Are too proud to say that you've made a mistake?

(Você é orgulhoso demais para dizer que cometeu um erro?)

You're a coward till the end

(Você é um covarde até o fim.)

I don't wanna admit, but we're not gonna fit

(Eu não quero admitir, mas nós não vamos nos encaixar)

No, I'm not the type that you like

(Não, eu não sou o tipo que você gosta)

Why don't we just pretend?

(Por que nós não só fingimos?)

Capítulo Onze

Narrado em 3ª pessoa

Sakura passou a noite em claro, como era de se esperar. Andou pela casa, vigiou as janelas e depois se sentou em uma poltrona de frente à cama de Ryo. O pequeno dormia tão tranquilamente que acabou acalmando ela. Afinal, ela estava com medo de proteger essa pequena vida. Um turbilhão de coisas passava em sua mente e quando achou que poderia dormir, já era hora de preparar o Uchiha para levá-lo à Academia. Assim que se viu sozinha em casa, decidiu mandar uma carta para a única pessoa que no momento faria ela se sentir segura: Gaara.

Conforme pedido por Sakura, lá estava Gaara junto com o pequeno no quintal de sua casa naquela tarde. Estava ensinando Ryo a melhorar sua pontaria com as kunais. Ela observava tudo da janela de sua cozinha, enquanto preparava algo para eles comerem e também esperava por Naruto. Sentia-se totalmente inútil por não poder trabalhar e gostava de se ocupar na cozinha.

– Ryo-kun, já fiz seu sanduíche, venha! – gritou ela da janela. O pequeno afirmou e saiu em disparada, Gaara colocou as mãos no bolso e andou tranquilamente até a cozinha. – Obrigada de novo por ter vindo. – ela sorriu ao ver o kazekage entrar.

– O que eu não faço por você? – ele a abraçou e depois beijou o topo de sua cabeça – E também pelo pequeno. Nem preciso comentar tamanha irresponsabilidade daquele metido.

– Quem é metido? – perguntou Ryo de boca cheia

– Shhhh, ninguém! – Sakura sorriu

– É um cara lá de Suna... – comentou Gaara enquanto sentava-se ao lado de Ryo e Sakura ria da situação. Logo Naruto chegou, com alguns arranhões da sua missão e Sakura quis fazer os curativos antes que ele voltasse para casa. Enquanto ela descansava um pouco, observava os três jogarem na mesa de centro da sala, estavam se divertindo que nem via a hora passar.

Assim que Naruto foi embora, Gaara pediu para que Ryo fosse tomar banho e deparou-se com Sakura cochilando no sofá. Ele se aproximou lentamente e levou sua mão direita no rosto da médica que acordou assustada com o toque.

– Ah, que susto! – ela disse encabulada

– Você como sempre em alerta... – ele riu enquanto sentava-se ao lado dela – Desculpe-me.

– Vou pensar no seu caso. – ela sorriu e depois o beijou calmamente. – Não consigo mais descansar. – Sakura reclamou.

– Estou aqui, Sakura. Nada vai acontecer. – ele a ajeitou em seu colo, como se fosse uma boneca.

– Eu sei... Não é comigo. – confessou – Estou com um péssimo pressentimento. O que farei se Sasuke não voltar?

– Ele vai voltar. – Gaara sorriu – Ele sempre volta. E você tem que parar de se preocupar com ele.

– Você tem razão. – ela disse aninhando em seu colo mais ainda, com a cabeça na curva de seu pescoço. – Obrigada por tudo. – sussurrou Sakura. Adormeceriam ali se não fosse por Ryo com medo de dormir sozinho. Sakura passou algum tempo com ele e após o pequeno adormecer, foi para o seu quarto, onde Gaara já dormia. Ele também estava esgotado da viagem e seu sono era tão pesado que nem os barulhos de Sakura no quarto o incomodavam.

Estava amanhecendo quando Sakura acordou assustada com as batidas fervorosas em sua porta no andar debaixo.

– Gaara... Gaara! Acorde! – chamou o ruivo que dormia de bruços. Ele olhou para ela e logo se sentou na cama – Está ouvindo isso?

– Não saia daqui. – ele ordenou com sua voz rouca. Vestiu suas roupas e desceu as escadas. Abriu a porta bruscamente e pode ver Suigetsu e logo atrás Juugo, carregando um corpo.

– Aqui é a casa da Sakura, certo? – perguntou o primeiro. Gaara apenas afirmou com a expressão fechada. – Ela está?

– Estou. – disse a moça que aparecia amarrando seu hobby

– Eu pedi para você ficar lá no quarto. – Gaara disse baixinho

– Não resisti. – ela sorriu – Estava tudo muito quieto. O que houve?

– O encontramos, na verdade resgatamos ele há uns dez quilômetros daqui em uma caverna. – disse Juugo enquanto entrava colocando Sasuke quase desacordado no sofá. – Parece que se encontrou com Tobi.

– Por Kami. Ele precisa de um hospital! – Sakura exclamou

– Eu falei, mas ele não quis. – disse Suigetsu – Queria ver Ryo.

– Ele ainda está dormindo. – Gaara disse cruzando os braços.

– Pode deixar meninos, assim que Ryo acordar, nos o levamos para o hospital.

– Eu não preciso de hospital nenhum. – Sasuke se manifestou

– Tudo bem, senhor cabeça dura. – disse Suigetsu rindo – Quando melhorar, se é que será possível nessa semana, nos procure. Ficaremos em Konoha.

