Crônicas Do Olimpo - A Ladra De Raios escrita por Laís Bohrer


Capítulo 19
O Rio de Sonhos Perdidos


Notas iniciais do capítulo

Eu sou otima nessa coisa de títulos não é? KK bom, vamos ao cap?



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- Vamos? – perguntei pela milésima vez.

- Não acha que tem algo faltando? – perguntou Jake com a sobrancelha erguida.

Encostei-me ao balcão de Crosta que já tinha desistido de tentar se soltar das próprias cordas douradas, e toda vez que ele tentava se soltar (ou estava perto) agente Ergo-vizava ele. Mesmo assim o cara não calava a boca, eu ainda tentava descobrir o que estava faltando.

- Ah, galera. – Hansel chamou nossa atenção.

- Ti-fa a Mãom da mia boca seo burro maldifo – O vendedor de camas reclamava enquanto Hansel tentava tirar algo de sua boca fazendo cara de nojo.

- Não usa muito fio dental, não é? – perguntou o menino-jegue. – E é bode!

- Hansel... O que exatamente você esta fazendo? – perguntei olhando para a bizarra cena.

Finalmente Hansel tirou um pequeno objeto branco de dentro da boca de Crosta, pequeno e redondo... A Terceira Pérola.

- Eca! – exclamou Silena.

Olhei para Jake.

- Sim, agora podemos ir. – disse Jake, mas ele parecia meio perturbado.

Menos de vinte minutos depois de correria nos quatro estávamos nas sombras da Valência Boulevard, olhando para as letras douradas gravadas no mármore negro: ESTÚDIOS DE GRAVAÇÃO M.A.C.

Embaixo, impresso nas portas de vidro.

PROIBIDA A ENTRADA DE ADVOGADOS, VAGABUNDOS E VIVENTES.

Mesmo sendo quase meia-noite, o saguão estava iluminado e cheio de gente, o piso era negro e lustroso de modo que você pudesse olhar a si mesmo nele, havia cadeiras com almofadas negras e um sofá vermelho sangue com mais almofadas negras, e atrás do balcão estava um homem alto vestindo um capuz que cobria os seus olhos, mas dava para ver um feixe de um par de óculos escuros.

Vire-me para meus amigos e abri a mão esquerda onde estavam três objetos redondos, brancos que brilhavam ao luar da noite estrelada. Três pérolas, Quatro amigos.

- Um de nos fica para trás... – falei.

- Eu. – Silena se ofereceu.

- Não... – interrompeu Hansel. – Lembram? Não sabemos aonde essas perolas vão dar... Um de nos pode ficar perdido...

- Hansel, eu não disse que íamos nos separar... Pelo menos, ainda não. – falei.

- Então... – começou Silena.

Jake deu um passo.

- Ela quis dizer... Um de nos vai ficar para trás de qualquer jeito. Mas começamos isso juntos, vamos terminar juntos. – disse ele sem mudar a expressão.

Coloquei as pérolas de Perséfone no bolso em que estava Anaklusmos, encontrei o olhar de Jake e notei que ele estava olhando para o meu pescoço onde estava o velho colar com um pingente de bronze no formato de concha. Ele logo desviou o olhar (Mais vermelho que os olhos do pai.)

- Bom... Vocês tem certeza que querem fazer isso? – perguntei. – Não precisa se não...

- Nem pensar! – disseram os três juntos.

- Ninguém esta a fim de ficar para trás, Megan. – disse Hansel. - Chegamos até aqui. Vamos encontrar o raio-mestre, sem problemas.

Senti-me realmente grato. Alguns minutos antes, eu quase os tinha feito ser esticados até a morte em camas d’água de luxo, e agora eles tentavam bancar os corajosos por minha causa, tentavam fazer com que me sentisse melhor.

- Vamos logo, cabeça de alga? – perguntou Jake.

- Ter coragem ainda é estúpido, cabeça de javali? – perguntei.

- Claro.

Mesmo assim, nós quatro demos as mãos e adentramos o saguão com um arrepio na espinha, como se estivéssemos prestes a entrar no mundo dos mortos e talvez nunca mais sair... Olha! Estamos!

