Pecados Capitais escrita por IS Maria


Capítulo 54
O Anjo de Saturno


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem !
Personagem Novo ;D !
Bem Vindas as novatas da fic !
Obrigada pelo carinho !
Boa leitura !!



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Quando abri os olhos a primeira coisa que pude assimilar foi o olhar de um desconhecido . A minha cabeça dava voltas e eu não poderia reconhecer o local onde me encontrava ... mas não me sentia confortável sob os olhares de tal estranho . Era um olhar gelado e negro que não se desviava nem por um segundo do meu . Suspirei fundo e forcei a mim mesma em observar o restante da fisionomia de seu rosto . Ele deveria apresentar 19 anos ou mais ... cabelos negros tanto quanto seus olhos , uma pele extremamente branca e um sorriso sombrio nos lábios .

Eu estava sobre uma pequena maca em um lugar completamente vazio . A parede era coberta por azulejos que aos poucos iam sendo consumidos por lodo um tanto parasita . Haviam cortinas separando novas cabines ... eu deveria estar em uma espécie de enfermaria ou algo do tipo . O estranho fora perceber que eu estava ali sozinha ... com um garoto que eu nunca havia visto antes e que não poderia ser definido como médico ou sequer enfermeiro .

– Fico feliz em vê-la acordada . - Disse ele tranquilamente . Seu sorriso continuava sendo terrivelmente forçado , mas não pude ignorar a vontade de sorrir em agradecimento ... santa educação .

– O-O que houve ? - Perguntei tentando levantar o tom de voz . Me senti levemente enjoada e tonta , vendo minha visão se embaçar por uma fração de segundos .

– Você desmaiou . - Gênio ... Isso já havia me ficado claro . Gostaria de saber o motivo pelo qual eu chegara a tal ponto .

– Sabe me dizer o motivo ? - Eu sabia claramente que a resposta seria não ! Mas eu perguntara apenas por força ao hábito .

– Bem ... aparentemente você passou por uma cirurgia de grande porte recentemente ... ao menos é o que a cicatriz em seu corpo me diz . Deve ter passado por grandes emoções hoje ... coisas que uma recém operada não deveria se dar ao luxo de passar . - Eu havia me prendido em suas palavras . Se ele havia visto a minha cicatriz , queria significar de certo modo que ele havia espiado por debaixo de minha blusa ... e isso não me deixara nem um pouco confortável . Mas ele de fato possuía razão ... o dia de hoje , não fora exatamente um copo de água com açúcar .

– Não um dos meus melhores dias ... - eu disse sorrindo levemente abalada . Fora um sorriso cansado e um tanto sem vida ... mas eu sempre esbocei um sorriso ... por mais triste que pudesse estar . - Sou Sophie - eu disse ainda tentando manter o sorriso .

– A-Ahm ... Sou Cassiel - disse ele pigarreando , como se não gostasse de pronunciar tal palavra . E fora quando por um lapso eu me recordara de certa parte de minha infância que eu jamais poderia esquecer .

– O Anjo de Saturno . - Eu disse e fiquei levemente envergonhada ao perceber que ele havia dito tal frase ao mesmo tempo em que eu .

– Sabe ... - disse ele corando novamente . Toquei em sua mão por acidente sentindo sua pele terrivelmente gelada que quase fizera com que eu me afastasse ... eu de fato teria me afastado se não estivesse acostumada com pessoas tão frias .

– Minha mãe costumava contar histórias de anjos para mim , quando eu era pequena sempre que voltava mais cedo de seu trabalho . Cassiel O Anjo de Saturno era de fato a minha preferida ... era não ... é .

– Fico feliz em saber ... um pouco antes de dize-lo , pensei que acharia meu nome de fato estranho . - Disse ele um tanto aliviado . A verdade era que eu já havia pensado e escutado seu nome por tantas vezes que eu já havia me acostumado . A história sobre o anjo que guarda os anéis de saturno e protege o amor de sua jovem e bela amada , sempre me acalmou e me reconfortou em tempos difíceis .

– Seu nome ... ao momento é o que melhor conheço . - De fato eu já havia o escutado mais do que o deu irmão , o de meu pai e até mesmo o de Erik .

– Isso era de fato o que eu menos esperava escutar - disse ele sorrindo . Um sorriso caloroso , divertido e sincero ... ele estava tão espantado consigo mesmo que era quase como se ele nunca houvesse esboçado um sorriso tão verdadeiro .

– Eu costumo fazer coisas que as pessoas não esperam . - eu disse sorrindo aliviada . Não tivera peso algum em meu sorriso , porque ele fora completamente abatido com a alegre e gentil reação daquele que estava a minha frente .

– Me pergunto o que a levou a fazer uma cirurgia desse porte e logo em seguida embarcar em mundo tão frio ... - disse ele tão pensativo .

– A pouco tempo atrás descobri que possuía câncer . Após um ocorrido inesperado fui obrigada a antecipar a cirurgia se não quisesse ... bem ... falecer . Entretanto ... existem certas coisas que me perturbam e me tiram o sono ... coisas misteriosas que apontam suas respostas diretamente para cá ... por isso não pude esperar nem por um segundo para estar aqui ... apenas desejo que meu martírio chegue ao fim . - Ao fim de minha fala eu estava completamente tomada pela angústia . Até tal momento eu não havia percebido que minha busca incansável se tratava apenas de um ... eu estava mais do que desesperada para ter ao menos um pouco de tranquilidade ... algo que me levasse em fim ao descanso .

– Se eu puder ajudar em algo ... - Me surpreendi ao ver preocupação em seu olhar . O que me era surpreendente pois eu havia acabado de conhece-lo e ele nutrir alguma preocupação a meu respeito não é de fato algo normal .

