Crônicas Do Olimpo - A Ladra De Raios escrita por Laís Bohrer


Capítulo 12
Os Sonhos Perdidos de um Menino-Jegue


Notas iniciais do capítulo

Sinceras desculpas, acho que fiquei o que? Dois dias sem postar? Ha, certo isso não é nada, mas tipo, sei lá... Não gosto de atrasos (Aham, todo dia chego atrasada na escola...) Bom, não importa, o importante é que tenho aqui mais um capítulo e talvez eu posto outro hoje, sabem... Eu meio que viciei em Death Note (NÃO DEM SPOILER... eu já sei quem vai morrer...T.T)

Bom, chega de enrolar e vamos ao capítulo.



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Ao anoitecer, eu e meus amigos... E Jake, arrumamos sacolas de dormir que pegamos "emprestado" com a Medusa... Nossa! Como isso soa estranho, mas isso não importa... Eu acho... Jake se ofereceu para ficar com a vigília primeiro, mas eu não deixei, então assim que ele deitou dormiu. (Santo Poseidon! Jake parece uma fúria gripada dormindo.) (Jake: Como é?) (Megan: Depois eu que sou lerda...) Silena adormeceu logo depois e apenas sobramos eu e Hansel que subiu facilmente em um galho grosso qualquer e suspirou olhando para o céu.

- Pode dormir, eu fico de vigia. - disse ele.

Em vez de fazer o que ele mandou, eu me sentei encostando-me no tronco da árvore, ele não disse nada, a todo momento eu permanecia com Anaklusmos em sua forma de caneta, apertando-a na minha mão.

- Desastre... - murmurou ele.

- O que? - perguntei.

- Olhe ao seu redor Megan. - ele apontou para sacolas de Ruffles, latas de refrigerante amassadas ao longo do caminho. - O Ser humano esta destruindo a própria espécie.

Realmente, eu deveria saber que Hansel seria do tipo ecológico, mas nem tanto assim, quer dizer, eu sabia pelo jeito que ele falou que isso era algo importante para o menino-bode então eu disse:

- Ah, sim. Claro. - concordei e ele bufou.

- Você mente mal... Demais. - disse ele.

- Você que pensa. - falei.

- Isso me deixa irado. - disse ele.

- O que? Eu mentir mal? - perguntei.

Ele sacudiu a cabeça negando.

- Não... A Poluição. Olhe para o céu! Nem dá para ver as estrelas... - disse ele - Mas de que adianta falar isso para um ser humano? Eles não entendem o que estar por vir com seu planeta... Dificulta minha busca...

- Busca? 

- Por Pã. - disse o menino-bode.

- Ah, isso você encontra em uma padaria, não é Hansel? - falei revirando os olhos.

- O que? - perguntou ele. - Eu não disse Pão, eu disse Pã! O Grande deus Pã!  O grande deus selvagem desaparecido.

Uma brisa leve trouxe para minhas narinas o terrível cheiro de lixo, tossi com o cheiro desagradável.

- Desaparecido? - perguntei. - Como assim?

- Quando os seres humanos ouviram que o Grande deus Pã estava morto, eles acreditaram. Mas para os sátiros, Pã é nosso senhor e mestre, não aceitamos isso e para-nos a morte de Pã era mentira. A Cada geração os sátiros mais valentes embarcam em uma busca pelo deus Pã esperando busca-lo aonde quer que esteja e despertar ele de seu sono. - contou ele.

- Então por isso esta aqui? - perguntei.

- Também, ser um buscador é o meu sonho e eu acredito que possa ser o primeiro a voltar com vida, quer dizer... Uma vez, Grover disse que encontrou o deus por muito pouco, ele disse a mesma coisa... Que ele estava morto, mas ninguém acreditou. - disse Hansel.

- Epa! Como assim voltar com vida? - perguntei.

- Não tem como eu voltar morto não é? - ironizou.

- Sabe o que eu quis dizer! - falei.

