Tentei observar cuidadosamente cada reação a ser feita ou por Amanda , ou por minha sogra que me parecia tão paralisada quanto ela . As duas ao início me pareciam um tanto surpresas mas ao momento se tornaram frias e rígidas , os olhares expressivos e tensos indicavam antipatia entre as partes , uma antipatia maior seguida de minha sogra o que deixara aos poucos Amanda , extremamente nervosa . Eu vi seus olhos caminharem pela sala em busca de algo que pudesse atrair a sua atenção e lhe mostrar uma saída ... infelizmente ela não encontrara nada ... nada além dos meus olhos .

– Sophie - disse ela sorrindo em alívio e caminhando rapidamente em minha direção . Ela me abraçou ternamento deixando seu cheiro de rosas impregnado por todo o meu corpo ... ARGH ! - Estou tão feliz em vê-la tão bela e saudável ... Naquele quarto você estava tão pálida ... tive medo de não vê-la mais viva .

– Problema com os remédios . - eu disse sorrindo . Queria deixar bem claro de que já sabia de sua tentativa de me matar ... francamente , não poderia ter sido mais baixo .

– Entendo querida . - disse ela sorrindo . - Fiquei desapontada em saber de sua mudança ... eu esperava passar seus ultimos dias aqui na costa dourada ao seu lado . Sabe ... ajuda-la a comprar suas coisas , fazermos as malas juntas e quem sabe uma festinha de despedida uma noita antes de sua partida para a Inglaterra que a propósito esta agendada para a próxima semana . - Ela jogaria mesmo na minha cara que mesmo após de tudo o que acontecera ela ainda conseguiria me mandar para longe .

– Será mesmo uma pena ... mas tenho certeza de que Erik e Isobel tornarão meus últimos dias aqui inesquecíveis ... - eu disse sorrindo e então abraçando ternamente de maneira intima a minha sogra que pareceu se alegrar com meu gesto .
Seria uma noite divertida regada de observações e indiretas . Olhei para a porta a espera de ao menos mais um membro e senti meu estomago dar cambalhotas assim que vi Nathaniel entrar graciosamente ao lado do meu pai . Ele continuava o mesmo ... estonteante e irresistível . Assim que seus olhos encontraram os meus senti minhas pernas tremeres e eu teria caído ... mas ele chegara até mim e uma velocidade impressionante e então me impedira com um abraço .

– Sophie ... - sorriu aliviado enquanto sussurrava meu nome calmamente em meu ouvido , de maneira terna e sensual que apenas eu havia escutado .

– Nathaniel . - eu disse em resposta . Eu estava feliz em vê-lo , mas sempre que o via eu sentia a confusão em meus pensamentos cada vez mais constante ... algo que não deveria ao certo acontecer .

– Tive um pressentimento ruim hoje ... tá tudo bem ? - perguntou ele se afastando vagarosamente e então me fitando com atenção .

– Nada dimais ... - eu disse sorrindo . Não achei que fosse necessário relatar o meu mergulho sobre pedras de hoje de manhã .

– E como explica os cortes ? - disse ele colocando a mão sobre um dos hematomas nas costas que o vestido não escondia . Gemi levemente de dor o que o fez recuar .

– Apenas um mergulho ... um tanto ... diferente . - eu disse sorrindo e nesse momento pude ver as mãos de Erik passarem por minha cintura de maneira singela e doce .

– Olá Nathaniel . - disse ele educadamente estendendo a mão . Pude ver que meu irmão não gostara da interrupção , mas eu de fato fingi não perceber . Ele apenas sorrira em disfarce e apertara a mão de meu namorado .

– Olá Erik ... - disse ele em um sorriso cheio de segundas intenções - Pelas marcas em minha irmã eu diria que você vem cuidando muito bem dela ... - Eu não acredito que ele estava culpando Erik por meus ferimentos .

– Meu namorado não pode ser culpado por meus atos irresponsáveis . - eu disse me aproximando ainda mais de Erik e colocando ênfase em " meu namorado " . Talvez isso fosse um aviso suficiente para que ele recuasse e parece com suas insinuações .

– É minha culpa Sophie . - disse Erik com os olhos recarregados em arrependimento . - Eu deveria ter manecido no quarto ao seu lado . Convencido-a a permanecer em repouso .

– Não quero morrer de tédio amor ... - eu disse deitando a cabeça em seu ombro . - Nathan ... posso conversar com você - eu disse e então dera um beijo em Erik seguindo para o jardim na esperança de ser seguida e assim ele o fizera .

