Inocência escrita por juuh_lautner


Capítulo 2
Capítulo I (parte 1)


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo foi dividido em duas partes pelo fato de ter ficado gigante haha, se vocês gostarem a parte 2 vem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/37479/chapter/2

inocencia1.jpg picture by morgantizinha

  Capítulo 1 - Baile
"She's fire burning, on the dance floor
That little shawty's fire burning on the dance floor"

A brisa da tarde esvaindo-se, batia pela janela aberta, em seus longos cachos dourados, arrumados maravilhosamente e presos em um laço vermelho.

Olhou pela milésima vez seu reflexo no espelho, ajeitando o vestido também vermelho que lhe caia perfeitamente e realçava as curvas que invejavam em uma menina de 18 anos. Não que fosse tão menina, mas fora criada como uma até então.

Apertou o laço branco que transpassava sua cintura, nervosa. Adorava aparições em público, mas elas sempre a deixavam constrangida. Principalmente agora com o anúncio de seu noivado.

Noiva. Isso soava tão bem vindo dela. Sorriu, dando de costas ao espelho e indo colocar seus sapatos.

O quarto não era luxuoso, mas era tão sua cara que temia a imensa saudade que teria quando se mudasse. Tinha sua própria vista da cidade, a qual adorava, sua penteadeira envolta de rosas e um armário somente para suas bonecas de criança. Não queria mais que isso.

Vestiu os sapatos brancos, novos que sua mãe lhe dera para essa ocasião, e pôs-se a admirar o anel de brilhantes que brilhava em sua mão esquerda. Estava feita.

Era tão lindo, tão chamativo. Parecia ter sido feito especialmente para ela.

Levantou-se um pouco mais calma e caminhou para a janela a tempo de ver os últimos segundos do pôr-do-sol. Achava simplesmente magnífico a dança de cores que o céu se tornava nessas horas. Assim como no nascer do sol que adentrava seu quarto com os raios ainda alaranjados fazendo-a acordar.

Ainda acho que o sol do meio-dia combina mais com você. É dourado como seus cabelos” dizia Royce, o tal noivo. Era incrível como não conseguiam concordar em nada.

Ela, tão tímida, tão perfeitamente certa, criada tão mimada. Ele não.

Ele era basicamente dono da maior fortuna da cidade, vivia em festas, cercado de amigos de todos os tipos. Não que ela não o amasse por ser assim, mas a encantava rir com as diferenças tão evidentes nos dois.

Hoje era mais um dia desses em que ela ria, mas estava feliz. Era noite de baile na cidade e ela e Royce iriam anunciar – finalmente - o casamento.

Estava extasiada. Se pudesse daria pulinhos, mas sabia que os saltos não eram fortes o suficiente para aguentar. Sorriu mais com o próprio pensamento bobo e saiu da janela fechando-a logo em seguida, tomando coragem para descer à sala e encarar o mundo.

Passou mais uma vez em frente ao espelho, parando para se admirar, satisfeita com o resultado. Enrolou um dos cachos que descia pelo seu rosto entre os dedos, fazendo-o tomar uma forma ainda mais bonita se possível e caminhou para a porta. O sorriso no rosto falhando, o nervosismo costumeiro voltando a tomar conta.

Abriu a porta com as mãos trêmulas, os olhos cerrados. Não queria encarar seu noivo que a esperava no andar de baixo junto com sua família. Não queria encarar todos aqueles rostos sorridentes desejando os parabéns pelo noivado. Só queria um jantar a luz de velas em comemoração. Era simples.

Mesmo assim, abriu a porta, respirou fundo e foi em direção as escadas, contando mentalmente até 10 para ver se conseguia por fim de acalmar.

- Rosalie Lillian ! Você já está atrasada, então por favor, quer se apressar? - ouviu sua mãe gritando ao pé da escada.

Acelerou o passo, segurando o vestido, tomando cuidado para não tropeçar, ou cair com tamanho salto que usava e desceu as escadas pulando de dois em dois degraus, chegando a sala em menos do que esperava.

Arrumou-se, ao lado de sua mãe que ainda a encarava brava, colocando as mechas loiras no lugar e sorrindo para o noivo que a esperava na porta, segurando o chapéu entre as mãos.

- Boa noite Sr. Royce - cumprimentou como a filha educada que era, arrancando um sorriso de seus pais.

- Olá Rose, vermelho novamente? - respondeu o tal, com um tom irônico na voz, fazendo-a estremecer.

- E-eu posso trocar se preferir, eu, eu só... gosto de vermelho.

O quase desespero era percebível no tom de voz da menina. Mas quem era ele para opinar no que ela vestia? Estava bonita assim, e nunca havia repetido um vestido... só a cor.

- Não, não precisa, já estamos atrasados - completou King - Mas te presentearei com novas cores, certo querida?

