Life Streets escrita por Tothless


Capítulo 2
Olá Corona!


Notas iniciais do capítulo

Fiz uma playlist com 8 músicas que vocês podem ouvir enquanto leem o capitulo, espero que gostem!
http://8tracks.com/tothlessthedragon/life-streets-cap-1



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– Sai logo da frente, seu alce maldito! – Meu pai gritava da janela do caminhão para um carro menor na nossa frente. – Seus chifres estão atrapalhando sua visão, é? - Não o culpo, já que até eu estava com vontade de descer e ir dirigir para a criatura que não passava de 30 km numa rodovia de entrada. – Até a sua falecida avó dirigia melhor.

Se levarmos em conta que minha falecida avó era mais durona do que eu e Jack juntos, então não tenho nada a declarar sobre ela. É constrangedor.

Ainda não chegamos oficialmente em Corona, mas sentíamos a adrenalina da cidade grande por todo lugar em que passávamos. Ainda longe da cidade, Jack se pendurou pela janela e apontou em direção aos prédios gigantes que podíamos ver mesmo não estando dentro da cidade.

Aquilo era incrível, exatamente como víamos em filmes!

OutDoors coloridos cheios de propagandas chamativas estavam espalhados por todos os lados e enchiam os olhos de quem fosse novo na cidade. No caso, eu estava deslizando meus olhos de um lado para o outro sem saber para onde olhar primeiro.

– Jack Frost, saia da janela! Garoto doido, não tem medo de perder a cabeça? – Meu pai mandou e Jack obedeceu, mantendo os olhos nos prédios. Corona era enorme e dava para ver isso de longe, havia tantas coisas para se fazer que mentalmente Jack já planejava um tour pela cidade. E muito provavelmente me levaria junto. – Como vocês acham que vão sobreviver nessa loucura? Olha a confusão disso tudo. Até os pombos fazendo fila pra cagar nos carros, meu santo Odin!

– Relaxa Stoick! Cidade grande é cidade sem regras. – Ele me cutucou com o cotovelo, sorrindo para mim. – Soluço será um mafioso em breve, não é mesmo?

- O que? - Os olhos de meu pai se arregalaram em minha direção. 

– Claro. Ternos caros, vinhos e mulheres, o que mais eu posso querer? – Jack balançava a cabeça positivamente com os braços cruzados, concordando comigo em cada palavra. Meu pai olhou para mim, depois para Jack, para o transito congestionado e então bateu a cabeça no volante do caminhão, indignado.

Jack colocou de novo a cabeça para fora quando o transito começou a andar novamente, mesmo ouvindo meu pai gritando para ele não fazer isso. Riamos enquanto meu pai soltava mais uma de suas perolas e Jack engolia vento.

Vários minutos depois de um congestionamento monstruoso, chegamos finalmente em Corona e para todos os lugares que olhávamos, haviam pessoas falando no telefone e carregando pastas. Outras vendiam coisas e até haviam músicos tocando na calçada, perto de um semáforo.

Acho que ali era o centro, porque quando desviamos para uma rua mais estreita vimos as tão famosas casas emendadas uma nas outras por toda a rua. Eram de tijolos vermelhos e as janelas pintadas de branco, como as casas dos filmes sobre o Brooklyn.

Estacionamos na frente de uma dessas casas e meu pai desceu do caminhão, fazendo-o balançar quando bateu a porta. Jack pulou para o chão e fui logo atrás dele, olhando ao redor atentamente.

Nosso apartamento ficava na casa numero 2405, que parecia bem agradável vendo do lado de fora. Vi meu pai subindo as escadas brancas em frente à porta e apertar a campainha, nos chamando com um aceno da sua grande mão.

– Vocês vão se comportar enquanto eu falo a Senhora Elinor. - Ele disse baixo, apontando um dedo para mim e outro para Jack. - Não quero ouvir nenhum comentário idiota ou alguma gracinha, ela é uma senhora muito séria e cuida desse lugar muito bem, ouviram? – Balancei com a cabeça, colocando a mão nos bolsos do casaco verde que vestia. Jack apenas suspirou e cruzou os braços, olhando para o meu pai entediado.

Nós já havíamos ouvido essa mesma frase muitas vezes, mas nunca adiantava de nada meu pai falar. 18 anos e meu pai ainda achava que eramos crianças, ok.

A porta se abriu rapidamente e nos endireitamos automaticamente. Olhando para a pessoa na porta do jeito mais simpático que conseguíamos - o que não era nem um pouco simpático- e encaramos uma garota mais ou menos da minha idade, sorrindo para nós e segurando um telefone sem fio. Ela tinha grandes olhos verdes e usava um vestido azul claro que ia solto até o joelho.

Se fosse julga-la pela aparência, diria que a primeira palavra que me veio no momento foi "curiosa", já que os olhos dela passearam por todos nós em segundos e nos analisou em segundos. 