Me sentei ao banco de madeira pintado de branco próximo ao canteiro de rosas . Era um lugar afastado e longe de olhares , eu poderia conversar tranquilamente a respeito de qualquer assunto sem ter medo de ser escutada . O vi se sentar ao meu lado e fitar o vazio por longos segundos . Eu sabia que o devia tê-lo afetado com minha demonstração de carinho a meu namorado agora a pouco ... mas esta não era de fato uma de minhas maiores preocupações . Olhei para todo o ambiente enquanto escolhia as palavras , aquilo tudo me parecia ainda mais belo e ainda mais cheio de vida sob a luz do olhar .

– Nathan eu ... - eu começara a dizer asim que chegamos a um ponto afastado mas eu fora interrompida por um beijo repentino . Eu não tive forças para afasta-lo ... apenas queria sentir que estava confortável e segura nos braços dele novamente .

– Não ... gosto ... de sua aproximação ... de Erik . - Disse ele entre um interva-lo de fôlego e o outro . Sua boca alternava entre a minha e meu pescoço e suas mãos percorriam minha cintura e minhas costas deixando-me cada vez mais próxima dele .

– Nathan ... - eu disse o afastando . Olhei para ele que me pareceu confuso , mas ele precisaria entender que em certo momento o que nós tínhamos precisava acabar .

– O que houve ? - disse ele confuso .

– Não dá mais ... - eu disse me afastando enquanto ajeitava tudo aquilo que ele havia conseguido tirar do lugar .

– O que ? - Agora a sua expressão de confusão estava atordoada e um tanto desesperada .

– Você é meu irmão ! Não acha que não fomos longe dimais ? Até onde acha que poderemos ir com isso ?

– Não sei Sophie ! Eu realmente não sei ! Mas sabe mais o que ... eu não me importo ! Não importo ! Podemos fugir ... posso viver em qualquer lugar Sophie , vou contra quem eu tiver de ir ... mas sei que sem você eu não posso viver . Não sei por que justamente a minha irmã tinha de ser o amor da minha vida ... mas é .

– Nathan eu não vou mentir . Amo você ... como nunca fui capaz de amar ninguém ... mas não vou negar o que sinto por Erik . E não seria justo machuca-lo com algo que não sabemos se realmente terá algum futuro .

– Você o ama ? - ele ignorou tudo o que eu dissera e se fixara a apenas uma parte .

– Eu ... - eu estava confusa . Nunca havia definido com palavras os meus sentimentos por Erik , simplesmente por ser algo tão doce que eu nunca pensara ser necessário ser definido como paixão , carinho , ternura ou amor .

– Responde Sophie ... - Nathan estava alterado . Eu sabia que tocar em tal assunto o deixaria neste estado ... não era meu fundamento quando o chamara aqui , mas com sua atitude eu não tinha outra escolha a não ser colocar um fim nisso e dar uma chance real para Erik .

– Sim . Eu o amo . - Nunca havia percebido a veracidade em tal expressão até realmente precisar dize-la . Eu havia a dito no desespero ... mas nunca dissera algo tão verdadeiro . A nã0 ser quando digo ou admito o que sinto pelo meu querido irmãozinho . Vi Nathan se imflamar em raiva . Antes ele apenas possuía o desespero no olhar ... mas agora o medo a agonia , a raiva e o odio estavam estampados por todo o seu corpo .

– O AMA ? - gritou ele .

– Nathaniel Parker ... - disse calmamente enquanto caminhava até ele - Sim ... eu amo ele ...- eu disse colocando as mãos delicadamente em seu rosto . - Mas eu também o amo ... como nunca amei ninguém ... o que sinto por você se sobressai ao que sinto por qualquer um ... eu apenas peço que esteja ao meu lado e me ajude a resolver aquilo que me impede de ficar viva . - Eu disse e então o beijei . Senti sua raiva se dissolver aos poucos e o vi se acalmar entre os meus lábios correspondendo de bom grado ao meu beijo .

– Sophie ... - disse ele com um leve tom alegre em sua voz . - O que te impede de viver ? - disse ele me abraçando ternamente .

– Amanda . - Acho que com meu aviso prévio de permanência na costa dourada , não há mais tempo para manter segredos ... ou eu confio em todos aqueles que amo ... ou resolvo tudo sozinha . Mas não conseguirei embarcar nessa , estando em uma casa tão distante de toda aquela família . - Preciso que encontro qualquer coisa que justifique um possível comportamento suspeito ... nos ultimos dias ... ou antes de eu chegar ... ou até mesmo nos ultimos anos . - eu disse sem dar tempo algum para uma linha de raciocínio .

– Ahm ... por mim tudo bem . - disse ele sem nem ao mesmo me perguntar os motivos . Eu precisava ser rápida ... antes que meu dia de partir em fim chegasse e eu fosse obrigada a deixar de lado a família que eu tanto amo nas mãos de uma assassina .