Crônicas Do Olimpo - A Ladra De Raios escrita por Laís Bohrer


Capítulo 3
Sentimentos despertados


Notas iniciais do capítulo

Volteei com mais um capítulo obrigadinha para a
laissankari2 do Nyah! e mais uma vez a Gabbes



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Achou mesmo que poderia nos enganar?...

...

Demoníaca, essa era a palavra certa para descrevê-la, mas havia alguma coisa errada naquilo tudo e com certeza vocês sabem o que é tipo, eu nunca vi madame Prince tão furiosa como se eu tivesse dado um soco na sua cara e esta fosse sua vingança. (Se eu der soco nela...).

– Senhora?... – confusa eu disse, ela não mudou de expressão, eu estava mesmo confusa tipo, o lugar onde ficávamos de castigo era uma sala com quatro paredes cinzentas nos cercando, sem comida, apenas um copo de água a cada três horas... Ou quatro, eu não sou muito boa com esse negocio de horas o.k.? (Um soquinho só... deixa).

– Confesse... E sentira menos dor. – isso doeu como uma pancada na minha cabeça, aquela frase tão familiar e ao mesmo tempo tão desconhecida, como se eu me esforçasse para lembrar algo que não aconteceu.

– Desculpe, eu não... – comecei.

– Seu tempo acabou. – então uma coisa muito estranha aconteceu, pessoas com mascaras pretas surgiram de trás da Madame Prince, e então Bon Jovi surgiu em cima deles cantando “livin on a prayer” e começaram a dançar feito retardados... (Percy: Não foi isso que aconteceu...) (Megan: Shh! A história não é sua!) Certo, essa parte é mentira, risquem, bom...

Os olhos da madame Prince ficaram completamente negros, brilhando como carvão em brasa, a pele dela ficou escurecida, garras de gárgula surgiram em suas mãos e pés, duas asas de morcego enormes surgiram em suas costas, ela não era madame Prince, a velha rabugenta com olhos afiados, ela era uma bruxa demoníaca. (Eu não disse que vocês iam gostar dela?)

– Wow! – gritei quando ela voou para cima de mim com suas garras afiadas, zunindo, de raspão na minha orelha, eu caio no chão e a bruxa se pendura em uma estante de livros, minhas mãos estavam tremulas de medo, meu coração estava prestes a sair pela boca.

– Morra, meio-sangue. – disse ela com a voz arrastada e maligna.

– Megan! – era Silena na porta.

– Silena! Corra! – consegui achar minha voz, ouvi um barulho metálico, a bruxa havia jogado a estante em cima de mim, eu estava paralisada, minhas pernas não se moviam, e a coisa vinha em minha direção, Silena me puxou para longe antes que eu virasse panqueca de Megan.

– Você esta bem? – perguntou ela seguindo por um grito, a pergunta foi estúpida se eu por acaso conseguisse falar eu diria “Prestes a morrer, mas bem.” Então ela gritou e eu a vi presa na parede pela bruxa Prince.

Eu me levantei, ouvi um som irritante, parecia madeira raspando com um xilofone desafinado, eu nunca vi um xilofone e nem sei o que é isso, mas parecia um... Entendem? Virei-me e vi que o som era o de uma flauta, a voz arrastada da “bruxa Prince”, Hansel Phelps tocava a flauta irritando a mim e a monstrenga.

– Megan! Segura! – gritou ele me jogando um cilindro, meus instintos adormecidos tomaram conta de minha mente então me joguei no ar para pegar o cilindro, Prince estava voando na minha direção.

Uma Caneta, quer dizer o que ele queria que eu fizesse com aquilo? Escrevesse na Prince? E a Corretiva? Ele sabe que eu sou dislexa não é? Mas, isso importava agora?... Ah... Você tem certeza disso? Bom, eu não.

Eu me abaixei no instante em que a bruxa veio para cima de mim e sua garra me fez um belo corte no punho, a caneta saltou para longe e de repente na minha mão estava ela, uma espada cruelmente afiada do que me parecia bronze, ela tinha um fraco brilho cintilante, era linda, parecia meio pesada ao olhar, porém em minhas mãos estava leve como uma pena, eu não tive tempo para admirar mais a arma letal em minhas mãos, Prince estava vindo novamente em minha direção.

Não tive voz para gritar, minhas mãos, tremulas ameaçavam a espada a cair, minhas pernas bambas me levariam junto com ela até Silena gritar.

– Use-a!

Quer dizer, eu tinha três opções, Plano “A” era entrar em pânico e sair correndo, Plano “B” usar a espada de qualquer jeito que enterrasse na Prince e o Plano “C” era morrer... Isso não é um plano, mas é uma opção...

– Use-a! – gritou Silena de novo.

Um trovão clareou o local através do vidro da janela que explodiu em pedacinhos, a coisa já estava em cima de mim, eu ergui a espada e fiz um corte no ar atingindo a monstrenga da asa até o peito, até a outra asa e então... Ela virou pó diante dos meus olhos.

