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Capítulo Onze

POV KATNISS

Depois daquele beijo que Peeta me deu eu não conseguia dormir. Mesmo meu corpo estando cansado e desejando uma boa noite de sono, eu não consigo desligar a minha mente. A cena ficava rodando e rodando novamente em minha cabeça. Por isso quando deram oito horas eu me levantei e vim para varanda, sentei na rede e fiquei pensando...

Ele não deveria ter feito isso, eu não mereço passar por tudo que passei de novo. Já sofri demais por causa dele e não quero sofrer novamente. Eu já superei, mas nunca me esqueci daquelas palavras de Peeta. Eu sei que Peeta era muito imaturo na época e ainda é até hoje, isso fica evidente por ele ter se atrasado ao aniversário da própria filha. Peeta tem que crescer muito, ele pode até ter 25 anos, mas sua mente não.

Ele ainda é aquele garoto. O garoto que me abandonou há seis anos, um garoto egoísta, imaturo e egocêntrico. Sei que isso não justifica tudo que ele fez e disse, mas ele era apenas um garoto sem rumo atrás do seu sonho. Não que eu esteja justificando suas atitudes, mas eu não o julgo por querer coisa melhor.

Peeta é um homem bom, ele tem um bom coração e percebo que ele quer mudar, ele só precisava de um incentivo e parece que ele achou. Um serzinho pequeno com seis anos de pura agitação.

Mas o que aconteceu ontem não irá se repetir, por mais que eu ame aquele ogro, eu não o perdoei ainda. Eu não quero passar por tudo aquilo de novo. Quero alguém que me ame, me proteja e tudo mais. E eu sei quem pode me dar tudo isso, é só eu parar de ser orgulhosa e dar uma chance pra ele.

– Mamãe? – ouço uma voizinha rouca vindo da porta, quando olho eu vejo Nina parada na porta esfregando os olhinhos e com Tatá em seus braços.

– Bom dia princesa. – digo me levantando e indo a sua direção. Pego-a no colo com um pouco de esforço e ela se aninha em meu corpo. – Ta pesadinha em princesa.

– Eu to grande mamãe. – ela diz com a voz risonha.

– Ta mesmo. – sento na rede novamente com ela em meu colo. – Dormiu bem meu amor? – pergunto enquanto passo a mão pelos seus cabelos emaranhados.

– Dormi.

– Ta com fome princesa?

– To morrendo. – ela diz rindo e eu não aguento e rio também.

– A senhorita já escovou os dentinhos?

– Não. – ela diz com cara de sapeca.

– Então vai escovar enquanto a mamãe vai preparar seu café.

– Ta. – ela diz sorridente e eu a coloco no chão e ela corre para dentro de casa.

Eu me levanto da rede e vou preparar o café da Nina. Quando chego à cozinha vejo minha mãe coando o café.

– Bom dia mãe. – dou um beijo em sua bochecha e ela sorri.

– Bom dia filha. Como você está?

– Cansada, muito cansada. – digo e ela ri. Ela termina de coar o café e fecha a garrafa. Eu pego uma caneca pra esquentar o leite de Nina. Encho a caneca de leite e coloco no microondas e deixo o mesmo fazer seu trabalho.

– Como você está filha? Digo, com a volta de Peeta pra sua vida?

Suspiro e encosto-me à bancada.

– Sabe mãe, não tem sendo nada fácil. Eu fico me lembrando de tudo que passamos, da raiva que ele me fez passar, de tudo. Mas, ao mesmo tempo eu gosto de ter ele perto novamente. Peeta antes de tudo sempre foi especial pra mim, eu sempre o admirei. E ver ele se esforçando pra ser um bom pai pra nossa filha me deixa feliz. – digo e coloco um sorriso tímido no rosto.

– Mas quanto a vocês, o amor de vocês?

– Mãe, Peeta sempre vai ser o meu primeiro amor, o pai da minha filha, mas eu não quero mais que isso. Nós magoamos demais naquela época e não sei se conseguiria reviver nosso amor depois de tudo isso.

