The Big Four - The Rise of Darkness escrita por Nelly Black


Capítulo 12
Um Cajado, Uma Frigideira e um Urso


Notas iniciais do capítulo

POV Soluço!

Obrigado por comentarem e recomendarem a história. Vocês não sabem como me deixam feliz com isso. :D

Espero que curtam o capitulo. Não tem muitas emoções, mas é bacana em todo caso.



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POV Soluço

Jack estava quase se arrastando pela neve e eu tentava levá-lo o mais longe possível daquele bosque. Neve começou a cair e se misturar com o branco que já havia no chão. Numa outra situação, seria bom admirar aquela paisagem. As montanhas cobertas de gelo, as luzes azuis, verdes e lisales que apareciam no céu...

Já andávamos a uns bons minutos quando do nada o Frost começou a perguntar sobre os dragões. Como eu não estava fazendo nada de interessante, resolvi contar sobre tudo. Desde nossos problemas aos nossos costumes.

“Então vocês tem uma Academia de Dragões?” Jack me perguntou “Tipo uma escola de como controlar dragões? Você que teve essa idéia louca não foi?”

“É foi.” Respondi “E acabou dando certo, apesar dos problemas.”

“Sério?”

Eu assenti e Jack parou de andar.

“O que foi?” Perguntei olhando para os lados

“Esse cheiro.” Respondeu ele inspirando

“Que cheiro?” Perguntei confuso

“Esse cheiro de peixe e... água?

Dei um olhar estranho para Jack, ele havia ficado louco ou o que? Não tinha nenhum cheiro.

“Jack, acho que você está delirando.”

“Talvez. Acho que preciso me sentar...”

Olhei ao redor e encontrei uma pedra coberta de neve. Cambaleando um pouco, consegui me mover com Jack até lá. Ele se sentou no chão e apoiou a cabeça na rocha. Tinha um olhar abatido e parecia extremamente cansado

“Você está se sentindo bem?” Jack me perguntou

“Você está preste a desmaiar. E pergunta para mim se eu estou me sentido bem?”

“Hum, sim.”

Olhei para Jack. Ele sem duvida era louco.

“Eu estou bem.” Respondi e em seguida perguntei “E você?”

“Cansado um pouco. Acho que tem haver com o...”

Um urro na mata interrompeu Jack. Rapidamente me virei para local do ruído apertando a frigideira da Rapunzel com força. Pelo canto do olho vi Jack levantar parecendo um tanto mais disposto. Outro urro encheu o ar desta vez do lado oposto do primeiro.

“Vamos ficar de costas um para o outro.” Sugeriu Jack ficando de costas para mim.

Parado alerta só conseguia ouvir o som de nossas respirações aceleradas. Pude ter certeza que algo se mexia entre as arvores e estava bem próximo de nos.

“O que acha que é?” Perguntei sem desgrudar os olhos da floresta a minha frente

“Um urso.”

Imediatamente me lembrei da Merida e do inimigo dela.

“Mor’du?”

Outro urro veio da direção em que eu olhava. Desta vez parecia ser um tanto mais agressivo.

“Talvez.”

Segundos se passaram e do nada a sensação de perigo passou. Meu corpo relaxou e olhei para Jack, que parecia sentir a mesma coisa.

“Mas o que foi isso?” Ele perguntou

“Eu não sei.” Respondi

“Soluço!” Ouvi Merida me chamar

Olhei para o lugar de onde vinha a voz, mas Merida não estava ali.

“O que foi?” Jack me perguntou olhando para o mesmo lugar que eu.

“Nada. Acho que só foi coisa da minha mente.” Respondi confuso

Jack franziu a testa e novamente ouvi a voz de Merida, desta vez ela parecia preocupada.

“Soluço! Aqui!”

Senti minha testa franzir, a voz vinha de dentro da floresta.

“Jack?”

“O que é?”

Engoli em seco e perguntei

“É normal eu ouvi a voz da Merida vindo justamente da floresta onde eu ouvi um barulho de urso?”

O Frost entendeu rapidamente.

