Crônicas Do Olimpo - A Ladra De Raios escrita por Laís Bohrer


Capítulo 24
Um Novo Lugar para chamar de Lar (Final)


Notas iniciais do capítulo

POVOOOO chegamos aqui o fim da primeira temporada! Logo estarei ai com a segunda, avisarei aqui quando esta chegar. Obrigada boa noite.



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Era um dia nublado como na maioria das vezes naqueles tempos, fazia uma semana que eu tinha chegado ao orfanato sem me lembrar de nada. Sem amigos e sem família. Eu era a garota esquisita naquele lugar no qual eu sempre tentava fugir.

Eu estava sentada em um balanço, o vento cortando o som dos carros indo e vindo. A Praça estava deserta para mim, com uma unica exceção.

Uma garota de cabelos rosados meio vermelhos, quase um roxo... Ou tudo junto. Ela parecia do mesmo jeito que eu, eu olhava para ela e ela para mim. Ela também é do Orfanato, dorme na cama ao lado da minha. Eu estava tão distraída com os incríveis olhos azuis que apenas acordei quando senti o impacto do chão. Uma garota de cabelos ruivos, não como os da garota de olhos azuis. Essa ruiva tinha o rosto sardento e era muito mais alta.

– Esse balanço é meu! - exclamou ela.

– Não esta nomeado. - disse uma voz atrás daquela ruiva que me empurrara.

A Outra garota, a de olhos azuis estava atrás desta, com as mãos atrás do corpo.

– O que há Beauregard? - perguntou a que me empurrou.

– O Balanço não esta nomeado. Acredito que madame Prince esteja te procurando Rachel. - disse ela

Isso fez a tal Rachel se encher de preocupação e sair correndo de volta para o orfanato. A Garota de olhos azuis riu e me ajudou a levantar.

– Meu nome é Silena e o seu? - perguntou ela.

– Eu não sei... Mas Srta. Sophie me chama de Megan. - falei.

– Você é a garota nova não? - perguntou ela.

– S-Sim. - falei.

– Entendo você. Sabe eu também sou meio que nova aqui, não tenho muitos amigos. - disse ela.

– O que quer dizer? - perguntei lenta como sempre.

Era a primeira vez que ninguém ali me olhava como uma estranha, algo como de-que-planeta-você-veio? Dessa vez era mais como não-me-ignore-por-favor.

– Agente pode ser amigas, então nenhuma de nos fica sozinha. - disse a Silena. - Olha agente pode fazer um Pacto!

– Um O que? - perguntei confusa.

– Um Pacto! É uma promessa entende? - disse ela.

– Mas... O que vai ser esse Pacto?

Ela parecia bem paciente.

– Algo como... Amigas para sempre parece ser um titulo meio bobo.. Que tal : Silegan?

– Silegan?

– É... Junção de Silena com Megan! Significa que sempre ficaremos juntas. - disse ela.

– Acho que sim... - falei então ela me puxou pelas mãos e começou a girar comigo.

Sorri.


Então eu acordei. Acordei com um canudinho na boca. Estava bebendo alguma coisa que tinha gosto de brownies com nozes liquido. Néctar. Abri os olhos. Estava reclinada na cama no quarto de doentes da Casa Grande, a mão direita enfaixada como um pedaço de pau. Argos montava guarda no canto.

– Como se sente? - Jake afastou o copo de Nectar.

– Como se minhas tripas tivessem sido congeladas e depois assadas em um microondas. - falei com a voz rouca.

– Dureza... Mas o que aconteceu.

– O que aconteceu...O que aconteceu!? - me sentei com um pulo. Gemi.

– Devagar...

– Preciso ir atrás de Silena... Vou matar aquela barbie de afrodite ingrata. - falei com raiva.

– O que? Deite-se. Você estava verde e ficando cinzenta quando a encontramos. Se não fosse o tratamento de Quíron...

– Vamos, vamos – disse a voz de Quíron. – A constituição de Megan merece parte do crédito. Considerando que foi veneno de escorpião das profundezas. Agora você tem de me contar, se puder, exatamente o que aconteceu.

Entre goles de néctar, contei-lhes a história. O quarto ficou em silêncio por um longo tempo.

– Nunca imaginaria que... - disse Jake.

– Eu preciso ir atrás dela! - exclamei.

– Não pode fazer nada nesse estado. - disparou Jake.

– Megan, eu sei que é difícil. Mas você não deve correr atrás de vingança. Você não está preparada ainda. - disse Quiron – Isso deve ser relatado ao Olimpo...