– Sabe filha, o futuro não nos pertence, ninguém sabe o que pode acontecer com vocês daqui dois, três anos. Mas o que eu desejo pra você é que seja feliz agora. Eu vejo como o Jake te olha, ele está apaixonado por você. O que te impede de dar uma chance pro rapaz?

– Peeta. Eu ainda o amo muito mãe. – digo e uma lágrima escorre em meu rosto. – Ele me beijou ontem e parecia que nada tinha mudado. Eu ainda sou louca por ele. – dou uma risada sem graça e minha mãe sorri.

–Vocês se beijaram então? – minha mãe faz uma cara engraçada e eu dou risada.

– Nos beijamos, quer dizer, ele me beijou e eu...

– Retribuiu.

– É. – digo sem graça.

– Olha filha, sabe que eu odiei o Peeta por ter feito o que fez com você, mas eu vejo nos olhos dele uma sinceridade. Uma sinceridade que ele quer mudar, ele quer ser um pai bom pra Nina. Por isso eu não tenho nada contra ele, porque somos humanos. Humanos erram e todos merecem uma segunda chance. Ele está tendo a dele agora. Tentando ser um bom pai.

– Eu sei mãe, eu quero que ele seja um bom pai pra nossa filha. É a única coisa que quero dele. Não quero me envolver com ele agora.

O microondas dá um bip avisando que já terminou de esquentar o leite. Tiro a caneca do microondas e levo até a bancada. Pego o achocolatado no armário e coloco o mesmo no leite da minha filha.

Depois de mexer coloco a caneca na mesa junto com uma torrada e manteiga.

– Filha, e o Jake? O que sente por ele? – minha mãe me pergunta enquanto me serve um copo de café

– Eu não sei. Eu gosto muito dele. Ele me ajudou tanto quando a Nina era apenas um bebê recém nascido. Foi com ele a primeira consulta dela quando vim pra cá. Ele é um grande amigo.

– Mas você sabe que ele é apaixonado por você, não sabe?

– Claro que sei mãe. Ele já demonstrou isso tantas vezes.

– Porque você não dá uma chance pra ele então?

Suspiro e fico olhando o nada e olho pra minha mãe.

– Porque eu tenho medo mãe. Tenho medo de me magoar.

– Você nunca vai saber senão tentar querida.

– Prometo que vou pensar.

– Oi vovó. – Nina chega saltitante na cozinha.

– Bom dia minha netinha. – minha mãe dá um beijo na minha filha que retribui o agrado da avó.

– Vem filha, toma seu leite. – Nina vem e eu a coloco na cadeira e ela começa a tomar seu leite.

– Tá quente mamãe.

– Assopra que esfria. – digo e ela obedece e eu fico a olhando. Minha pequena está crescendo tão depressa.

– Mamãe, e o meu papai? Onde ele foi?

– Ele foi pra casa dele.

– Lá longe? – ela já pergunta com os olhinhos cheios de lágrimas.

– Não meu amor, ele ta aqui ainda. Foi dormir na casa da sua outra vovó.

– Ah, ele vai vim me ver hoje? – ela pergunta com um sorriso lindo no rosto.

– Acho que sim princesa.

– Eba! – ela fica toda feliz. Essa garota ama o pai mesmo.

– Agora toma seu leite e come sua torrada.

– Sim senhora.

Dou risada e Nina fica tomando seu café. O meu celular começa a tocar e eu vou atender. Quando vejo o nome “Peeta” no visor meu coração da um salto. Respiro fundo e atendo o mesmo.

– Alô. – eu digo.

– Bom Dia Kat. Dormiu bem?

– Como uma pedra. Nunca dormi tão bem. – minto.

– Pois eu nem dormi. Fiquei pensando a noite toda em você. – ele diz isso de uma maneira tão simples que eu coro só de ouvi-lo dizer isso.

– Peeta, por favor, esquece isso.

– Ok, eu não falo isso com você. Mudando de assunto... Posso levar a Nina pra passear?

– Claro que pode, ela ia adorar.

– Vou levar ela naquele lago que agente ia andar de pedalinho. Ela já foi lá?

