Pecados Capitais escrita por IS Maria
Notas iniciais do capítulo
Oi Oi gente . Aqui está o segundo cap . Prometo tentar postar pelo menos dois por semana ou quem sabe um por dia !! :)
Malibu era tudo aquilo que todos sonham, entretanto, era tudo aquilo o que eu desejaria evitar . Cruzar os limites territoriais apenas me fizera perceber que, realmente, alguns quilômetros poderiam mudar o mundo. Vindo de uma paisagem tão brilhante capaz de cegar qualquer um, até um asfalto que poderia ter sido duplamente coberto para brilhar contra a luz do sol, aquele lugar nem sequer parecia ser real. Enxerguei-me dentro de um grande comercial de verão, com sorrisos completos para todos os cantos e bloqueadores de problemas a cada esquina.
O mar era um verdadeiro sonho de águas azuis. Pude me sentir a alguns passos do paraíso . A areia branquinha formando dunas, as ondas se quebrando ao se aproximarem da areia, formando uma fina espuma branca, o sol brilhando forte ao céu sem nuvens, tudo parecia ser simplesmente mágico . Eu já havia visto paisagens belíssimas, dessas onde paramos para pensar que a evolução não pode ter causado nada do tipo, mas aquilo ... bem, sinceramente eu jamais me esqueceria daquilo .
— O Outro lado senhorita . - Murmurou aquele que me conduzia, fazendo com que, por alguns segundos, eu desviasse a minha atenção.
— Eric - O repreendi, a medida que meus olhos passeavam pela janela .
— Sophie .- Corrigiu ele um tanto envergonhado .
Me virei para o outro lado, me deparando com uma enorme casa . Era de tirar o fôlego, mas me causou um desconforto tremendo . Foi ali que percebi que não me encaixava naquele lugar, o número de janelas era simplesmente o dobro de todas as janelas das casas que minha antiga cidade possuía, tudo bem que eu morava no campo, mas mesmo assim era um exagero . Fiquei tensa quando paramos, eu sabia que não poderia ficar dentro do carro, mas essa certamente era a minha vontade .
Desci do carro rapidamente antes que Eric pudesse pensar em abrir a porta para mim . Caminhei sem jeito até a porta e coloquei o dedo sobre a campainha, mas não consegui a tocar . O medo da pessoa que poderia a atender, me impedira de sequer continuar . Felizmente, a porta se abriu segundos depois, revelando uma mulher, cabelos ruivos, olhos verdes , aparentando uns quarenta anos e trajando um uniforme extremamente formal . Ao me ver , abriu um sorriso que aliviou de certa maneira o misto de sensações que eu estava sentindo , afinal eu não esperava ser recebida de tal maneira .
— Senhorita Parker .- Disse ela abraçando-me . O seu abraço era caloroso e seu perfume tinha cheiro de mãe . Uma mistura das flores do campo e ervas finas , uma fragrância extremamente acolhedora .
— Me chame de Sophie .- Como se já não bastasse o "Parker".
— Como desejar Sophie .. Sou Matilde , governanta da casa .
Ao fundo , descendo a escadaria , pude ver uma mulher . Se vestia como uma verdadeira rainha , com joias e um belo par de chanel em seus pés . Cabelos loiros e olhos azuis , ela era exatamente o tipo de mulher que eu esperava encontrar ali . Caminhou aos poucos em minha direção e abriu um sorriso tão brilhante que jurei que fosse me cegar , por estar refletindo a luz do sol . Abraçou-me e então meu nariz se entupiu com o seu perfume exagerado , uma mulher que não sabe escolher uma fragrância , certamente não sabe como tratar os seus sapatos .
— Até que em fim mais uma mulher nesta casa - Isso fizera piscar um pequeno alerta em minha cabeça . Se ela havia desconsiderado a presença de Matilde , isso a colocaria como ... Ah não ! E naquele momento, meu estômago revirou-se no mínimo quatro vezes. Minha mãe havia sido substituída por... essa coisa loira ?
— Sou Sophia . - Disse estendendo-lhe a mão, ainda que não desejasse, tinha de reconhecer que aquele era o território dela, onde ela claramente se encaixava.
— Amanda . - Apertou minha mão e apenas pelo o seu toque delicado , soube que ela era daquelas que não saberiam nem como lavar um prato . - Sou a esposa do seu pai . - E , pronto .
