The Big Four - The Rise of Darkness escrita por Nelly Black


Capítulo 18
E ajuda vem de quem menos se espera


Notas iniciais do capítulo

OMG! Recebi até ameaça de morte no ultimo capitulo!

Calma garotas... Relaxem e entendam o que aconteceu ok?



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POV Jack

Sem reação. Era como eu fiquei ao ouvir as palavras de Norte. Não! Aquilo não era verdade. Não podia ser verdade. Jamie não podia ter deixado de acreditar em nós.

“Você tem certeza?” Perguntei engasgado.

“Tenho. Eu estava olhando o globo, quando a luz dele se apagou.” Norte explicou cabisbaixo.

“Por que ele parou de acreditar?” Rapunzel perguntou fitando o globo.

“Não sabemos.” A Fada respondeu com a voz triste.

“Então vamos descobrir.” Falei ainda em estado negação. “Crianças não param de acreditar, assim do nada. Especialmente o Jamie. Deve ter algum motivo para isso acontecer.”

“Jack está certo! Vamos fazer uma visita ao Jamie.” Norte afirmou indo em direção ao elevador.

“Você se esqueceu de que o Breu está solto por ai? Se sairmos ele irá nos controlar novamente.” Coelhão nos lembrou, preocupado.

“Então o The Big Four vai. Breu não pode conosco.” Merida falou determinada, cruzando os braços.

Os guardiões se entreolharam compartilhando um olhar receoso. Norte assentiu para os demais e então se virou para nós dizendo:

“Tomem cuidado. E mantenha a esperança ao lado de vocês.”

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Joguei um globo de neve no chão e um portal se abriu. Soluço e Banguela passaram primeiro. Sim, dadas à experiência anterior, decidimos que seria melhor ele levar o dragão. Passei pelo portal logo depois deles.Merida me seguiu e Rapunzel foi a ultima a passar.

Estávamos no quintal da casa de Jamie. As luzes já casa estavam apagadas, talvez pelo fato de ser quase meia noite. Soluço se abaixou e mexeu na cauda de Banguela.

“O que você está fazendo?” Merida perguntou curiosa.

“Estou ajeitando a cauda dele, para que ele possa voar sozinho.” Soluço respondeu e deu um nó em uma corda que estava solta “Certo Banguela, se acontecer alguma coisa quero que você voe para o Polo Norte e de algum jeito avise os guardiões que algo está errado, ouviu bem?”

O dragão olhou para o viking e como um gato se enroscou nele.

“Eu vou ficar bem...” Soluço disse com um sorriso e do nada ficou sério.

“O que foi?” Perguntei confuso.

“Tem algo errado.” Soluço respondeu olhando para casa de Jamie.

Rapunzel que estava ao meu lado apertou com firmeza seu cajado e olhou para a casa preocupada. Merida também parecia um tanto desconfortável.

“O que deu em vocês?”

“Tem algo...” Rapunzel e Merida começaram a dizer.

As duas se entreolharam seriamente e Rapunzel continuou:

“... errado em dentro da casa. Eu acho que é o Breu.”

Fiquei alerta imediatamente e fitei a casa. O Breu estava lá dentro? Talvez seja por isso que Jamie deixou de acreditar. Engoli em seco e balancei a cabeça em direção a casa, pedindo que os outros me seguissem. Andamos cautelosamente até a porta dos fundos. Girei a maçaneta e a porta se abriu. Olhei para Merida que estava atrás de mim, portas abertas sempre eram mau sinal e ela parecia saber disso.

Atravessamos a cozinha e nos deparamos com a sala de estar revirada. O telefone estava fora do gancho e pedia para fora da cômoda, como se alguém o tivesse largado as pressas. O estofamento do sofá tinha sido rasgado. Havia revistas espalhas por todo canto. A mesa de centro estava quebrada e o abajur estava caído. Também havia um cheiro de queimado vindo da televisão, como se ela tivesse explodido.

Rapunzel passou por mim e se abaixou pegando a cabeça de um coelho de pelúcia do chão. O nome do coelho era Coelhão e era de Sofia, a irmã do Jamie.

“O que aconteceu aqui?” Merida perguntou olhando para televisão.

“Eu não sei.” Respondi balançando a cabeça negativamente.

Soluço olhou para confusão e estreitou os olhos.

“Acho que foram ursos.” Ele disse. Lembrei-me do urso que Merida havia lutado.

“Mor’du?” A ruiva perguntou preocupada “Você não disse que Jack tinha o matado?”.

