Em um mês muita coisa aconteceu, Lena, como a turma lá em casa chamava Helena, estava cada dia mais esperta e bonita. Estava começando a ganhar mais aparência e todos os dias quando Edward me buscava do trabalho tirava uma foto para mostrar ao pessoal que, aliás, estão ansiosos para ver frente a frente nossa bonequinha.

Quanto ao caso Renée, eu ainda continuo atendendo suas ligações, mas esta cada vez mais difícil manter a fachada de boa filha e fazer de conta que nada está acontecendo. O advogado me ligara algumas vezes e conversamos sobre o detetive, ele disse estar tudo pronto, inclusive as cartas e documentos necessários para entrarmos com o plano em ação e bem, no momento estou olhando para o lado de fora da aeronave pronta para pousar na tão nebulosa cidade chamada Forks. Ao meu lado dormindo em meu ombro está Edward. É, pelo visto as coisas inverteram-se um pouco, não consegui dormir na viajem, mas ele sim. Atrás de nós estava Rosalie com Emmet que insistiu em vir ver o circo pegar fogo como ele mesmo havia dito e atrás deles, Alice com o namorado com cara de maconheiro, Jasper.

– Amor, acorde já chegamos! – chamei Edward enquanto cutucava-o.

– Mas já? – perguntou coçando os olhos enquanto eu ria de sua cara amassada e seu cabelo pior do que já era.

– Tudo certo com seus pais? – perguntei.

– Sim, mas meu pai achou melhor mandar Jason para nos auxiliar a chegar em casa para não causar movimentação demais no aeroporto. Sabe como é... A maioria aqui acredita que a filha do Chefe da Policia está morta.

– Sim claro! – concordei suspirando.

Descemos do avião em Port Angeles e fomos fazer nosso Check-out e pegar nossas malas.

– Porra Rose, tinha mesmo que trazer todas essas malas? – resmungava Emmet enquanto colocava as 5 malas de Rose nos carrinhos tentando equilibrá-las.

– Claro que sim, uma para sapatos, outra para roupas, outra para sapatos, outra para maquiagem e a outra é para coisas de emergência tipo primeiros socorros! – disse enumerando cada uma.

– Você poderia ser mais pratica como a Bella olha lá! – disse apontando para o carrinho que Edward empurrava com uma mala de rodinha e uma pequena com coisas dele.

– A Bella sempre foi o gênio e a praticidade da família, e sempre foi o meu trabalho fazê-la ficar bonita e na moda mesmo com poucas roupas. – disse piscando para mim e me fazendo corar.

– Tudo bem galera, mas se não se importam, foi uma viajem muito cansativa e eu gostaria de descansar pelo menos um pouco antes das fortes emoções. – disse Alice olhando para nós enquanto Jasper sofria quase do mesmo mau que Emmet só que, calado.

Edward nos guiou para fora no saguão onde um rapaz de terno e olhos castanhos claro vinha em sua direção sorrindo.

– Bem-vindo de volta Sr Cullen! – disse cumprimentando-o.

– Obrigada Henry! É bom estar de volta. – disse Edward. – Deixe-me apresentar-lhe meus amigos Emmet, Jasper, Rosalie e Alice. E está é minha noiva Isabella! – disse apontando para cada um respectivamente.

– Muito prazer! – disse cumprimentando a todos com um aceno. – Bom, o senhor seu pai disse que estaria chegando antes de você do hospital para recepcioná-los, sua mãe já está em casa como de costume e está esperando-os para o café da tarde. Podemos ir?

– Claro que sim. – afirmou Edward. – Você trouxe o que pedi ao meu pai? – perguntou.

– Estava somente aguardando que o senhor perguntasse por ela. – disse entregando-lhe um chaveiro que não me era estranho.

– Então vamos.

Seguimos todos para o estacionamento do aeroporto e carregamos a van, sim, os pais de Edward contratara uma van para transportar a todos já imaginando o estrago que Rose faria. Depois de carregado as malas Edward me puxou para outro canto do estacionamento me guiando por entre os carros e eu simplesmente o segui sem nada entender, até que ele parou de frente para um lindo carro vermelho. Uma Lamborghini Aventador vermelha alaranjada, reconheceria aquele carro até á distância, meus olhos só faltavam brilhar ao ver aquele carro de novo.

