I know you think that I shouldn't still love you,

(Eu sei que você pensa que eu não deveria te amar mais,)

or tell you that.

(Ou te dizer isso.)

But if I didn't say it, well I'd still have felt it

(Mas se eu não dissesse, eu ainda sentiria)

where's the sense in that?

(Onde está o sentido nisso?)

Capítulo Dez

Sakura

Olhei-o assustada e ele sorriu. Maldita mania que Sasuke tinha de me provocar sem ao menos dizer uma palavra... Encostei minha cabeça na solteira da porta e soltei um longo suspiro.

– Diga.

– Quero que vá comigo atrás de Tobi. Hoje. – arregalei os olhos e continuei a o olhar, pedindo para que continuasse. – Você sabe que não estou tranquilo com essa situação.

– Mas eu? Sasuke... – questionei enquanto me sentava a sua frente.

– Minha companheira de equipe, médica e de licença. Tem outra opção melhor? – ele riu – Seu namoradinho me arrancaria o pescoço se eu pedisse isso na frente dele.

– Então isso seria em segredo. – conclui. – Não sei, Sasuke. É perigoso, imprudente da nossa parte. Enquanto nós estaríamos fora, ele poderia estar aqui.

– Sakura, ele tem subordinados atrás de Ryo. Só está esperando uma chance pra levar meu filho. – vi Sasuke falar com raiva e formar punhos em suas mãos – Eu não posso matar ninguém dentro da vila...

– Você devia ter me falado isso antes. – adverti-o – Podemos reforçar a segurança de Ryo.

– Isso não tem a ver com Konoha, Sakura. Virou assunto pessoal.

– Então o que eu tenho a ver com isso? – revidei. Lembrando que não tinha nenhum traço com os Uchihas. Ele me encarou com tédio e senti sua respiração pesar.

– Pode ficar com ele amanhã pelo menos? – perguntou derrotado. – Eu tenho medo que aconteça algo com meu filho.

– Claro. – sorri e antes que ele pudesse levantar, segurei-o pela mão – Não faça besteira, Sasuke.

– Você sabe a importância que meu filho tem pra mim. – ele me encarou – Só pelo simples fato dele ameaçar Ryo já me deu vontade de mata-lo.

– Eu sei... – sorri enquanto observava ele sentar novamente – Mas não quero que você faça nada que ele quer que você faça. Tenho medo que ele possa nos atacar enquanto tiver fora.

– Ele não aparecerá novamente. Vou aproveitar e reforçar a segurança de Ryo por precaução e a sua, já que não irá comigo.

– Você sabia que eu ia rejeitar.

– Não me custava nada pedir. Sabia que seu namoradinho não iria deixar. – ele disse em um tom irônico e acabou por me irritar.

– Sasuke... – falei em um tom de advertência e ele riu. – Faltou-lhe coragem para vir falar comigo enquanto Gaara estava comigo, não foi? – logo vi seu sorriso desmanchar e ele me encarar bravo. Ele não gostava que eu respondesse à mesma altura.

– Se pretende me provocar...

– Acho melhor pararmos por aqui e você trazer o Ryo após a escola. – disse e depois ele se levantou – Feche a porta depois que sair.

E assim o vi sair, sorrindo. Sasuke adorava me provocar e isso era fato, mas o seu humor mudava do dia para a noite quando me via retruca-lo. E era lógico que eu não estava preparada para passar algum tempo sozinha com ele, mesmo que fosse para o bem de Ryo.

. . .

Narrado em 3ª pessoa

O sol se recolhia em Konoha, estava na hora das crianças saírem da Academia. Sasuke como um bom pai foi buscar Ryo no horário de sempre e depois voltaram para o distrito Uchiha para arrumar as coisas do filho, logo seguiram para a casa de Sakura.

Ela já os esperava no jardim de frente à sua casa e o pequeno correu para abraça-la como de costume.

– Olá Sasuke.

– Sakura. – ele a cumprimentou

– Não quer comer algo antes?

– Estou bem. Obrigada. – sorriu – Vocês estão seguros em Konoha.

– Não demore, por favor.

– E você, comporte-se mocinho! – ele abaixou-se na altura de seu filho para lhe dar um abraço – Voltarei o mais rápido possível.

– Pode deixar pai, vamos nos divertir muito. – ele sorriu e depois abraçou sua queria tia Sakura, que lhe acariciava os cabelos.

Após as despedidas e a partida de Sasuke, Sakura pediu para que Ryo tomasse banho enquanto ela preparava um lanche para ele. Seu coração estava inquieto e ela se odiava por preocupar-se tanto assim com Sasuke. Dispersa em seus pensamentos, acabou por não perceber a presença de Ryo na cozinha. Os olhinhos dele acompanhavam cada movimento da moça.

– Mas você já está aí? – ela sorriu – Vamos fazer um lanchinho, vem! Podemos fazer sanduíche, tem frutas... Um bolo de chocolate maravilhoso!

– Hum... Primeiro quero um sanduíche! – ele disse e ela afirmou. Sentaram-se à mesa e Sakura serviu também suco de abacaxi, o preferido de Ryo e de Sasuke.

– Você está tão quietinho. Aconteceu alguma coisa? – perguntou ela enquanto observava o pequeno comer.