– Não, acho que não. – aquele lugar me trazia muitas lembranças. Nunca mais consegui voltar lá.

– Passo pra pegar ela daqui a pouco então.

– Vou deixar ela pronta então.

– Você não quer ir? – ele me pergunta e meu coração se acelera. Aquele lago tinha tantas lembranças, tantos momentos que passamos juntos.

– Não, é melhor você ter esse momento com ela sozinho.

– Eu queria pedir desculpas pra você por ontem. Eu ainda não me acostumei em ser pai. Você já é mãe há seis anos, eu sou pai nem faz um mês. Mas eu estou me esforçando.

– Eu sei Peeta, você tem que crescer apenas isso. Você tem que dar exemplo pra ela. Não adianta você ir pras baladas, encher a cara, ficar com mulheres e depois querer vim disciplinar a Nina, pois você não vai ter nenhuma moral com ela. Esse é o meu conselho. Primeiro de tudo, cresça.

– Eu vou ser mais responsável. Eu quero ser um exemplo pra nossa filha.

– Assim espero.

– Daqui uma hora eu estou ai. Beijos.

– Beijos.

Desligo o telefone e volto pra cozinha. Nina já tinha terminado de comer e estava ajudando a avó a arrumar as coisas.

– Novidade filha. Seu papai vai vim te buscar pra te levar pra passear.

Ela dá um enorme sorriso e seus olhinhos azuis brilham.

– Sério mamãe?! Que legal. Eu tenho que me arrumar.

– Ele vem daqui uma hora. Vai indo arrumar sua cama que daqui a pouco a mamãe vai lá te ajudar a se trocar.

– Ta.

Ela corre em direção ao seu quarto e me deixa com minha mãe. Uma Prim sonolenta aparece na cozinha. Ela se despreguiça e boceja.

– Bom dia mãe, Kat.

– Bom dia Filha.

– Bom dia patinha.

– Argh Kat. Esse apelidinho já deu né maninha.

– Você sempre será minha patinha pirralha.

– Kat, você é apenas quatro anos mais velha do que eu. – ela diz enchendo o copo com leite e logo depois tomando.

– Minha irmãzinha.– digo e ela me mostra a língua.

– Domingo é tão chato. – diz Prim reclamando enquanto passa a manteiga na torrada.

– Porque você o faz um dia chato. Veja só a Nina, ela vai passar o domingo com o pai. – diz minha mãe e Prim me manda um sorriso malicioso.

– Isso quer dizer que você terá o dia pra sair com o Jake. – diz Prim e eu coro. Quando não é o Peeta é com o Jake que essa criatura fica enchendo meu saco.

– Prim, não fala abobrinha.

– Não é abobrinha. Ele me disse ontem pra falar com você. Se você não fosse sair era pra você dá uma ligada pra ele.

– E quem disse que eu quero sair?

– Caramba Kat, se dá uma chance também. O cara é legal.

– Prim não enche.

– Sai com ele hoje.

Penso na proposta. Não seria nada ruim eu sair com ele.

– Eu vou sair com ele. Feliz?

– Radiante. – diz Prim sarcasticamente – Liga pra ele e avisa.

– Ok. Larga de ser cupido Prim. Eu vou ir arrumar a Nina.

Deixo as duas na cozinha fofocando enquanto eu vou ajudar a Nina se arrumar. Hoje o dia promete.

POV PEETA.

– Aonde você vai maninho? – pergunta Finnick quando me vê pronto para sair.

– Vou levar a Nina naquele lago. To indo pegar ela.

– Já viu a net hoje? Está na maioria dos sites fotos de você correndo com mala e depois chegando à casa da Kat, ainda conseguiram uma de você com a Nina. Esses caras são fogos.

– Como souberam que eu estava por aqui ?

– Alguém te viu, aí já era. Todos descobrem.

– Cê viu se tem alguém ai fora?

– Tem um carro suspeito ai fora. Tá parado ai desde as 6h.

– Parece que o meu dia no parque com a Nina não será muito normal.

