Inocência escrita por juuh_lautner


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Prólogo narrado pela Rosalie.



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Prólogo Inocência
Por Juliana Whitlock

Do you know What's worth fighting for,
When It's not worth dying for?

...

 

Vermelho. Diziam que era minha cor. E eu concordava sorrindo.

Vermelho continuava sendo a minha cor. Mas dessa vez, eu estava nela e não ela em mim.

Acho que nunca vi tanto sangue junto antes. Tanto desperdício. Eu tinha tanto a fazer.

 

Sorri com mais uma pontada de dor que meu corpo sentiu. Doía absurdos.

E aliás, tudo doía.

 

Meus pés pareciam gelo, minhas mãos não se dobravam, minha cabeça latejava. Todo o meu corpo clamava pelo socorro que minha boca não conseguia proferir.

 

Queria me enrolar mais. Entrar em minhas dores e desaparecer desse mundo injusto. Queria simplesmente deixar de existir naquele instante. Enrolada naquela posição humilhante no meio da rua coberta por neve. A neve vermelha, suja, manchada com a violência. Violência cometida por alguém que eu amava.

 

Se somente mais alguns instantes se passassem, eu sabia que meu pedido seria atendido. Mas eles não passavam e eu continuava ali, lúcida, chorando, sofrendo por ser burra.

 

Eu nunca pedi muito, eu queria um casamento bom, com um homem bom. Queria sentir em mim aquela felicidade que hoje senti, queria acordar com um rostinho pequeno como o que hoje vi, sorrindo para mim. Não era pedir muito. Não, não era.

 

Eu queria voltar a sorrir, vestida em vermelho, com minhas madeixas loiras caindo pelo peito. Eu queria a vida que foi concedida em seus simples desejos a minha amiga.

 

Mas não desse jeito, essa mentira que eu vivi nos últimos tempos. Esse amor inventado, esse casamento comprado. Cada sorriso agora me parecia tão falso. Cada promessa tão distante.

 

Meu corpo arqueou com mais uma pontada que senti em minhas costas, vamos lá, mais rápido! Podia sentir o sangue se espalhando pelo chão, o líquido quente batendo em meu corpo, saindo do mesmo. Ah, como doía. Por que não passava logo? O que eu havia feito para merecer tal maldição?

 

Meu rosto mal se mexia, devido aos machucados. Eu podia sentir meus olhos inchados, os arranhões sendo inundados por lágrimas salgadas.

 

Me dobrei mais, sentindo meu corpo tremer em espasmos causados pelo frio. Meu vestido estava longe, agora passando de trapos.

 

Meu ventre gritava, ardia como as lágrimas que corriam pelo meu rosto. Toda aquela inocência que eu cresci aprendendo a respeitar, imaculada, tirada de mim a força em meio a tapas.

 

Eu queria ser forte, ser forte o suficiente para me defender, para salvar o que eu tinha de bom. A minha inocência, o meu sorriso de criança.

 

Porque era o que eu era não? Uma criança, violentada e jogada a sarjeta.

 

Comecei a me sentir suja, em meio a tanta dor, tanto choro, eu infelizmente estava lúcida o suficiente pra repensar em toda a merda que eu me encontrava.

 

Eu amei meu noivo. Amei tanto, com todas as minhas forças. Cada momento, cada sorriso, cada rosa.

 

E fui tão burra em acreditar que ele me amava também. Ele amava minha beleza, o status que isso o dava.

 

Meu coração apertou, jorrando mais lágrimas de meus olhos. Eu era tão inocente, tão crédula, tão... burra!

 

Meus olhos foram ficando pesados, o pensamento difícil. A dor já era tanta que se fazia necessária. Eu sabia que estava viva porque sentia dor, e se eu sentia dor eu ainda estava viva. Sorri, na dificuldade de me manter acordada. Eu não queria me manter lúcida, então porque continuava tentando, continuava lutando?

 

Queria ter sido corajosa, ter sido simples em meus desejos, ter pensado por mim uma vez na vida. Eu queria ter sido rápida.

 

Meus dentes trincaram em uma mordida em meus lábios quando mais uma pontada veio de meu ventre. Cada tapa, cada soco que eu levei na tentativa de fugir. Cada xingamento que eu recebia em troca de meus berros. Acho que eu mereci.
Mereci pra aprender a ser mais inteligente, pra ter mais cuidado com meus atos, pra pensar mais no que fazer e não no que vestir.

 

Fechei os olhos, desejando a morte. Desejando, quase implorando para que ela viesse e me sorrisse com a mesma intensidade com a que eu sorria para ela.

 

Meu corpo se recusava a padecer, parecia até... que eu tinha um objetivo para me manter viva. Parecia que tinha algo me esperando.

 

Por favor, não! Nada valia mais a pena.

Sinto dó de minha família. Eles me amam tanto e eu vou decepcioná-los. Só espero que continuem melhor sem mim. Sem a filha linda e idiota que eles jogaram para a mão do primeiro rico que passou a porta.

 

Respirei fundo uma última vez, sentindo o ar gelado da noite perfurar meus pulmões, sofrendo com cada último segundo.

 

Me perdi em meio a sombra que se formou em minha mente, me deixando levar pela noite. Um sorriso apareceu em minha mente, um rosto pálido, com as íris esmeraldas se escurecendo.

 

Sorri para tal, que a noite nos levasse e nos deixasse lá, pra não voltar mais.

 

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n.a : Aeee eu surtei, me mata. Se o Emmet é da Alice, o Jasper da Bella, a Rosalie é bem devidamente do Edward, licença.
Esse prólogo, é narrado pela Rose mesmo que eu saiba que isso ficou meio óbvio e vocês são leitoras atentas que não precisavam desse meu aviso inútil mas a fic é em terceira pessoa o
Espero que gostem desse surto e que eu o faça direito.
Estejam a vontade para críticas, comentários e sugestões. De verdade.

 

 

PS: A betagem vem logo, não liguem para os erros ><

 


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