Pouco antes do amanhecer, depois de o míssil ter caído e esmagado maioria dos cômodos da casa do partido, Hitler tomou uma decisão condescendente para a segurança de seus semelhantes. Não se sabia quem havia ousado o atentado, mas com certeza deveriam ser conspiradores da união soviética ou japoneses do olho rasgado tentando forçá-los a se render. Mal sabiam eles que a Segunda guerra estava apenas começando e Hitler tinha planos extremos e inflexíveis. Num canto do refeitório, ele cochichou com o general de suas tropas.

– Nós vamos nos instalar em outro local.

Eles sussurravam sedutoramente.

– Para onde vamos?

– Rastenburg, ninguém desconfiará de que estamos lá. Ordene que construam edifícios camuflados e quanto ao resto não sei... Faça alguma coisa útil por mim.

–Mais alguma coisa?

– Vamos mostrar a esses bundões quem são os donos da Prússia Oriental.

– Sim, meu fuhrer.

– Ah, outra coisa! ele pôs uma mão sob seu ombro. Não deixe que essa notícia vaze, se perguntarem sobre o míssil diga que foi um botijão de gás que explodiu e esconda qualquer evidência de que fomos atacados. Não queremos parecer fracos, não é?!

– Me perdoe, mas acho difícil que acreditem nisso, essa é uma ideia muito ridícula, nem parece que veio do senhor.

– Não me desacate, seu bosta. É melhor escondermos esse primeiro atentado por enquanto, se não ficará óbvio que vamos nos esconder.

– E quanto à todas essas famílias, o que diremos à eles?

– Olhe para eles, estão todos morrendo de medo, com certeza vão aceitar sair daqui e mudar de ambiente, não tenho dúvida disso.

– Para quando é o prazo da construção de seu novo quartel?

– Depois de amanhã! Faça esses imprestáveis trabalharem dia e noite!

Passivo, o general obedeceu e caminhou através do salão para comunicar aos soldados. Todo aquele tempo sentindo o aroma do perfume masculino de Hitler fortaleceu sua vontade de querer enfiar um cabo de vassoura entre seus glúteos peludos e possivelmente com um cu largo louco para dar.

– Ainda te arrombo negão - o general garantiu sorrindo maliciosamente e ajeitou seu chapéu antes de entrar na sala de reuniões. Costumava chamar seu chefe de "Hitlerconda".

Resguardados e espalhados pelo mesmo salão, maioria dos hóspedes vulgo familiares dos soldados esboçavam aflição, se sentindo perdidos nesse lugar tão cruel. Pobre das crianças que não tinham noção do que acontecia ao seus redores ou que o líder nazista tão glorificado transava com uma escova de dentes; que não era exatamente uma escova de dentes agora já que ela se tornara humana. Nas mesas do salão, as enfermeiras tratavam dos feridos que sofreram lesões leves e arranhões por conta do telhado que cedeu. No andar de cima, as chamas foram controladas já que não atingiram fiações ou canos de gás; era simples para os alemães lidar com batalhas, mas quanto à guerra eles já sabiam que iam fracassar e por isso o Adolf sempre tinha um plano B quanto se tratava de fugir e se esconder.

Ele foi até Eva que estava ao telefone na sala. - Vamos nos mudar.

– Como é? - ela se sobressaltou, tirando o fone da orelha e imediatamente pondo o telefone no gancho.

– Com quem estava falando? - ficou com um pouco de ciúmes, temeu que a escova tivesse aprendido a usar o telefone e as duas ficassem conversando a todo instante.

Eva o contou a verdade. - Com minha mãe, você sabe que ela precisa ter notícias de mim já que não a permito vir me visitar.

– Ótimo, podemos levá-la também, ligue de volta e a convide para passar um mês conosco.

– Não é muito perigoso?

– Por quê seria?

Nos dias seguintes o esconderijo Wolfsschanze, ou toca do lobo, em Rastenburg estava construído e eles viajaram discretamente até essa região florestal. Hitler, Eva e a Escova foram num veículo separado para não geraram olhares curiosos. Ao chegarem ao bosque vívido cujo cheiro das plantas era agradável, se depararam com as construções dentro de rochedos. Eram como cavernas, porém ornamentadas e com janelas. Hitler nem sequer pensou como deu trabalho escavar e perfurar aquelas pedras, simplesmente fez um sinal positivo para o general ao descer do carro e entrou para se acomodar.