Suspirou.

- Nós últimos dois mil anos ninguém voltou com vida, o meu pai, aquela estátua... Bom... você sabe. - disse ele.

- Eu sinto muito, mas pelo menos... Você conheceu sua família. - falei emburrada.

Ele chutou os tênis All Star alados deixando a mostra seus cascos de bode.

- Hansel... - comecei.

- O que? - perguntou.

Olhei novamente para ele desviando de seus cascos.

- Jegues têm cascos? - perguntei e ele revirou os olhos.  -Não te chamei de Jegue dessa vez.

- Eu já estou acostumado. - disse ele.

- Menino-jegue. - falei. - Pronto, agora sim pode ficar bravo comigo.

Ele deu uma curta risada.

- Você é uma semideusa legal, Megan. - disse ele. - Não é atoa que para Silena você é a melhor amiga que alguém pode ter, e agora eu sei disso. 

Dei um sorriso.

- Você também é um bom bode. - falei.

- Até que enfim acertou. Pode ir dormir, eu te acordo se alguma coisa acontecer. - disse Hansel.

- Esta bem... - falei me levantando, me virei. - Hansel... Que dia é hoje?

- 3 de Junho, temos três semanas ainda antes do prazo final, relaxe, vai dar tudo certo. - disse ele dando um meio sorriso confiante.

Afirmei com a cabeça.

Eu pensei que eu demoraria em dormir, mas assim que fechei os olhos eu os abri, mas eu não estava mais no mesmo lugar.

Minha visão era um abismo, eu estava no mundo inferior, eu sabia disso pelos fantasmas que tentavam me puxar para longe do abismo, minhas mãos estavam frias como a de um morto, eu estava morta?

Então uma voz ecoou do abismo.

- Ajude-me... A Me erguer... Pequena Heroína... - dizia  a voz, um arrepio fez os pelos dos meus braços ficarem em pé.

Então eu senti um frio repentino, como se uma mão me puxasse para o abismo, até eu perceber que a coisa tentava me usar como sustento para se erguer.

- Fuja garota, Fuja... - dizia a voz dos fantasmas, melancólica. 

Então algo aconteceu e eu caio no abismo sem fim, perdida no eco.

Senti alguma coisa lambendo meu rosto, dois olhinhos negros em cima do meu rosto, assim que percebi que tinha um Poodle em cima de mim eu pulei me sentando com um susto.

- Que coisa é essa? - perguntei assim que vi o Poodle indo na direção de Hansel e Jake e Silena riam.

- "Quem" você quer dizer, e ela disse que você tem gosto de alga  marinha. - disse Hansel seguindo por um sorriso.

- "Ela disse"? Quer dizer que você pode entender essa coisa? - assim que perguntei o cachorro latiu para mim.

- Não seja mal educada Megan! Vamos, cumprimente Lessy. - disse Silena.

- Eu não vou dizer "Oi" para um cachorro. - falei.

- Ca-de-la. - disse Hansel.

- Que seja. - e recebi mais um latido.

- Lessy te chamou de Lastimada. - disse Hansel.

- Eu nem sei o que isso quer dizer... - falei.

- Vamos logo, deixa de ser enjoada e diga "Oi" para o cachorro, até eu disse "Oi" para o cachorro. - disse Jake.

- Ca-de-la! - disse Hansel.

- Tá! Oi... - me virei para a Ca-de-la de Hansel. - E O que tem isso?

- Bom... - começou Hansel. - Lessy é uma cadela de madame, e fugiu de casa e estar disposta a ajudar agente e voltar para sua família, assim receberá uma recompensa e poderemos continuar a viajar e completar nossa missão.

Jake apontou ao longo da colina, uns trilhos de trem que eu não teria notado na noite anterior.

- Tem um trem que vai para o oeste. - disse ele. - De acordo com Lessy esse trem sai ao meio-dia.