— Ah sim - Eu havia percebido de longe . Ela era exatamente o tipo de mulher que caras ricos escolhem . Poderia dizer apenas olhando para o seu nariz que claramente já havia sido refeito... talvez umas duas vezes ?
— Fique a vontade , logo logo se sentirá em casa . - Disse sorrindo . Claro que aquilo seria muito mais do que difícil , já que o interior daquele lugar ... apenas a sala , dava no mínimo , dois do meu antigo quarto .
— Obrigada . - Agradeci, mesmo desconfiando sinceramente do que ela havia dito.
— Eu adoraria ficar ao seu lado e a apresentar cada pequeno pedacinho desse lugar , mas estou cuidando de alguns assuntos ... Matilde a ajudará , tudo bem ?
— Por mim , está perfeito . - Na verdade eu ficaria muito mais confortável ao lado de Matilde do que ao dela .
— Espero encontrar em você , a filha que eu não pude ter . - Disse me dando um abraço e saindo porta a frente . " Eca " , foi tudo o que consegui dizer .
— Espero que não esteja te causando problemas . - Disse me virando para Matilde . Eu odiaria saber que minha presença ali , causa transtornos .
— Nem pensar , não sabe o quanto todos aqui a aguardaram ... - Disse sorrindo .
Antes de prosseguirmos, um vulto jovem atravessou a sala e em uma fração de segundos, havia levado Matilde para longe. Pedindo-me para aguardar alguns segundos, eu havia sido deixada só, justamente quando pretendia lhe implorar por um copo de água. Havia sido uma viajem longa e eu não havia conseguido colocar nada na boca devido ao nervosismo. Eu estava morrendo de sede, tanto que minha garganta arranhava. Tendo vislumbres do que poderia vir a ser a cozinha, olhei para os lados e, engolindo em seco, aproximei-me do cômodo, tentando não causar nenhum barulho sequer. Descaradamente, aproveitando que obviamente não tinha ninguém ali, abri a geladeira e apanhei a jarra de água, que parecia custar mais do que qualquer coisa que eu tivesse. Fechando a porta, já sonhando com o conteúdo da água, um assobio me chamara a atenção. Levantando os olhos, percebi que não estava sozinha. Um pequeno enfarto segundos depois e a jarra se espatifou no chão.
Alcançando-me rapidamente, aquele que eu jamais havia visto antes, puxou-me para longe dos cacos de vidro, que pareciam dançar contra o chão de madeira polida. Graças a ele, eu pude me mover. Puxou-me para perto de modo que, só pude tornar a reagir, quando meu corpo se chocou contra o seu. Levantei os olhos, com os lábios entreabertos, mal conseguindo respirar e então, percebi-me paralisada. Capturada por tremendos olhos azuis, perdi-me em uma imensidão que parecia me devorar a cada fração de segundos que se passava. Cabelos dourados, cabelos de trigo e aos poucos... um sorriso vindo dos seus.De repente, meu coração se mexeu ao peito, piscando, levei a mão ao peito, remexendo freneticamente, procurando entender... eu estava bem ? O que estava acontecendo ? O que poderia ser aquela palpitação ?
— Me desculpe eu não queria assusta-la - Disse , me acordando então de meu estado de choque .
— T-tudo bem . - Não que já não estivesse estampado na minha testa o quanto eu estava nervosa, mas, gaguejar ? O fundo do poço.
— Você se cortou ? - Perguntou enquanto dava uma pequena olhada em meu corpo, sacudindo meus braços a procura de qualquer ferimento. Minhas bochechas arderam .
— Não ! Acho que não . - Ao menos eu não sentia nada , nada além de ... bem, arritmia.
— Melhor ... não ? - disse ele sorrindo ... Meu coração...Eu ia morrer e eu podia apostar que minha cara deixava bem claro isso.
— Com certeza - concordei sem graça . Com certeza ? A cada segundo que se passava eu me sentia ainda mais idiota .
— Sou Nathaniel ... mas pode me chamar de Nathan . - Disse enquanto aos poucos retirava a sua mão de meu braço e a colocava no bolso .
— Sophie - Disse fitando o chão , seus olhos eram azuis demais para que eu pudesse os encarar por muito tempo sem que corasse .
— É um belo nome . - Disse levantando o meu rosto , forçando-me a o olhar .
— Obrigada ... minha mãe o adorava . - E eu o odiava .
— senho...
