Crônicas Do Olimpo - A Ladra De Raios escrita por Laís Bohrer


Capítulo 1
O canto dos trovões


Notas iniciais do capítulo

Lay*: Hey galera, estou aqui para fazer algumas revisões em consideração dos futuros leitores. Não haverá modificações grandes como informações, apenas irei revisar a escrita. Eu já disse milhares de vezes que eu não fiquei satisfeita e que acredito que poderia ter sido melhor. Não haverá grandes mudanças.

Para os leitores novos, desejo boas-vindas e espero que gostem dessa saga :3
Boa leitura



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Para A.S.

Obrigada por me ensinar a ser forte mesmo nas piores lutas.

O céu estava nublado e cinzento, as vezes era possível ver um raio cortando o céu ou algo assim, o cenário parecia o de um filme antigo sem cor.

Eu tinha dez anos quando aquilo aconteceu. Em minhas mãos estava Trina, uma boneca de pano com olhos de botões de um azul bem escuro. Eu estava assustada, dando pequenos pulinhos para qualquer ruido enquanto sozinha em um chalé na praia Montauk, arrastada ali por um motivo que eu não sabia.

Ouvi um estalar e pulei do parapeito da janela vacilando um pouco ao cair. Apertei Trina contra mim. Eu sempre havia sido medrosa, mas agora eu tinha um motivo em especial para temer.

Josh?– eu chamava com uma voz hesitante e fina.

Mais um ruido, apertei Trina com mais força.

Josh... É você? Se for, não estou achando graça.– disse para a escuridão, os olhos marejados.

Houve um grito feminino e depois ouvi a voz de Josh chamando meu nome.

Sem pensar duas vezes, corri na direção das duas vozes. O clarão de um raio invadiu pelas janelas e ao som de um trovão, o chalé inteiro parecia tremer. Eu tossi e a janela se estilhaçou, uma rajada de fumaça quente afastava o frio daquela noite, levando também o ar dos meus pulmões.

Eu caio no chão.

Josh!

O chalé estava logo sendo engolido pelas chamas. Outro grito, dessa vez, o feminino. Eu vi uma sombra atravessar a janela, para meu alivio era Josh, ele tinha em mãos sua lança cruelmente afiada. Ele veio até a mim, um pedaço do teto caiu antes dele me alcançar, ele hesitou e no instante seguinte eu estava pendurada no seu ombro, Trina caiu das minhas mãos e ele corria pela a areia.

– Está tudo bem - ele dizia rapidamente. Seu rosto estava molhado de lágrimas, suor e sangue.

– Onde está a mamãe? - tossi. - E Annabeth?

Mas ele não me respondeu e continuou correndo.

A fumaça que se espalhava tampava minha visão fazendo meus olhos lacrimejarem. Eu não sabia do que estávamos fugindo, lembro-me bem de ter sido jogada no banco de trás do Land Rover da minha mãe e Josh pular no banco dianteiro do motorista.

– Você nem sabe dirigir! - exclamei.

– É uma boa hora para aprender não? - ele gritou para mim.

Segurei a aba de meu vestido fortemente.

– Josh... Onde esta minha mãe? Eu quero minha mãe. - uma lagrima caiu do meu olho.

– Vai ficar tudo bem - ele disse em uma falha tentativa de me acalmar. Ver seu rosto daquele jeito fazia eu me sentir pior - Eu acho. - murmurou logo em seguida.

Depois ouvi um bramido que me fez estremecer. Com meus olhos arregalados, virei para a janela traseira do Land Rover para ver o que nos perseguia, mas Long Island havia virado um borrão por culpa da velocidade que íamos, não sabia com o que estava preocupada - Ser morta por uma coisa que nem sabia o que era, ou morrer em um acidente de carro pelo simples fato de que quem estava no volante era Josh.

Di Immortales... - murmurou Josh e então começou a xingar em grego antigo.

A Coisa tinha chifres e parecia um hibrido de uma vaca. Meus olhos fecharam e abriram de novo.

– Minotauro! - eu me alarmei.

Josh gritou e o carro virou capotando, então o Land Rover estava de cabeça para baixo, lembro de bater a cabeça e Josh gritando, avistei seus olhos verdes vindo em minha direção. Tudo pareceu correr em câmera lenta. Eu tinha um ferimento na testa e o sangue escorria pelo meu rosto atrapalhando minha visão. Lembro de Josh cair junto comigo na Areia molhada, cuspi a areia enquanto Josh com esforço tentava levantar.

Eu queria chamá-lo, mas estava fraca e cansada demais.

Ele estava lá parecendo a figura de um conto de fadas e ele ergueu a lança para o céu. O minotauro vinha na sua direção usando um samba-canção de bolinhas vermelhas o que não o fazia parecer menos assustador.

Eu observei enquanto ele corria atrás do monstro, eu gritei seu nome com a voz rouca. Josh gritou meu nome, me dizendo para fugir, ele estava estranhamento fraco enquanto lutava. Ele não era assim, eu sabia. Josh era muito forte, mas ele parecia prestes a dormir diante dos pés do Minotauro.

Meu vestido branco se tornou vermelho e uma dor aguda invadiu meu corpo, senti como se fosse feita de um vidro fino e estivesse prestes a quebrar.

Josh foi lançado para o lado pelo minotauro. Minha visão ficou turva e Josh ergueu-se vomitando sangue e cambaleando em direção do monstro. Arregalei os olhos quando o rapaz fincou a lança no corpo do monstro. O minotauro fechou as mãos ao redor do corpo de Josh que gritava.

O corpo da criatura se desfez em pó e Josh dissipou-se no ar como ele, se desfazendo em uma luz dourada. Ele olhou para mim, erguendo a mão em minha direção, mas logo ele desapareceu.

Um raio surgiu como uma rachadura no firmamento, lágrimas caiam frenéticas de meus olhos e pontos negros começaram a dançar diante da minha visão.

Alguém segurou em meus ombros e eu comecei a soluçar. Uma criança perdida. Eu estava sozinha.

– Vamos embora - disse outra voz e eu me deparei com um par de olhos negros e marejados. As mãos de um menino da minha idade seguravam firmemente em meus ombros.

Ele estava com raiva.

Afundei meu rosto em seu ombro e gritei. As esperanças de que fosse um sonho foram levadas com ele.

O menino me abraçou.

– Me desculpe - ele disse, mas meus gritos eram maiores que a sua voz.

Eu não pensei no que faria a seguir. Estava confusa e perdida. Era apenas uma criança. A imagem se repetia na minha mente centenas de vezes até que eu pudesse aceitar a realidade. No final eu não fui capaz.

Havia perdido tudo - família, amigos e logo em seguida meu nome.


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Notas finais do capítulo

Oh, essa é a nossa pequena introdução, o começo de tudo com nossa pequena protagonista.
Deixem seu comentário e obrigada (mais uma vez) pelos comentários, favoritos e recomendações ao longo de CDO.

Beijos Azuis
— Lay Silva