Alto-falantes embutidos tocavam uma música ambiente suave. O carpete e as paredes eram cinza-chumbo. Cactos cresciam nos cantos como mãos de esqueletos. Os móveis eram de couro preto, e todos os assentos estavam ocupados. Havia gente sentada em sofás, gente em pé, gente olhando pela janela ou aguardando o elevador. Gente nas cadeiras...

Ninguém se mexia, nem falava, não faziam nada. Com o canto do olho, eu podia vê-los muito bem, mas, se me concentrasse em qualquer um em particular, eles começavam a parecer... Transparentes. Dava para ver através dos seus corpos.

O balcão da segurança ficava em cima de um degrau, portanto tínhamos de olhar para o alto para falar com o guarda. Agora de perto eu podia ver que sua pele era escura e sua armação era de tartaruga, o cabelo eu não conseguia ver, e ele tinha uma cicatriz na bochecha em formato de um “X”, me lembraria de Luke se não fosse por isso...

Uma rosa negra estava presa à lapela da capa onde por baixo havia um terno preto, embaixo de um crachá de prata lia-se seu nome.

Li o nome no crachá e olhei para ele perplexo.

– Seu nome é Quiron? – perguntei e isso provavelmente o irritou.

Ele se inclinou por cima da mesa. Não consegui ver nada em seus óculos exceto meu próprio reflexo, mas seu sorriso era doce e frio, como o de uma jiboia exatamente antes de devorar você.

- Que mocinha engraçadinha... – disse ele sorrindo. – Diga-me garota, eu me pareço com um centauro?

- Ah... Não senhor. – falei.

- Eu tenho por acaso uma bunda de cavalo? – perguntou ele.

- É... Não. – falei.

- Senhor. – acrescentou ele.

- Senhor. – não gostei. Isso me fez lembrar Dioniso.

Ele segurou o crachá e correu o dedo embaixo das letras.

– Consegue ler isto, parceiro? Aqui diz C-A-R-O-N-T-E. Diga comigo: CA-RON-TE.

– Caronte.

– Fantástico! Agora: senhor Caronte.

– Senhor Caronte – disse eu.

– Muito bem. – Ele se recostou. – Detesto ser confundido com aquele homem-cavalo. E agora, como posso ajudá-los, pequenos defuntos?

Engoli seco, a pergunta me fez estremecer, então lembrei.

- Q-queremos ir ao Mundo Inferior. – falei gaguejando.

- Bom... Isso é revigorante. – disse ele.

Franzi a testa.

- Desculpe, Sr. Caronte... Mas eu não sei o que significa essa palavra. – falei.

Senti um arrepio, era Jake com os lábios quase colados no meu ouvido.

- Significa que... – começou ele.

Mas se afastou quando Caronte começou a falar lhe dando um susto.

- Direto e Honesto, Sem gritos. Sem "Deve haver algum engano, Sr. Caronte". – Ele nos olhou de cima a baixo. – Então, como vocês morreram?

- Ah... – comecei, então cutuquei Silena.

- Ah... Afogados na... Banheira. – disse ela.

– Os três? – perguntou Caronte.

Nós assentimos.

– Que banheira grande. – Caronte pareceu levemente impressionado. – Suponho que vocês não têm moedas para passagem. Com adultos, vocês sabem, eu poderia debitar no cartão de crédito, ou acrescentar o preço da travessia na sua última conta de telefone. Mas com crianças... Infelizmente, vocês nunca morrem preparadas. Acho que terão de ficar sentados por alguns séculos.

- Mas, nos temos moedas. – Pus três dracmas de ouro sobre o balcão, parte da provisão que eu encontrara na mesa do escritório de Crosta.

– Ora vejam... – Caronte umedeceu os lábios. – Dracmas de verdade. Não vejo uma dessas faz...

Seus dedos pairaram avidamente sobre as moedas. Estávamos muito perto.

Então Caronte me olhou. Examinando a mim de cima a baixo, senti como se o olhar frio abrisse um buraco no meu peito.

– Mas você não conseguiu ler meu nome direito. Você é disléxica, mocinha?

– Não. Sou uma morta.

Caronte inclinou-se para frente e deu uma fungada.

– Você não está morta. Eu devia saber. É uma filhote de deus.

– Temos de chegar ao Mundo Inferior – insisti.

Caronte rosnou no fundo da garganta.

