The Big Four - The Rise of Darkness escrita por Nelly Black


Capítulo 13
Lembranças Douradas


Notas iniciais do capítulo

O capitulo que a Rapunzel descobre seu passado...



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POV Rapunzel

Eu não pude acreditar no que via. A bruxa que esperava Merida era minha mãe! Quis perguntar o que ela fazia ali, mas a minha voz não saia. E antes de eu conseguir dizer alguma coisa, ela me lançou de volta para o inicio do corredor e em seguida me jogou para cima. Bem para cima. Eu quando eu quase pude tocar o céu, eu cai.

O vento rugia em meus ouvidos enquanto eu agarrava no cetro como se ele fosse minha vida. Meus cabelos que estavam soltos dançavam e se entrelaçavam no ar. Eu não consegui pensar em nada. O ar começou a ser roubado dos meus pulmões e então tudo ficou escuro.

Levou um tempo. Mas minha consciência voltou e eu pude sentir que meus olhos piscavam freneticamente apesar de eu não ver nada. Eu estava deitada em algo frio. Seria a neve? Eu não sabia dizer.

Senti que minha direita ainda segurava meu cajado com firmeza. Eu o larguei e me sentei no escuro, fechando meus olhos com força. Minha garganta estava seca, lagrimas quentes rolavam pelo meu rosto. Meus pulmões, meus ossos. Meu corpo inteiro doía. Pela primeira vez eu gostei de não poder ver nada.

Algo quente se acendeu perto de mim e eu abri os olhos. Era uma luz dourada como fogo, como o sol. Ela emanava de uma flor dourada que brilhava como meus cabelos. Andei até a flor e me sentei sobre meus joelhos, na frente dela. Linda? Bela? Não. Essas palavras não conseguiam defini-la. Mas eu sabia que existia uma perfeita para aquela linda flor.

“Única.” Ouvi a voz de Lillith dizer em algum lugar da escuridão.

Virei-me para onde havia vindo à voz, mas não vi ninguém.

Lillith? Você está ai?” Perguntei com a voz rouca

“Eu estou ao seu lado.” Ela me respondeu com uma voz casual

Ao seu lado. Mas não com você. Então... isso não deveria esta acontecendo de verdade. Deveria ser fruto da minha mente.

“Isso é real.” Perguntei já sabendo a resposta.

“Você acha que é real?” Rebateu ela me surpreendendo.

“Não.” Admiti Lillith nada disse.

“Sabe que flor é está Rapunzel?” Ela me perguntou e eu voltei a admirar a flor dourada.

“Não. Mas sei que tem alguma ligação comigo e com meus cabelos.” Falei com uma sensação que estava certa.

“Sim, está flor tem uma ligação especial com você. Ela faz parte do seu passado, do seu presente e terá grande importância no seu futuro.” Lillith me disse.

O brilho da flor aumentou sua intensidade e fios dourados emanaram dela percorrendo o ar. Eles dançaram diante dos meus olhos, se entrelaçando e girando em torno de mim. Foi quando percebi que os fios eram feitos de algo fino, como poeira.

“O que é isto?” Perguntei erguendo minha mão, com certo medo de tocar.

“Lembranças. Suas lembranças Rapunzel.” A voz de Lillith saiu como um sussurro.

Sequei minhas lagrimas e respirei fundo. Lembranças?

“Escolha um fio e ele irá lhe conduzir a um caminho.” A voz de Lillith saiu como se ela houvesse sussurrado no meu ouvido.

Olhei para fios, que agora estavam por todo lugar. Um em particular atraiu minha atenção. Ele não era dourado e sim negro. Antes que eu me mexesse para tocá-lo ele veio até mim, ergui minha mão hesitante e o toquei. A areia negra se transformou em dourada e a luz da flor envolveu meus olhos.

Eu vi uma sala escura, cheia de gaiolas. De alguma forma eu sabia que aquilo era o covil do Breu.

“Eu preciso da sua ajuda!” Ouvi a voz da minha mãe dizer longe Andei em direção a voz e paralisei ao me deparar com as duas figuras que estavam próximas de mim.

Breu e Gothel estavam um de frente para o outro e parecia que discutiam. Ele tinha a pele acinzentada, usava uma túnica negra, da mesma cor que seus olhos e era pior do que um dia eu imaginara. Minha mãe também estava diferente. Os cabelos delas estavam grisalhos e ela parecia mais velha.

“Eu já disse não, Gothel! Eu não ajudo ninguém!” Breu disse irritado dando as costas para minha mãe que parecia não se conformar com a resposta.

“Então não me ajude. Faça-me um favor e um dia eu lhe recompenso!” Gothel gritou e Breu se virou devagar para ela.

