Inocência escrita por juuh_lautner


Capítulo 5
Capítulo III


Notas iniciais do capítulo

Vamos comentar people ? Poxa eu to me revirando pra escrever essa fic, eu to em ano de vestiba, tá dificil ;/



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Chega uma hora na vida de uma garota como Rosalie, que se manter em casa já não é mais tão agradável.

Ainda estava completamente encantada pelo buque que Lord Edward lhe enviara, logicamente, mas o que a encantava mais do que isso, era passear pelas ruas e atrair todos os olhares para si. Isso sim, era encantador.

Oras, o que ela poderia fazer? Era 1933 e nenhuma garota de dezoito anos poderia se dar ao luxo de trancar-se em casa com tantas coisas - fúteis mas mesmo assim - para se fazer porta a fora.

Decidiu que não havia mais motivo para prender-se em casa. Terminou de se arrumar após o café da tarde de um dia lindo de sol, e amarrando seu chapéu abaixo do queixo, saiu de casa, alegando que iria visitar uma de suas amigas.

Vera, pensou, fazia tempo que não a via. E pelo que seus últimos telefonemas contavam, seu filho já estava balbuciando as primeiras palavras. Queria tanto conversar com ela como fazia nos velhos tempos antes de esta casar.

Em Rochester não era muito comum ver damas como ela andando desacompanhadas na rua, mesmo assim, a cidade pequena já havia se acostumado a essa loira, e ninguém poderia dizer que não gostava de admirá-la quando esta passava.

No caminho, imaginava se seus filhos, pequeninos, loiros com seus olhos azuis brilhando ao sol, correndo pela propriedade em que moraria com Royce. Ia apreciar se pudessem ser amigos do filho de Vera, mesmo que de classes diferentes, a menina nunca deixara de gostar da amiga e não a julgava de modo algum pela escolha que fizera de marido.

Henry! Sim, esse era o nome do menino, sempre esquecia. Parecia-lhe um nome adequado ao pequeno de cachinhos, ele era completamente adorável. Mas apesar de tudo, sentia pena da pobre família. Eles nunca teriam tudo que ela poderia ter, que seu futuro marido poderia lhe proporcionar.

Eventualmente, se eles estavam felizes como estavam, ela não era ninguém para opinar.

Infelizmente, Rosalie crescera envolta por todos os mimos possíveis, proporcionados por seus pais. Esses, como a ensinaram bem, sempre desejavam mais.

Mais status, mais propriedades, uma casa maior, um nome na sociedade. Alias, apostavam todas as suas fichas na beleza de Rosalie, como se fosse sua chave para o mundo de frescuras e badalações que a alta sociedade fazia parte.

Apesar de tudo, ela nunca fora como os pais. Queria muitas coisas sim, mas estava contente em ser quem era. Rosalie Hale, a menina mais bonita e mais cobiçada da sociedade. Isso lhe bastava, não queria mais coisas materiais.

Agora, aliás, que era noiva de um homem tão bonito e respeitado como Royce, se sentia mais realizada ainda, era como se nada mais no mundo pudesse se igualar a perfeição que sua vida se encontrava.

Caminhava tranqüila pelas ruas, ainda era cedo, mas sabia que não poderia se manter muito na casa de Vera, escureceria rápido e não gostava de andar de noite nas ruas mal iluminadas da cidade.

Acelerou um pouco o passo, feliz que iria encontrar a amiga aquela noite. Incomodava um pouco o fato de que seu marido estaria lá, era realmente dificil conversar sobre todas as coisas fúteis que sempre conversaram quando se tinha um homem e um bebe no recinto.


Perguntava-se se seria assim com ela também. Se quando sua casa estivesse cheia de crianças, ela também se esqueceria das coisas fúteis, tornando sua vida uma complexa jornada para manter a casa e as crianças em ordem.

Logicamente que não. Ela teria diversos empregados, para cuidarem da casa e das crianças, não teria com o que se preocupar por muito tempo.

Alargou os passos ao passar pelo jardim da casa - simples, mas aconchegante - da amiga e postou-se na porta, arrumando o laço sobre o vestido antes de tocar a campainha e abrir o seu melhor sorriso.

