Inocência escrita por juuh_lautner


Capítulo 4
Capítulo II




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Capítulo 2 - Flores
"I'll bring you flowers, I'll make your day
The tears you cry, I'll dry them all the way away"

 

Cobriu os olhos enraivecida, puxando o lençol junto a si, reclamando mentalmente pelo sol já ter nascido e por ter esquecido a varanda aberta na noite anterior.

O cabelo caía sobre seu rosto, ainda fracamente preso pelo laço da noite anterior, os pés doloridos se contorciam na cama, procurando uma posição confortável para voltar a dormir.

As memórias desagradáveis da noite anterior assombravam sua mente. Custara a dormir ao chegar em casa e duvidava que fosse voltar a conseguir.

Royce não cumprira sua palavra, de chamar um táxi para a menina. Fizera-a andar, mesmo dizendo o quão cansada e doloria estava. Além do discurso que fora obrigada a escutar no caminho. Tudo por um terno.

Não que o culpasse, sabia o quanto seu noivo era possessivo e ciumento, e acreditava cegamente que merecia tudo que ouvira. A culpa era dela não era? De ter aceito o terno de um estranho sem mesmo estar com frio, por não ser capaz de arranjar uma desculpa para recusá-lo.

Mas o que lhe mantivera acordada de fato, não fora o arrependimento que sentia, ou a lembrança de seu noivo desgostoso. Mas sim, a curiosiosidade palpitante que ainda pairava sobre a família nova que conhecera.

Por que tão frios? Tão perfeitos e com tantas semelhanças?

Ainda mais irritante para a tal, era o porquê o tamanha interesse no Cullen mais novo. Tudo aquilo que lhe parecia atrair nos outros dois, era quase incontrolável vindo dele.

Era quase como de propósito, como se cada parte dourada de seu olhar pedisse para qualquer um que o visse 'chegar mais perto', se aventurar no ... labirinto ! Isso, no labirinto sem fim e provavelmente, sem volta, que ele parecia oferecer.

Em tal momento, sabia perfeitamente que não conseguiria voltar a durmir, odiava quando começava a divagar sobre qualquer assunto que lhe parecesse interessante.

Retirou o travisseiro do rosto, colocando-o de lado, e pouco a pouco, ao que seu olho se acostumava com a claridade, pôs-se a observar da varanda, o céu azul e limpo da manhã. Descobriu-se, levantando da cama, colocando seus chinelos peludos e muito mais confortáveis que os saltos que usara, e caminhou para fora.

Sabia que muitos poderiam vê-la com o robe, que pegara no caminho, ao passar pela penteadeira, mas isso não a incomodava nem um pouco, gostava demais da brisa que batia logo que acordava e não perderia isso para colocar uma roupa 'decente'.

Ao encostar nas portas, uma pequena lembrança da noite anterior, antes de sair de casa a atingiu, causando uma incrível preocupação.

" Estava extasiada. Se pudesse daria pulinhos, mas sabia que os saltos não eram fortes o suficiente para aguentar. Sorriu mais com o próprio pensamento bobo e saiu da janela fechando-a logo em seguida ... "

Ela fechara a janela na noite anterior. Então por que esta estava aberta agora? Tudo que fizera ao voltar da festa fora por seu pijama e deitar-se, não tinha forças pra mais nada, muito menos se locomover até a varanda olhar a lua, que em sua singela opinião, não oferecia graça alguma.

Assustada, fechou-a novamente, caminhando rapidamente para o banheiro trocar de roupa e descer para ajudar a mãe com o café.

Antes que pudesse sair do quarto, a voz aguda de sua mãe ecoou pela casa chamando pelo seu nome.

- Rose querida, já levantou?

- Já mamãe - respondeu saindo do quarto.

- Venha cá, tem mais um buquê a sua espera - A loira já descia as escadas sorrindo, sabia que Royce não ficaria bravo com ela por muito tempo - Dessa vez ele inovou, olhe que lindas peônias rosas.

Parou em meio movimento de descer o último degrau. Não, não eram de Royce, ele só lhe mandava rosas vermelhas, nunca fora diferente. Avistou o buquê completamente rosa nas mãos de sua mãe, haveria um cartão?

Levou as flores até seu quarto, colocando-as em um vaso ao lado de sua cama, não havia mais espaço na penteadeira devido as rosas de seu noivo, das quais, aliás, precisava retirar as que estavam morrendo.

Concentrou-se na procura de rosas murchas, esquecendo-se por um momento do novo 'presente' até o perfume inconfudivel que esse exalava preencher o quarto e chegar em si.

Voltou-se no mesmo momento para as peônias, notando um cartão jogado ao chão.

"Soul"

Era o nome do perfume, seu pai trouxera um desse quando veio da França e ela havia sentido ontem a noite, só não lembrava extamente aonde...

Saiu do quarto novamente, antes que se prendesse demais a tal 'mistério', encontrou sua mãe preparando as panquecas para o café e o cheiro delicioso atigiu em cheio a menina que já sentia seu estômago reclamar de fome.

 

•••

Não saiu com as amigas aquela noite, nem na noite seguinte, quase nunca, alias, saia de seu quarto. Seu novo buquê rosa parecia nunca perder o encanto ou a cor maravilhosa que apresentara na primeira vez que a menina colocara seus olhos neste.

Agora, já sabia exatamente onde havia sentido aquele perfume que prendia tanto sua atenção. Quem mais poderia ser além do Cullen? Soube perfeitamente quando lembrou-se do tal colocando o terno em suas costas, aquela pequena aproximação fora suficiente para que o cheiro ficasse em seu vestido.

Não sabia ainda ao certo o que aquele misterioso 'menino' representava para ela, mas sabia bem que Royce não acharia nenhuma graça quando soubesse que sua noiva recebia flores de outro. Por enquanto, como sabia que este viajara a negócios, elas continuariam ali, ao lado de sua cama, a primeira coisa que via ao acordar e a última a durmir.

Sorriu com este pensamento, estava sendo boba, se encatando com um simples gesto de um desconhecido. Mas quem não se encantaria?

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N/A : Estou me especializando em capítulos curtos, haha, espero que gostem, logo vem mais um com algo significativo, ok?

Comentem sempre haha, beeijos.


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