— Pelo amor de Deus ... Me desculpe mas se me chamar de senhorita como os outros vou corta-lo com um desses cacos - Brinquei .
— Calma ... calma - disse ele sorrindo - Eu sei como é chato ser tratada assim , mas é que aqui todos estão acostumados .
— Sim claro ... mas eu não estou acostumada .
— Bem ... eu não tive muita escolha . Cresci neste meio . - Bingo ! Ele de fato havia nascido ali, o que bastava para deixar claro o porque de sermos tão diferentes.
— Bem ... eu nem de longe sou daqui .
— Claro . - Será que ele também havia notado que eu não me encaixava ali ? - Se eu já tivesse a visto antes , jamais teria me esquecido ... não com esses olhos . - Claro, meus olhos eram enormes e castanhos dourados, iguais aos de minha mãe, e, os de mamãe eram inesquecíveis.
— Ah .- Eu não sabia o que falar , minha língua estava simplesmente travando e para não falar besteira , fora tudo o que eu disse .
— Desculpe ter de deixa-la... mas eu estou de saída, por favor... não suma. - Sorriu novamente, afastando-se e apertando educadamente a minhão. - Ou terei de sair a sua procura... - Completou, fazendo-me queimar.
— Acho que não sairei mais daqui - Sorri, obviamente, fazendo o sorrir junto. " Acho que não sairei mais daqui" ?,aquilo soara como um perfeito flerte barato, e eu apenas pretendia dizer que estava condenada a viver naquele lugar .
Matilde retornara a tempo de se despedir de Nathaniel . Me perguntei o que ele fazia ali , mas não tive tempo para especulações , afinal rapidamente fui levada para conhecer cada pequeno pedaço daquele lugar . Fiquei feliz por Matilde não ter me repreendido pela jarra , mas ainda sim me sentia culpada pela perda da peça . Cada cômodo ali me deixava surpresa , sendo um maior do que outro , com cores mais vibrantes a cada passo que dava , cheio de objetos caros que eu jamais pensara em ter em minha casa . Eu realmente havia chegado em outro mundo . Meu quarto era simplesmente a personificação do paraíso . Todo em azul escuro e marfim me senti em casa , o closet ao fundo estava aberto e pude ver que completo , não me aguentei e corri para dar uma espiada .
Marcas que eu julgava nem serem reais . Caixas e mais caixas de sapato me faziam simplesmente flutuar , joias e vestidos , blusas e cachecóis ... eu estava no meu céu particular . Girei sentindo o perfume de cada uma daquelas peças , tudo era demais para uma garota como eu , tudo parecia ser mágico demais ... de fato ali não pareciam existir problemas .
— Estarei na cozinha cuidando do jantar , caso precise de mim . - Disse Matilde rindo ao fundo de meu momento " sinto que estou no topo do mundo " .
— Não se preocupe comigo , ficarei bem . - Eu ficaria simplesmente mais do que bem .
— Seu pai sente muito por não poder recebe-la , mas esta noite ele dará um jantar para que comemorem a sua mudança .
— Um jantar ? - E de repente fiquei tensa . Eu nem sequer tinha certeza a respeito de qual garfo usar . Sem falar em como me portar diante das pessoas que provavelmente foram convidadas .
— Sim . Virão alguns amigos íntimos da família e se não se importar com a minha sugestão sugiro que vista este vestido . Assim que o coloquei aqui , vi que deveria ser usado por uma garota com um corpo tão belo quanto o seu . - Corei com seu sorriso doce . Olhei para o vestido e meus olhos praticamente gritaram " Sim " .
— Obrigada Matilde ... Usarei sim . - Disse , me controlando .
Me sentia dentro de um desses filmes de colegiais , onde a sua vida muda do nada para o tudo em apenas alguns minutos . Não me julguem , sim eu amava a vida que costumava ter , mas aquilo era simplesmente incrível . Ok , eu não ligo para a casa e o resto todo mas os sapatos e ... o garoto , me fizeram pensar em tudo aquilo que viverei ali . Meu coração nem sequer podia parar no peito a medida que eu experimentava cada um dos pares que pareciam ter sido feitos para os meus pés . Eu em breve veria o meu pai e o meu irmão , isso intensifica tudo mas ... entretanto , me faz querer pular tão alto a ponto de alcançar as estrelas . Será que eu posso ?
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CoMeNtÁrIoS ??? ♥ ♥ *-*