“Armadilha.” Ele murmurou

Assenti concordando e analisei rapidamente. Poderíamos dar o fora, mas os urros vieram dos dois lados. O que nos deixava sem saída.

“Não podemos correr.” Afirmei derrotado

“Mas ficar aqui parados não é uma opção é?” Jack perguntou retoricamente

“Acho que é melhor irmos até lá.” Sugeri

“Você não me ouvi dizer que era armadilha?”

“Não vai ser armadilha se nos já sabermos que é armadilha.”

“Você é louco.”

Assenti. Sem duvida eu era louco. Comecei a andar na direção da floresta.

“Soluço!” Jack me chamou e eu ignorei

Pude sentir Jack me seguindo enquanto eu entrava na floresta, coberta de neve. Andamos em silencio por um bom tempo até que ele se virou de repente e murmurou:

“Rapunzel.”

Me virei olhando para onde ele olhava, não havia ninguém.

“Eu não estou gostando disso.” Murmurei

Jack se virou para mim e gritou:

“Abaixa.”

Rapidamente me agachei e um urso pulou de trás de mim, ficando de frente para Jack. A fera tinha um pelo negro, como seus olhos. Havia algumas cicatrizes em suas costas e ele parecia com raiva.

Jack apontou seu cajado para o urso e o fitou concentrado. Então do nada o urso se transformou numa areia negra e desapareceu na nossa frente. Antes que pudéssemos dizer alguma coisa o grito de Rapunzel cortou o ar.

“RAPUNZEL!” Jack gritou correndo em disparada na direção da voz

Disparei em seu encalço, o seguindo pela mata fechada. Com o passar do tempo os arbustos pareciam mais juntos, assim como as arvores. Com certa dificuldade continuamos por aquele caminho tortuoso. Até que nos deparamos com um penhasco de gelo enorme.

“Perfeito.” Murmurei

Cinco urros vieram de trás de nos e Jack e eu nos viramos ao mesmo tempo, nos deparando com sete ursos feitos de areia negra.

“Breu...” Jack murmurou e um urso pulou em nossa direção, seguido pelos outros seis.

Jack golpeou o primeiro urso com seu cajado, enquanto eu acertava um o segundo com a frigideira. Ambos os ursos se desfizeram em poeira.

Com um giro acertei o terceiro urso e Jack congelou o quarto. Os dois que sobraram nos atacaram de frente e com um só golpe os derrubei. Jack os congelou em seguida.

“Eu disse que havia sentido cheiro de peixe.” Jack lembrou um tanto irritado

Antes que eu pudesse responder mais ursos de areia negra começaram a se formar no ar. Dessa vez eram quatorzes.

“Eu na direita, você na esquerda.”

Assenti avançando para cima dos ursos. Acertei um com o lado da frigideira, mas não estava segurando firme e a frigideira de chumbo batido escapuliu de minhas mãos. Rapidamente a recuperei acertando um dos ursos com o cabo.

Segurando desta vez com firmeza acertei dois ursos de uma só vez. Repeti o movimento e acertei com mais dois só me restara um. Então eu reparei que aquele não era feito de areia e sim de carne e osso. Era o Mor’du.

Ele me olhou com um olhar inteligente, mas não avançou, apenas ficou parado. Levantei a frigideira e o ataquei gritando. Ele urrou e avançou. Quando eu estava perto ele ergueu a pata batendo na frigideira, me lançando com ela na direção do penhasco.

Minha cabeça acertou em cheio a rocha e senti minha visão ficar turva. “Perigoso demais para o Banguela. Se você estivesse aqui, iria discordar ruiva.” Consegui pensar irritado.

Mor’du olhou para mim e andou lentamente na minha direção. Ele já estava perto, quando Jack saltou acertando o flanco esquerdo dele. A fera rugiu e se afastou de Jack, que ainda estava em posição de ataque. Então Mor’du começou a correr na direção dele.

O urso já estava bem próximo e levantava a pata, quando Jack deu um grito e o cajado dele emitiu uma rajada branca de gelo na direção de Mor’du. E apesar de todo aquele branco, meu mundo ficou negro.


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Notas finais do capítulo

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