- Todos têm... Vão embora enquanto podem, mas eu fico com as moedas em troca de ficar calado. – disse ele.

No mesmo instante, todas as pessoas na sala de espera se levantaram e começaram a andar de um lado para outro, agitadas, acendendo cigarros, passando as mãos pelos cabelos ou olhando para os relógios de pulso.

Peguei as moedas antes dele.

- Sem serviço, Sem gorjeta. – falei.

Tentei parecer mais valente do que me sentia. Caronte rosnou de novo – um som profundo, de gelar sangue.

Os espíritos dos mortos começaram a bater nas portas do elevador.

- Que pena. – falei sacudindo uma sacola de couro de Ares com várias dracmas. – Tínhamos mais a oferecer...

– Acha que pode me comprar. Filhote de deus? Eu não sou tão... Quanto você tem ai?

– Muito – falei. – Aposto que Hades não lhe paga o bastante por um trabalho tão duro.

– Ah, você não sabe nem da metade. Iria gostar de ser babá desses espíritos o dia inteiro? Sempre com "Por favor, não me deixe ficar morto" ou "Por favor, deixe-me atravessar de graça”. Não tenho um aumento há três mil anos. Acha que ternos como este custam barato?

– Você merece Melhor, Merece Reconhecimento... Respeito... Bom salário. – falava.

A cada palavra, eu empilhava outra moeda de ouro no balcão. Caronte baixou os olhos para o paletó de seda italiana, como se estivesse se imaginando com algo ainda melhor.

– Devo dizer Garota, que a gente está começando a falar a mesma língua. Um pouco. – admitiu ele.

– Posso mencionar um aumento de salário quando estiver falando com Hades...

Ele suspirou.

– O Barco já esta cheio, mas eu posso enfiar vocês quatro lá e zarpar.

Ele se pôs de pé, pegou nosso dinheiro e disse:

– Sigam-me.

Abrimos espaço na multidão de fantasmas que aguardavam que começavam a puxar nossas roupas, vozes sussurravam coisas que eu não podia distinguir. Caronte os empurrou do caminho, nos guiando até um elevador, senti algo frio me tocar, era um espírito qualquer que tinha esbarrado em mim, considerei um sussurro seu como um “Desculpe”, lá havia outros mortos todos com um cartão verde de embarque, Caronte escoltou para fora dois parasitas que tentavam entrar conosco.

Ele fechou as portas. Enfiou um cartão-chave em uma fenda no painel do elevador e começamos a descer.

- O que acontece com eles? – perguntou Hansel hesitante.

- Nada. – disse Caronte.

- Por quanto tempo?

- Para sempre, ou até eu me sentir generoso. – vi um meio sorriso no rosto de Caronte.

- Isso é... Ah... Justo. – gaguejou Hansel.

- Quem lhe disse que a morte era justa, rapazinho? Espere até chegar a sua vez. Você vai morrer em pouco tempo, no lugar está indo. – disse ele.

- Nos vamos sair vivos. – insistiu Jake.

- Aham... Claro. – disse ele.

Isso me irritou, mas eu não disse mais nada, senti um frio maior na barriga ao perceber que não estávamos mais descendo, estávamos indo para frente. O ar ficou enevoado. Os espíritos à minha volta começaram a mudar de forma. Suas roupas modernas tremiam e se transformavam em mantos cinzentos com capuz. O piso do elevador começou a oscilar. Silena parecia segurar um grito, o que a assustava? Bom, os óculos de Caronte haviam desaparecido, Onde deviam estar os olhos havia órbitas vazias repletas de noite e escuridão.

Uma coisa macabra de se vet. Dei um passo para trás, recuando e acabei pisando em algo duro, gemi, era o casco de Hansel, ele apenas deu de ombros, sério, não imaginava que levar uma pisada de bode fosse menos pior do que pisar no casco de um bode metade menino disfarçado com um tênis alado que por acaso apenas aparências enganava, mas a dor continuava a mesma.

Tente. Nada legal.

Achei que ele estivesse sorrindo, mas não era isso. A pele de seu rosto estava ficando transparente, deixando que eu visse até o crânio.

O chão continuou oscilando. Até que Jake disse.

- Acho que estou ficando enjoado. – disse ele.

