Desejo & Compreensão - HIATUS escrita por Elizabeth Darcy


Capítulo 7
Capítulo Seis


Notas iniciais do capítulo

Finalmente o verdadeiro ponta pé inicial da história começa aqui. Boa leitura!



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"O encanto da novidade e os velhos hábitos, por mais que uma coisa se oponha à outra, impede-nos igualmente de ver os defeitos dos nossos amigos."

François La Rochefoucauld

Ao longe se erguia um largo prédio com paredes claras bem iluminas pelo sol do fim da tarde, era na parte mais alta da campina, na frente se estendia uma estrada de ladrilhos franceses ladeada por arbustos bem recortados. Era a pura cena do requinte inglês.

A sofisticação parecia se esconder no minimalismo que rodeava a grande casa principal, ao fundo se via uma paróquia nos mesmos detalhes e muito no fundo o que deveria ser um estábulo. As cores suaves pareciam tornar aquilo atemporal por um primeiro momento. Mas logo davam cansaço a vista que procurava qualquer cor que se destacasse da brancura e do esverdeado que circundava o local, não haviam flores ou objetos para decorar a entrada.

Quando finalmente a carruagem parou perante as duas portas, Digory já tinha tocado a campainha e esperava um tanto ansioso que algum empregado aparecesse. Talvez ele tenha vindo dos fundos da casa, porque sua face não escondia que tinha corrido para alcançar a porta o mais pronto possível para um corpo semirroliço.

"Quem gostaria de ser anunciado a minha senhora?"

"Somos os Hills, sobrinhos de Lady Anna Burghersh." Digory proclamou e pareceu assustar o serviçal.

"Me acompanhem até a sala enquanto consulto Lady Burghersh."

Eles passaram por um corredor repleto de quadros e vasos, cada um parecia custa mais que o outro e mesmo sendo uma visão um tanto poluída, tinha o requinte de uma mulher que ostentava sua fortuna. Foram abandonado em um sala mais vulgar ainda, o aspecto das peças denunciava que muitas eram novas, talvez acrescentadas pela Lady depois do falecimento do marido. Ninguém ousou comentar sobre o lugar qualquer outro tema, o silêncio se tornara palpável entre eles.

"Onde eles estão, Ruddolf?" Perguntou uma senhora que colocava óculos meia lua e procurava em volta de si. Sua estatura era baixa, o cabelo arrumado para fazer volume era da mesma cor que os do irmão e dava a ela mais cinco centímetros de altura. Um nariz fino, olhos cansados mas de um castanho profundo e uma boca que formava naturalmente uma expressão de desgosto compunham seu rosto. "Oh!" disse ela após o criado apontar deliberadamente para nós "perdoe-me, a idade fez muito mal ao meus olhos" ela então se aproximou de Digory que estava mais próximo "Você deve ser..."

"Digory, Lady Burghersh."

"Sim, tem o nome do seu bisavô, que cabelos bonitos, não vieram de eu pai com certeza, mas os olhos sim, você realmente e um homem muito bonito."

"Obrigada, senhora." ele acompanhou o olhar dela, que já estava observando a próxima figura, "essa é minha esposa, Rose." e essa fez-lhe uma reverência com a cabeça.

"Um homem tão jovem e já é casado, espero que esteja cuidando bem do meu sobrinho" a Lady deu uma gargalhada estranha e um pouco extravagante, "vejo que escolheu bem, Digory, seu pai deve tê-la aprovado em todos os quesitos" disse analisando-a dos pés a cabeça por trás dos pequenos óculos.

"Essas são Clarisse e Alice, minhas irmãs." Proferiu ele gesticulando para as meninas que se curvaram para a pequena figura, para esconder a careta que Rose produzia pelas daquela figura baixa.

"Ótimas figuras, muito bonitas de fato, temo que se nenhuma tem um noivo devo resolve-lo nessa visita."