O Pó se dissolveu no ar, foi estranho, eu não sabia dizer o que era real, deixei a espada cair e fui esmagada por Silena em um abraço de urso.

– Você conseguiu, conseguiu! – ela pulou animada com um sorriso, mas eu olhava para Hansel na porta.

Encaramos-nos por um tempo até eu resolver falar a primeira coisa que me veio à cabeça.

– Onde estão suas calças? – perguntei confusa.

– Ah... – ele olhou envergonhado para as próprias pernas, o mais estranho? Suas pernas eram... Bem... Eu não sei.

– Você tem... Rabo? – perguntei e ele corou mais ainda. – Hansel... Você é metade jegue!

– Bérrrr. – ele... Berrou? – Alguns sátiros poderiam pisotea-la por isso.

Aquilo era muito para mim, Sátiro... Eu não sei nem a tabuada de três sem contar no dedo, eu vou saber o que é sátiro?

– Eu... Espera o que era aquilo? O que é sátiro? O que... Silena, você esta bem? – perguntei para ela, que agia como se não tivesse nada de anormal naquilo, mas estava se recuperando do pânico que acabara de ter.

– Acho que podemos deixar isso para mais tarde, temos que sair daqui a essa hora eles já devem saber onde esta você. – disse Hansel.

– Eles? Eles quem exatamente? – perguntei.

– Você terá suas dúvidas respondidas logo, mas não aqui, por favor... – disse Hansel já perdendo a paciência.

– Megan... – chamou Silena. – Confie em mim, temos que sair daqui. – disse ela.

– Mas... Onde vamos? – perguntei enquanto ela me puxava na direção do corredor, Hansel e suas pernas de Jegue estavam bem à frente. (Por isso que ele andava daquele jeito estranho?)

Silena sorriu.

– Para casa. – eu resolvi não discutir.

Hansel nos guiou até o outro lado da rua onde estava estacionado um Land Hover prateado, Silena foi para o banco de trás e me puxou junto enquanto Hansel que parecia ter a minha idade sentava-se no banco dianteiro do motorista.

– Esse carro não é seu é? – perguntei.

– Ah... Não, é de um amigo. – disse ele colocando a chave no lugar.

– Você ao menos sabe dirigir? – perguntei enquanto ele pisava fundo fui jogada para trás, Nova York virava um borrão.

– Escuta Megan, vai ficar tudo bem... – disse ele e eu ergui as sobrancelhas. – Eu acho... Pelo menos...

Eu não ouvi nada do que ele dizia, eu estava em outro lugar, o ar parecia escapar de mim, minha cabeça encostou-se ao frio vidro da janela escurecida e eu apaguei ali mesmo em um Land Hover com um estranho garoto metade jegue, e uma garota com cabelos cor de morango.


Havia uma garotinha de olhos verdes, os lábios rosados e a pele como de porcelana, usava um vestidinho azul e apertava uma boneca de pano com olhos de botões azul escuro, quase preto, ela olhava distraidamente para a janela, uma chuva caia lá fora atrás dela estava um garoto que parecia ter quinze anos, olhos verdes, eles eram idênticos.

Quando você vai voltar? – perguntou a garotinha. – Onde esta a minha mãe?

O Garoto olhou para ela com uma cara de “o que eu vou dizer?” como se escondesse uma verdade que não poderia falar por mais que quisesse.


Eu volto logo. – disse ele dando as costas, a garotinha pálida encostou a cabeça no vidro e uma lagrima escapou de seus olhos. – Eu vou sempre estar aqui, eu prometo...

Então a cena mudou agora eu me via na ponta de um precipício a primeira impressão era que eu iria pular então uma voz rouca e arrastada soou atrás de mim.

– Morra heroínazinha... – disse a voz e eu soube que era madame Prince.

Abaixo de mim havia uma guerra, monstros de todos os tipos que você possa imaginar contra adolescentes de camisetas laranja, eles iam morrer, eu iria morrer... Então uma garra agarrou o meu ombro e soltou então perdi o equilíbrio... Eu cai.


Você esta bem?

A Voz era Silena, eu vi que o carro estava caído de lado, uma tempestade caia forte do lado de fora do Land Hover, trovões e raios, o céu contra o mar, Hansel estava desmaiado no banco dianteiro com a testa sangrando.

– Hansel! – exclamei me inclinando para frente, mas a situação estava difícil. – Oh não, não, não! Você não pode morrer agora menino jegue, tá me devendo muita coisa e eu não quero que morra.

Eu o sacudia.

– Megan... – Silena cutucou o meu ombro, mas eu continuava a tentar reanimar Hansel.

– Hansel... Hansel! – chamava.

– Uh... – ele gemeu, mas continuava inconsciente, ele sorriu debilmente. - ... As rodas do ônibus rodam, rodam...

