Já era noite quando recebi a ligação de Katniss dizendo que já havia chegado e que estava tudo bem. Consegui ouvir Nina reclamando que queria falar comigo e logo Katniss passou o telefone pra ela.

– Oie papai, ta com saudades de mim? – ela pergunta com uma voz fofa, minha filha nem é convencida.

– Claro que to princesa, morrendo na verdade. Até a Mika ta tristinha aqui sem você pra atormentar ela.

– Ei, eu não atormento a Mika. Eu brinco com ela papai.

– Ok, ok, retiro o que disse. Mas já não é hora de você ir dormir. Afinal, você tem aula amanhã.

– Mamãe também ta dizendo isso, boa noite papai.

– Boa noite Nina, tenham bons sonhos.

Despeço-me dela e Kat volta a falar comigo.

– Olha Mellark, se você tiver a coragem de não aparecer aqui sábado, você não tem a noção do que sou capaz de fazer com você. Eu não quero ver a Nina sofrendo por sua causa, já basta eu.

– Eu já pedi desculpas pra você, e pode ficar tranquila que irei aparecer ai.

– Se você não me aparecer aqui, pode esquecer que tinha uma filha.

– Tá, boa noite Katniss.

– Boa Noite Mellark.

E então desligamos. Eu vou estar lá sábado, custe o que me custar.

POV KATNISS.

Parece que toda minha vida deu um giro de 360 graus nesse último mês. Minha filha foge de casa, fico louca atrás dela, encontro ela com o traste do Mellark, o mesmo resolve dar uma de pai e me deixa louca da vida, fãs loucas dele querem me matar, encontro um louco escondido no meu jardim quando chego de viagem tirando fotos minhas e da Nina. E o único culpado disso tudo é ele, Peeta Mellark.

Desde que ele voltou pra minha vida, tudo virou uma loucura. Não que eu quisesse ter privado minha filha de conhecer o pai dela, mas estava ciente que no dia que ela conhecesse e que o mundo soubesse, nossas vidas nunca mais seriam as mesmas.

Ele me magoou demais no passado, nem sei quantas noites acordei chorando, ou nem dormia com a dor no coração que sentia toda vez que lembrava que não teria mais ele do meu lado. Quantas vezes fiquei na duvida se ligava pra ele e contava tudo, mas quando ouvia sua voz eu desistia. Ele deixou uma marca profunda no meu coração que até hoje não conseguir cicatrizá-la.

Desde que ele foi embora não consegui me envolver com nenhum outro homem, a não ser Jake. Já tinha ficado com ele algumas vezes, Jake era o pediatra de Nina, desde que Nina nasceu passo com ele, e bom, criamos uma amizade. Nina o adora e a recíproca é verdadeira. Ele sempre a visita e Jake foi a figura paterna mais próxima dela durante todos esses anos. Não direi que nunca me senti atraída por ele porque estaria mentindo. Jake é muito importante pra mim e sabe toda a minha história com Peeta.

Mas nunca deixei passar dos beijos com ele. Acho que quando uma relação passa desse nível fica complicado. Ele entende meus medos e respeita meus limites. Ele já me pediu em namoro duas vezes e nas duas vezes eu neguei. Neguei pelo simples fato que tenho medo de me magoar de novo. Não quero sofrer o que sofri com Peeta. Mas Jake é insistente, tipo quando cheguei, ele me beijou do nada na cozinha da minha casa e foi o melhor beijo que ele me deu nesses últimos tempos. Acho que ele ficou com saudades do tempo que fiquei fora. Prim é totalmente a favor de um relacionamento entre mim e Jake.

– Kat, você tem que esquecer o tonto do Mellark e dar uma chance pro gato do Jake, ele é uma perdição de homem. – ela diz e começa a se abanar e eu dou risada.

– Boba, deixa o Gale ouvir você falando isso.

– Gale sempre soube que o acho gato, suspeitou desde que comecei a acompanhar você nas consultas da Nina.

– Quem não sabia né, tadinho do meu amigo.