– Pelo menos você vai estar com sua filha. Só posso te dar um conselho maninho?

– Vai dizer pra mim crescer, ser mais responsável, dar um exemplo e bla blá blá ?

Ele ri.

– Como sabe que eu ia dizer isso?

– Porque você não seria o primeiro. A mãe já disse o pai já disse a Kat já disse. E eu já entendi. Tô tentando fazer o meu melhor.

– É que todo mundo pensa que você faria a mesma coisa que fez há alguns anos.

– Olha Finn, eu me arrependi tanto das coisas que falei pra ela naquele dia. Passei dias e dias em Los Angeles me remoendo de agonia, de remorso, tentei ligar pra ela, mas ela não me atendia. Passeis meses e meses tentando falar com ela, mas ela não queria falar comigo. Até que desisti. Eu não sei o que me deu pra ter dito tanta bobagem pra ela. Eu me odeio por isso, eu queria tanto que ela me perdoasse, que ela confiasse em mim novamente. Eu não sei o que eu posso fazer.

– Olha Peeta, você foi um tremendo cafajeste e egoísta. Mas se você está disposto a mudar essa imagem que a Kat tem de você, e melhor você demonstrar por ações e não por palavras.

– Eu vou fazer isso.

– Você ainda a ama mano?

Penso na sua pergunta e em minha mente vem vários flashes da Kat e principalmente o do beijo de ontem. O que eu senti? Foi amor.

– Acho que sim. Nunca consegui tirar ela da minha cabeça. Ela foi meu primeiro amor de verdade, é difícil esquecer.

– Então maninho, se você está disposto a lutar por ela, mude. Porque ela tem uns sentimentos pelo doutor Jake. E ele tem uns pontos a mais do que você.

– Eu sei disso, acho que eles tão meio que juntos.

– Eles podem até estar juntos, mas isso não significa que você pode se dar por vencido. Na guerra e no amor, vale tudo. Já ouviu isso? – pergunto Finn todo brincalhão.

– Claro que já. Mas o que eu faço. Ela não me quer perto dela. E aquele doutor sempre ta junto, parece que o cara não trabalha. – bufo irritado.

– Peeta, você tem algo que ele nunca terá. Você é o pai da Nina. O caminho mais fácil de chegar ao coração da Kat é pela Nina. Não estou dizendo pra você usar a Nina pra reconquistar a Kat, isso seria golpe baixo. Mas se ela vê que você está mudando, se esforçando e amando a filha de vocês, ela te verá com outros olhos. Ela não irá te ver como um cara imaturo, irresponsável, egoísta, idiota e todos os outros adjetivos cabíveis para você.

– Eu entendi Finn. – digo rindo – Ela vai ver que eu mudei. Sou outro homem.

– Tava na hora de crescer né maninho.

– Obrigado pelos conselhos Finn. Vou ir buscar a Nina agora. – vou até a bancada e pego a chave do carro do meu irmão.

– Não se esquece das coisas que eu disse.

– Não irei.

– Cuidado com os paparazzi. E cuidado com o meu carro! – ele diz antes de eu sair pela porta

– Pode deixar comigo.

Coloco um boné e óculos escuros antes de entrar no carro. Olho em volta e não vejo nenhum paparazzi em volta. Entro rapidamente no carro e dou partida e vou em direção a casa da Katniss.

§§

Chego à casa delas e estaciono carro em frente. Vejo uma câmera entre os arbustos a dois metros do carro.

Bufo irritado. Queria um dia tranquilo com minha filha, não ser seguido por esses abutres.

Chego à porta principal e toco a campainha. Logo em seguida escuto a chave sendo girada e a porta se abrindo.

– Entra Peeta. – escuto a voz de Katniss atrás da porta e logo a obedeço e entro.

Ela rapidamente fecha a porta e a tranca novamente.

– O que foi isso? – pergunto rindo.

– Tem um cara escondido no arbusto. Não queria que ele tirasse outra foto de mim. – ela diz dando de ombros e sorrio.

– Ele tirou uma foto sua?

