perto do ouvido e falar algo ao qual eu não ouvi pois ela cochichou. Foi então que minha atenção foi tirada da loira para outra pessoa que se aproximava.

–Ora ora, não é que eu te achei...você corre muito sabia?

Olhei para a silhueta que aos poucos ia sendo desenhada no meio da escuridão, quando perto o suficiente pude notar que aquela voz pertencia a um homem moreno de olhos carmesim, não o conhecia.

–O que você quer de mim?

Disse a voz da loira que saiu tremula enquanto segurava o celular de forma firme contra o peito.

–O que eu quero? Nada...ou tudo, quem sabe.

E em um movimento rápido agarrou o braço fino de Lucy que gritou para que ele a soltasse, e como é de se imaginar não foi isso que ele fez. Foi com horror que a vi ser violentada, tentei socar, chutar tentei tudo para afastar ele, mas de nada adiantava, minhas mãos passavam por ele, como se o mesmo fosse feito de ar.

Depois de um tempo daquela atrocidade a qual eu vi com lagrimas cortadas por meus gritos pedindo para ele parar, que ele se ergueu encarando a figura loira que se encontrava jogada no chão encarando o nada, o brilho ao qual seus olhos tinham não estava mais ali, eles estavam negros e opacos, quase como se estivessem sem vida.

–Tsc...acorda.

E deu um tapa na face da mesma que não se mexeu, um outro tapa seguindo de vários outros que hora ou outra eram intercalados por chutes.

–Droga...

E o sujeito moreno saiu correndo, se perdendo em meio à escuridão daquela rua. Ajoelhei-me perto da loira tentando em vão tocar seu rosto marcado por linhas carmesins de seu próprio sangue.

–N....

Vi com alegria seus lábios se mexerem, aproximei meu ouvido de sua boca.

–Natsu...socorro.

Logo a rua, o poste e a loira iam sumindo dando lugar a um clarão.

Sonho off.


Acordei com o coração acelerado além de estar suado.

–Um pesadelo?

Passei as mãos por meus cabelos que estavam absurdamente húmidos.

–Preciso de um banho.

Depois de tomar um banho rápido, me trocar e tomar café, segui para a escola, dirigi de forma tranquila já que estava relativamente cedo, cheguei ao estacionamento da mesma em vinte minutos. Adentei o colégio sobre os olhares atentos e...raivosos (?) de muitos. Avistei uma cabeleira negra azulada de costas.

–GRAY.

O mesmo virou para me encarar com um olhar de...pena (?).

–Oe que cara de enterro é essa, na verdade que cara de enterro é essa de TODO mundo?

–Cara....

–Ai esta você seu desgraçado.

Ergui uma sobrancelha para logo me virar para dar de cara com uma mão que acertou meu rosto em cheio.

–QUE PORRA É ESSA?

–Seu desgraçado, DESGRAÇADO É TUDO CULPA SUA.

–DO QUE VOCÊ ESTA FALANDO?

Pergunte para a figura azulada (Levy), que se encontrava borbulhando de raiva e...chorando (?).

–Ela...mesmo depois de tudo...ela ainda foi atrás de você...ela..

–Do que diabos você esta falando?

–A Lucy...ela foi atrás de você ontem...mesmo....mesmo depois de termos falado para ela desistir dessa ideia.

–O que...

–PARA DE SER BURRO.

Nesse momento já tínhamos atraído a atenção de todos na escola, “eu estava ficando famoso por discussões em publico”.

–Ela foi até sua casa e depois me ligou chorando...dizendo que você estava com aquela mocreia.

–Q...

Foi então que me lembrei da Lissana...”a Lucy tinha...”.

–Ela ouviu vocês, ela me ligou desesperada....ela....DROGA.

Não estava entendendo o porquê daquele desespero todo, se eu não estava mais com ela...e porque a amiga dela esta triste assim?

–Eu ainda não entendo aonde você quer chegar.

–Ela estava tão...desesperada, não sei....ela acabou se perdendo....ela....eu não sei...o pai dela ele....ele.

Comecei a prestar um pouco mais de atenção para ver se entendia, a Lucy se perder não era novidade, além do mais no meu bairro ao que ela não conhecia nada a não ser minha casa.

–Ele ficou preocupado.