Passamos dois dias no trem para o oeste, com a recompensa não era suficiente para um vagão dormitório pelo menos nós não ficamos parados, eu adormeci ali mesmo, Hansel também, pobre garoto-jegue ficou de vigia até demais.

O meu sonho foi assim:

Eu estava na escuridão, eu via o abismo e ouvia alguns sussurros, nada mais, os sussurros eram dos fantasmas, me puxando para longe do abismo, dessa vez eu fique parada, sem reação.

E-Eu sei mestre. - disse uma voz para o abismo.

A Voz grossa disse mais alguma coisa em grego antigo, só peguei uma palavra: "Morte".

E-entendo Mestre... Mas... - a voz era vagamente familiar.

-... Ela esta aqui... - disse a voz do abismo.

Como? Tem Certeza, mestre? - disse a outra voz. 

Não me subestime semideus. - disse a voz do abismo. - A Garota se convocou.

Estão um silêncio se seguiu eu não conseguia mover minhas pernas, eu não conseguia falar.

- Bom. Heroína... Se quiser sonhar com sua missão, é isso o que vou te dar... - disse a voz do abismo.

Então tudo mudou, eu via a mim mesma diante de um trono feito de ossos, ossos humanos, eu estava de quatro com minhas mãos toando o chão frio de pedra, de frente ao trono estava aquele garoto de olhos verdes de sempre.

Ele me olhou com dor, abrindo a boca para falar uma coisa que simplesmente não disse, ao falar, nenhuma voz saiu em seu tom.  Então ele caiu de joelhos, suas mãos sangravam, senti uma dor no peito, e a sensação estranha que já havia sentido milhares de vezes, uma vontade incontrolável, o Garoto parecia sentir o mesmo, seus movimentos seguiam os meus, ele chorava, eu chorava...

A Vontade só aumentou mais... Vontade de Morrer.

Então finalmente tudo aquilo acabou quando senti uma mão sobre meu ombro.

Abri os olhos encontrando os de Jake, olhei ao redor, Hansel dormia entre nós, Silena dormia do meu lado de modo pacifico, como uma criança.

- Me ajude com o "Pé" de Hansel. - disse Jake.

Agachei-me e percebi que o pé de Hansel tinha caído... Quero dizer o tênis Alado, Ajudei Jake a recolocar o "Pé" de Hansel.

- Então... Silena nunca comentou que você fala enquanto dorme? - perguntou ele, senti meu rosto esquentar. - Quem você não quer ajudar?

Contei o meu sonho para ele, tirando a parte do garoto de olhos verdes é claro.

- Então esta certo, O deus traidor é Hades. - disse Jake.

- Eu não sei... Eu já estou incerta, e se chegarmos lá e não... - comecei, mas ele cortou minha fala.

- Não cogite a ideia, o oráculo disse oeste, estamos no caminho certo... - disse ele.

 Ficamos em silêncio, mas eu ainda tinha uma pulga atrás da orelha, de quem era a segunda voz? Então foi então que meus olhos pararam em uma foto minha, um homem lia um jornal logo perto de nós, na foto eu estava acabando de sair do ônibus, eu me lembrei da hora em que um flash havia batido no meu rosto... Eu não conseguia Ler a legenda na foto, apenas as letras em negrito no título dizendo:

Jovens colocam Fogo em Ônibus

Enfim, não precisava ler a legenda para ver o que dizia.

Desviei o olhar para o filho de Ares.

- Jake... Você já, alguma vez, encontrou com seu pai? – perguntei.

Ele pareceu estar em duvida sobre me responder ou não, até que abriu a boca, esperei algo como “Não é da sua conta” ou “Vai querer minha identidade e CPF também?”, mas...

- Uma vez... – disse ele simplesmente.

- Até onde vamos? – perguntei.

- Bom, só podemos ir até Denver com o dinheiro que deu. – disse ele.