•••

Encontrava-se a porta da casa de Vera, o pequeno Henry já se sentava sozinho, e era de certo adorável suas covinhas e seus sorrisos com apenas poucos dentes. Sua amiga estava com o bebe no colo, e o marido ao lado, ele a segurava pela cintura e quando pensou que Rosalie não estava vendo lhe deu um beijo na bochecha.

Sentiu um pouco de inveja, certamente não era assim quando Royce a beijava, não era tão doce, tão carregado de amor. Mas que estava pensando? Royce era seu príncipe e iriam se casar em breve, e algum dia, ela seria Rainha.

Sorriu para a amiga, ela estava feliz assim como Rosalie também estaria em pouquíssimo tempo quando fosse oficialmente a Sra. King. Passando as mãos com as luvas recém colocadas uma ultima vez sobre os cachinhos do menino e se despediu, não tinha se dado conta do tempo que havia ficado lá.

- Adeus Vera, espero vê-los em meu casamento, sim? - perguntou com sinceridade.

- Não perderia por nada Rose, sabes disso. - respondeu a amiga feliz pela loira - Mas tem certeza que não quer ligar para seu pai para que a acompanhe? Está muito escuro.

Balançou a cabeça negativamente em resposta e feliz, voltou-se para seu caminho.

As ruas já estavam mais escuras do que ela esperava, as lâmpadas estavam acessas e iluminavam pobremente o caminho pelo qual Rosalie teria que passar.

Isso não a amedontrou de começo, sabia o caminho de cor, não se preocupou muito.

Alias, o que a mantinha mais preocupada, era o fato de que estava frio, muito frio para uma noite no fim de abril. O casamento era em uma semana e estava preocupada com o clima. Não queria passar o casamento em um lugar fechado, de modo algum, então teria que estar calor.

O fato de que saíra de casa com um sol maravilhoso no céu a deixava ainda mais preocupada, como que esfriara tanto assim? Não devia passar das nove da noite, imaginava, mesmo não tendo a mínima noção do horário.

Já se encontrava a algumas ruas de casa, já mais calma em relação ao clima, estando certa de que fora apenas alguma frente fria ou algo do tipo. Já ouvira seu pai reclamando de algo assim.
Foi então que ela os viu. Alias, para seu temor, eles a viram também.

Um bando de homens bêbados embaixo de uma lâmpada quebrada, falando coisas incompreensíveis.

Desejou ter ligado para que seu pai a acompanhasse, mas pensara, o caminho era tão curto, era bobagem incomodá-lo há essa hora. Estaria em casa logo.

Foi ai que seu coração bateu mais forte do que nunca, e uma sensação péssima apoderou-se de seu corpo. Um deles havia chamado seu nome. Mas não simplesmente seu nome como toda a cidade conhecia, de um jeito que apenas ele sabia chamar.

Não tinha prestado atenção ao jeito que os homens estavam vestidos, assim que se deu conta disso, seu coração pareceu acalmar. Era Royce e seus amigos, outros homens, filhos das famílias ricas da cidade.

- Aqui está minha Rose! - gritou ele, rindo com os outros, soando igualmente estúpido aos olhos de sua noiva - Você está atrasada. Nós estamos com frio, por causa do tempo que nos fez esperar.

Ela nunca o havia visto bêbado. Um brinde talvez, quando estavam em jantares e bailes. Ele dizia não gostar de champanhe, para seu pesar, descobrira apenas agora que ele gostava de coisas mais fortes.

Não reconheceu um dos homens que estava com Royce. Talvez esse fosse o amigo de Atlanta que havia mencionado, já não gostava dele, bêbado como todos os outros, sorrindo maliciosos em sua direção.

- O que eu te disse John - continuou Royce parecendo não ver o medo nos olhos da mulher quando a agarrou pelo braço e a puxou mais para perto - Ela não é mais adorável que seus pêssegos de Geórgia?

O homem, o tal de John, com a pele bronzeada e os cabelos escuros caindo-lhe pelo rosto, fazendo de sua expressão ainda mais assustadora, a olhou como se fosse um cavalo que avaliava para compra. Isso a fez se sentir suja, como se fosse uma qualquer. Sentiu nojo de seu noivo, isso não era um comportamento adequado para um membro da família real.

Mas, mais que nojo, tinha medo. Podia ver os olhares em si, e dessa vez, nenhum deles a agradava, não a faziam se sentir admirada. Apenas desejada, como um pedaço de carne.