– Nem queira ver, deve ter ficado horrível. Eu estava de pijama e tinha vindo pegar o jornal na porta. Quando abro só ouvi os clicks, foi quando eu o vi. Corri pra dentro de casa. – ela diz e depois ri.

– Eu já estou acostumado. Mas eles me incomodam também. Cadê a Nina?

– Tá terminando de se arrumar. Minha mãe ta ajudando ela.

– Ah sim.

Fica um silencio entre nós, até que Kat quebra o mesmo.

– Viu o jornal de hoje?

– Não, por quê?

– Vem ver então.

Ela vai em direção a sala e eu vou logo atrás.

Ela se senta em um sofá e eu em outro. Ela pega o jornal e me entrega, é quando vejo a matéria de capa.

“E o nosso querido astro teen, Peeta Mellark voltou para sua cidade natal!”

“Isso mesmo meus queridos fãs. Peeta Mellark está em Del Mar, San Diego esse fim de semana. E para um evento muito importante para ele – O aniversário de seis anos da sua recém descoberta filha Nina Everdeen Mellark.

Mas parece que nada são mil flores para o jovem ator.O Registramo correndo nas ruas de Del Mar, com uma mala. Segundo fontes, o avião do ator atrasou e quase não conseguiu chegar à festa da filha. (Fotos abaixo).

Ainda conseguimos algumas fotos do aniversário. A decoração era toda da Cinderela, a princesa da Disney. Inclusive a aniversariante estava vestida de Cinderela. O mesmo vestido que foi fotografada em LA acompanhada do pai. A mãe de Nina, Katniss Everdeen, também estava com um vestido de princesa. E pasmem, Peeta Mellark se vestiu de príncipe. E ainda dançaram uma valsa lindamente.

A primeira festa da pequena Nina acompanhada do seu pai não poderia ter sido mais mágica!

O Notícia é Aqui! deseja um feliz aniversário para pequena Nina!

“Vejam algumas fotos do aniversário.”

Termino de ler e vejo as fotos do aniversário da Nina, vejo fotos minhas dançando com a Kat. Outras de mim correndo pela rua. E várias outras.

– Como esses caras conseguiram isso?

– Eu não sei. Mas pelo menos eles não estão xingando eu ou a Nina. Tão falando bem. – Kat diz e dá de ombros.

– Se eles falassem mal de alguma de vocês eu não deixaria barato Kat.

– Bom saber. – ela diz seca. Kat está estranha desde que cheguei. Será que é por causa de ontem?

– Kat, sobre ontem... – eu tento começar o assunto, mas ela logo me corta.

–Olha Peeta, o que aconteceu ontem não irá se repetir. Eu não quero sofrer de novo. Não quero me envolver com você novamente. Então, não faça mais isso. Não me beije de novo porque eu não quero e não te permito. – ela diz com olhos lacrimejados.

– Kat...

– Nada de Kat. Eu não quero ter outro relacionamento desastroso com você. A ÚNICA coisa que quero de você é que seja pai da minha filha. Um bom pai de preferência. Nada mais.

– Eu já pedi desculpas por ontem Katniss. Foi um impulso e não consegui controlar. Isso não vai mais acontecer. – chego mais perto dela e sussurro em seu ouvido – Ao menos, se você me pedir.

Ela se afasta e bate no meu ombro.

– Idiota. – ela diz rindo.

– Ok, sem provocações. Amigos? – pergunto estendendo minha mãe pra ela. Ela sorri e pega minha mão.

– Amigos.

Sorrimos um pro outro e ficamos perdidos nos nossos olhares. Só acordamos quando um furacãozinho aparece correndo na sala e se joga no meu colo.

– Papai, você chegou!

– Cheguei princesa. Como você está? –pergunto a abraçando entre meus braços.

– Bem, e o senhor papai?

– Bem também. E pronto para passear com a senhorita o dia inteiro.

– Eba! – ela me abraça e eu retribuo. Vejo Kat olhando para nós dois e sorrindo.

– Mas antes, papai vai te dar seu presente! – vejo seus olhos brilharem e me viro para Kat. – Você guardou?

– Vou pegar.