Optei por ficar andando de um lado para o outro no trem (Não conseguia ficar parada) Silena tinha despertado de seu sono, e Hansel continuava dormindo gemendo “Comida!” e com o “Pé” caindo vez uma e vez outra, quando passamos por um bosque tive quase certeza de ter visto um leão pular nos arbusto e desaparecer, uma família de centauros galopando por ali, um garoto-centauro do tamanho de um pônei me pegou espiando e acenou para mim e então tudo aquilo desapareceu, e depois de umas duas horas, finalmente chegamos à parada em St Louis, era possível ver o Arco para o oeste, próximo ao Rio Mississipi.

- É lindo... – disse Silena. ­

- Enfim... Vamos dar uma volta, temos meia hora de parada e não estou a fim de ficar plantado aqui que nem uma arvore. – disse o mal-humorado filho de Ares.

- Certo. – falei ficando em frente ao Hansel. – Acorda! Menino-jegue!

- Só mais cinco minutinhos mãe... – gemeu o garoto-bode.

Chutei-o.

- Acorda cara! – falei.

- Devagar Megan... – disse Silena.

Mas eu não liguei, eu chutei Hansel com mais força e exclamei:

- Hansel! Suas flautas tão pegando fogo!

Isso foi suficiente, o menino bode caiu do banco fazendo o tênis alado flutuar de seu pé até o meu ombro, agarrei antes que alguém visse e ajudei Hansel a coloca-lo de volta.

- Vocês hein... – suspirou Jake. – Vamos garoto-bode, vamos dar um passeio.

Enquanto estávamos na fila comendo jujubas azuis (Silena estava de dieta, Jake acha jujubas sem graça, o lado bom é que sobrou mais para mim e Hansel.) eu não tirei os olhos do rio Mississipi, imaginar que meu pai era dono de tudo aquilo e muito mais me deixava zonza, uma vez ou outra eu tinha a impressão de que estávamos sendo observados, tipo... tinham várias pessoas ali e esse era o problema, tinha gente demais.

Em razão de que eu aprendi a suspeitar, ou estava completamente paranoica com o pensamento que até o entregador de pizza que passava por ali em uma moto podia ser um monstro... Vá entender.

Finalmente era nossa vez, o elevador era grande o bastante para nove pessoas, meio apertadas aliás, nós tivemos que nós espremer e acidentalmente senti alguma coisa dura pisar no meu pé, era o casco disfarçado de Hansel, mesmo com aquele tênis... Bem, acho que eu já disse que pisada de bode doí mais que chifrada de minotauro? Acho que não com essas palavras, mas é mais ou menos assim.

Eramos nós quatro, um casal e uma garotinha loira e uma senhora e um cachorro da raça Chihuahua peludo, assim que entrei o chihuahua latiu para mim e a senhora puxou de leve a coleira vermelha, então começou a tocar aquela musicas de elevador que me deixam irritada... Se bem que, era a primeira vez que eu entrava se quer em um elevador.

 Chihuahua latiu para mim duas vezes e a senhora repetiu o gesto com a coleira. 

- Vamos, Filho, não esta divertido com todas essas pessoas gentis ao redor? - perguntou a senhora ao cachorro que latiu de novo. - Entendo filho... Entendo.

- Ah... - comecei então Hansel pisou de novo no meu pé e eu tive que segurar um grito de dor, mas isso não me impediu. - Desculpe, mas... o Nome do Chihuahua é "Filho"?

Assim, a senhora levantou os olhos para mim me examinando de cima abaixo.

- Oh, não querida, isto não é um chihuahua, é uma Qui-me-ra, é um erro muito comum. - disse ela com um sorriso simpático.

E continuamos a subir para o ponto de observação do arco, mas alguma coisa me incomodava, mal eu sabia que naquela época, talvez...

Eu não descesse com vida.


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Notas finais do capítulo

Eai como ficou? Bom... Digam nos comentários! Mas uma curiosidade se vocês estão lendo significa que são fãs de Percy Jackson... Qual o Chalé de vocês?



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