– Megan! – chamava Silena.

– Que é? – perguntei impaciente. – Silena, Ai!, me ajude aqui...

– Rodam, rodam, pelo olimpo... – cantava Hansel enquanto eu tentava tira-lo de lá.

– Temos que sair daqui Megan, ele quer você. – disse a ruiva.

Eu soltei Hansel.

– Comida! – gruniu ele.

Mas eu olhava para Silena.

– Ele quem? – perguntei já nervosa por tanto segredo.

– Não importa você vai, ele não vai ligar para Hansel. – disse ela.

– Eu poderia ajudar mais se você me dizer quem é esse tal “Ele”, eu não sei se você entende Silena isso pode parecer normal para você, mas para mim, esta tudo de cabeça para baixo e não estou falando do carro! – exclamei, já estava cansada dessa coisa de “Você deve” e “Você tem que” ou “Você vai”.

Silena me deu a impressão de que iria chorar então desviei o olhar.

– Me ajude com Hansel. – e ela o fez sem discutir.

Com muita dificuldade e dando vários pisões na cara uma da outra (Não queiram sabe o gosto de pé de sátiro... nada legal) conseguimos sair do Land Hover, Hansel pendurado no ombro de Silena e no meu, meu cabelo e o de Silena logo ficaram encharcados, viramos e eu ouvi um barulho de uma explosão, o Land Hover... Oops.

Mas não importava... (Segundo Hansel o carro era de um amigo o que significava que era alugado!) Silena indicou um pinheiro que havia logo ali, porém estava muito longe, eu podia sentir o cheiro fortemente familiar do mar.

– O que esta atrás da gente? – perguntei.

Silena tomou fôlego, dava para ver que estava nervosa.

– O Filho de Pasifae. – disse ela. – Mino... Eu não posso falar.

– Tudo bem então, mas se você... – eu me interrompi, a coisa estava logo atrás de nós, saindo do sereno frio da noite, das lagrimas do céu.

Tudo ficou branco, eu ouvia apenas Hansel cantando “Brilha, Brilha estrelinha” logo atrás de mim e Silena me chamando, e ao mesmo tempo eu via o garoto de olhos verdes olhando diretamente para aquela criatura, uma garotinha gritando-o... Mas sua voz era um zumbido, mas eu sabia que ela chamava o nome dele...

– Não! – tudo ficou claro novamente, a coisa tinha chifres e era enorme, eu conhecia aquela coisa, era um dos monstros da mitologia dos quais eu sabia o nome... – Minotauro...

–... Um, dois, três bodinhos, quatro, cinco bodinhos... – cantava Hansel e isso atraiu o monstro.

Minhas pernas estavam bambas e eu cai na lama, Silena Gritou a coisa indo na direção dela... Eu não podia fazer nada... Como sempre.

Uma Lagrima caiu de meu rosto, depois outra e outra, Silena não estava ali e nem Hansel, o monstro confuso olhava para os lados derrubando árvore... Ele não pode ver.

Meus olhos foram até a terra molhada, minha mão tocava um objeto em forma de cilindro, uma caneta de tampa removível, deve ter caído do meu bolso quando cai, mas...

Flashes do momento em que deixei a espada reluzente cair da minha mão depois do encontro com a monstrenga vieram à tona, como um filme diante dos meus olhos.

“Eu não posso ficar parada, logo ele vai saber onde estamos, pode ser um suspiro, ou mesmo respirar... ele vai nos achar.” Pensei.

Agarrei a caneta e fiz força para levantar, ouvi Silena gritar, Hansel caído na lama e o Monstrengo prestes a mata-la enterrando os chifres nela. (Silena vai ser chifrada hehehe... Não é hora para isso não é?) Eu quase cai novamente na lama, minhas pernas tremiam de tanto medo, eu sentia raiva, não sabia por que, simplesmente eu olhava para aquele monstro e sentia raiva, eu queria... Mata-lo.

Tirei a tampa da caneta e em minhas mãos estava a espada reluzente de bronze virada para o chão, ergui a espada com os dentes rangendo de raiva e tremendo pelo frio e medo, eu estava prestes a fazer a coisa mais idiota da minha vida.

– Ei! Seu monte de carne moída estragada! – gritei e ele hesitou, Silena tremia. – Chifrudo idiota! Eu estou aqui! Venha me pegar!

Certo, acho que eu exagerei, o Minotauro virou-se na minha direção e correu, eu não sabia o que estava fazendo e nem se daria certo... Mas não iria fugir.

Não agora.


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Notas finais do capítulo

Parei na melhor parte, injusto? Sim, para quem nao entendeu a parada da caneta-espada (Filhos de Poseidon fiquem atentos ao que eu vou dizer) muitas coisas da historia esta relacionada, a caneta volta pro bolso do Percy neh? então...