Wait For Me. escrita por Marril


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Olá a todas/os!

Como eu já disse esta é a minha segunda one-shot (É totalmente diferente da outra).

Espero que gostem e Boa Leitura!

PS: Não aconselho a leitura a pessoas muito sensíveis...



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Já passou 1 ano desde que partiste e deixaste-me só. Talvez esteja a ser um pouco egoísta ao dizer que me deixaste, pois há quem sinta ainda mais a tua falta, a tua família. Não que eu não sinta a tua ausência, mas acho que a nossa relação não era assim tão profunda. Desta vez a culpa é minha por nunca ter-te dito o que realmente sentia, no entanto, agora já não há nada a fazer. Fico triste quando penso nisso, só que escondo isso tudo num sorriso e também por detrás da minha máscara.

Recordo-me perfeitamente dos dias que passamos juntos, nessa altura eu esperava que um dia pudesse contar-te o que sentia e que tu correspondesses da mesma maneira, assim mais dias alegres viriam. Isso nunca chegou a acontecer. 

Nunca irei esquecer do dia em que te conheci, dos insultos que trocamos e das gargalhadas que soltamos logo de seguida. Foste tu que me libertaste da solidão que eu sentia, foste tu que me iluminaste na escuridão em que eu vivia. Devo-te isso e muito mais.

Bem, já está na hora, os outros estão à minha espera e é melhor apressar-me senão chego atrasada, o que não é nada agradável.

Saí de casa, apanhei um táxi em direcção ao restaurante, onde todos estavam reunidos. A viagem foi curta, contudo abstrai-me do mundo ao meu redor e não notei por onde passava. Cheguei em 10 minutos, acho, mesmo a tempo. O almoço decorreu quase todo em silêncio como seria de esperar, excepto, é claro, naqueles momentos em que trocávamos meia dúzia de palavras, para o ambiente não ficar tão pesado. De resto , silêncio absoluto.

Quando o almoço terminou, dirigimo-nos todos juntos ao local de encontro. Pelo caminho escapei do grupo e encaminhei para uma florista. Continuo uma esquecida como sempre, tu até fazias questão de lembrar-me que o era e até comparar-me ao Lysandre. Eu sempre dizia que não era preciso chegar a esse ponto, depois riamos como era habitual. Entrei na florista, fui logo recebida por uma senhora de meia-idade, muito amável e alegre. Disse-lhe que queria rosas vermelhas juntamente com hibiscus cor-de-vinho, flores que eu sempre pensei que combinassem contigo.

Caminhei lentamente em direcção aos outros, eles já lá estavam. Espreitei sorrateiramente. As mulheres, em especial Íris, choravam e às vezes soluçavam como é normal acontecer, os homens mantinham-se firmes apesar de eu conseguir denotar algumas lágrimas no canto dos olhos, especialmente em Lysandre. Todo este ambiente mórbido entristecia qualquer um que passasse.

O grupo retirou-se e desapareceu. Aproveitei para me aproximar, observei a tua sepultura, continuava bem conservada, como nova, apesar de já ter passado um ano. Depositei as flores ao lado de outras que já lá estavam e sentei-me no chão encarando o teu nome inscrito juntamente com a mensagem deixada por baixo.

-Tenho saudades tuas. Fazes-me muita falta – Disse começando a chorar novamente. – Sabes, eu consegui encontrá-lo, foi difícil mas consegui. Eu encontrei-o, encontrei o teu assassino.

Lembro-me perfeitamente do dia em que partiste, como se tivesse sido ontem. Estava um dia chuvoso, mas eu convenci-te a passear pelo parque, claro, depois de muitas horas de persuasão. Tudo corria bem, até a chuva tinha parado e a lua brilhava como nunca. Fomos abordados por um estranho, que cheirava um pouco a álcool. Ele retirou uma pistola do bolso apontando para nós, pedindo o nosso dinheiro, dinheiro que não tínhamos. Comecei a chorar, sempre fui uma chorona apesar de sempre tentar parecer forte e confiante aos teus olhos, tu colocaste-te à minha frente protegendo-me, sentia-me segura a teu lado. Nada correu bem, a pistola disparou, eu gritei e tu caíste aos meus braços. Provavelmente eu também já estaria morta, se não fosse o barulho das sirenes da polícia ao longe, o assaltante fugiu assustado, deixando-nos para trás. Chamei logo a ambulância quando pude e até a sua chegada conversei contigo. Lembraste? Eu pedi-te para seres forte e aguentares, para não me deixares só. Tu sorriste e disseste que eu nunca ficaria sozinha, de seguida fechaste os olhos. O teu corpo ficou mais pesado, deixaste de reagir, comecei a gritar de novo chamando pelo teu nome, mas tu não dizias nada. Estavas morto.

Foi aí que prometi encontrá-lo, não o mataria como ele fez contigo, tu não gostavas de vinganças. Comecei a busca, reunindo todas as provas que tinha contra ele, desejava que ele apodrecesse na prisão e consegui, ele está preso. Não verá a luz do dia durante um bom tempo. A minha missão estava praticamente completa.

Durante este tempo todo concentrei-me apenas em procurar o culpado, podes achar estranho, eu sei que é. Agora retornei para completar o meu objectivo. Qual é? Vais saber em breve.

Levantei-me e fui-me embora, isto não simbolizava um adeus. Apanhei outro táxi, desta vez em direcção à praia. Saí do carro, o vento estava forte, agressivo ia ao encontro do meu rosto e cabelos, fazendo-os esvoaçarem livremente. O cheiro era agradável, tal como a paisagem. Comecei a andar rumo à falésia mais próxima, procurei um lugar para sentar, encontrei uma pedra, limpei-a e sentei-me a observar o pôr-do-sol. O vento continuava forte, de vez em quando levava consigo as minhas lagrimas que acabavam por se misturar com o mar, diversas gaivotas voavam perto de mim, gostava de poder voar como elas e assim tornar-me finalmente livre.

Quando anoiteceu e a lua já brilhava no seu ponto máximo eu levantei-me, colocando-me perto da berma do penhasco. Olhei para o céu, a lua tão brilhante como naquele dia. Sorri melancolicamente. Estiquei os meus braços para os lados, fazendo uma espécie de cruz com o meu corpo.

-Eu também prometi que um dia ia contar-te o que sentia e que se tu aceitasses iriamos ser felizes juntos. Espero que me perdoas pelo que vou fazer, afinal é só mais um adeus. Adeus, mundo.

Atirei-me, não consigo suportar esta dor terrível que me perfura o peito, quero parar de sentir. Enquanto caia não senti nada. Quando mergulhei não senti nada. À medida que a água me envolvia e eu deixava de respirar não senti nada. Eu só queria paz, sem sofrimento. Talvez eu o consiga finalmente se te encontrar. Castiel, espera por mim.  


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem!

Se gostaram ou não podem falar, aceito todas as criticas que queiram dizer-me...

Adeus e até uma próxima!



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