Termino de enrolar o último brigadeiro e coloco na forminha. Hoje seria a festa de Nina e tudo estava lindo pro aniversário de seis anos da minha pequena. Toda a decoração era da Cinderela. E não quero me gabar, mas estava tudo lindo, fizemos um bom trabalho e Nina adorou.

A lembrançinha é uma carruagem feita de E.V.A e com doces dentro. O bolo tinha a Cinderela e o príncipe, e pra agradar mais a minha pequena eu e Peeta iríamos nos fantasiar de Cinderela e ele de Príncipe. Nina insistiu tanto para o pai se vestir de Príncipe que ele não teve como dizer não. A roupa dele era linda e a minha também era. Minha roupa era super parecida com a da Nina.

Nina estava toda empolgada, por vários motivos, um deles era vestir sua fantasia de Cinderela e a outra com toda certeza era para ver o pai. E falando no dito cujo, ele não deu sinal de vida, o que está me preocupando.

– Mamãe, já posso me trocar? – Nina chega à cozinha toda eufórica, já era a quinta vez que ela vinha me perguntar a mesma coisa e eu sempre dizia que ainda tava cedo.

– Princesa, está cedo ainda.

– Mas eu quero me arrumar logo mamãe. – ela diz com bico.

– Eu sei que você tá doidinha pra se arrumar, mas realmente tá cedo.

– E meu papai?

– Ele ainda não chegou meu amor, mais logo ele chega, agora vai brincar.

– Tá.

Ela sai da cozinha saltitando e eu me apoio na mesa, se o Peeta não vier, não quero nem imaginar a mágoa da minha pequena.

– E ai Catnip, precisa de alguma ajuda por aqui? – Gale diz do nada e me faz dar um pulo com um susto.

– Você me assustou tapado. – digo com a mão no coração e o idiota começa a rir feito doido.

– Desculpa Kat, foi sem intenção. – ele diz ainda rindo.

– Tá, só preciso que você leve esses docinho lá pra minha mãe, ela tá esperando pra por na mesa.

– Pode deixar comigo. - ele diz e vai em direção a bandeja com os docinhos e eu acabo soltando um suspiro que não passa desapercebido por Gale. – Kat, essa semana ainda não tive chance de perguntar, mas, como você está com essa volta tão repentina do Peeta pra sua vida ?

Eu suspiro mais uma vez e passo as mãos pelo cabelo e o olho.

– Não está sendo nada fácil Gale, sabe, toda vez que eu o olho eu me lembro das palavras daquele nosso ultimo encontro, do que eu disse pra ele, foi tão horrível e parece que foi ontem que aconteceu...

Flashback On

POSITIVO.

Essa única palavra ficou rondando em minha cabeça o dia todo. Eu estava grávida. Com dezessete anos, estava grávida.

A única pessoa que sabia que ia me apoiar em tudo, além da minha família era ele, era Peeta. E combinamos de nos encontrar agora à tarde para conversamos e falaria que estava grávida. Por um simples descuido acabo ganhando um filho. Mas sei que não estarei sozinha nessa e isso me consola.

Vou caminhando até a praçinha que sempre nos encontramos e fico só imaginando, como seria um filho meu e dele. Será que seria loiro ou moreno. Um menino ou uma menina, olhos azuis ou cinzentos. Tantas perguntas em minha cabeça, mas nada tiraria que irei ser mãe tão nova.

Chego à praçinha e vejo Peeta se aproximando, um frio se passa pela minha espinha e não sei dizer, mas há algo de errado por aqui. Peeta está com um semblante estranho. Com a cara fechada e... nervoso.

– Hey amor, tá tudo bem ?- pergunto enquanto dou um breve selinho nele e o mesmo nem retribui o gesto – Ei. – pego seu rosto e seguro entre as minhas. - O que tá acontecendo ?

– Eu preciso falar com você. – ele diz estranhamente.

– Eu também preciso. – digo e só quero ver a reação dele .

– Você primeiro. – ele diz e eu nego.

– Pode falar primeiro. – digo e ele se afasta de mim e se vira de costa. Ele chuta uma pedrinha para longe e logo se vira pra mim novamente.

– Kat, eu, isso, nós, er. – ele se enrola todo e o encaro confusa.