– Nem mesmo falam sobre Cronos – disparei. – Quíron... a sua profecia do Oráculo... era sobre Cronos, não era? Eu estava nela?

– Não cabe a mim Megan...

– Você recebeu ordens de não falar comigo sobre isso, não foi? - perguntei.

– Você será uma grande guerreira, criança. Darei o melhor de mim para prepará-la. Mas se estou certo quanto ao caminho à sua frente... – O trovão ribombou acima, chacoalhando as janelas. – Está certo! – gritou Quíron. – Perfeito! – Ele suspirou com frustração. – Os deuses têm suas razões, Megan. Saber demais sobre o próprio futuro nunca é uma boa coisa.

– Não podemos simplesmente ficar sentados sem fazer nada – disse eu.

– Nós não vamos ficar sentados – prometeu Quíron. – Mas você precisa ter cuidado. Cronos quer que você seja destruída. Ele quer a sua vida interrompida, os seus pensamentos obscurecidos por medo e raiva. Não dê a ele o que ele quer. Treine pacientemente. O seu momento chegará.

– Presumindo que eu esteja vivo até lá.

Quíron pousou a mão no meu tornozelo.

– Você terá de confiar em mim, você precisa decidir se vai ficar no Acampamento Meio-Sangue o ano inteiro, ou se vai voltar ao mundo mortal. Pense nisso. Quando eu voltar do Olimpo, você terá de me contar a sua decisão.

Quíron rodou para fora do quarto. Ouvi o som metálico abafado das rodas da sua cadeira descendo cautelosamente os degraus da frente, dois de cada vez.

– Você podia ficar... Se quiser é claro... Sabe... Não tem para onde ir. - disse Jake estudando o gelo do Nectar.

– Preocupado? - perguntei.

– Depois de tudo eu não deveria estar?

– Sim. Ajude-me a levantar. Quero ir para fora.

– Megan não é uma...

Arrastei as pernas para fora da cama. Jake me agarrou antes que eu desabasse no chão. Uma onda de náusea me acometeu. Jake disse:

– Eu falei...

– Estou bem – insisti.

Consegui dar um passo para a frente. Depois outro, ainda me apoiando pesadamente em Jake. Argos nos seguiu para fora, mas manteve distância. Quando chegamos à varanda, meu rosto estava molhado de suor. Meu estômago se contorcia em nós. Mas eu conseguira ir até a cerca.

Estava anoitecendo. O acampamento parecia completamente deserto. Os chalés estavam escuros e a quadra de vôlei, silenciosa. Nenhuma canoa cortava a superfície do lago. Além dos bosques e dos campos de morangos, o estreito de Long Island brilhava com os últimos raios do sol.

– Então... Nos dois sobramos. - disse Jake.

– É... O que vai fazer Jake? - perguntei.

– Vou ficar, claro. - disse ele. - E fico bem por isso, aqui eu sou... Normal.

– Tirando o fato de ser filho do deus da guerra...

– E sair em missões matando monstros mitologicos...

Rimos.

– Ser semideus é problemático. - disse ele.

– É.. Você já...

Hesitei.

– O que? - perguntou ele.

– Nada.

Ficamos um tempo em silêncio.

– Eu tenho que ir agora. Nos vemos depois? Você prometeu que voltaria. - disse ele.

Olhei estranhamente.

– Disso eu me lembro. - então ele se foi.

Sorri para ele, então ele se foi.

Pela primeira vez no acampamento, me senti verdadeiramente só. Olhei para o estreito de Long Island e me lembrei do meu pai dizendo: O mar não gosta de ser contido. Tomei minha decisão. Fiquei pensando: se Poseidon estivesse vendo, ele aprovaria a minha escolha?

No dia seguinte eu estava como nova. Quiron ia hoje ao meu chalé para saber da minha decisão. Mas eu não estaria lá para isso.

Eu não sabia onde estava indo, mas se eu quisesse descobrir o meu passado. Não seria ali mesmo que pessoas ali pudessem me ajudar elas não queriam.

Me encontrei no topo da colina meio sangue ao lado do Pinheiro de Thalia.

Olhei para o mar a distância. Toquei o colar com o pingente de concha no meu pescoço.

Estarei de volta no próximo verão – prometi a ele. – Estarei viva até lá... Afinal, eu sou sua filha.

Antes de desaparecer na distância e o acampamento virar um pontinho transparente aos meus olhos. Dei uma última olhada para o lugar novo que achei para chamar de Casa.



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Notas finais do capítulo

Próxima temporada : http://fanfiction.com.br/historia/390179/Cronicas_Do_Olimpo_-_O_Mar_De_Monstros



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