“Você sabe que vai me dever um favor, não sabe?” Breu perguntou com um sorriso estranhamento medonho. Gothel suspirou e confirmou:

“Sim. Eu sei.” O sorriso de Breu se alargou.

“Tudo só para ficar jovem para sempre...”

“Por isso eu faço qualquer coisa.” Gothel afirmou com a voz sem vida e o rosto de Breu voltou ao normal.

“Há rumores que num mundo longínquo. O sol derramou uma gota de sua luz. E desta luz uma flor dourada nasceu.”

“E o que isso tem haver com o fato de eu ficar jovem para sempre, Breu?” Gothel perguntou impaciente.

“Tudo há seu tempo.” Ele respondeu e Gothel suspirou entediada. “Há um encantamento que faz com que essa flor brilhe e recupere tudo o que se foi. Ferimentos, juventude...” Os olhos de Gothel brilharam por um rápido momento e do nada, ela sacou uma adaga e a encostou no pescoço de Breu.

“Está achando que sou idiota? Acha que irei acreditar numa bobagem dessas? Eu não nasci ontem Breu!” Gothel berrou irritada.

“Eu juro pela vida da minha filha que falo a verdade!” Breu respondeu alarmado. Minha mãe hesitou um segundo e então abaixou a adaga, guardando-a em cinto.

“Onde eu a encontro?” Ela perguntou puxando seu capuz.

“Irei abrir um portal para você.” Breu disse e pegou uma lanterna e estendeu para Gothel

“Uma flor dourada...” Minha mãe murmurou. “E se alguém estiver chegado antes?”

“Poucos são o que sabem sobre isto. E poucos foram aqueles que conseguiram sobreviver para contar a história. A viagem será perigosa Gothel... Você quer realmente isso?” Breu perguntou parecendo levemente preocupado

“De todo o meu coração.” A voz de Gothel era novamente sem vida.

“Então se cuide minha velha amiga.” Breu se despediu Ele fez um aceno e uma areia negra apareceu, tomando a forma de uma porta. “Irei cobrar o favor algum dia. Não sabe?”

“Sim, eu sei.” Gothel respondeu e abriu a porta atravessando para um lugar escuro.

A luz se extinguiu e eu vi novamente a flor dourada e seus fios. Toquei um fio um tanto ralo e o brilho voltou.

Uma mulher grávida, morena de olhos verdes estava deitada em uma cama e parecia doente. Uma senhora um tanto idosa se aproximou dela e lhe estendeu uma vasilha com um liquido que tinha o mesmo brilho dourado que meus cabelos. A mulher grávida bebeu e a imagem mudou. Havia um brinquedo com o desenho de sol pairando sob uma bebe de cabelos loiros e olhos verdes.

A mulher que estava grávida na ultima cena se aproximou do berço junto com um homem, estava na cara que eles eram os pais da criança.

A imagem mudou novamente e eu vi minha mãe, Gothel cantar a minha canção. A bebê dormia em seu berço e os cabelos dela brilharam. Gothel cortou uma mecha do cabelo da pequena e a mecha ficou castanha. Minha mãe parou de cantar e pegou a bebê nos braços. Os pais da criança acordaram a tempo de vê-la desaparecer com sua filha na escuridão da noite.

Pela terceira vez a imagem mudou. Os pais da criança angustiados soltavam uma lanterna no ar.

O brilho dourado da flor passou e eu senti lagrimas escorrerem dos meus olhos. Eu era a criança. Gothel havia me enganado.

“Você está bem?” Lillith me perguntou de algum canto

“Não. Eu não estou bem.” Falei caindo no choro.

Eu me sentia enganada, traída. E o mais importante eu estava estranhamente aliviada. Descobri a verdade sobre meu passado, descobri que tinha uma mãe, um pai que sentiam minha falta.

“Breu ainda está à solta. Gothel também.” Lillith murmurou Fechei os olhos e respirei fundo, voltando à realidade. Eu precisava derrotá-los, só assim as coisas voltariam a ser como eram antes. Só assim veria meus verdadeiros pais um dia.

“Eu preciso sair daqui. Preciso encontrar Merida, Soluço e Jack. E o mais importante: preciso me acertar com Gothel.” Falei com minha voz mais estável possível

“Então vá.” Lillith disse e eu abri os olhos.

Eu estava caída na neve. Meu cajado estava ao meu lado e meus cabelos estavam soltos. Fiquei de pé e me concentrei. Pude sentir meus cabelos se prenderem novamente. As flores deslizavam pelos fios voltando para seu lugar, poucos segundos passaram até que a trança ficou completa.

Peguei meu cajado do chão e olhei para a imensidão branca a minha frente Comecei a andar deixando minha intuição me guiar. Merida, Soluço... Jack. Sim, eu iria encontrá-los.

Não importa quanto tempo levasse.


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Notas finais do capítulo

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