1455

Bella caminhava devagar pela floresta, o vestido ainda sujo de sangue. Ela havia cansado de correr ao redor do palácio, ela queria uma forma de quebrar a maldição. Não sabia como ser vampira nem queria saber. Ela não queria matar pessoas. Até agora não havia matado ninguém, não havia posto sangue humano na boca. Não podia...

–- Finalmente vitória. – A voz grossa de Klaus a assustou. Isabella estava tão inerte em pensamentos que nem o notou ali.

–-AH, oi Klaus. – Bella disse se virando e encarando o belo rapaz em sua frente.

–-Está com vestes sangrentas. Não gostaria de trocar, princesa?

–-Não... obrigada. – Bella sorriu de leve.

–Se é assim... Bem, deu tudo certo então?

–-É, quase tudo... – Bella disse olhando para a terra molhada.

–-Por que quase tudo? Algum imprevisto?

–-Um grande imprevisto, Niklaus.

Aquela não era mais Bella e Klaus sentia isso. Isabella não falava como se fosse ela mesma. Era diferente. Estranha. Como se fosse um animal acalmando a presa para o bote, um monstro seduzindo sua vítima. E era isso o que era.

–-E qual foi?

–-Foi... Bem, será sua morte para minha vida.

Áquela altura, os olhos de Isabella já estavam negros e era como se algo saltasse em volta, era como se ela estivesse... demoníaca! Klaus logo entendeu o que era. Isabella fora amaldiçoada a ser vampira, e ele seria sua primeira vítima. Não tinha como fugir. Ela era mais rápida, mais forte, estava faminta e descontrolada.

Porém não pôde deixar de tentar. Virou-se e saiu correndo como uma flecha, Bella soltou um riso e rapidamente impediu a passagem de Klaus.

–-Não foge... Não vou te machucar....

Bella olhou para o pescoço de Klaus,a veia pulsante...

–- Ou vou...

Após Isso, Isabella atacou como uma cobra, indo diretamente para o pescoço do bruxo que estava sem poderes, derrubando-o no chão e alimentando-se de seu sangue doce. Bella ergueu o rosto duas vezes para apreciar o sabor. E só depois de sugar completamente o sangue de Klaus, se tocou na burrada que havia feito.

Matou um inocente! Matou aquele que era mais próximo de um melhor amigo! Ela era um monstro, um terrível monstro...

...

Stefan acordou e se remexeu no sofá estranhamente macio, porém ele estava de mau jeito. Sentou-se e girou a cabeça, alongando o pescoço. Depois olhou para a enorme sala decorada de branco e vermelho com alguns toques pretos e dourados.

–-Onde...

–-Na minha casa. – Rosálie apareceu com uma bandeja.—Deve estar faminto.

Ao ver os olhos azuis de Rosálie, Stefan se lembrou de tudo que houve.

–-Você... O que aconteceu? Cadê Isabella e que monstros vocês são?

–-Como você é rápido! Bella está no quarto, fique tranqüilo. Ela só ficou embaixo da água para ‘relaxar’. Ela já fez isso por um mês inteiro. Bem, o tipo de monstro... a que se refere?

–-Vocês não são normais. E eu já visitei muitos lugares em Mystic Falls e a livraria é bem interessante. Historia local. Que monstro?

Rose suspirou.

–-Posso deixar Bella te contar?

–-Não. Apenas.... o que são?

–-Vampiros.

Stefan arfou. Não desconfiava por que de tudo que já tinha visto... Ele não tinha dúvidas sobre isso.

–-Meu Deus!

–-Eu sei, Bella também odeia vampiros, mas é uma. Longa historia, ela explica tudo!

–-E-eu quero ir pra casa. – Stefan se levantou do sofá de couro branco.

–-Hey ei ei ei ei, acha que vou deixá-lo sair após saber de tudo isso? Senta ai que vou fazer a limpa na sua memória.