– Fala direito Peeta!

– Eu quero terminar. – ele diz me olhando e eu arqueio a sobrancelha.

– Oche, termina . – digo dando de ombros.

– Não, eu quero terminar com você, terminar nosso namoro. Terminar!

E essas palavras me ferem como uma espada, e eu arregalo os olhos sem acreditar no que ouvi sendo proferido da boca dele.

– Entendeu?- ele pergunta como se eu fosse uma criança de terceira série, o que só faz a minha raiva por ele aumentar.

– Eu não sou burra Peeta, – digo ironicamente e as lágrimas começam a cair. – Por que você tá terminando comigo? O que eu te fiz? O que aconteceu? – disparo as perguntas sem entender o motivo dele estar terminando o nosso relacionamento de tanto tempo.

– Eu só não quero mais Kat, você não fez nada. – ele diz, mas posso ver que tem outro motivo em seus olhos, ele não consegue mentir.

– ME DIZ A VERDADE MELLARK. – grito com ele de tão nervosa que estou – Você tem outra? É isso né? Você arrumou uma vadia e agora não quer mais a idiota aqui né. – digo com lágrimas nos olhos.

– NÃO, eu NÃO arrumei outra, porra! – ele diz nervoso e fica andando de um lado para o outro. - Eu cansei, cansei dessa merda de cidade, cansei de todo mundo saber o que faço , cansei de ser um Zé ninguém aqui, CANSEI DESSA VIDA.

– E a culpa é minha de você ter nascido aqui Peeta? A CULPA NÃO É MINHA!

– Com você no meu pé eu NUNCA vou ser alguém nessa vida. Eu quero glamour, eu quero fama e tudo isso, aqui nessa merda de cidade eu não vou ter isso.

– E você precisa terminar comigo, esquecer do nosso amor por causa disso. Você nem pensou que eu poderia ir com você? – digo tentando me acalmar, pois sei que ficar nervosa desse jeito não faria bem para meu bebê.

Peeta começa a rir e eu não entendo nada.

– Você tá brincando né? O que diriam de nós em Hollywood? Que somos o casal de caipira mais fofo? Você Kat, não faz o padrão de Hollywood, você é linda, mas é apenas... – ele para a frase no meio quando olha para mim, chorando rios e quase o matando com as mãos.

– Fala Peeta, completa o que você queria dizer. É muito bom saber o que você acha realmente de mim. Eu sei que sou uma CAIPIRA, e diferente de você eu não tenho vergonha por quem sou, ou pelo lugar que nasci. Mas se tem uma coisa que eu tenho vergonha é ter amado você. Um cara mesquinho, arrogante e superficial como você. Vai e que tudo dê certo na sua vida lá.- digo e seco as lágrimas em meu rosto. – Mas esquece que um dia eu te amei, esquece que um dia você me conheceu e esquece que um dia eu signifiquei algo pra você, porque pra mim, você já era. – digo e dou as costas pra ele, mas ele segura meu braço e me faz o encarar.

– Não foi isso o que quis dizer Kat...

– Foi isso sim, você acha que não sou boa o suficiente pra você, que estando ao meu lado todos vão te enxergar como um pé rapado, um caipira, um NADA. É muito bom saber que pensa isso de mim, mas não se esqueça Peeta, uma hora você tá por cima, outra hora por baixo, mas se tiver a pessoa certa ao seu lado nada importa. Já no seu caso... Se tiver alguém do seu lado vai ser por puro interesse. Eu te amo muito, mas pode ter certeza que irei te esquecer, porque uma caipira como eu não merece amar alguém como você.

– Kat, eu não falei por mal. Poxa eu só quero uma vida melhor, eu quero conquistar meus sonhos.

–Eu sei Peeta, e eu desejo que consiga, mas nunca imaginei que você pensava tudo isso de mim.

– Eu...

– Não precisa dizer mais nada, vai só piorar. Passar bem Mellark.

Dou as costas e fujo dali.

Não contei que estava grávida e espero que ele nunca saiba, pois meu bebê não merece ter um pai desses. Eu cuidarei dele ou dela melhor do que ninguém, afinal, ele ou ela só tem a mim.