Quando pisquei de novo, o elevador não era mais um elevador. Estávamos dentro de uma barcaça de madeira. Caronte usava uma vara param nos mover ao longo de um rio escuro, cheio de óleo, com ossos, peixes mortos e outras coisas estranhas girando na superfície... Bonecas de plástico, cravos esmagados, diplomas encharcados com bordas douradas.

- O Rio Estige... – disse Silena. – É tão...

- Poluído. – disse Caronte. - Há milhares de anos vocês, seres humanos, quando o atravessam, jogam tudo nele... Esperanças, sonhos, desejos que jamais se tornam realidade. Um modo irresponsável de tratar seu lixo se quer saber.

A Névoa subia em espirais no rio negro, acima de nos milhares de estalactites que ameaçavam cair, À frente, a costa distante brilhava com uma luz esverdeada, a cor do veneno.

O pânico obstruiu minha garganta. O que eu estava fazendo ali? Aquelas pessoas ao meu redor... Estavam mortas.

Mal me vi recuando e agarrando a mão de Jake, quando ele olhou para mim, eu percebi o que estava fazendo, mas ele apenas agarrou de volta, quer dizer... Ele não deveria temer não é? Ma talvez entendesse que eu precisava de alguma mão (viva e com um corpo humano...) para segurar, não importava nada... Olhei ao redor, onde eu estava!

Ali embaixo só um deus importava, e era ele que eu fora confrontar.

 A praia do Mundo Inferior surgiu à vista. Rochas escarpadas e areia vulcânica negra se estendiam terra adentro por cerca de cem metros até um muro alto de pedra, que se prolongava para os lados até onde a vista podia alcançar. De algum lugar por perto nas sombras verdes, veio um som, reverberando nas pedras – o uivo de um grande animal.

– O velho Três-Caras está com fome – disse Caronte. Seu sorriso se tornou esquelético à luz esverdeada. – Má sorte para vocês, filhotes de deuses.

- O que ele quer dizer com isso? – perguntei a meus amigos.

- Isso realmente não é bom... Cérbero. – disse Silena apontando para lugar nenhum que eu conseguiria ver com aquela névoa.

O fundo do nosso barco deslizou sobre a areia preta. Os mortos começaram a desembarcar.

Caronte disse:

– Eu lhe desejaria sorte, parceiro, mas isso não existe por aqui. Lembre-se, não deixe de mencionar meu aumento de salário.

Ele contou nossas moedas de ouro em sua bolsa, depois a vara. Gorjeou algo que parecia uma canção de Barry Manilow enquanto empurrava a barcaça de volta através do rio.

Seguimos os espíritos por um caminho já muito percorrido.

Eu tenho que admiti, eu estava com medo, quer dizer... Eu estava no mundo dos mortos! Eu tinha que estar, não é? Mas enfim... O que é exatamente “Cérbero”? O que Caronte quis dizer com “Não a sorte por aqui”? E pior ainda... Um de nos quatro ia ficar, a pergunta seria... Qual?

Havia três entradas separadas embaixo de um enorme arco negro que dizia VOCÊ ESTÁ ENTRANDO EM ÉREBO. Em cada entrada havia um detector de metais com câmeras de segurança instaladas no alto. Depois disso, havia cabines de pedágio operadas por espíritos como Caronte.

Havia uivos de um animal faminto vindos de algum lugar, mas eu ainda não sabia de onde. Os mortos formaram três filas, duas identificadas como ATENDENTE DE SERVIÇO e uma como MORTE ESPRESSA. A fila MORTE EXPRESSA estava avançando sem parar. As outras duas se arrastavam.

- Qual delas? – perguntei.

 – A fila rápida deve ir diretamente para os Campos Asfódelos – disse Hansel. – Sem contestação. Eles não querem se arriscar ao julgamento do tribunal, porque pode ir contra eles.

– Sim. Três juízes. Eles se revezam na magistratura. O rei Minos, Thomas Jefferson, Shakespeare... Pessoas assim.- completou Jake - Às vezes olham para uma vida e concluem que aquela pessoa precisa de uma recompensa especial: os Campos Elísios. Às vezes decidem por um castigo. Mas a maioria das pessoas, bem, elas apenas viveram. Nada de especial, nem bom nem mau. Então vão para os Campos Asfódelos.

- O que isso quer dizer? – perguntei.

