"Apenas nos deveria surpreender o ainda podermos ser surpreendidos."

François La Rochefoucauld

Ao entrarem pela porta frontal que estava escancarada as duas irmãs perceberam que se tratava de um enorme quadro que estava sendo posto na parede, nenhuma delas compreendeu de onde saíra tao artefato e porque estava sendo exposto agora. A dúvida vinha do senhor pintado no quadro, era jovem e alto, tinha um porte elevado e ostentava roupas dignas da nobreza, mas não condizia com nenhum parente que elas conhecem, ou qualquer outra pessoa.

"Quem está no quadro?" Perguntou Alice a criada que veio recebê-las.

"É Sir Burghersh quando jovem." Respondeu cordialmente a empregada..

"Me pergunto porque este quadro tão bem pintado e bonito não é exposto." Verbalizou Clarisse.

"Na verdade ele pertencia a esta sala, quando Sir Burghersh se casou com Lady Burghersh ela mandou que ele fosse levado a ala leste, um lugar muito escuro para tão brilhante quadro na minha opinião" ela nos olhou para ver se permitíamos tão intromissão no meio das informação e a questionadora simplesmente sorriu em resposta. "Quando Lady Burghersh voltou do exterior ela pediu para que cobrissem o quadro e só fosse exposto quando houvesse alguma reunião, ela parece detestar esse quadro e sinceramente o falecido senhor também." Murmurou abaixando a voz.

"Não, ela deve ter mandado cobrir o quadro por luto." Intercedeu Alice pelo bem dos ausentes como sempre.

"Obrigada, Anastásia, não?" Cortou Clarisse.

"Sim, senhorita."

"Muito obrigada pelas informações, é uma boa moça, te desejamos sorte." Elas fizeram uma pequena reverencia e saíram.

"Porque..." Começo Alice.

"Como poderemos descobrir mais coisas sobre a casa se você discordar das opiniões dos informantes! Provavelmente a deixou insegura sobre contar mais alguma coisa a você."

"Mas porque tudo isso?"

"Entrei uma vez na ala Leste, eu encontrei este quadro coberto e fiquei deveras curiosa, Ruddolf me parou e disse que era proibido que qualquer um fosse aquela ala e agora quero muito saber o que se encontram naquelas sala." Respondeu ela sorrindo de desejo de bisbilhotar.

"Acredito que não seja prudente ir lá, se é proibido deve haver um motivo sério."

"Falamos de uma ordem de Lady Burghersh, isso não pode ser considerado uma certeza absoluta."

"Deve haver, eu suponho, mas não penso em nada especial, gostaria de saber somente o que há mas salas no geral. Segundo Ruddolf a biblioteca não deve ter mais um livro, então deve haver outra coisa, nem que um sofá antigo."

Burghersh também era outra pronta para absorver e criticar qualquer opinião diferente da própria, parecia só ter olhos para Tânia, ver nela a possibilidade de torná-la senhora de uma riqueza enorme e de um marido recoberto de um status luminescente, já as demais parecia ter perdido qualquer interesse, não faziam seus gostos e pouco a elogiavam como a prima fizera para conseguir tao posição. Após a refeição Clarisse resolver não evitar Rose, ela a tinha evitado por todo o dia anterior por medo do que ela poderia falar sobre a leve inclinação que ela via de Clarisse para com o sr. Manson, mas com elogio tão positivo de Digory ao caráter do homem, ela só precisou de do resto do dia para extinguir qualquer objeção ou escrúpulo sobre falar com Rose.

"Entre, Clarisse" respondeu Rose depois de atender ás batidas na porta, a menina obedeceu e se sentou na cadeira de frente a cama onde Rose veio a se sentar. "Tão bom que veio, Digory foi visitar um amigo que encontrou por acaso nas notícias do jornal, talvez você o conheça... Não consigo me lembrar o nome, mas pergunte ao seu irmão quando ele chegar, ele quis convidá-la, mas fiquei receosa. Não estou muito disposta hoje e conclui então que não sabemos o que este homem se tornou e levar uma moça jovem e solteira poderia ser desagradável principalmente a você."

"Sim, obrigada por toda a preocupação, perguntarei mais a Digory depois. Acredito que não sei porque vim, além de gostar sua presença, mas tenho certeza que não tinha o intuito de falar disto."

"Muito obrigada, gosto muito da sua presença, mas a de Tânia vem me dando arrepios!"

"Não é só a você que preocupa essa mudança tremenda de Tânia, Alice e eu ficamos preocupadas, mas não conseguimos justificar de forma alguma o que ela vem nos fazendo."

"Fazendo? Conta-me tudo!" e assim Claire explicou o acidente matutino, e suas últimas ações.

"Claire" começo Rose após um breve silêncio de compreensão "acredito que Tânia esteja aflorando seu verdadeiro caráter e isso é mal, ela talvez sempre tenha tido essa inclinação mas agora ela tem objetivos e acho que os dela são encontrar um marido quanto o sr.Manson." Clarisse corou com o último nome.

"Percebo isso, mas ela parece querer exatamente ele, sei que tem status e dinheiro, mas é claro que não havia só ele nessa posição presente na festa." Murmurou ela olhando para suas mãos.

"Deveras não, isso é um mistério para o qual só consigo pensar em uma solução." Falou pensativa a irmã.

"Qual?" Foi a pergunta ansiosa feita em resposta.

"Amor, sabemos que Tânia não é uma pessoa má, mas acredito que devemos classificá-la como obstinada, obstinada ater tudo o que deseja e sei que ela não pode querer-lhe tanto mal, porque querida está no seu rosto que é afeiçoado pelo sr. Manson e pouco faz em negar, e sei que Tânia não poderia pensar em ameaçá-la e ser tão descortês se não fosse porque ela também o ama."

"O que irei fazer? Não quero desistir dos sentimentos crescentes que tenho por ele..."

"E não vai, não se deixe abalar pelas maldades da sua prima, ela está cega pelo ciúme e luxúria, continue a seguir seus sentimentos, pois o destino irá se assegurar do resto."

"Obrigada, Rose." Murmurou ela ao pé do ouvido da irmã enquanto se abraçavam.