Kat nos deixa sozinhos e Nina fica me perguntando o que é, mas eu não digo. Kat volta com o pacote rosa com um laço azul e me entrega.

– Espero que goste princesa.

Entrego o pacote pra ela e ela começa a abrir. Ajudo-a tirar do pacote e quando ela consegue ver o que é, seus olhinhos brilham de felicidade.

– É um castelo! – ela diz toda feliz. – É lindo papai! – ela deixa a caixa com o brinquedo no chão e me dá um super abraço. – Obrigada papai. Agora a Cinderela e o príncipe que a mamãe me deu vão ter onde morar. – Nina diz e Kat sorri.

– Fico feliz que tenha gostado florzinha. Comprei pensando em você.

– Obrigada, obrigada, obrigada. – ela diz rápido e me abraça.

– Agora vamos passear?

– Vamo!s – ela diz toda animada.

– Peeta cuidado com ela. Não a deixe muito no sol. Ela fica toda vermelha e depois fica reclamando. – Ela pega algo no sofá e me entrega. – Passa de duas e duas horas nela, é o protetor solar.

– Sim senhora. Eu cuidarei direitinho dessa baixinha.

– Cuidado com os paparazzi, ela não gosta muito de atenção.

– Pode deixar comigo.

– Qualquer coisa me liga. Vou estar com meu celular, você está com o seu?

– Tô Kat. Fica tranquila.

– Mamãe, você vai sair com o tio Jake?

ELA VAI SAIR COM O JAKE?!

– Vou princesa. Vou almoçar com ele. Por quê?

– Nada. – Nina dá de ombros e eu cerro os olhos. Ela vai sair com o doutorzinho então?!

– Bom filha, vamos?! Sua mãe tem que se arrumar ainda. – digo sarcasticamente e Kat arqueia as sobrancelhas.

– Isso mesmo. Eu tenho que me arrumar. Bom passeio para os dois. – ela se agacha e dá um beijo na filha. – Se divirta meu amor.

– Você também mamãe.

– Vamos. Bom almoço Kat. – digo ironicamente e mando um beijo pra ela.

– Cuidado com ela.

– Eu sei Kat. – deixo Nina e vou em direção a Kat e fico de frente pra ela. – Eu vou provar pra você que mudei, eu prometo pra você docinho. – seguro seu rosto e dou um beijo estalado na sua bochecha.

Ela ri e limpa a baba que deixei e dou risada.

– Seu idiota. – ela diz rindo enquanto limpa seu rosto.

– Somos amigos, não somos? – pergunto e a vejo assentir. - Então eu posso dar um beijo na sua bochecha.

Ela mostra a língua pra mim e eu dou risada. Nina também ri e eu vou a sua direção e a pego no colo.

– Vamos princesa?

– Vamos! – ela fala toda animada indo em direção a porta.

– Tchau Kat.

– Tchau Mamãe.

– Tchau pra vocês. Se divirtam! – ela nos leva até a porta e eu saio com Nina. Escuto os clicks novamente, mas não me importo.

Foi quando me lembrei de um detalhe...

– Kat, eu não tenho cadeirinha.

– Eu sabia que você não tinha. – ela some para dentro e um minuto depois ela volta com uma cadeirinha adequada pra idade dela. – Você sabe por no carro?

Nego com a cabeça e ela ri.

– Eu ajudo e vou te ensinar. Vem.

Vou pro carro e ela me ensina a colocar a cadeirinha no carro. Logo em seguida coloco Nina na mesma e a prendo direitinho.

– Pronto papai, aprendeu mais uma coisinha. Parabéns! – ela diz rindo e eu arqueio as sobrancelhas para ela.

– Boba. Obrigado, eu estou me esforçando.

– Eu sei. Bom, vai logo que já está tarde. Bom passeio Peeta. - ela me dá um beijo no rosto.

– Obrigado.

Ouço os clicks e logo Kat corre pra porta e nos dá tchau. Entro no carro e dou partida no mesmo. Hoje será um longo dia, e o primeiro que provarei para Katniss que estou mudando.