“Ta essa é nova”.

–Eu liguei para ele avisando que ela tinha se perdido e dei seu endereço...falei que era perto...ou sei lá...e... E ele ligou para a policia, pois era de madrugada e ela não tinha aparecido.

–Aonde você quer chegar? O que aconteceu?

–Acharam ela.....morta.....ESTA FELIZ AGORA?

E recebi mais um tapa, mas dessa vez eu não senti nada, estava entorpecido pelo noticia “morta, morta, morta, morta...”, isso se repetia na minha cabeça como se ela tivesse dado um curto, como se ela estivesse tentando processar a informação. Vi as pessoas que estavam assistindo aquela discussão, umas ficaram surpresas e outras apenas abaixaram a cabeça, pessoas essas conhecidas da loira que já deviam saber o que tinha acontecido.

Eu tinha que sair dali, sai empurrando as pessoas que estavam no meu caminho, as quais não falaram nada só permitiam minha passagem, consegui em fim chegar ao banheiro que estava vazio, bati a porta com força indo em direção a pia, jogando um pouco de agua no rosto, talvez para ver se eu acordava, talvez fosse mais um pesadelo, mas não era, eu estava acordado.

–DROGA.

Esmurrei o espelho pouco me importando com o fato de ter me cortado, encarei meu reflexo distorcido, para só então me lembrar...

–Meu celular.

Vasculhei meus bolsos até acha-lo, abri o mesmo indo em mensagens, vendo que eu tinha contado errado não tinha cinco mensagens, mas sim sete, abri uma por uma, lendo-as mais de uma vez.

“Natsu eu vejo que seguiu meu conselho”-Luce.

“Vou te deixar em paz, prometo”- Luce.

“Disse que te deixaria em paz, mas você poderia me dizer o nome da sua rua?”-Luce.

“Não sei se esta me ignorando, mas eu entrei em uma rua errada, só tenho a sua como ponto de referencia”-Luce.

“Natsu eu entrei em uma rua em frente a um parque, você sabe onde estou?”- Luce.

“Natsu acho que tem alguém atrás de mim, esta tudo escuro estou com medo, por favor venha rapido”-Luce.

“Natsu estão me seguindo, eu consegui correr, mas não sei até quando venha rápido eu te peço, SOCORRO”- Luce.

Ao final já estava em lagrimas.

–Lucy...

Fui em ligações.

“Você tem uma nova mensagem: - Natsu oi é a Lucy de novo... eu... eu não consigo correr mais, não sei se esta escutando isso, mas espero que escute eu não sei onde estou, tem um cara atrás de mim, consegui despistar ele, estou em uma rua sem saída e escura, tem um poste de luz no final dela.

Arregalei um pouco os olhos ao ouvir aquilo. “Não podia ser...”

–Ora ora, não é que eu te achei...você corre muito sabia?

–O que você quer de mim?

Pude ouvir a respiração rápida seguida das batidas descompassadas de seu coração.

–O que eu quero? Nada...ou tudo, quem sabe.

Depois só pude ouvir o que foram gritos, além de barulhos ao qual eu não sabia o que eram “ou sabia e só não queria admitir”.

–Tsc...acorda....Droga...

Pude ouvir passos.

–N....Natsu...socorro.

Corri para um dos sanitários vomitando tudo que eu tinha comido. Deixei meu corpo escorregar pela parede de ladrilhos até alcançar o chão frio.

–Lucy gomen...gomen.

Desculpas agora não serviriam de nada, meu orgulho só me puxou para um buraco negro ao qual eu não podia sair, foi preciso perder para que eu percebesse que eu amava, e amo aquela loira escandalosa, mimada e grudenta. O problema nunca foi ela, mas sim eu.

Depois disso acabei por sair daquela escola, daquela casa e daquela cidade, pois tudo me lembrava de você, hoje estou vivendo em um pequeno apartamento, sozinho, sei que eu mesmo tinha dito “ela tem que aprender a seguir em frente e me deixar em paz”, foi fácil eu dizer isso, mas eu mesmo não consigo fazer. Hora ou outra me pego mandando mensagens para seu velho numero de celular, esperando, assim como você...uma resposta.

“te amo, sinto sua falta, volta para mim?- Natsu.




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