“Pesadelos só acabam, quando você deixa de temê-los.” Ouvi a voz de Lillith dizer. Olhei ao redor e ela não estava ali, mas eu podia jurar que ela estava ao meu lado. Os outros pareciam ter a mesma sensação que eu, pois olharam para o lado procurando-a.

“Você ouviu?” Rapunzel perguntou confusa.

“Lillith? Sim. Foi como se ela tivesse...” Soluço começou a dizer.

“... ao meu lado.” Merida completou. Os três olharam para mim e eu assenti respondendo. Me virei e andei até o hall de entrada, a destruição também passou por ali.

“Ei, aqui também esta destruído.” Falei e logo os outros estavam ao meu lado.

“Pelo visto, lá em cima também.” Merida notou olhando para os retratos que deviam estar pendurado na escada.

Subi na frente, com certa dificuldade, pois os vidros quebrados dos retratos estavam espalhados pelos degraus. Segui pelo corredor, com os outros em meu encalço. Parei na frente na porta de Jamie e um tanto hesitante, girei a maçaneta.

A porta se abriu revelando mais destruição. O colchão da cama tinha sido rasgado, assim como os desenhos que Jamie fazia. A luz do abajur tinha explodido, a janela estava aberta e tinha uma pessoa no quarto.

Era de certa forma Breu. Pois quem estava no quarto era a filha dele.

“Lilith...” Murmurei baixo.

Ela estava sentada no chão, ao pé da cama de Jamie. Seu rosto era indecifrável. Em suas mãos estava a capa que ela tinha dado ao garoto.

“Eu disse para vocês cuidarem daqueles que vocês amam. Eu avisei que Breu os usaria para enganá-los.” Ela sussurrou fitando a capa. Sai da soleira da porta e entrei no quarto. Os outros entraram comigo e Merida ficou ao meu lado. Nos quatro nos entreolhamos confusos. Rapunzel andou até Lilith e se sentou ao lado dela.

“O que houve aqui?” ela perguntou tocando o ombro da garota

Lilith se virou para Rapunzel, ela estava chorando? Não, isso era impossível.

“Breu atacou Jamie e o levou para o seu covil, junto com a família dele.” Lilith disse com a voz fria. Fiquei paralisado, assim como os demais. Lilith vendo nossas expressões continuou:

“Jamie usou a capa e por isso eu consegui senti-lo. Eu viajei pelas sombras e consegui chegar a tempo de ver Breu colocar Jaime em um casulo de areia negra. O ataquei, mas aquele covarde jogou um liquido estranho em mim, que paralisou o braço que eu uso para fazer sombras.”

Lilith estremeceu e tocou seu braço direito, havia uma espécie de liquido negro escorrendo por ele. Ela olhou abatida paro o liquido, o enxugou com a mão esquerda e terminou sua narração:

“Como eu estava imobilizada, ele conseguiu me prender em um casulo de areia negra. Quando consegui combater meus demônios interiores e me libertar, já era tarde. Jamie não estava aqui.”

A voz de Lilith morreu ao dizer a ultima frase. Por algum motivo, o Jamie parecia ser importante para ela. Rapunzel apertou a mão sob o ombro de Lilith.

“Vai ficar tudo bem Lilith. Vamos resgatar o Jamie e acabar de uma vez por toda com isso.” A loira prometeu.

“Espera, você não ouviu o que ela disse? Jamie foi levado para o covil do Breu. O COVIL. Isso é o centro do poder dele.É onde ele fica mais forte.” Soluço comentou gesticulando a mão no ar

“Pode ser, mas ela estava falando do Jamie. Ela estava falando de uma criança inocente. E nosso dever é proteger as crianças Soluço. Nós somos guardiões!” Rapunzel retrucou aumentando a voz.

“Eu não estou entendendo uma coisa.” Merida disse erguendo as mãos “Por que a luz do Jaime se apagou? Por que ele deixou de acreditar ao ser levado?”

“Por que ele foi tomado pelo medo.” Lilith respondeu dando atenção a ruiva.

“Todos os sonhos dele, foram esmagados pelos seus pesadelos internos.”

“Isso explica tudo. Mas desculpe perguntar... O que você tem haver com isso?” Perguntei erguendo uma sobrancelha “Breu é seu pai, ele não iria te machucar, a menos que você tentasse impedi-lo. Você estaria segura se houvesse alguma coisa. Então por que se importar com o Jamie?”.

Lilith suspirou e limpou as lagrimas que havia no seu rosto. Confesso que ainda não conseguia entende-la. Era como se ela escondesse algo, como se o passado dela fosse complexo demais para alguém compreender.

