Os dias se passaram, e Dany só foi ter alta no penúltimo dia antes de voltarem para casa de vez. Madame Pomfrey e todo o resto, praticamente, de Hogwarts agora seguia ela com medo de que acontecesse novamente a mesma coisa, com exceção apenas do banheiro. Dany odiava essa “perseguição”, com ela agora chamava aquilo, e fazia de tudo para poder escapar ao lado de Hermione.

–– Eu já estou bem, não sei porquê ainda me perseguem. –– disse Dany quando estava anoitecendo, e as duas desceram as escadas.

–– Você ainda não está bem, e não ainda reclamar ou dizer que não. –– disse Hermione. –– E outra...

Hermione não terminou, após ver Harry e Rony andando para algum lugar suspeito de mais, e com uma coisa também suspeita. Ela mudou de caminho com Dany, e passou a seguir os dois. Dany na maior parte do tempo quase gritava perguntando o que era, e porquê Hermione estava andando tão rápido, mas ela somente respondia para que ela seguisse e se fosse possível, em silêncio.

Hermione estranhou mais ainda quando os dois seguiram para o terceiro andar, e pararam na frente desta, para ela, eles pareciam discutir se entravam ou não. Ela aproveitou a chance para correr até lá com Dany, que ainda reclamava e perguntava o que estava acontecendo.

–– Posso saber o que vocês estão fazendo aqui? –– perguntou Hermione logo ao se aproximar dos dois.

–– Não, não pode. –– respondeu Rony, porquê sabia que Harry responderia educadamente de mais. –– E pode voltar para o seu quarto.

–– Olha gnomo, eu não falaria com a Hermione assim enquanto eu estiver por perto. –– ameaçou Dany, sorrindo após dizer a frase, o que assustou ainda mais Rony. –– Agora, nós vamos aonde vocês vão.

–– Não vão não! –– disse, dessa vez, Harry. –– Nem Rony era pra ir.

–– Afinal, pra onde estão indo? –– perguntou Dany.

–– Se lembra do Fofo, e da Pedra Filosofal? –– começou Harry. –– Então, enquanto você estava “fora”, aconteceu muitas coisas, e nesse tempo, eu e Rony decidimos ir buscar essa maldita pedra.

–– SOZINHOS?! –– se espantou Hermione, que logo depois começou a rir. –– Não vão conseguir.

–– Então vamos! –– disse Dany de uma forma animada.

–– Não! –– quase gritou Harry. –– Você não vai! Nem você, e nem Hermione!

–– Não adianta reclamar, querendo ou não, você precisa de mim. –– Dany repetiu a frase que dissera-lhe no natal, e logo depois seguiu em frente.

O lugar estava escuro, como da última vez que tinham ido. Dany estranhou ainda mais quando foi coberta por alguma coisa, que ela não sabia o que era, mas sabia que depois de ser colocada, estava tudo mais apertado. Rony pisou em seu pé e no de Hermione mais de três vezes seguidas. Harry uma vez tropeçou no próprio pé, e acabou levando para o chão consigo os três a sua frente. Todos agradeceram mentalmente quando passaram pela porta.

Por sorte, tinha uma harpa enorme sendo tocada sozinha e Fofo estava dormindo profundamente. Eles tomavam cuidado para não fazer barulho, ou encostar em Fofo, porquê sabiam que aquilo era morte imediata. Quando Hermione soltava da mão de Dany, Rony a pegava e algumas vezes era Harry, embora os dois não gostassem de ficar pegando na mão dela.

–– Quem vai primeiro? –– perguntou Dany, quando Harry e Rony conseguiram tirar uma das patas de Fofo de cima da entrada para o alçapão.

–– Eu vou. –– respondeu Harry, já se preparando para pular. –– Se eu não gritar nada, não venham atrás, entenderam? –– Todos acentiaram, menos Dany. –– Entendeu, Dany?

Dany ainda ficou um tempo em silêncio, e foi neste silêncio que eles notaram que a haropa lá atrás não tocava mais. O desespero tomou conta de todos, principalmente quando a enorme baba de Fofo caiu sobre o ombro de Rony.

–– Vai logo! –– gritou Dany enquanto o empurrava, por causa do rosnado alto que Fofo fazia.

Harry foi primeiro, Dany depois, Hermione também e Rony veio por último. Fofo ficou lá encima latindo o mais alto e forte que podia, enquanto Dany ria vitoriosa lá embaixo. Harry a olhava do outro lado com os olhos cerrados, de raiva.

–– Eu juro que depois de sairmos daqui, vou te matar. –– ele disse, tentando se levantar.

–– Me deixe para matar depois. –– disse Dany, ficando quieta enquanto plantas a cercavam.

–– Espera, espera! –– gritou Rony. –– Como você tá tão tranqüila?!

–– Meu querido, isso é “Visgo-do-diabo”. –– respondeu Dany, ainda mais tranqüila. –– Quanto mais você se mecher, mais ela vai acabar com você, entendeu?!  ENTÃO FIQUE QUIETO!

Dany desceu junto de Hermione, e as duas pensavam a mesma coisa: “Por favor, seja um lugar seguro.”. Harry veio logo em seguida, mas Rony continuava gritando e esperniando lá encima.

–– Fique relaxado! –– gritou Hermione, mas Rony não pode responder. Aquela foi a gota d’água para Dany.

–– ACREDITE AO MENOS UMA VEZ NA HERMIONE, SEU IDIOTA! –– ela gritou. –– SÓ FECHE A PORCARIA DA SUA BOCA, E FIQUE RELAXADO!

