Arya se perguntava qual o motivo de tanta tristeza do menino ao seu lado, ela terminou sua narração de como foi parar em Hogwarts, e durante todo esse tempo o ruivo permaneceu com uma expressão cansada e parecia estar ‘longe’, e ela até pensaria que ele não estava escutando se George não fizesse algumas perguntas ocasionais.

Quando ela terminou sua história eles entraram em profundo silencio, desconfortável para a garota.

Ela pensava desesperadamente em algo que pudesse falar, quando se deu conta que estava indo para o lugar errado, bateu a mão em sua testa, não acreditava que já tinha esquecido o motivo de estar ali.

_ George, desculpe se for incômodo, mas você poderia me dizer aonde eu encontro o diretor de Hogwarts? Eu preciso mesmo falar com ele.

Ele pensou alguns segundos antes de responder:

_ Acho que quem cuida da escola agora é a Minerva, mas, você quer que eu apenas fale onde ela está? Você saberia chegar lá? – ele perguntou com um breve vislumbre de sorriso no rosto.

Arya corou e olhou para os pés, ela nunca saberia como chegar a lugar nenhum dentro daquela escola.

_ Não queria incomodá-lo pedindo para me levar até ela. – ela mordeu os lábios.

_ Está tudo bem. – ele suspirou. _ Eu preciso mesmo de alguma distração, sinto como se fosse explodir.

Ela olhou intrigada para ele, algo de muito devia ter acontecido.

_ O que aconteceu? – ela pensou melhor em suas palavras e imediatamente se arrependeu do que disse. _ Desculpe, não precisa me falar, você nem me conhece.

George virou a esquerda em um corredor com Arya quieta e arrependida ao seu lado.

_ Meu irmão. – sussurrou ele. _ Está morto.

Ela sentiu-se mal, não sabia como era passar por isso, afinal, nunca conheceu seu pai ou a família deste, e sua mãe e avós maternos estavam todos vivos.

_ Eu sinto muito. – ela disse penalizada.

Ela apertou a mãe de George para passar um pouco de suas condolências.

_ Me sinto perdido sem ele. – admitiu. _ E ainda não consegui ir me despedir.

_ Foi ontem? – Ela perguntou com leveza.

Ele suspirou, passando as mãos pelos cabelos.

_ Sim, no meio da batalha. Seu corpo está na minha casa agora, o funeral será logo mais.

_ É sua ultima chance, George. – ela olhou com carinho para o menino que conhecia apenas a 10min, ela não sabia explicar, mas se apegava rápido demais as pessoas. _ Você sabe que ele sempre estará com você não? Dentro do seu coração. Mas não perca a oportunidade de se despedir.

Ele apenas concordou, não iria se abrir com uma menina desconhecida, por mais que ela parecesse adorável e confiável, não era certo encher os outros com os seus problemas.

Ficaram quietos pelo resto do caminho, Arya tentava dar espaço para George e sua dor, para ela, ele era lindo, ruivo, alto, faltava uma orelha, mas isso não lhe tirava a beleza, a pessoa geralmente estava perdida demais em seus olhos para notar a perda. Mas a dor, o desespero, isso transfigurava suas feições, deixava em Arya uma vontade consolá-lo, acalentá-lo, assim como com Draco e seus olhos cinzent...

Arya ficou surpresa ao notar que estava pensando em Draco, o loiro arrogante que a deixou sozinha com um menino que ela não conhecia, bem, ela também não conhecia Draco, mas ele tinha salvado ela, e isso fazia com que ela o visse como um herói, alguém que ela conhecia de tempos atrás. Era ridículo ela achar que eles tinham uma ligação?

Foi tirada de seus pensamentos quando George parou para conversar com uma mulher baixinha, de cabelos grisalhos e despenteados, ela usava um gorro feito de retalhos e estava ocupada lançando feitiços para consertar alguns móveis do salão.

Arya voltou sua atenção para a conversa dos dois, ela era uma professora pelo que entendeu, Professora Sprout, ela falou algo sobre avisar o resto dos estudantes que o funeral das pessoas perdidas na batalha seria na parte da tarde. E por fim falou onde se encontrava a diretora, ela estava no segundo andar, estava ocupada então era melhor Arya ser rápida no que pretendia falar.