O Canto Da Sereia escrita por Luuh K


Capítulo 12
Capítulo 12 - Espinho afiado


Notas iniciais do capítulo

cap novo!! acho que exagerei em algumas partes hehehe



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Aquelas duas palavras ditas de forma tão displicente fizeram o cérebro de Arya entrar em pane. A palavra conversar foi repetida de novo e de novo em sua mente enquanto ela encarava o bruxo a sua frente com os olhos arregalados.

_ O que você disse? – ela perguntou debilmente tentando conseguir mais alguns segundos para encontrar uma forma de explicar o que acontecera na noite anterior.

Draco estreitou os olhos para ela enquanto se projetava a sua frente ficando parado em pé com uma pose que ela pensou ser bem majestosa. Ou perigosa.

_ Você está agindo igual uma tola patética me evitando a todo custo. – ele deu uma breve risada carregada de sarcasmo. - _ Qual o problema? Não consegue olhar na minha cara após passar a noite em minha cama? Já tive mulheres mais corajosas que isso.

Arya sentiu o queixo cair enquanto as palavras de Draco a atingiam como flechas afiadas. Ele a estava comparando com as mulheres com quem dormia? Como ele podia fazer algo tão baixo?

Ela se levantou em um salto parando a poucos centímetros do loiro e balançou o indicador com raiva.

_ Qual o meu problema? – rosnou. - Qual é o seu problema? Eu não dormi com você, e que esteja bem claro eu tenho toda a consciência que esse foi o pior erro que já cometi. Sinto muito o ter incomodado ontem à noite. – Arya ficou quieta ao se lembrar dos horríveis sonhos e como ela gostaria de ter o pai por perto.

Draco primeiramente surpreso com a explosão de raiva da garota sentiu uma pontada no peito ao ver o olhar perdido em seu rosto. Não queria que ela lembrasse o que a deixava triste e desolada. Ele estava irritado pela forma como foi ignorado durante o todo o dia, mas não queria que ela desmoronasse na sua frente, não sabia consolar ninguém, o que iria fazer caso ela chorasse? Talvez pudesse sair rapidamente assim que as primeiras lágrimas descessem?

Mas isso não foi preciso, Arya deu uma ultima olhada em seu rosto e saiu da sala em passos confiantes o deixando sozinho e surpreso enquanto encarava o corredor por onde ela desaparecera.

O jantar passou e no dia seguinte era hora de ir ao ministério cumprir o compromisso de aprender a aparatar. Arya estava esperando Draco nos impressionantes degraus que levavam a entrada da mansão. Ele não falara mais nenhuma palavra com ela desde a cena que tiveram na tarde anterior. E ela achava isso bom. Não achava?

Ela encarava fixamente a sebe mais próxima quando ouviu o som de passos, e se virou cautelosamente. Draco se aproximou imponente sem lhe dispensar nenhum olhar. Ainda muito bravo Arya pensou.

_ Vamos logo. – ele disse de forma ríspida.

E foi assim, com elevado grau de hostilidade que Arya passou seu dia no ministério, para sua surpresa não era a única para o teste de aparatação, havia bruxos aparentemente reprovados em seus testes e que tentavam novamente ano após ano. Ela não sabia que era possível reprovar no teste, aparatar não parecia ser difícil. Draco não ficou na sala com ela, ele desapareceu quando sua aula começou e voltou quando ela acabou e foi assim pelos dois dias seguidos.

Arya achava que tinha ido muito bem no teste da tarde anterior, mas os resultados ainda demorariam mais 4 dias para chegarem. Suspirando, ela tentou voltar sua atenção ao livro que tinha nas mãos, Plantas Milagrosas do Himalaia. Era bem interessante, mas sua ansiedade a deixava inquieta.

Desistindo da leitura Arya olhou em volta, essa era definitivamente a área que ela mais gostava da mansão, o jardim. Era um imenso jardim que se entendia para as três direções e em direção a um bosque. Ela tinha encontrado esse lugar em particular em seu terceiro dia na casa.

