Desejo & Compreensão - HIATUS escrita por Elizabeth Darcy


Capítulo 2
Capítulo Um


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura, espero que gostem!



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PARTE 1 - DESEJO

"A amizade duplica as alegrias e divide as tristezas."

Francis Bacon

A senhorita Clarisse Hill, filha do meio do senhor e senhora Hill, pouco conhecia o mundo até seus dezenove anos. Viveu todo esse tempo no vilarejo no sul da Inglaterra, não fazia visitas aos tios, os mais queridos haviam morrido quando ainda era muito pequena e abandonaram órfã a prima Tânia, que por benevolência de logo se tornaria mais uma irmã para ela.

Mesmo muito ligada a prima e a irmã mais nova, Claire tinha uma inclinação pela liberdade, fornecida pelo irmão mais velho que a acompanhava e incentivava a cavalgar e caminhar pelos campos e bosques próximos da propriedade, também acompanhava e até mesmo a convidava a participar de alguns jogos de cricket que envolviam os meninos das propriedades vizinhas.

Apesar dessa liberdade, ela permanecia parte de seus dias lendo, não lhe era mortificante se sentar na biblioteca ou na sala de desenho e ler mesmo vendo os meninos correndo pelo gramado, a mente dela ansiava por histórias. A mãe nunca negligente com a educação de nenhum dos filhos, lhes ensinou arte, matemática, línguas modernas e música. Costumava sempre que o pai necessitasse ir a uma cidade maior lhe passar uma lista de livros, e em poucos anos já era perceptível o aumento do volume nas estantes.

Talvez tenha sido essa personalidade abrangente, que a manteve sã quando Digory mudou se para uma propriedade, que era sua de direito por herança dos avós, isso foi pouco antes de seu casamento com Rose que o levaria embora permanentemente. Eles formavam um casal amável, sempre incentivaram as visitas, mas 35 milhas não poderiam ser percorridas todos os dias pelas irmãs. Sem Digory, Clarisse não assistia ou participava dos jogos, porém, em prol de evitar a reclusão quase que completa, dedicava se a caminhadas mais curtas em trilhas no bosque assim como cavalgava na área em que podia avistar a casa.

Em oposição, ela sentiu necessidade e estreitara os laços com as irmãs, desenhava com Alice e bordava com Tânia, assumindo as expectativas maternas, dedicou se a ser uma boa esposa e dona de um lar, começando por comandar os empregados e a organizar os jantares sociais. No fim, seu tempo para a leitura e caminhadas havia encurtado, mas ela de forma alguma deixava de fazê-lo.

Socialmente a família não era mal relacionada, os círculos de amizades contavam com os Adams, Williams, Campbells e Palmers com qual a família jantava nos invernos e os Graces, Taylors, Thompsons, Richards e Fosters no verão, a mãe em seus compromissos pessoais sempre levava as filhas para suas visitas as outras casas. Nesta mesma manhã no quarto de vestir, as meninas com ajuda de uma criada prendiam os cabelos e colocavam os vestidos para outra visita a família Foster.

“Se minha tia nos levar mais uma vez esta semana a casa dos Fosters fazei as malas para passar toda a temporada!” proferiu Tânia em tom de deboche, acompanhada por Clarisse deram risadas talvez mais que fosse considerado educado.

“Não se preocupe, penso que se mamãe voltar lá não a deixarão entrar para o bem da noiva!” continuou Clarisse, ela sabia da candura da mãe que a tornava um pouco tola e vulgar, era uma boa mulher com seus defeitos.

“Como são maldosas!” Exclamou Alice, contabilizando as ofensas aos Fosters, mas não a mãe. “Emmily esta tão agitada com o casamento, ela deve se decidir logo qual musselina comprar para o vestido de noiva, não se decide entre a verde, a azul e a pérola...”

.”É claro que deveria optar pela creme perolado!” Falou Tânia em uma rápida intromissão, contou com apoio de uma afirmativa feita por Claire enquanto Alice a olhava ofendida, mas pareceu inclinada a continuar.

“...Lucy coitada, anda tão apreensiva por causa dos preparativos e logo depois desanimada por perder a irmã!”. Alice fez uma leve e digna pausa “ela é muito agradecida as nossas visitas, me contou que quando Maria Adams foi lhe fazer companhia pouco falou sem criticar o fato da noiva não ter um enfeite de plumas ou pérolas, como se isso a interessasse e não o fato de sua irmã mais nova estar deixando a casa antes dela!”

As senhoritas se silenciaram. Não queriam, Clarisse e Tânia ofender a mais nova, mas o tinham feito e sobrou para a primeira se desculpar em nome das duas, elas tinham consciência em como se diferenciavam os costumes dos Fosters em relação ao casamento. Clarisse nunca precisou se preocupar em ser mal vista na sociedade, ela sabia que se casaria, ou se não condenaria ela e Alice a uma vida sozinhas. Era o costume da casa, nenhuma moça, poderia se casar antes que as irmãs mais velhas o fizessem, somente Tânia era livre dessa medida, mesmo tendo sido integrada a família, não substituíra o nome de família, Thorpe.

Tânia saiu logo que possível e Claire se adiantou segurando as duas mãos da irmã “Desculpe nos pelos comentários, mas essas visitas não tem tão boa motivação, sua amizade com Lucy e muito mais sincera e natural, espero que não tenho ficado muito chateada” Alice para terminar simplesmente a olhou em seus olhos e apertou de leve as mãos. Tudo já estava esquecido.

Quando chegaram a pitoresca casa dos Fosters, logo as quatro mulheres foram recepcionadas pela criada e as três patroas empolgadas com a visita.

“Oh! Sra. Hill que bom que chegou, preciso muito de sua opinião sobre os xales da srta. Emmily Foster! Entre, entre”. Nenhuma palavra a mais foi proferia pelas outras senhoritas ate que acompanhadas por Lucy, chegassem ao canto oposto da sala.

“Tem notícias das Srta. Fairfax? A tempos não recebo nem uma missiva” começou Tânia com o esgotamento das raras novidades do campo.

“Você quer dizer Sra. Philips, Deborah se casou no mês passado.” Explicou a Srta. Foster com naturalidade, as irmãs se entreolharam surpresas.

“Como não fomos informadas de tamanha noticia?!?” Exclamou Clarisse primeiro, elas aproximaram mais as cadeiras em busca das novidade.

“O casamento ocorreu no presbitério em Sussex que fica na propriedade do Sr. Philips, entende? E desde a mudança nossa pobre amiga não tem tempo para nos escrever nem missivas, são tantos bailes e festas que devem deixá-la exausta!” Elas deram risadinhas, quem não invejaria a nova vida de Deborah?

O assunto se estendeu até que no fim da visita elas falaram sobre as novas modas de Londres que chegavam ultrapassadas ao campo e previam as das presentes estações. Se despediram com simpatia, mas sem qualquer promessa de um regresso nas próximas semanas, para o fim da preocupação de Tânia.

“Não terá que fazer suas malas nesta temporada” sussurrou Alice, divertida, no entanto, dotada de repressão.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?



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