- É difícil dizer - disse lentamente após provavelmente ter de pensar muito para juntar as palavras - Ela está toda coberta.
Rosalie não entendeu de primeira o que o homem queria dizer com isso, sua mente ainda era inocente demais para perceber a maldade das palavras.

Mas os homens pareceram achar isso divertido, inclusive Royce que riu com os outros e pelo visto já tinha em mente um modo de agradar um amigo, não a deixando tão 'coberta'.

Antes que ela pudesse perceber o movimento, as mãos pesadas de seu noivo arrancaram o casaco de seu ombro, estourando todos os botões que rolaram para longe. Havia sido seu presente, a menina achou aquilo ultrajante.

- Mostre a ele como você é Rose! - ele riu de novo.

Estava pronta para arrancar seu casaco das mãos do homem a sua frente que de modo algum reconhecia como seu noivo, quando novamente as mãos avançaram para ela, que fraca demais para lutar teve seu chapéu arrancado. Os broches que ajudavam a sustentá-lo estavam presos em seu cabelo. Ao serem arrancados puxaram-nos, causando-lhe uma dor absurda.

O chapéu foi jogado aos seus pés juntamente com os broxes com vários fios loiros enrolados.
O grito que a menina deu, juntamente com suas lágrimas só pareceu divertir mais ainda os homens, que agora riam com gosto.

Rosalie não estava acostumada com a dor, e não falando da física. O que Royce causou ao arrancar o chapéu de seus cabelos foi bem mais que a dor física. Foi um aperto no coração que não é possível descrever. Onde estava aquele homem bonito que tanto amava? Aquele homem que a cumprimentava com sorrisos, que a presenteava com flores quando não se viam?

Não sabia se era porque se recusava a acreditar que o homem a sua frente era o seu príncipe ou simplesmente sabia o que ele era mas não ia admitir para si mesma. A dor simplesmente só aumentava.

Ouvia o som dos risos em volta de si, mas não podia mais prestar atenção a eles, fechou os olhos, deixando a dor a consumir. Já havia se conformado que não tinha como sair de lá, era seu fim, estava arruinada.

Enquanto as lágrimas caiam, podia sentir as mãos agarrando seu vestido e rasgando-o do modo que conseguiam. A sensação ruim só piorava, o mundo a sua volta girava e tudo o que conseguia fazer era chorar e se debater debilmente numa fracassada tentativa de se libertar, ou ao menos, de atrasar o que sabia que estava por vim.

Foi jogada ao chão, ao som de mais risos e o que se passou, não é nada agradável para que se seja contado. Já basta ter acontecido.
Ninguém ouviu seus berros, seus pedidos de socorro, sua vã tentativa de fazer com que eles parassem. Doía. Doía muito e ela não tinha forças para fazer aquilo parar.

Não se sabe disser quanto tempo eles ficaram lá, mas provavelmente quando acharam que ela já era inútil, a deixaram ali, morta provavelmente ou para morrer.

Fracamente, ela ainda podia ouvir os risos dos homens se afastando aos tropeços. Eles zombavam de Royce, do homem que ela amava. Agora ele teria que arranjar uma nova noiva, porque essa já lhes era inútil.

- Antes terei que aprender ter paciência - respondeu Royce rindo, o que ela encarou como uma ameaça.

Era por isso então que haviam abusado dela? Por que ela não quis se abrir para Royce antes do casamento? Era essa então sua punição?

Que modo mais medíocre de punir pensou enquanto ainda tinha lucidez.

Já não se podia ouvir nada, seus agressores estavam longe, tudo o que ouvia era o pingar do seu sangue no chão e sua respiração, falha, fria... Tudo que podia sentir era dor, não havia mais o frio, não havia o asfalto machucando suas costas, não havia mais nada.

Parecia que sua lucidez não queria abandoná-la. O frio voltou aos poucos, junto com a neve que começou a cair. Como, apesar de tanta dor, ela ainda podia sentir frio? Como ainda podia se importar?

-x-

N/A: Agora temos uma beta maaan *-* A Tamy Black lindissima se dispos a betar, que boom. Eu já estava desesperada com tanto erro que eu achava.

N/B: Eu odeio o Royce. ¬¬’ Carinha mais idiota, mas se ele não tivesse feito isso, ela não seria a Rosalie que conhecemos. Perfeito demais esse capítulo. *-*
Beijos,
Tamy.


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