– E se o papai não voltar tia Sakura? Assim como a mamãe– ele derrubou-a com as palavras.

– Ah, esse é o seu medo... – ela suspirou e depois pegou na mãozinha de Ryo. – Escute, seu pai foi atrás de uma pessoa que quer fazer mal a você. Ele nunca iria te abandonar. E nem eu! – dito isso, Sakura viu um sorriso formar no rosto do pequeno Uchiha.

– Acho que está na hora do bolo! – ele riu

– Eu também! – ela disse enquanto se levantava e ia em direção à bancada da cozinha – Vamos garantir nosso pedaço antes que o Naruto chegue para jantar e ele adora mexer na minha geladeira...

– Obrigado tia Sakura! – agradeceu o pequeno e ela sorriu ao ver que pela carinha dele ao comer, o bolo estava bom.

Após o lanche, Sakura terminou de limpar a cozinha e Ryo estava na sala brincando, embora ele soubesse disfarçar, ela conhecia os Uchihas como ninguém e sabia que a tentativa de tranquiliza-lo fora em vão. Ryo estava com medo de perder o pai, assim como ela, ele odiava partidas.

Então ela se disponibilizou a tentar distraí-lo ao máximo, pelo menos até a hora que Naruto chegasse. Ocuparam-se de várias atividades, como tinha tempo livre, Sakura gostava de pintar telas e levou Ryo para conhecer seu pequeno ateliê no terceiro andar da casa, o cantinho dela. Achou uma tela livre, algumas tintas das cores preferidas dele: azul, preto e vermelho e logo começaram a pintar.

– Tia, seus quadros são tão bonitos! Você faz um pra mim? – pediu ele enquanto estava com os olhinhos focados em sua tela.

– Lógico! Mas temos que terminar a sua antes! Depois você pode dar ela para o seu pai, que tal?

– Pode ser! – ele sorriu. Ficaram algumas horinhas por lá, ouvindo música e pintando, logo tiveram sua calmaria tomada pelo furacão Naruto que adentrava a casa com compras e segundo ele, queria comer macarrão ao molho branco, obrigando Sakura e Hinata partirem para a cozinha.

– Fico feliz que Naruto esteja com Ryo. – disse Sakura enquanto preparava o molho – Estava com medo de não conseguir distrair ele por muito tempo...

– Esse medo dele perder o Sasuke é normal, Sakura-chan.

– Mas é impossível de isso acontecer, ele tem que acreditar nisso! Ai Hina-chan, ele é só uma criança... E ainda mais com essa história do Tobi atrás dele, Sasuke está enfurecido.

– Naruto não conseguiu o impedir hoje... Sasuke é muito impulsivo.

– E isso que me assusta nele. Não sei o que faço se esse cara aparece na minha frente, não estou forte o bastante ainda embora confie na segurança dos ANBU.

– Fique tranquila, Sakura-chan. Não vamos deixar nada acontecer com vocês.

– Estou pensando em pedir para Gaara voltar, mas acho meio egoísmo de minha parte.

– Acho que quem iria odiar isso é Sasuke! – ela riu

– Mas eu me sinto segura com Gaara e isso é o que importa.

. . .

Após o jantar, Sakura levou Ryo para o quarto de visitas, ele precisava dormir cedo, não estava de férias ainda. Enquanto ele colocava seu pijama e escovava os dentes, ela olhava pela janela e soltou um suspiro aliviado ao ver um ANBU em uma arvore próxima, fechou as cortinas e deitou ao lado do pequeno.

– Gostou do jantar?

– Sim... O tio Naruto comeu quase tudo! – ele disse surpreso.

– Já era de se esperar. – ela riu

– Papai não sabe cozinhar assim...

– Você pode vir aqui sempre que quiser. Ryo, eu estava pensando em pedir para o tio Gaara vir passar alguns dias com a gente, você gostaria?

– Sim! – ele sorriu – Eu gosto dele. Tia Sakura, por que todos têm que me proteger?

– Meu anjo, sua família tem um dom muito especial, mas não está na hora de você ter ele, por isso seu pai quer poupá-lo disso e o cara malvado quer que você tenha esse dom antes da hora.

– Mas isso é bom?

– O seu dom? É claro que é! Mas um dia vamos visitar o Kakashi-sensei, ele sabe muita coisa sobre o Sharingan e então você tirará suas dúvidas! Pode ser?

– Certo!

– Agora, dormir! – ela disse e depois deu um beijo estalado na testa dele – Qualquer coisa, só me chamar.

Ela ligou uma luminária e fechou a porta do quarto com cuidado. Novamente, conferiu todas as portas e janelas da casa. Medo.

E seus pensamentos voltaram para o homem que lhe fizera uma baita surpresa nessa manhã, como estaria Sasuke? Ela não sabia como ele encontraria Tobi, mas sabia que ele tinha todas as pistas necessárias e artimanhas para ir atrás dele. O incansável Sasuke, o homem que lhe rendia noites mal dormidas e desregulava todos seus pensamentos. Sakura estava novamente se odiando por estar desejando ver Sasuke bem e na sua frente. Afinal, ela não gostava de partidas. Desde a partida dele.