Havia um banco de pedra maciço próximo ao muro vivo de trepadeiras, e vários pés de jacintos florescidos. Era um lugar particularmente escondido da vista de quem observasse nos andares superiores da mansão então ali ela sentia ter um pouco de privacidade.

Arya só se deu conta de que estava completamente distraída encarando um ponto próximo ao pé do banco que estava sentada quando sentiu um olhar perfurando sua nuca. Ela levantou a cabeça rapidamente e se deparou com Draco em pé a menos de um metro a olhando estranhamente.

Draco estava andando pensativo pelos jardins da casa, ele pretendia andar até o lago do outro lado do bosque. Já que não era possível aparatar nos limites da casa o único jeito era caminhar, não que ele se importasse no momento. Estava trancado em casa fazia semanas sem poder fazer muitos exercícios físicos então tinha que aproveitar cada oportunidade.

Fazendo uma curva pelo pequeno labirinto de altas sebes Draco encontrou Arya sentada em um banco na sombra parecendo muito entretida com o chão. Ele parou seus passos automaticamente. Eles não tinham conversado muito nos últimos dias apesar de ele sempre a levar até o ministério.

Ele sentiu um sentimento incômodo ao perceber que estava admirando a morena. Estavam próximos do verão e os dias começavam a esquentar cada vez mais. Esse era um exemplo, o céu estava limpo e sem sinal das pesadas nuvens de chuva que rondavam o céu nos últimos dias. E aproveitando um raro dia de sol mesmo na primavera Arya usava um vestido azul simples.

Ela ficava muito bem assim. Draco pensou sem perceber. E no mesmo momento ela levantou seus olhos para ele parecendo surpresa e desconfortável. Ele gostava disso, gostava de saber que ela não era indiferente em relação a ele. Notando a direção de seus pensamentos Draco teve um sobressalto.

Ele a estava cobiçando, desejando uma sereia, quis rir com sua própria mediocridade recém-descoberta, mas um plano começou a se formar em sua mente. Oras, se ele a queria, então ele a teria.

Dando um sorriso sedutor, Draco se aproximou da garota ali sentada que continuava a lhe lançar um olhar incrédulo.

Ela não sabia por qual motivo Draco de repente retirou todo o véu de hostilidade que tinha com ela, mas naquele momento ele o fez, e seu meio sorriso foi o bastante para deixá-la sem fôlego. Será que ele tinha ideia do quanto era bonito? Sim, provavelmente ele sabia.

_ Aproveitando o dia agradável, eu suponho. – ele disse ainda sorrindo.

_ Er... sim, não esperava um dia assim até abril. – Arya disse franzindo suas sobrancelhas para o loiro.

Talvez não fosse uma boa ideia permanecer em sua companhia enquanto ele tinha todo esse ar angelical sobre si, ela pensou. Levantando-se do banco em seguida com o intuito de voltar para a mansão.

Porém antes que desse mais que um passo sentiu Draco segurando firmemente seu braço.

_ Não vá. – ele disse a olhando com uma expressão inocente.

_ O que você quer? – disse cuidadosa. Arya era ingênua quando chegou a Hogwarts e foi encontrada pelo garoto, mas ela estava aprendendo que as pessoas podiam ser bem manipuladoras. E Draco agindo educado com ela fazia os pelos de sua nuca se eriçarem. Algo não estava certo.

Ele não respondeu a pergunta e apenas continuou a encarando satisfeito. Arya se remexeu no lugar, desconfortável. Estava muito ciente da mão que ainda segurava seu braço e da proximidade de Draco, estar perto dele sempre mexia de uma forma ruim com seus nervos.

Sentindo seu desconforto, Draco se aproximou ainda mais, teve que olhar para cima para ver seu rosto, com sua alta estatura, ele não era uma figura fácil de se ignorar. Draco estava muito perto, Arya conseguia sentir até a respiração quente do loiro em sua face.

Naquele momento a parte racional de seu cérebro a tinha abandonado e tudo que ela conseguia pensar era em como era incrível a sensação de ter Draco tão perto de si.