Rony ainda gritou uma ou duas vezes antes de ser calado pelas plantas. Hermione andava de um lado para o outro tentando se lembrar do feitiço que detinha as plantas, mas nada vinha a sua cabeça. Dany estava impaciente, e tinha se encostado em uma parede.

–– Dany! –– gritou Hermione em desespero. –– Qual é o feitiço?!

–– Hermione... –– começou Dany. –– Desde quando você ficou burra? É Lumos Sollen, agora por favor, desça aquele idiota de uma vez!

Hermione gritou o feitiço, e Dany junto de Harry tiveram de fechar os olhos por causa da forte luz que veio logo depois. Dany não estranhou por ter de fechar os olhos depois de Hermione citar o feitiço, mas sim por Harry ter a abraçado. Se ela antes tinha duvida de que ele estava estranho, agora já tinha certeza. Quando Rony desceu, a primeira coisa que Dany fez foi bater o mais forte em sua cabeça, e gritar com o mesmo, dizendo para ele parar de ser tão idiota e que deveria começar a acreditar mais nas pessoas, especialmente em Hermione.

Eles seguiram em frente, e Hermione ouviu barulho de asas. Chegaram em um lugar onde pássaros voavam por todas as partes, e ás vezes passavam perto de seus rostos. Dany tinha um trauma sobre bichinhos que voavam, porquê quando ela era menor, eles entravam em seu ouvido, e justamente por causa desse trauma, ela soltou sua mão da de Hermione e tampou os ouvidos. Ninguém entendeu o porquê daquilo, mas acharam que era uma das outras estranhas manias que ela tinha, então simplesmente deixaram ela quieta.

Dany queria tirar as mãos dos ouvidos, para poder ao menos escutar o que eles estavam falando, mas o medo de algum bichinho acabar entrar em seu ouvido falava mais alto.

–– Olha, se vocês estiverem pensando em fazer algo sem mim, podem desistir. –– disse Dany, que não conseguia parar quieta em um lugar só.

Harry respondeu algo, mas ela não pode ouvir e também não tiraria as mãos dos ouvidos para poder ouvir. Minutos depois, ela vou arrastada por Hermione para perto de uma porta. Dany nesse momento, acabou tirando as mãos do ouvido, e pode ouvir algumas asas voando em conjunto, ou foi o que pareceu para ela. Dany também ouviu um grito estranho, que parecia ser de Harry e o mais estranho: parecia ser de dor. Ela relevou, achando que deveria ser brincadeira. De novo Hermione voltou, e quando abriu a porta, empurrou Dany primeiro, que desabou no chão.

–– Hermione... –– começou Dany, quando estava tentando se levantar. –– Não importa que você seja minha melhor amiga, quando sairmos daqui, eu vou te matar, se é que vamos estar vivos até lá...

Dany estava começando a sentir um medo absurdo. Ela já estava com medo desde que tinha decidido ir junto, mas não admitiu isso nem para si mesma, e ás vezes ela sentia dores que faziam ela parar por um tempo. Se não fosse por ela, eles já tinham saído de lá fazia tempo.

–– Ah, que legal. –– disse Dany de uma forma animada depois de todas as luzes sobre o enorme tabuleiro de xadrez acenderem. –– NÓS VAMOS MORRER!

–– Você pelo menos não, já que não sabe jogar. –– disse Rony, analisando novamente o lugar.

–– Eu sei jogar, mas que droga! –– se irritou facilmente, como sempre, Dany. –– Aquela dia que jogamos, você foi quem roubou!

Rony não respondeu, e foi então que Dany percebeu que as coisas estavam ficando ainda mais perigosas. Dany podia até sentir que tudo tinha ficado diferente, o tom de voz de Rony, e o silêncio dos outros dois “companheiros”. Ela respirou fundo, e foi ficar perto da porta, para onde Rony tinha mandado que ela ficasse, porquê se o que ele estava pensando fosse verdade, talvez os “restos” não pegassem nela e a machucasse.

Não deu nem um minuto e Dany começou a ouvir coisas sendo jogadas no chão, chocando-se umas com as outras e mesmo que estivesse em uma distância que seria considerada boa para ela não se machucar, algumas coisas pegaram nela sim. Ela estava ficando apavorada, porquê Hermione tinha calado, e ela disse que descreveria para Dany tudo o que estava acontecendo. Ela ficou ainda mais apreensiva e nervosa quando houve um enorme barulho, parecido demais com uma explosão, e depois Harry gritou o nome de Rony.

Dany saiu correndo sem pensar duas vezes, mesmo sabendo que podia se machucar se batesse em alguma das epças que estavam quebradas e jogadas no chão. Como sempre, ela pegou na mão de Harry, Hermione e Rony ao mesmo tempo, respirando rápido demais de desespero por estes não estarem bem.

–– Que bom que estão bem. –– ela disse, percebendo que Harry havia soltando sua mão da dela.

–– Eu vou na frente. –– disse Harry, já se levantando. –– Hermione vai comigo, e Dany vai ficar com Rony.

–– Você não pode ir embora. –– disse Dany. –– Essa maldita pedra é mais importante do que um companheiro seu, que está aqui, machucado e incosciente?

–– Não, Dany. –– disse Hermione. –– Rony iria realmente querer que fossemos na frente.

–– Você também, Hermione?! –– explodiu de vez Dany. –– Ele está machucado, não estão vendo?! E se ele tiver machucado por dentro, e se ele morrer?! Eu não quero mais perder pessoas especiais na minha vida!

Harry e Hermione suspiraram, e depois de muito tempo que foi gasto para convencer Dany de que Rony ficaria bem, principalmente se ela ficasse com ele ali, os dois seguiram em frente embora ainda ouvissem Dany gritando seus nomes lá atrás.