The Big Four - The Rise of Darkness escrita por Nelly Black


Capítulo 28
Remanescentes


Notas iniciais do capítulo

Apesar de tudo, eu ainda estou viva e vou continuar matando todo mundo, muá-rá-rá... Brincadeirinha. A temporada de matança acabou para mim.

O capitulo demorou para sair por que a Toth precisou fazer uma cirurgia e ficou sem tempo para betar. Por falar nisso, melhoras para ti minha parceira! ;)

Enfim, leiam e comentem.

P.S. Esse capitulo está com várias alusões da segunda e da terceira temporada.



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POV Soluço

Tudo aconteceu muito rápido.

Num minuto Merida estava ao meu lado, no outro ela já estava de frente ao Morte Vermelha. Quando eu gritei um “Não!” já era tarde, as chamas já haviam avançado para cima da ruiva. Movi-me na direção dela com Banguela, mas um portal amarelo se abriu e nos engoliu, levando-nos para um lago congelado.

Eu olhei ao redor, tentando reconhecer aquele local. Luzes brancas brilhavam ao longe, denunciando que estávamos de volta ao tempo de Jack. Suspirei e desci de Banguela. A culpa me atingiu em cheio.

A minha ruiva... Logo a minha ruiva...

Irritado comigo mesmo, chutei a neve. Meu apoio de ferro deslizou no gelo, me fazendo escorregar e cai de costas. Gemi alto quando minha cabeça se chocou violentamente com o chão. Lágrimas escaparam do meu rosto.

Merida estava morta e eu nem pude dizer o que sentia por ela. Uma sensação de vazio tomou conta de mim. De alguma forma eu sabia que Jack e Rapunzel também tinham deixado esse mundo. Só restara eu, o que não era uma noticia animadora.

Banguela se aproximou preocupado, sentindo minha aflição. Por que, logo eu havia sobrevivido? Eu era um inútil. Não era importante, não havia feito nada de importante. Mas mesmo assim estava vivo.

O destino tinha sido cruel com todos nós. Sem Jack, Rapunzel e Merida, o mundo agora estava nas mãos de Breu. A menos que eu fizesse alguma coisa.

Suspirei e fechei os olhos. Como eu poderia derrotar aquele que assombrou meus sonhos durante minha infância, me fazendo ir dormir junto com meu pai? Esse não era meu destino; Lilith deixou bem claro que só Rapunzel conseguiria derrotar Breu. Mas se a loira se foi, quem iria derrotá-lo?

Abri os olhos e me sentei fitando o chão. Pensamentos rodopiavam pela minha mente, enquanto tentava achar o motivo de aquilo tudo estar acontecendo, certo de que as respostas para minhas perguntas nunca viriam.

Fiquei de pé, me apoiando no meu cajado, para não cair. Banguela se pôs ao meu lado e me fitou. Seus olhos pareciam dizer: Eu ainda estou aqui, amigo. Um sorriso fraco brotou em meus lábios, apesar de tudo, meu melhor amigo não desistiu de mim.

Olhei ao redor e senti um calafrio percorrer minha espinha. Algo estava nos observando e não parecia ser amigável. Como se pudessem ler meus pensamentos, meu cajado se transformou numa lança e Banguela assumiu uma postura de ataque.

Meus olhos percorreram a floresta ao nosso redor, atentos a qualquer movimento incomum. Banguela grunhiu, parecendo incomodado. E não era para menos, já que o lago congelado formava uma clareira em meio à densa floresta, deixando-nos propícios a ataques, que poderiam vir de qualquer lado.

Uma sensação de urgência e pânico começou a se espalhar em dentro de mim. Todos os músculos do meu corpo queriam sair daquele local e correr para longe.

“Mantenha-se firme, Soluço.” A voz fraca de Lilith ecoou na minha mente.

“Lilith?” Perguntei assustado.

“Sim, sou eu.” Ela respondeu com um tom de voz arrastado. “Preciso que proteja a cidade. Jamie não está conseguindo sozinho.”

“Proteger a cidade? Mas de que?” Perguntei e Lilith não precisou responder.

Eu estava cercado por cavalos pesadelos; E não era só um ou dois... Eram centenas deles! Juntos faziam um perfeito circulo a beira do lago, sem deixar um centímetro desprotegido.

Engoli em seco. Santo Thor, aquele era meu fim!

Respirei fundo e me concentrei, liberando um jato de luz azul, que tinha a força de um raio. A luz pulverizou os cavalos a minha frente e eu movi o cajado para o lado esquerdo, destruindo os que haviam ali. Dei um giro completo e todos os cavalos que a luz tocava, viravam pó. Aqueles que conseguiam fugir eram queimados pelas bolas de fogo do Banguela.

“Depois disso, vou querer férias.” Murmurei olhando exausto para a floresta.

Banguela fez um chiado áspero, parecendo concordar comigo.

“Humm, Lilith.” Chamei inseguro. “A ameaça foi eliminada.”

“Está enganado. Aquilo era só a introdução.” Ela falou com pesar.

“Introdução?” Perguntei alarmado.

“Sim, mas o Grand Finale está perto.” Lilith respondeu com a voz sufocada.

“Grand...” Comecei a perguntar, mas minha voz morreu quando eu vi a cena a minha frente.

Uma enorme onda de areia negra avançava pela floresta, vindo na minha direção. Ela era tão alta que ultrapassava as copas das árvores e se unia ao céu noturno, dando a impressão que os dois eram um só. À frente da onda, estavam os cavalos pesadelos, me fitando com seus olhos ferozes amarelos.