– Pode me ajudar explicando porque alguém tão jovem .está trabalhando em um local como este . - fora a maneira mais viável que eu encontrara para me desviar do assunto ... afinal o que eu menos preciso é me apegar as afeições gentis de mais um garoto .

– Bem ... apesar da boa recomendação que a escola aparenta ter , ela é de fato administrada por pessoas que não se importam . Não possuem nem a dignidade de contratar alguém que pudesse se responsabilizar por ferimentos prósperos ... por tanto eu me coloquei em tal posição . - Disse ele como se de fato desprezasse a todos ali .

– Compreendo seu ponto de vista . - Eu entendia perfeitamente o seu ódio . Afinal eu possuía em casa um belo exemplo de desumanidade .

– Não entendo o que uma garota de aparência tão fina e delicada veio fazer em um labirinto para delinquentes . - disse ele com sua seria expressão novamente .

– Me descreve como uma delicada princesa ... mas nem ao menos sabe o passado duro que tive . - Eu disse sorrindo sofridamente enquanto me levantava da maca . - Nos vemos por aí Cassiel . - Fora tudo o que eu dissera antes de deixar a enfermaria .

Andei calmamente pelos corredores um tanto pensativa . Eu de fato possuía uma postura ereta e delicada dimais para alguém que havia a pouco tempo entrado para tal vida . Mas ... para vencer uma rival de tal nível , talvez em parte eu deva ser como ela . Fria ... calculosa ... fina ... e impecável . Se eu estiver em seu terreno , será mais fácil derrotá-la .

Entrei a sala de aula , atraindo a atenção de todos . Erik ainda estava em sala e em suas mãos haviam partituras ... claro ... professor de música . Então apesar do choque eu de fato estava acordada ... não havia sido um pesadelo . Sei que deveria estar constrangida e me sentindo culpada por ele ter visto tal cena tão pavorosa ... mas novamente eu entrara na situação de estar sendo seguida . Nathaniel e Erik haviam de fato cruzado seus limites . Fechei os olhos torcendo a expressão e então apenas caminhei serenamente para meu lugar .

Eu sabia que todos os seus olhares estavam sendo direcionados a mm . Um misto de raiva e confusão se passava em sua cabeça ... mas seria assim a maneira que eu passaria a agir ... uma maneira completamente fria ... quase que absoluta . Mas de maneira alguma eu estava preparada para sua reação seguinte .

– Sophie Parker ... Poderia vir a frente por favor . - Ao começo eu ficara um tanto surpresa e então depois me senti enfurecida . Ele não poderia usar seu recurso para se vingar de algo que eu nem ao menos havia sido responsável . Mas mesmo assim , com uma expressão moderada e inalterada eu caminhei até ele tranquilamente me colocando a sua frente . - Toque . - disse ele apontando para o piano . Senti um frio me percorrer a espinha que quase me fizera perder a postura ... em momento algum eu havia mencionado saber tocar tal coisa ... se disse claramente não me recordo . Engoli meu desespero e me sentei ao piano .

Coloquei minhas mãos sobre as teclas geladas e me senti paralisar por um breve momento . Então fui envolta pelo corpo de meu querido professor , suas mãos foram colocadas sobre as minhas ... eu me senti quente e rapidamente ele começara a tocar genuinamente . Arfei com o desejo que seu corpo provocava sobre o meu e senti que aos poucos eu ia perdendo a concentração .

– Não importa o que eu tenha visto ... sei que escolheu a mim ... e os motivos que me levaram a vir até aqui não mudarão .- Sussurrou ele em meu ouvido me fazendo corar .

– Não acho que tal aproximação entre professor e aluna seja permitida . - Disse Nathaniel com o tom de voz um tanto abusivo .

– Entretanto deve saber que as medidas que foram tomadas para que eu estivesse aqui não me elevam a tal patamar ... - disse ele sereno e sem se alterar nem sequer por um segundo . Tal coisa me pegara de surpresa .

O Sinal bateu assim que finalizamos a canção . Percebi então que o período em que estive inconsciente não fora tão grande . Mas ver Cassiel a porta de minha sala completamente furioso enquanto vinha me buscar , não era algo agradável . Ele apenas disse que eu não deveria ter continuado sem ao menos descansar ... por isso acabou me levando novamente para a enfermaria ... mas desta vez eu não fui sozinha .

– Poderiam ao menos me deixar respirar ? - eu disse pondo um basta na troca de olhares dos dois . Cada um aparentava possuir um ódio pelo outro que apenas aumentava ... e saber que eu havia sido a causa de tudo , apenas me entristecia .

– Sophie . - os dois disseram ao mesmo tempo . A verdade é que toda a discussão e raiva implícita apenas nos olhares estava me causando sérias dores de cabeça .

– Os dois erraram em me seguir até aqui ... então peço que retornem . - eu disse me sentindo levemente carrancuda .

– Não podemos deixa-la aqui . - disseram novamente os dois ao mesmo tempo . Levei a mão a cabeça e a balancei .

– Pois bem ... apenas espero que meu estado de saúde não piore com a presença de você aqui . - eu disse como minha palavra final .

Eu estava aborrecida com a petulância de ambos . Agiam como se eu fosse uma criança ou algo do tipo e não aceitavam que eu me mudasse repentinamente sozinha , por isso tiveram de vir os dois para tomar conta de mim ... isso não apenas me magoa como machuca e ainda me zanga . Farei de tudo para mostrar aos dois que a Sophie do qual os dois sentem pena e vontade de proteger ... não existe mais .


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Notas finais do capítulo

CoMeNtÁrIoS ??