– Até mais! Obrigada. – disse Sakura enquanto os acompanhavam para a saída. – Vou dar uma olhada nesses ferimentos...

– Sakura, você não pode! – interviu Gaara

– Mas eu já estou bem! Nada me impede!

– O que você faz aqui, afinal? – perguntou Sasuke com a mão em sua costela

– Fazendo o que você deveria fazer; protegendo os dois.

– Vai pro inferno. – disse Sasuke entredentes

– Dá pra parar vocês dois! Que saco! – Sakura gritou – Não se preocupe comigo... Já disse que estou bem. – ela falou enquanto se aproximava do ruivo.

– Eu vou falar com Tsunade. – disse ele, saindo rapidamente.

– Gaara! – ela saiu atrás dele sem se importar com suas vestes e puxou o kazekage pelo braço – Ei! Ei! Pra que isso?

– Sakura... Assim não dá. Ele só atrapalha. – disse Gaara

– Depois que ele ver Ryo eu vou manda-lo para casa. Tudo bem? – ela disse e ele afirmou com a cabeça, depois lhe deu um beijo rapidamente e saiu andando.

. . .

Os olhos de Sasuke encaravam a luz verde que saía das mãos de Sakura com tédio. Já tinham alguns minutos que ele estava se sentindo bem e a rosada insistia em continuar o tratamento. Mas antes que seus instintos pudessem lhe enganar, foi rápido e aparou a doutora que por pouco não desmoronou no chão.

– Eu avisei que não precisava continuar. – Sasuke ralhou enquanto colocava-a no sofá cuidadosamente. – Droga Sakura, você tem que parar de se exceder!

– Me solta vai... – pediu ela – Espere Ryo acordar e depois vá embora. Já fiz o que tinha que ser feito.

– Esse seu descaso todo é porque fiz seu namoradinho ir embora, não é? Quero que você saiba que eu não gostei da ideia de ter meu filho ao lado desse cara!

– Fala sério. Sasuke, eu estava com medo! Passei uma noite em claro, precisava de Gaara. Eu não admito que você o trate assim dentro de minha casa.

– Mantenha-o longe do meu filho. – rosnou Sasuke, fazendo Sakura se levantar do sofá.

– Como quiser, senhor responsabilidade! Mas não me verá também. Ele é meu namorado.

– Papai... Você chegou! – exclamou Ryo, indo abraçar Sasuke que o pegou no colo com dificuldade.

– Eu falei que não iria demorar! Vamos para casa... Acho que já demos muito trabalho para tia Sakura! – falou o Uchiha mais velho enquanto a moça o olhava de braços cruzados.

– Tudo bem. Eu gostei de ficar aqui. Cadê o tio Gaara?

– Eu também queria saber! – Sakura riu – Vou me vestir e depois vou atrás dele. Depois passo na sua casa, levo suas coisas e bolo pra você, certo? – ela disse, tentando animar o pequeno.

Vendo o sorriso se firmar no rosto de Ryo, ela sabia que tinha uma promessa a cumprir. Arrumou-se e saiu atrás de Gaara, indo primeiro até Tsunade.

– Ele já foi, meu anjo. Estava muito irritado. – ela lamentou

– Pra onde?

– Acho que ele foi embora. – antes que ela pudesse terminar, Sakura já tinha saído e estava nas ruas, em direção a saída de Konoha e lá pode ver o Kazekage, em direção aos portões. – Como você vai embora assim? Você nem ao menos pegou suas coisas!

– É com isso que está preocupada? – ele sorriu ironicamente

– Lógico que não! Você não pode me deixar assim!

– Sakura, você praticamente me dispensou pra cuidar daquele idiota.

– Tudo isso por um ciúme bobo. – ela riu – Gaara, por favor...

– Nós tentamos, mas você não consegue ficar longe dele.

– Eu consigo sim, é só você não me deixar. – viu a moça de cabelos róseos pedir chorosa.

– Sakura, você me deixou há muito tempo... – ele admitiu sem olhar nos olhos dela – Me procure quando você estiver em paz consigo mesma. Eu sempre estarei aqui por você.

Dito isso, ele se virou e tomou sua direção a Suna deixando a doutora com os olhos cheios de lágrimas e praticamente sem chão, encostou-se a um dos portões e se sentou ali mesmo, colocou-se a chorar. Mal viu o tempo passar, pois estava com sua cabeça apoiada em seus joelhos, poderia ficar ali o dia inteiro e quase ficou.

– Sakura? – tremeu ao reconhecer a última voz que queria ouvir nesse momento olhou-o com desprezo

– O que quer aqui? – ela rosnou – Vá embora Sasuke.

– Há quanto tempo você está aqui? Você tá péssima!

– Desde quando Gaara me deixou! – ela gritou enquanto se levantava – Não aguento mais essa sua intromissão na minha vida! Sasuke, eu quero viver! Me deixa em paz!

– Sakura... Eu...

– Eu não quero saber! – disse ela entre lágrimas – As suas provocações ridículas acabaram por tirando a única coisa que ainda me fazia bem! Você atrasa minha vida Sasuke! Eu não aguento mais isso!

As palavras de Sakura o atingiam amargamente, não sabia que ela carregava isso dele, isso o deixava triste. Ele a olhava assustado, não imaginara o quanto Sakura gostava de Gaara. Por um lado estava feliz, do outro lado, tinha vontade de abraçar sua frágil companheira que estava ali aos prantos e continuava a falar e falar. Sasuke não teve outra escolha afinal, puxou-a bruscamente pelo braço e a beijou. Esse era o único modo de fazê-la calar a boca.