Não ter medo, era essencial naquele momento. Eu tinha que pensar que tudo daria certo, para assim enfraquecer o poder deles. Minha mente evocou o rosto de Merida, sua voz suave e convicta encheu meus ouvidos: “Eu acredito que iremos vencer.” Sem pestanejar, confiei mais uma vez nas palavras da minha ruivinha.

Movi os braços para frente, fincando o cajado no chão. A adrenalina percorreu meu corpo e uma imensa onda de luz azul eclodiu do meu cajado. Rápida e feroz, ela avançou na direção da areia negra, se chocando com a mesma na beirada do lago congelado. Os cavalos que formavam a linha de frente foram pulverizados e a onda negra foi recuou um pouco, antes de avançar e empurrar com força a onda azul.

Um grunhido escapou dos meus lábios, enquanto eu tentava aplicar toda minha força psíquica no meu ataque, na esperança que ele fizesse a areia negra recuar. Mas, mesmo eu dando o máximo de mim, a onda negra continuava avançando. Parecia que ela tinha ganhado mais força, uma força que naquele momento, decidia não apenas o destino de Burgess, mas também o meu destino.

Banguela se remexeu ao meu lado e rosnou irritado na direção da areia, parecendo não gostar do que via. Estava prestes a concordar em voz alta com a irritação dele, quando vozes tomaram conta da minha mente.

“Ataque!” Uma voz feroz dizia.

“Extermine o Filho da Lua!” Gritava outra.

“Morte e terror!” Três vozes bradavam juntas, em um perfeito uníssono.

“Sem misericórdia! Seus preguiçosos malditos!” Disse uma voz fria e autoritária.

Balancei a cabeça, me dando conta que as vozes vinham de dentro da areia. Aquilo era estranho. Não só por vim da areia, mas também por que eu conseguia ouvi-las em dentro da minha cabeça. Uma ideia se iluminou em meus pensamentos.

“Recuem ou morram, seus filhos de um troll.” Gritei mentalmente, sendo o mais rude que pude.

“Digo o mesmo para você, fearling franzino.” A voz autoritária rebateu e a onda negra enfraqueceu um pouco.

Fiquei confuso. Não fazia a mínima ideia do era um fearling, mas sabia que aquilo era uma ofensa. Apliquei mais força em meu ataque e gotas de suor começaram a escorrer por minhas têmporas.

“Última chance, aberração noturna.” Falei usando um tom de voz frio e indiferente. “Renda-se e eu serei bonzinho com você.”

“Nunca!” A voz autoritária gritou e a onda negra se chocou contra a azul, estilhaçando-a em mil pedaços.

Tirei meu cajado do chão e dei um passo para trás, assustado.

“Sangue de Odin.” Sussurrei entorpecido.

A onda avançou. As vozes na minha cabeça começaram a gritar e bradar ao mesmo tempo, me deixando louco. Pronto para mais uma luta, Banguela assumiu uma posição de ataque, me fazendo sair do meu estupor momentâneo. Lancei uma rajada de luz azul na direção da onda, numa tentativa frustrada de pará-la.

A areia negra se espalhou pala floresta, engolindo-a e avançando na direção do lago. Ela já estava na beirada, quando uma fumaça negra surgiu, revelando Jamie. O garoto levantou as mãos e uma luz amarela saiu de suas palmas, destruindo e pulverizando a parte frontal da onda de areia.

Arregalei os olhos, quando a luz cresceu e começou a se tonar uma espécie de escudo. A onda negra se chocou contra o escudo amarelo, tentando quebra-lo, como fez com a luz azul.

“Ajude-Me!” Jamie pediu para mim em pensamento, enquanto trincava os dentes.

Assenti e disparei uma rajada de luz azul, que atravessou o escudo de Jamie e atingiu violentamente a areia negra. Quando as duas luzes se chocaram, o escudo amarelo avançou. Houve um clarão repentino e quando a luz se dissipou, não havia sinal da onda de areia negra.

Jamie deu um suspiro cansado e retirou o escudo. Por ora, a cidade de Burgess estava salva.

“Você está bem?” Jamie perguntou andando na minha direção.

“Eu que pergunto. Você está bem?” Perguntei fitando o garoto que tinha o aspecto abatido.

“Sim, só estou um pouco cansado. Fazer essa luz cansa.” Ele me respondeu massageando suas têmporas.

“Como você conseguiu fazer isso?”

“Humm... Eu não sei direito. Lilith disse que as crianças Remanescentes conseguiam fazer isso. Quando isso ocorria, elas estavam trazendo para o mundo real a luz da esperança que havia em dentro delas. Essa luz tem poderes ilimitáveis sobre a vida e ás vezes sobre a morte.”

Senti a emoção deixar o meu rosto. As palavras de Jamie me fizeram me lembrar dos meus amigos que agora estavam mortos.

“Onde estão os outros?” Jamie perguntou confuso.

“Eles estão em um lugar melhor.” Sussurrei com os olhos marejados.

Jamie ficou pálido e o brilho que estavam em seus olhos se apagou, enquanto lágrimas começaram a rolar por sua face. Um tanto sem jeito o abracei, usando apenas um braço. Chorei junto com ele, compartilhando o sentimento de solidão que se espalhava por mim. Naquele momento...

Éramos remanescentes.


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Notas finais do capítulo

E então, gostaram? Não esqueçam de conferir minha outra fanfic, por favor. :D

A fic já está com 269 reviws, será que conseguimos chegar aos 300?

Até o próximo capitulo!