O primeiro dia na Mansão Malfoy foi desconfortável para Arya, afinal ela estava hospedada na casa de pessoas que ela não conhecia e além disso, ela não tinha nenhum pertence com ela, nada de roupa, nada de sapatos, ela não tinha nada.

Estava usando simplesmente as duas camisas emprestadas de Draco que ela transfigurou em roupas femininas e um tênis masculino também transfigurado que George conjurou de um dormitório em Hogwarts.

Arya suspirou ao sair do banho enrolada em uma toalha branca e felpuda, ela ficara deslumbrada com o esplendor da mansão, mas de certa forma ficara incomodada também, a decoração era em tons escuros e os móveis eram impessoais, não tinha nenhum toque aconchegante.

O quarto de hóspedes em que estava tinha a decoração em tons de verde e os móveis em madeira escura, ela dirigiu-se até a cama localizada no centro do aposento, queria não ter que descer para o jantar, ela teria que transfigurar novamente suas roupas e não sabia quanto tempo duraria o feitiço, esperava que durasse o tempo suficiente.

A noite estava com um clima agradável, e fez com que a garota usa-se um vestido preto básico transfigurado e sapatilhas também pretas.

Ela deu um leve sorriso, era ótimo andar, ter suas pernas, tinha uma sensação boa de segurança ao poder se deslocar por ai, ao contrário de quando estava no mar ou na água e sentia a mais pura liberdade ao poder nadar para onde quisesse.

_

A mesa de jantar dos Malfoy estava silenciosa, nenhum deles disposto a iniciar uma agradável conversa, os Malfoy estavam estressados com a vigilância, no mínimo cinco aurores se encontravam nos limites da propriedade, garantindo que eles não saíssem ou abrigassem comensais fugitivos. E Arya estava pensativa, não tinha nenhum assunto que pudesse quebrar o gelo do momento.

Draco não queria acreditar no que estava acontecendo, “Arya é uma bruxa”, inacreditável. “Arya é uma Black”, totalmente surreal. “Arya estava hospedada em sua casa”, inaceitável para o loiro.

Ele estava cansado, precisava de uma boa noite de sono para repor suas forças para enfrentar o dia de manhã, uma noite de sono que não aconteceria por ele saber que a menina Black estava ao quarto ao lado do seu. Draco já desistira de pensar que aquelas coisas acontecendo eram somente um pesadelo, ele tentara se convencer disso em seu sexto ano em Hogwarts, mas no fim, era pura realidade, sua cruel realidade.

_

Arya teve uma grande surpresa na manhã seguinte quando desceu atrasada demais para poder tomar o café da manhã e infelizmente estava adiantada para o almoço também, sua barriga roncava de fome.

Encontrou Narcisa na sala de estar, estava com uma mulher esquisita e que segurava várias fitas, tiras de tecido e um bloco de notas que voava a seu redor.

Arya que estava indecisa se cumprimentava as mulheres ali presente ou se esgueirava para a cozinha atrás do que comer. Mas seus planos foram atrapalhados quando Narcisa notou sua presença.

_ Ah, Arya querida, venha cá. – disse sorrindo animada. _ Tenho uma surpresa para você.

A menina se aproximou relutante e cumprimentou as duas mulheres.

_ Como você sabe, eu não posso sair dessa casa. – disse ela irritada. _ Mas felizmente eu posso receber algumas visitas e essa é Madame Malkin’s. Notei que você está sem suas roupas, e a chamei para confeccionar roupas para nós duas.

Arya reagiu surpresa com a o gesto de Narcisa, ela pretendia falar com sua mãe para enviar algum dinheiro.

_ É muito gentil de sua parte, Senhora Malfoy. – disse ela com delicadeza. _ Mas não me sinto a vontade ao aceitar um presente desses.

_ Eu insisto. Afinal você faz parte da minha família e eu me sentiria muito melhor se a senhorita tivesse algumas opções de vestimenta. – ela disse com um sorriso.

Arya abaixou os olhos, com as bochechas coradas.

Passou as horas que antecederam o almoço, tirando medidas e experimentando roupas de todos os tipos. No final ficou com alguns vestidos, blusas, calças e sapatos que ela poderia dizer de primeira vista que eram bruxos. Eram roupas que ela não estava acostumada a usar, mas não deixaria que isso a incomodasse, estava ali para saber sobre seu pai, e pretendia levar essa missão a sério.

_

À tarde, Arya estava saindo do banheiro, acabara de tomar um rápido banho para lavar seus cabelos quando levou um susto ao abrir a porta do banheiro e viu quem estava em seu quarto, sentado de forma displicente na cama, Draco a encarava com divertimento e um toque de desejo que Arya não identificou.

Ela puxou a toalha e a apertou contra o corpo para não correr o risco de ela revelar alguma coisa.

_ O que quer? – ela perguntou nervosa.

Draco levantou-se indo em direção a menina.

_ Essa é minha casa, eu posso estar aqui sem motivo nenhum se eu quiser. – ele disse em um tom arrastado e ficando perigosamente perto de Arya que prendeu a respiração ao notar Draco a menos de um metro de si.

_ Esse é meu quarto Draco. – ela disse com um fio de voz. _ Vocês não pode entrar sem bater.

Draco se aproximou e Arya deu passos para trás até bater as costas na parede. Estava encurralada, ela percebeu nervosa. Ele colocou os braços na parede e aproximou seu rosto até estar a poucos centímetros do rosto da menina.

Ela conseguia sentir a respiração quente dele em seu rosto e assim, qualquer pensamento coerente esvaiu- se como fumaça de sua mente.

Arya olhava assustada e maravilhada para Draco, e ao notar o olhar do loiro em seus lábios e sua aproximação lentamente. Ela fechou os olhos esperando o beijo.

Ele riu se afastando um pouco da menina.

_ Tão fácil. – disse com um sorriso debochado. _ Achei que já teria percebido que não estou interessado Arya.

Ela olhou raivosa para Draco, pendendo o controle de sua raiva, fez um escudo que enviou Draco a quase um metro a sua frente, ele quase se desequilibrou.

_ Idiota. Cretino. – ela gritou com raiva. _ Saia daqui agora ou vou transforma-lo em uma lesma. - levantou a mão pretendendo levar a cabo sua ameaça.

Draco saiu rindo do quarto e escutou a porta bater com força atrás de si.