–-Não! Por favor... não quero esquecer. Só quero pensar

–-Pensar para quê? Bella nunca ficará com você por ser humano. Ela não vai machucá-lo por amar você. Então...

–-Como ela pode me amar? Ela ficou com meu irmão!

–-Para se alimentar! E ele enche o saco que eu vi! E os sentimentos de vampiros são intensificado, tipo, umas mil vezes! Agora, me deixe fazê-lo esquecer.

–-Não! – Stefan fechou os olhos. – Por favor... me deixem com essas lembranças.

–-Stefan... desculpe.

–-Eu não quero esquecer, só quero pensar. Ficarei quieto e volto depois. Alias, que horas são?

–-Quatro da manhã.—Rosálie olhou no relógio que tinha no pulso.

–-Eu volto depois do almoço. Por favor... Preciso dormir mais e preciso pensar...

–-Pensar por quê? Não há nada a discuti. Minha irmã pode amá-lo, mas duvido que sinta o mesmo.

–-Eu sinto. Talvez não tão intenso por ser humano... Só...

–-Deixe. – Bella disse, assustando os dois na sala. Emmett apareceu erguendo as mãos.

–-Ela insistiu. – se defendeu do olhar de Rose.

–- Ele voltará, senão eu mesma vou atrás.

Stefan ficou a encarando por um tempo. Queria abraçá-la e vê-la se estava bem. Mas lembrou-se de que ela era uma vampira e poderia matá-lo.

–-Ele dormirá na casa dele, se sentirá seguro. Ficarei aqui e depois explicaremos tudo.

Stefan apenas assentiu, com medo de dizer algo. Mas, após um longo olhar com Bella, decidiu ir embora. Até que se lembrou de algo.

–-Er... alguém pode me dar carona até a pensão?

(...)

Bella estacionou a BMW de Rosálie em frente a pensão. Rosálie e Emmett rapidamente fugiram do cargo de motorista e só restou Bella. O clima foi tenso o caminho inteiro. Desconfortável, silencioso.

Nenhum dos dois se moveu no carro. Apenas o motor rosnava e a respiração era ouvida. Bella conseguia ouvir o coração acelerado de Stefan.

–-Pode sair. – disse após dez minutos parados. Stefan respirou fundo e olhou para Bella, a mesma o encarou.

Quando Stefan retirou seu sinto – Só ele havia se protegido, Isabella não precisava de proteção. Era uma vampira. – virou-se para Isabella, para poder vê-la melhor.

Sem se controlar, sem pensar e sem saber ao certo o porquê, se aproximou rapidamente e a beijou, Bella não pode deixar de retribuir. Ansiava tanto por mais um beijo dele... Principalmente nesse momento de ter seu lado negro a dominando por uma noite.

Nenhum dos dois queria se afastar, mas quando Stefan precisou se respirar, só descolou suas bocas. Não queria ficar longe de Isabella agora, a respiração dela em seu rosto era até que calmante e tinha cheiro de bala de morango.

–-Eu... – Bella tentou dizer algo, mas nada saia. Não havia nada para dizer. E para não ficar desconfortável, Stefan a beijou de novo, dessa vez prolongando o beijo, conhecendo melhor a boca de Isabella como desejara fazer muitas vezes, agarrando seus cabelos e acariciando seu braço e segurando sua mão. Porém logo se afastou. E, dessa vez, saiu correndo do carro, entrando na pensão. Se ele a olhasse mais uma vez, voltaria para ela e nenhum dos dois precisava disso agora.

Após alguns minutos de espera, Isabella partiu, Stefan observava de sua janela o carro vermelho dobrar a esquina e sumir. Os dois pensando no que havia acontecido essa semana. Era demais para a cabeça humana de Stefan e para a cabeça perturbada de Isabella.

O que esperar agora dessa ‘reunião’ no meio da tarde? Contar tudo e darem um jeito depois ou apagar tudo da mente e fugir?

Ninguém sabia a resposta ainda. Só descobririam na hora.