"Não o temos, Lady Burghersh, papai nos considera muito novas para tal." respondeu Clarisse, Alice simplesmente concordou com a cabeça, não achava oportuna essa intromissão da nova tia.

"Quantos anos tem as belas jovens?" Pareceu algo engraçado quando aquela figura pareceu lê-las de alto a baixo não arriscar uma estimativa de idades.

"Tenho dezessete, senhora." Respondeu Alice em um ato de coragem. "E minha irmã é só um ano graciosamente mais velha que eu. " Clarisse pode sentir o claro elogio, mas não pode agradecer da forma correta, se limitando a mão da irmã e apertá-la em um reconhecimento e agradecimento silencioso,  que a irmã nunca perdesse aquela coragem que florescia vagarosamente em sua mente, uma liberdade de espírito. 

"Mas já deveriam estar casadas,  realmente ficarei feliz de arranjar bons maridos se seus pais ainda não fizeram. E essa seria?" enunciou ela virando-se a Tânia.

"Esta é Tânia, filha de Richard e Vitória, infelizmente eles faleceram e nosso querido pai, o senhor Hill agregou-a a família como devia ser feito."

"Realmente, é uma bela menina também, tens os mesmos olhos de seu pai, mas não reconheço este nariz, suponho que seja de sua mãe, nunca a conheci, coitada."

"Sim, penso que é muito parecido com o dela."

"Ainda está solteira também,  mas não deve ter atingido os vinte anos, certo? "

"Ainda me faltam alguns meses." Respondeu a questionada, ela parecia se regozijar por tal condição, algo que as primas não compreendiam.

"Todos devem ter fome após tamanha viagem, foi com certeza imprudente, poderia ter causado moléstia em qualquer uma das moças uma viagem tão longa. Ruddolf mande servir o jantar!"

"Sim, mi lady."

E assim o jantar foi servido sem mais muitas conversações, aparentemente a anfitriã não gostou do posicionamento do grupo na mesa e a partir da manhã isso teria que ser alterado, para que sua vista não fosse mais vitimada. Se pelo dinheiro não podia ser considerada uma estranha, devia ao menos ser considerada exótica, as irmãs apenas esperavam que isso não fosse algo constante em toda a população de Londres, ou seria uma temporada sem expectativas.

Em meio ao jantar a Lady, por educação, perguntou sobre o Sr. Hill e desgostou dos motivos para sua ausência.

“Deve em sua próxima carta a ele, Digory, dizer que é ideal que pratique a economia, todos os menos abastados o devem fazer, e se seguir meu conselho para que algo tão inconveniente não se repita.” E a única resposta que teve foi o silêncio contra aquela afronta.

Os aposentos das três irmãs eram próximos, possibilitando que após os preparativos para dormir elas conversassem um pouco.

"Lady Burghersh é uma pessoa amável, não?" Começou Clarisse e logo ela e Alice riam juntas.

"Claro, é uma pessoa que após duas décadas de ausência e sem qualquer conhecimento sobre nossa real situação aconselha que um homem sem quase nenhuma riqueza, como se esse fosse nosso pai, a economizar! Ela não tem o mínimo senso de decoro!" Essas palavras vindas da pessoa do grupo que mais era complacente com os demais, denunciava que nem mesmo Alice encontrara alguma boa característica para suavizar a crítica.

"Achei-a muito sozinha, mas não falarei mal dela" começo Tânia "é uma mulher afortunada, deve estar deslocada a conhecer parentes próximos já tão crescidos, devemos tela dado conta da própria idade." Por um momento todas ficaram caladas, não eram as palavras que esperavam de Tânia, e por fim Alice suavizou sua ideia sobre a nova tia, enquanto Clarisse continuava irredutível e determinada a não apreciar as maneiras dela.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Algum comentário, se preparem porque o baile já está a vista, e quem não ama bailes, além da Mary de Orgulho e Preconceito, claro???



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