- Imagine-se em um campo de trigo no Kansas. Para sempre. – disse Hansel. -  As pessoas realmente más recebem atenção particular dele quando chegam. As Fúr... as Benevolentes vão preparar uma tortura para ele.

- Gente... Olhem! – Silena nos chamou atenção, então eu vi.

Os uivos ali eram tão altos que sacudiam o chão embaixo de meus pés, mas ainda assim eu não conseguia perceber de onde vinham. Então, cerca de quinze metros à nossa frente, a névoa verde tremulou. Exatamente no lugar onde o caminho se dividia em três estava um monstro enorme e indistinto.

Eu não o tinha visto antes porque ele era meio transparente, como os mortos. Até se mexer, sua imagem se fundia com o quer que esteja atrás dele. Apenas os ossos eram sólidos, os olhos eram buracos como os olhos de Caronte, cheios de escuridão e... nada.

Um Cão gigante de Três cabeças.

Os mortos andavam na direção dele – sem nenhum medo. As filas das placas ATENDENTE EM SERVIÇO se separavam cada uma para um lado do monstro. Os espíritos de MORTE EXPRESSA caminhavam direto por entre as patas da frente e por baixo da barriga, o que podiam fazer sem sequer se abaixar.

- Consigo vê-lo melhor agora... – comentei.

A cabeça do meio do cão se esticou em nossa direção. Ele farejou o ar e rosnou.

- Meus deuses do olimpo, Ele... Sente... O Nosso Cheiro. – falei lentamente enquanto dávamos todos os quatro, um passo bem devagar para trás. – Você consegue entende-lo, Hansel?

- Ah... Infelizmente sim – disse ele, nem ao menos perguntei o que o cão estava dizendo, aliás acho que não precisava.

Os olhos eram cheios de ódio e frios. Encarando-me atentadamente, tipo você-ficaria-bem-com-uma-maçã-na-boca.

O monstro agora produzia um novo tipo de rosnado, mais profundo nas suas três gargantas.

- Megan? – Hansel chamou com a voz fina e chorosa (tipo Rony Weasley + Aragogue).

- Oi?

- Apenas achei que você gostaria de saber...

- Sim?

- Ele esta dizendo que nos temos menos de cinco segundos para rezar para o deus que escolhermos e depois disso... Bom... Ele esta com fome. – disse ele tropeçando em uma pequena pedra e caindo na areia.

Foi preciso muito esforço para não correr.

- Cãozinho bonitinho... Senta... Amigo... Amigo... – Hansel choramingava. – Amigo... Bom Cachorrinho...

Cérbero rosnou mais alto.

- A-AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!               

Hora do pânico.

Silena se colocou na nossa frente.

- Silena, não acho que seja uma boa ideia. – disse Jake a ruiva.

- O que ela vai fazer? – perguntei.

Jake não respondeu, apenas observávamos enquanto Silena permanecia sem nenhum movimento de frente para o cão de três cabeças, então eu vi, os olhos dela estavam brilhando.

- Vamos... – murmurou ela. – Senta!

Demorou dois segundos, e nada o Cérbero fez.

- ELE NÃO TEM OLHOS! – berrou Hansel em pânico.

Silena recuou.

- Esperem... – murmurou Hansel revirando sua própria mochila.

- Hansel... Realmente eu... – começou Jake.

Mas eu confiava no menino-jegue, ele parecia mais seguro do que estava fazendo agora... E não tinha escolha.

Hansel Surgiu com uma bola de borracha vermelha do tamanho de uma grapefruit. A etiqueta dizia PARQUE AQUÁTICO AQUALÂNDIA – DENVER, COLORADO.

- Tente... – ele jogou a bola para mim.

- Eu não me dou bem com cachorros sábia? Lembra-se daquele Chihuahua no Arco? – perguntei.

- Sim, mas também me lembro de outra coisa que provavelmente você não vai saber o que é. – disse ele.

- Hansel, percebe que isso não faz o menor sentido? – pergunte.

- ANDA MEGAN! – gritou Jake e Silena.

- Tá! – falei hesitante indo para frente do Cérbero.

Desculpem, deixarei vocês aqui... Até o próximo capitulo...

Rezem para os deuses por mim.


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Notas finais do capítulo

Então?



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