“Eu já estive numa daquelas celas.” Ela respondeu, atiçando ainda mais minha curiosidade sobre seu passado “Não me refiro ao casulo e sim as gaiolas que tem no covil. Há uma em especial que é o medo em pessoa. Mil vezes pior do que o casulo e mais escuro que a noite. Segundos lá, você acha que são semanas. E com passar do tempo, você começa achar que a morte é melhor que aquilo.”

Engoli em seco, mas não fui o único.

“E também, por que o Jamie é a criança mais pura e mais doce que eu já conheci. Fora que ele é o remanescente.”

“Remanescente?” Perguntei sorrindo um pouco.

“Sim. Se ele um dia vier a se tornar um guardião. Será sem dúvida o da crença. Pois ele foi único que acreditou em vocês. Acho que de certa forma ele já é um guardião.” Lilith explicou e sorriu um pouco.

Então ela gemeu e se encolheu, apertando com força o braço. Rapunzel não deixou o ato passar despercebido e se inclinou preocupada.

“Você está sentindo dor? Está ferida?” Ela perguntou e Lilith assentiu tirando a mão do braço.

Havia uma estranha ferida preta sob a pele rosada dela e um líquido preto escorria, parecendo ser o sangue dela. A trança do cabelo de Rapunzel começou a se desfazer e os fios brilharam. Uma longa mecha se enrolou no braço de Lilith, envolvendo o ferimento. Olhei para Lilith, que estranhamente parecia já ter visto aquilo outras vezes.

“Flor de luz reluz...

Brilhe o que é teu.

Volta tudo atrás

E Traz o que foi meu...”

Meu queixo caiu, assim como o de Merida e Soluço. Sim, não tínhamos nos acostumado com aquilo. Era incrível demais para ser real.

“Feridas vais sarar

E o que aconteceu

Salve o que eu perdi

E traz o que foi meu...

O que foi meu...”

O brilho cessou e Rapunzel desenrolou o cabelo do braço de Lilith. O ferimento havia sido curado.

“Isso é incrível.” Murmurei e notei que a testa de Lilith estava franzida.

“O que foi?” Rapunzel perguntou jogando a cabeça para o lado.

“Qual é o seu cerne?” Lilith perguntou ignorando a pergunta de Rapunzel.

“Hã... Sou a guardiã da primavera e protetora da criatividade, se eu não me engano.” Rapunzel respondeu e Lilith parecia saber de algo, só que não havia comentado.

“Eu conheço esse olhar...” Comecei a dizer a Lilith “O que você sabe que não nos contou?”.

Para minha surpresa Lilith riu.

“Você é perceptivo.” Ela afirmou e se virou sorridente para Rapunzel “Você tem o brilho do sol. Ele está dentro de você. Há um motivo para você transformar areia negra em dourada. Você é a esperança onde há medo, Rapunzel. Você é a única que pode ameaçar o Breu.”

Rapunzel ficou sem reação. Merida, Soluço e eu nos entreolhamos. A loira podia acabar com Breu. Se ela transforma o que era negro em dourado, Breu então seria destruído ou transformado... Mas transformado em que?

Antes que eu pudesse disse mais alguma. Lilith pegou Rapunzel pelo braço e se levantou junto com a loira.

“Você só precisa acreditar em si mesma. E tudo dará certo.” Lilith falou pegando o rosto de Rapunzel em suas mãos. “Não fique com medo da torre, pois foi graças a ela que você se tornou tão pura. Você não irá voltar para lá e se voltar... não será real. Será apenas um pesadelo. E para sair dele, você só precisa acordar.”.

Rapunzel sorriu e abraçou a Lilith, que com um sorriso retribui o abraço. As duas se separaram e Lilith olhou para nós.

“Temos que ir atrás de Jamie. O covil mudou de lugar, mas eu sei onde fica.” Ela falou determinada e se virou para Soluço dizendo:“Eu sei que você tem um plano.” Olhamos intrigados para o viking, que parecia estar desconfortável com aquela situação.

“Eu tenho, mas... é loucura.” Ele rodando a frigideira no dedo.

“Então vamos, pois ninguém bate certo aqui.” Merida respondeu com sorriso.

Nós cinco nos entreolhamos e sorrimos um para o outro. Certamente morreríamos, mas pelo menos tudo acabaria esta noite.

E apenas isso importava.


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Notas finais do capítulo

Quem é tão louco quanto o TBF levanta a mão! *todo mundo esticando os dois braços*

Quem confia na Lilith levanta a mão! *cri,cri,cri.*