E então ele se aproximou mais. E a beijou.

Ela não podia imaginar que aquele beijo fosse ser assim, não que ela tivesse imaginado Draco a beijando. Bom, de qualquer forma, aquele beijo era mais. Suas mãos encontraram caminho institivamente para a nuca dele e sentiu Draco apertando sua cintura, a atraindo para mais perto.

Com relutância Arya conseguiu afastar seus lábios dos do loiro. Ela estava ofegante e seu cérebro rodopiava com a quantidade de adrenalina solta em seu organismo.

_ Acho que estamos acertados então. – Draco disse enquanto se desvencilhava dela.

_ O que? – ela perguntou confusa enquanto o encarava.

_ Você é minha amante. – disse com um sorriso presunçoso. - Na verdade, facilita muito as coisas estarmos morando na mesma casa. Era sempre um momento aborrecedor achar um lugar privado para ficar com as mulheres em Hogwarts.

Arya se afastou com uma expressão enojada.

_ Ah, não seja ingênua Arya, eu a quero e você me quer, eu pude perceber isso. – disse como se ela fosse uma criança. - Então acho lógico que nós fiquemos juntos.

_ Eu nã... – sua voz morreu enquanto ela percebeu a expressão de triunfo no rosto de Draco.

_ Não o que? Não me quer? Acho isso pouco provável... – ele pareceu um momento chocado. - Ah, espere. Não me diga que você pensava que nós fossemos namorar agora? Você achava que eu iria a pedir em namoro?

Draco ria do pensamento absurdo.

_ Eu quero você Arya, mas não vou me casar contigo. Por Merlin, as mulheres nunca entendem quando só queremos ficar?

Ela encontrava-se paralisada no lugar. Nunca antes tinha sido tão humilhada. Até o momento não tinha admitido seus sentimentos por Draco, apesar de ele reconhecer seu desejo antes mesmo que ela o notasse. Mas ouvindo essas palavras dele, Arya sentiu seu coração apertado no peito. Ela estava começando a gostar dele sim, mas agora suas ilusões cultivadas sem nem mesmo ela perceber eram quebradas sem dó.

Arya não tinha condições de continuar essa conversa. Draco queria apenas dormir com ela, ele não tinhas sentimentos por ela como os que Arya tinha por ele. Tal resolução fez seus olhos lacrimejarem. E imediatamente ela ficou com raiva de si mesma por ficar abalada por uma coisa assim.

Virou as costas para Draco e deu um passo quando sentiu seu pulso ser novamente segurado, mas dessa vez com força e descuido.

_ Não vire as costas para mim. – ele disse em tom perigoso em seu ouvido.

Arya se virou para encara-lo e se assustou com a expressão sombria que viu.

_ N-não tenho nada para lhe falar Draco. Não quero ser sua amante. Não quero dormir com você – ela disse nervosa pela apreensão que bateu em seu estômago.

_ Você deveria se sentir honrada que eu queira gastar meu tempo contigo. – Draco disse em um tom frio e baixo. - Você é só uma bastarda, Arya, não merec..

Arya olhou espantada para a mão levantada e queimando. O rosto de Draco começava a ficar vermelho onde o tapa tinha atingido, assim como seus olhos que tinham um tom vermelho de raiva.

Ele levantou sua varinha para a garota pronto para lançar uma maldição.

Arya soltou uma exclamação de surpresa e ficou petrificada com medo, nunca tinha visto tanto ódio nos olhos de alguém. Ela precisava fazer alguma coisa, um feitiço de defesa, correr para fora do lugar. Mas estava com os membros rígidos e só conseguia ver os olhos cinzentos mesclados com vermelho e raiva.

Ela não imaginava que ele escondia essa faceta sob a superfície. Esse homem a sua frente era perigoso e não hesitaria em lançar uma maldição potente em sua direção.


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Notas finais do capítulo

prometo que o Draco não vai ser sempre esse monstro -qq



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