Ele só podia estar enlouquecendo. Em vez de estar com seus pais, apoiando sua mãe quando o destino da família Malfoy era tão incerto, Draco estava ali, recostado na cama da enfermaria com Arya cochilando em seu ombro.

Ele não pretendia estar ali agora, depois que Madame Pomfrey chegou e ficou encantada ao saber que Arya era um tipo tão raro de sereia, deu a ela algumas poções e usou alguns feitiços de cura antes de fazer os curativos nos ferimentos.

A enfermeira explicou que não eram cortes tão profundos, então em mais ou menos meia hora era provável que ela já estaria bem para andar, bem, não exatamente. A menina estava fraca e sem forças, precisava comer alguma coisa e Draco já estava prevendo que quem cuidaria disso seria ele.

E isso o deixava realmente irritado, não bastava o monte de problemas que estaria enfrentando dali para frente ainda arrumou uma sereia para ficar carregando pelos corredores do castelo,

Mas sempre que ficava com raiva e pensava em sair de perto dela enquanto ela dormia, Draco encarava o rosto tão sereno da menina, e simplesmente esquecia o motivo de estar tão bravo.

Isso é ridículo. Pensou ele novamente com raiva, ela era apenas uma trouxa, uma trouxa que conseguia viver embaixo da água, só isso.

Draco estava prestes a se levantar e sair dali quando ela tocou seu braço e disse com uma voz sonolenta:

_ Pensei que não estaria mais aqui. – deu um sorrisinho. _ Você não parecia feliz em ter que cuidar de mim.

O loiro a encarou por um momento antes de responder.

_ Está certa. – disse em tom irônico. _ Eu te salvei, e isso já merecia vários agradecimentos e uma dívida eterna comigo.

Arya o olhou com uma expressão incrédula.

_ Você não é um herói muito bom sabia? Tudo bem, você salvou minha vida e obrigada, de novo. Mas você não parece muito contente. Não está pensando que seria melhor ter me deixado morrer lá, está? – ela disse, contraindo os lábios de irritação

Draco apenas arqueou sua sobrancelha e deu um sorriso irônico.

A garota cruzou os braços e virou a cabeça para o outro lado. Após alguns segundos, olhou novamente para ele. E sorriu de forma encantadora.

_ Ok, você está certo, você é o máximo, e tenho uma dívida eterna com você. – ela falou sorrindo forçadamente.

_ O que você quer? – Draco perguntou desconfiado.

Arya se remexeu na cama para se sentar.

_ Eu quero comer. – disse rapidamente. _ Estou morta de fome.

_ E o que eu tenho a ver com isso? – ele perguntou bruscamente.

Ela ignorou a aspereza da fala do loiro e apenas olhou sonhadoramente para frente.

_ Acho que estou delirando de fome. – ela falou enquanto mantinha os olhos fechados e pôs suas mãos na barriga.

Draco olhou para o teto, pedindo paciência para ele enfrentar aquilo.

_ Tudo bem, eu te levo as cozinhas. É o único lugar a essa hora onde eu posso te arranjar comida.

Ele se levantou e ajudou Arya a se levantar.

_ Obrigada Draco, sério, depois que eu comer eu vou te deixar em paz. – ela disse de forma brincalhona.

_ É o que eu espero. – o loiro murmurou enquanto ajudava ela a se apoiar.