FLASHBACK OFF

As palavras dele nunca saíram da minha cabeça desde então. Magoamos-nos muito aquele dia, e se estamos nos dando bem nos últimos dias é pro bem da minha filha, porque se não tivesse ela, nunca mais trocaria uma palavra sequer com ele.

– Eu ainda tenho vontade de arrebentar a cara daquele idiota por tudo que ele te fez sofre Catnip. – diz Gale me abraçando fortemente e eu deixo uma lágrima cair.

– Eu sei Gale, mas já foi, já faz quase sete anos que isso aconteceu, vamos deixar o passado no passado e bola pra frente. Hoje é dia de alegria. – digo esboçando um verdadeiro sorriso no rosto.

– Com certeza, há exatos seis anos atrás, uma linda princesa nasceu. – meu amigo pega a bandeja e vai para fora.

Hoje seria um grande dia.

§§

– Pronto filha, você está linda. – digo quando coloco a coroa em sua cabeça. – Você é a princesa mais linda que eu já vi. – digo dando um beijo na sua bochecha rosada.

– Obrigada mamãe. – diz ela e fica se olhando no espalho, todo boba. – Mamãe, e meu pai?

– Ainda não chegou princesa, mais logo ele chega.

– Ele prometeu que vinha. – ela diz com um bico e eu tenho vontade de matar o Peeta por fazer minha filha sofrer.

– Ele vai vim filha, eu sei que vai. – digo mais pra mim mesma, porque se Peeta Mellark não vir, eu o mato.

Termino de arrumar Nina e a família de Peeta chega. Effie começa a paparicar Nina junto com Haymitch e Finn.

Annie conversa com Prim e eu começo a receber os convidados, Nina começa a brincar com as amiguinhas e eu começo a me preocupar com a demora dele. O celular só dá na caixa postal e ele não dá nenhum sinal de vida.

– Um doce pelos seus pensamentos. – uma voz sussurra bem perto do meu ouvido e dou um pulo com um susto.

Encaro o homem atrás de mim e é muita perfeição em um homem só. Jake é alto, dos cabelos louros escuro, um olho azul de matar, uma barba que o deixa mais sexy. Ele é um homem de 28 anos gato demais.

– Que susto Jake. – digo rindo e ele me puxa para um abraço, e que abraço!

– Adoro te ver desse jeito bonequinha. – ele me dá um beijo no canto da boca, ele e esse jeito de querer me seduzir. – Cadê a princesinha? – ele pergunta e eu aponto para uma Nina correndo pra lá e pra cá com Hillary e Maire, suas amiguinhas. – Como passou rápido né?! Parece que foi esses dias que uma linda garota de dezoito anos foi levar sua filhinha recém nascida para sua primeira consulta com o pediatra. – diz ele colocando uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha e eu fico corada com seu ato e desvio o meu olhar do seu.

– É verdade, minha pequena princesa já está com seis anos, nem consigo acreditar nisso.

– Mas então, o pai dela chegou? – ele me pergunta e eu bufo irritada, só Jake mesmo para conseguir fazer me esquecer do Peeta.

– Ainda não, e eu tenho que me vestir de princesa, mas sem ele não dá.

– Calma Kat, ele vai chegar. E também, qualquer coisa me tem aqui de substituto. – ele diz num tom sedutor e eu reviro os olhos.

– Bobo, vamos entrar?

– Não ganho nenhum beijinho Kat? –ele diz dengoso e eu reviro os olhos. Meu lance com Jake é engraçado, ele não cobra nada de mim, mas os beijos... ele sempre faz questão.

– Hoje só um pequeno beijo senhor Jacob Thompsom. – dou um selinho rápido nele e ele solta um muxoxo de indignação e eu dou risada. – Vamos entrar.

Pego sua mão e entro em casa, onde está Annie e Prim . Ficamos conversando e nada de Peeta chegar. Nina toda hora que lembra vem me perguntar do pai e eu toda hora digo que ele tá chegando. A hora que eu tenho que me vestir de princesa está chegando, que será na hora de cortar o bolo e nada do Peeta chegar e começo entrar em desespero.