Acenou triste, e aceitou o braço que lhe era estendido, saindo pela porta, para a noite quente de Nova Yorque. Não iriam de carro, seria besteira e perda de tempo.

Todo mundo sabe que nunca tem lugar para estacionar em nenhum baile de Nova Yorque. Mesmo que se quisesse, Royce conseguiria um em na porta do evento em um piscar de olhos, mas não. Ele gostava mesmo de passear pela rua exibindo seu mais novo e belo prêmio de cabelos cacheados.

Fez questão de que a menina deixasse o anel a mostra enquanto andavam, sorrindo para todos que os cumprimentavam e felicitavam pelo tão esperado casamento.

Não trocaram uma palavra pelo caminho, enquanto andavam lado a lado, com as ideias mais difusas possiveis. Qualquer um que não fosse bajulador ou empregado de King podia ver que o casamento - para ele - era só status. E pobre da menina que não sabia.

Tola não? Em acreditar que o bancário mais rico da cidade, talvez um dos mais ricos do país, fosse querer algo com ela em troca de amor e não de fachada. Mas sim, ela acreditava fielmente, assim como toda a família feliz por ela.

Talvez ele a amasse, como certamente dizia, não havia nada que pudesse contradizer tal afirmação. Mas Royce era do tipo de homem que se divertia com todas, então o fato de ter se apaixnado repentinamente pela menina, se tornava estranho aos olhos de quem olhasse atentamente.

Nada havia ele feito de modo que pudessem comprovar essa ideia contrária, mas quem é sensato sempre mantem um pé atrás.

Um quarteirão antes de chegarem a festa, Royce parou antes de atravessar a rua para se certificar de ninguém vinha a 'toda', como era costumeiro nas ruas daquele tempo e trombou com um jovem que vinha na direção contrária.

O tal, com os cabelos cobre dessarrumados, olhou com a maior expressão de dor que Rosalie já vira para ela, antes de murmurar um 'sinto muito' para o homem ao seu lado e voltar o seu caminho.

A tal expressão deixou a menina tão curiosa a ponto de só se tocar que havia chegado ao baile, quando já estava lá.

Entrou em silêncio, esboçando no rosto o melhor sorriso que tinha, ao adentrar as portas principais e anunciarem seu nome.

E mesmo assim, mesmo já estando lá dentro, cercada de pessoas e de perguntas, de elogios e mais felicitações, o rosto daquele homem não saia de sua mente.

Talvez fossem os olhos pretos foscos, quase sem vida, nos quais ela jurava ter visto um brilho esmeralda, ou a pele pálida, na qual o único traço de cor era o roxo que se ormava embaixo dos olhos, ou talvez, o fato de ela já ter ouvido a perfeita descrição de tal pessoa em casa. E para tal ter acontecido, o desconhecido deveria ser importante.

Tentou voltar sua atenção para as senhoras que a rodeavam, sorrindo e esticando a mão esquerda para que pudessem ver seu lindo anel de brilhantes mais uma vez. Estavam todos fascinados, e incrivelmente felizes pelo casal mais 'badalado' estar finalmente juntando os laços, pelo 'menino do banco', o qual muitas das senhoras ali presentes viram crescer, ter finalmente criado juízo.

Tanta atenção, vez a mente da menina se manter presa as pessoas a sua volta, assim como seu noivo, que ia e vinha ao seu lado, entre as 'passeadas' pelo salão.

Ele chegava, cumprimentava as pessas com qual a noiva conversava, lhe dava um beijo, ás vezes uma dança, e voltava a fazer seu social costumeiro entre os empresários presentes na festa.

No meio da festa, a menina sentou em uma mesa afastada do salão, retirando os saltos por baixo da mesa fazendo uma careta de alívio ao ver os pés livres daquele sofrimento.

- Não acostumada ao salto querida? - ouviu uma voz doce, que podia ser comparada a sinos lhe perguntar.

Ao que olhou para cima, uma mulher com aproximadamente seus trinta anos, lhe sorria bondosamente fazendo seus olhos dourados como ouro brilharem a luz do salão.

Sorriu de volta, meio constragida pela beleza exuberante da mulher a sua frente.

- Sim senhora - respondeu assentindo com a cabeça, notando a pele pálida que a moça também exibia, assim como o desconhecido que passara por ela na rua. Sem pensar, as palavras que assolavam sua mente saíram pela sua boca - Desculpe-me a curiosidade, mas o menino dos cabelos cobres é seu parente?

A moça riu, sentando-se a sua frente, também tirando os saltos por baixo da mesa.

 - Então você conhece Edward?

----------------------------------------------------------------

Notas da Autora : Aee, finalmente saiu !!
Peço desculpas pela demora, mas esse capítulo ficou gigante, vocês não podem reclamar.
Com várias reviews eu posto o resto ok?
Espero que gostem


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Inocência" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.