– Ai lembra como se dirige essa belezinha? – perguntou balançando a chave na minha frente.

– Com certeza lembro. – disse pegando-a.

Entramos no carro e eu coloquei a chame na ignição ligando-a, pisei no acelerador só para ouvir o motor em perfeito estado e respondendo perfeitamente ao meu comando. Passamos pelo pessoal na van que só faltavam pular em cima do carro e eu acelerei mais ainda.

A adrenalina corria nas minhas veias como se eu tivesse novamente meus 16anos quando ganhei esse carro do meu pai.

– Não acredito que você manteve ela guardada esse tempo todo! – disse surpresa e diminuindo a velocidade quando estávamos chegando aos portões da casa Cullen.

– Fiz revisões mensais como manda a regra e tirava ela da garagem pelo menos uma vez por mês, só pra fazer o motor rodar. Mas ai começou a parecer masoquismo da minha parte e ai quem o fazia era Henry. – disse dando de ombros.

– Ele não sabe quem sou não é° - perguntei.

– Não, ninguém aqui sabe que você está de volta Bella, principalmente ele que foi contratado depois que... Bem, você sabe.

Chegamos na portaria e o senhor de 50 anos se assustou ao me ver, eu sorri enquanto gargalhava por dentro e me identificava.

– Olá Harry! – cumprimentei-o. – Quando tempo não?

– Be... Bel... Bella? – perguntou e eu afirmei com a cabeça.

– Em carne e osso. – brinquei. – Então, vai me deixar entrar ou não?

– Cla... Claro que vou. – disse. – Tenha um bom dia menina.

Quando entramos na garagem não me aguentei e comecei a gargalhar, quando parei, Edward e eu nos olhamos e começamos a rir novamente. Suspirei e desci do carro, tudo estava como antes, a monumental casa Cullen, só ficava a frente da casa Swan que nos era uma senhora casa também.

Ficamos no quintal da frente esperando a van com nossos amigos e malas chegarem sem fazer muito alarde, na hora devida seriamos todos apresentados e reapresentados no meu caso.

– Man que carro era aquele! – disse Emmet descendo da van todo afobado.

– Aquilo era o que eu estou pensando que é? – perguntou Jasper falando pela primeira vez desde que chegamos.

– Uma Lamborghini Aventador legítima! – afirmei. – O brinquedinho que Charlie me deu quando fiz 16 anos. Edward cuidou dela pra mim nesses últimos tempos.

– Você vai me deixar pilotar ela mais tarde né belinha? – perguntou Emmet me girando no ar.

– Se você me deixar respirar posso pensar no assunto! – disse sufocada.

– A ta desculpa. – disse ele me soltando e indo para trás abraçando Rose e sorrindo.

– Acho que devemos entrar agora não Edward? – perguntou Rose fazendo meu coração perder uma batida.

Ainda não estava preparada para isso, tantas perguntas me rodeavam nesse momento que por um segundo me vi quase desmaiando. Até Edward laçar minha cintura com seus braços firmes.

– Estamos todos com você pequena, você consegue. Por nós, por Helena. – disse ele.

– Tudo bem! – disse suspirando. – Vamos entrar então.

Me muni de uma coragem que não de onde saiu e subi as escadas acompanhada de Edward que estava ao meu lado e dos nossos amigos que estavam atrás. Ao entrar pude perceber que a decoração foi mantida, mudava algumas flores novas que Esme deveria ter cultivado em sua estufa no terceiro andar e algumas cores novas do tapete ou parede, mas ainda sim a casa mantinha aquele ar de casa tecnológica e rústica.

– Mãe, pai. Cheguei! – gritou Edward me puxando para a sala central. – Onde vocês estão? Tenho uma surpresa para vocês... Algo que encontrei em Londres.

– Estou na cozinha filho, já estou indo! – gritou Esme da cozinha, típico dela ficar la. Aquele era seu lugar favorito da casa.

– Estou descendo filho! – gritou Carlisle, julgo que de seu escritório.