Ficamos em silêncio por algum tempo, esperando alguém começar um dialogo para nos apresentarmos. Até que então veio outra perola do meu pai.

– Senhora Elinor? – Meu pai disse um pouco sem jeito, olhando para a garota e eu tive que rir dele. Stoick era, realmente, o homem mais sem jeito do mundo inteiro! Obvio que ela não era a Senhora Elinor. Era muito jovem para ser chamar de Senhora. E de Elinor também.

Que nome estranho esse "Elinor", mas deixa isso pra lá.

– Ah! Não, não! – A garota falou um pouco apressada, abrindo mais a porta e dando passagem para nós entrarmos em uma sala um pouco apertada para todas as coisas que havia ali. – Meu nome é Rapunzel. – Ela disse apontando para si mesma. Um leve vento entrou pela porta e fez fios dourados balançarem, mostrando que chegavam até um pouco a cima dos joelhos e estavam presos em um rabo. – Elinor pediu para você aguardar um momento, ela já vem. Podem se sentar, vou pegar alguma coisa para beberem. – Rapunzel saiu apressada em direção ao que deveria ser a cozinha, balançando seus enormes cabelos.

Jack já havia sentado numa poltrona vermelha que havia por perto e pegado uma revista de moda que estava em cima de uma mesa no centro da sala. Meu pai se acomodou no sofá em frente à TV e eu suspirei, sentando na outra poltrona que fazia par com a de Jack.

Alguns minutos a mais se passaram e ouvi meu estomago roncar ao sentir um cheiro vindo da cozinha. Aparentemente beirava ao meio-dia e ninguém ali tinha comido alguma coisa na estrada. 

Me endireitei na poltrona e comecei a olhar em volta, tentando achar alguma coisa para me distrair até que Rapunzel chegasse com alguma coisa comestível. 

Olhava fotos penduradas na parede atrás da TV quandouma música alta começou a tocar do nada. Uma porta no andar de cima se abriu e todos nós olhamos para as escadas. Alguém vinha correndo pelos degraus e pulou o ultimo, parando em pé no chão com os braços abertos.

Uma cabeleira vermelha cor de fogo se espalhava em cachos por todos os lados quando a alegre pessoa deu um giro no mesmo lugar e parou novamente em uma pose ao final da música.

Ok, isso foi estranho. Isso foi realmente muito estranho. 

Ficamos olhando-a até a pessoa resolver sair da pose que havia feito. E então percebeu que estávamos ali, olhando em nossa direção.

Olhos azuis, cílios longos vermelhos; era uma garota também.

– Hã... – Ela olhou para nós e nós olhávamos para ela. – Olá? - Ela acenou devagar com uma mão e depois olhou para a cozinha.

– Olá. – Eu disse enquanto meu pai olhava para ela confuso e Jack que antes estava lendo a revista de cabeça pra baixo, tentando encontrar graça naquilo, olhava para ela com cara de deboche. Ele iria rir logo.

– Eu vou ali e... Hã... já volto. – Ela apontou em direção da mesma porta em que Rapunzel havia entrado. 

- Ok, vai lá. - Respondi um pouco confuso e ela correu para onde havia apontado. O que ninguém esperava era que Rapunzel estivesse saindo com uma bandeja na mesma hora em que a ruiva correu.

Fechei os olhos quando ouvi o barulho das duas se encontrando no caminho e derrubando a bandeja no chão. A risada de Jack veio de brinde quando finalmente abri os olhos e vi a cena. OUCH!

Rapunzel estava caída no chão com a bandeja contra o rosto e a ruiva havia escorregado no suco que estava caiu dos copos na bandeja. Ou seja, saiu em cima de Rapunzel. Ou melhor, em cima dos peitos de Rapunzel.

– Bela pose meninas, adorei. – Jack não conseguia simplesmente controlar a própria língua enquanto as garotas recobravam a consciência pós-tombo. Fechei a boca antes que risse da cena e meu pai cobriu o próprio rosto.

Acho que, por algum motivo, havia gostado da casa vermelha numero 2405. Ou, pelo menos, senti que os dias ali seriam mais agitados do que em Berk. 

A ruiva gemeu alto colocando a mão na testa e Rapunzel apenas continuou na mesma posição, tentando raciocinar. Até que surgiu uma terceira pessoa em cena, abrindo a porta depois de ouvir o barulho.

Uma mulher adulta, de longos cabelos castanhos presos em um coque surgiu pela porta da frente.

– Mas o que esta acontecendo aqui? - Acho que aquela sim era a Senhora Elinor.


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Notas finais do capítulo

Obrigada à ifAladdin & Nelly Pinheiro por comentárem o prólogo, isso me deixou muito feliz e motivada a escrever esse capitulo!
Me desculpem os erros e qualquer outra coisa, por favor.

Espero que gostem e deixem um comentário, por favor! ♥