– Eu sabia Prim que ele ia estragar tudo, eu disse pra ele não prometer que vinha, eu disse pra ele não magoar minha filha, mais ele não tá nem ai pros outros, deve ter aparecido algo pra ele fazer, ou aquela loira aguada apareceu e ele se esqueceu da FILHA DELE! Aquele desgraçado, idiota, mal amado, infeliz, imbecil, ordinário, jumento. – começo a soltar todos os adjetivos cabíveis para Peeta e Annie, Prim e Jake me olham assustados.

– Calma Kat, eu to preocupada com ele. Ele não atende e nem dá sinal de vida, aconteceu alguma coisa.- Annie diz olhando para o celular de um em um minuto.

– E aconteceu. Aconteceu que ele acordou pra realidade e cansou de ser pai. FOI ISSO QUE ACONTECEU! – eu grito e fico andando de uma lado pro outro – É porque não vai ser ele que vai ter que olhar pra filha e dizer que em mais uma ano o pai não vai aparecer, é porque não vai ser ele que vai ver a filha chorando e ela dizer que desejou mais uma vez o pai dela presente no aniversário dela. Não vai ser ele. – digo e sinto as lágrimas invadirem meu rosto, porque eu tenho que chorar tanto por ele? Jake me envolve em seus braços e o abraço fortemente.

– Calma Kat, não sabemos o que aconteceu. – ele diz enquanto passa a mão pelo meu cabelo e a outra pelas minhas costas.

– Era por isso que não queria que ele prometesse nada pra ela, era por isso que não queria ele na vida dela. Ele só magoa as pessoas. – digo enquanto as lágrimas ainda caem pelo meu rosto.

– Você tem que se arrumar Kat, sua filha espera por você. – diz Annie.

– Ela quer uma princesa e um príncipe Ann. – digo fungando.

– Se você me permitir Kat, eu posso ser seu príncipe. – Jake diz fofamente em meu ouvido e eu sorrio com esse gesto dele.

– Sério mesmo? Você faria isso?

– Claro que faria Kat. Só me mostrar a roupa. – ele diz e mostra aqueles dentes perfeitos em um sorriso perfeito

– Bom, acho que a roupa do Peeta serve nele, eles tem o mesmo porte atlético. Vamos experimentar então.

§§

– Como ele ficou Annie? – pergunto assim que a mesma entra em meu quarto.

– Ficou um verdadeiro príncipe, a roupa caiu como uma luva nele.

– Ele é um amor com a Kat desde que a Nina nasceu, eu digo pra ela dar uma chance pro médico gato.

Reviro os olhos enquanto as duas ficam fofocando e Prim termina de arrumar o meu cabelo.

– Prontinho, está linda/ – diz ela.

Eu me levanto e me olho no espelho, realmente eu tinha ficado linda.

– Obrigada meninas.

– Hora do show!

Saio do quarto com as meninas na frente. Vou para o jardim e encontro Nina com o olhar. Quando a mesma me vê, ela corre em minha direção e fica me olhando encantada, eu abaixo para ficar na sua altura e dou um beijo em seu rosto.

– Você tá linda mamãe.

– Obrigada meu amor.

– E meu papai? Ele tá de príncipe também? – ela pergunta com os olhinhos brilhando e minha garganta dá um nó.

Como direi pra ela que o pai dela não veio mais uma vez?

– Nina, o seu pai...

– Olá minhas princesas. – diz uma voz atrás de mim e então eu me levanto e encaro Jake vestido de príncipe, e sim ele estava gato demais.

– Porque o tio Jake tá com a roupa do meu papai, mamãe?

– Filha...

– Cadê meu papai mamãe? – ela pergunta com os olhos enchendo de lágrimas e nessa hora todo mundo nos olha.

– Nina, o tio Jake...

– ELE NÃO É MEU PAPAI. Eu não o quero de príncipe mamãe. Só o meu papai é meu príncipe, SÓ O MEU PAPAI! – Ela grita e sai correndo pelo jardim.

A única coisa que passa pela minha cabeça antes de correr atrás da minha filha é: Peeta Mellark é um homem morto!