A proporção em que ouvia os passos descendo e vindo da cozinha em nossa direção meu coração ia ganhando batidas, nada no mundo poderia me preparar para aquele momento que estava prestes a enfrentar. De repente tudo aconteceu em alguns segundos, Carlisle e Esme apareceram, ele no pé da escada e ela no batente da porta ao lado dele, quando seus olhos se cravaram em mim parecia que ambos estavam vendo um fantasma.

Espantando todos os meus medos e pensamentos negativos foi quando Esme com seus olhos cheios de lágrimas me lançou um sorriso e veio em nossa direção e parou a minha frente tocando meu rosto de leve e depois com mais segurança – embora suas mãos tremesse como nunca.

– Bella? – perguntou. – É você mesmo menina?

– Sou eu sim Esme, a mesma de sempre! – confirmei enquanto Carlisle se juntava a sua esposa.

– Oh meu Deus! – disse se jogando em meus braços. – Que susto você nos deu menina. Nunca mais faça uma coisa dessas conosco! É uma ordem. – disse afastando-se de mim e apontando o dedo em meu rosto.

– Não foi minha intenção Esme! – afirmei. – Olá Carlisle! – disse voltando-me para ele.

– Bem-vinda de volta criança! – disse Carlisle me abraçando também. – Mas acho que houve muito mais do que somente um sumiço temporário nessa história toda não é mesmo?

– É mesmo... Vamos tomar um café da tarde e enquanto isso você nos conta o que aconteceu nesses últimos meses. – disse Esme.

– Tudo bem. – concordei.

– Mas antes, que tal um abraço no filho de vocês ein? – pediu Edward fazendo drama como sempre.

– E não esqueçam-se da filha de vocês também! – disse Alice se manifestando e indo abraçar os pais.

Depois disso, foram feitas as devidas apresentações e fomos finalmente para o quintal dos fundos onde uma linda mesa estava posta de frente para a piscina onde Emmet ao confirmar depois que a mesma era aquecida – embora hoje o clima de Forks fosse abafado – não excitou em pular na mesma alegando que depois comeria “Esme disse que somos de casa mesmo” alegou.

Sentamo-nos todos na mesa e comecei a narrar com ajuda de Edward todos os acontecimentos, desde o dia do acidente até o encontro com Edward e como minha memória voltara.

– Estou sem palavras querida! – disse Esme depois de alguns minutos calada. – Na verdade eu tenho palavras sim: posso saber o que aconteceu com a minha neta? – inquiriu.

– Ai é que está Esme, Renée colocou-a em um orfanato, o mesmo que estou trabalhando e tem mandado dinheiro mensalmente para manter Helena lá sem ser adotada. Quem tem cuidado dela é Suzana, a dona do lugar. – disse. – E tem mais, ela sumiu com os papéis do hospital com a data de entrada e saída dela e nada há em seus registros do orfanato. Consegui fazer com que Suzana mudasse de lado depois de contar a história a ela e a mesma prometeu nos ajudar, resolvi vir para cá agora pois Renée chega amanhã de viajem e vamos interceptá-la, mas ainda sim preciso da ajuda de vocês! – pedi.

– Pode contar conosco Bella, vamos ajudar no que for necessário! – disse Carlisle.

– Obrigada Carlisle, isso significa muito para mim! – afirmei. – Bem, estou com todos os papéis necessários para isso em mãos, nosso advogado falara amanhã com a central policial daqui impedindo a saída dela da cidade e do país.

– Agora é parte difícil da situação! – disse Edward. – Enfrentar seu pai.

– Eu vou com vocês! Charlie vai precisar de um apoio nesse momento! – disse Rose levando-se.

– Tudo bem então! – disse a ela. – Pessoal, vocês ficam aqui com Alie ok? Volto logo! – terminei me levantando e pegando a mão de Edward.

– Está pronta? – perguntei.

– Preciso estar! – disse suspirando enquanto atravessávamos a rua e íamos até minha casa.

Toquei a campainha da casa e escutei-a ressoar por toda a casa e passos lentos irem até a porta para abri-la. Meu coração não estava preparado para o que vi diante de meus olhos, só me fez questionar-me porque não apareci antes para ele.