Paradise On Hell escrita por Gilbert


Capítulo 22
Goodbye or See You Soon?


Notas iniciais do capítulo

Esse capitulo ficou meio grande (mais ou menos), mas vai acontecer muita coisa ao mesmo tempo. No próximo capitulo as coisas vão mudar um pouco, mas era o planejado desde o início.

Comentem e recomendem a história, por favoooorrrr... E EUZINHA to pensando em pegar o nome de uma de vcs e colocar na história, como par romantico pro Tyler ou pro Elijah. Aí vocês escolhem.

>>>> Leiam as notas finais!!!



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DAMON’S P.O.V.

Acordei com a maior dor de cabeça do mundo e, não sei como, eu estava deitado na minha cama. Com as mesmas roupas da festa, mas na minha cama. Não conseguia ter nenhuma lembrança nítida do que aconteceu depois que me separei de Elena na festa.. Claro, além de acordar com Megan em cima de mim.

AI MEU DEUS, ELENA!

Tentei levantar rápido na cama mas a dor de cabeça me impediu de ficar em pé, deixando tudo ao meu redor preto. Coloquei a mão na testa e gemi baixo.

– Vai com calma aí, pegador! – Tyler falou e em seguida jogou uma bolsa de gelo pra mim.

– Pra que isso? – perguntei.

Mas a pergunta foi respondida com uma enorme dor no ombro. Imediatamente coloquei o gelo no local.

– Bom, eu e Stefan te carregamos até o quarto e na hora de te colocar na cama ele.. EU JURO QUE FOI ELE! Te deixou cair no chão, e você bateu o ombro na quina. Hoje de manhã eu vi que tava roxo então peguei o gelo. – sorriu orgulhoso. – Sou muito prestativo.

Eu ouvi tudo o que ele falou, mas tava com dificuldade de processar cada palavra.

– Mas o que aconteceu? – perguntei.

Ainda tentava forçar a memória, mas nada. Não fazia ideia do que tinha acontecido.

– Eu não sei, mas vou te falar com as palavras da Chuck: “Vai buscar o seu amiguinho filho da puta que ta desmaiado la fora, porque o chifre da minha cabeça ta doendo e eu vou pro meu quarto.” – ele fez uma imitação horrível da voz dela. – Ai – continuou. – Quando eu perguntei o que tinha acontecido, ela falou: “Ele tava quase comendo a nojenta da Megan. Além de ser um imbecil ele tem um péssimo gosto pra amante. Avisa pra ele que eu to com nojo dele, e que ele é um frouxo por ter desmaiado quando eu o peguei no flagra”.

– Espera.. O QUE?

– Bom, eu pessoalmente discordo sobre o péssimo gosto pra amante. Mas concordo com a parte de você ser um frouxo. – falou. – E minha observação sobre o que aconteceu é: MANDOU BEM PEGADOR!

Tyler levantou a mão, na esperança que eu batesse na mão dele, e quando eu não bati, ele fechou a cara e cruzou os braços.

– Para com a palhaçada. Eu não lembro de nada que aconteceu, e eu não teria ficado com a Megan se eu tivesse normal!

– Por que não? Ela é gostosa!

– O MEU NAMORO PODE TER ACABADO, EU NÃO DOU A MÍNIMA SE ELA É GOSTOSA OU NÃO. EU PERDI A ELENA. ENTÃO PARA DE FALAR MERDA!

– NÃO GRITA COMIGO! Estamos oficialmente divorciados. Além da namorada tu perdeu o mano aqui.

Bufei em desaprovação. A coisa mais ridícula do mundo era o Tyler referindo a si mesmo como “o mano”.

– Foi mal. – falei, mas sem esconder a irritação na minha voz.

– Vai precisar de muito mais que um “foi mal” pra me reconquistar! – respondeu.

–Você se ouve quando você fala? Porque isso soou extremamente gay. – o alertei.

Os minutos passaram, mas eu não conseguia prestar atenção em nenhuma das palavras sem nexo que o Tyler falava. Ele era meu amigo e eu sei que as vezes eu o deixava muito de lado, mas era EXTREMAMENTE, tipo MUITO, irritante.
Eu tava com dor de cabeça.
Uma provável ressaca.
Talvez solteiro.
E possivelmente fui drogado.
Então meu humor não tava bom, e não tinha como estar. Meu humor tava pior que o da Elena nos seus piores dias...

Droga! Soquei a cama me lembrando dela, e me arrependi no mesmo segundo quando meu ombro começou a latejar.

– Você não ta prestando atenção no que eu to falando né? QUANDO VOCÊ ACORDAR MORTO NÃO RECLAMA!

Acordar. Morto. Balancei a cabeça desejando não ter ouvido isso.

– De novo: foi mal. Repete ai o que disse! – pedi.

– Não, agora fique curioso. O mano aqui vai te deixar sozinho com a sua dor e nem adianta me chamar pra te fazer companhia depois.

Com certeza eu não ia chamar.

Tyler saiu do quarto emburrado, com a mochila aberta no ombro. Eu nem perdi meu tempo avisando que toda a sujeira da mochila dele tava caindo. Se ele pelo menos levasse caderno ou lapis pra sala de aula eu avisaria.

Rapidamente peguei meu celular no criado mudo pra ligar pra Elena. Eu precisava falar com ela e tava quase tendo um ataque do coração de tão nervoso que eu tava. Mas, pra minha grande decepção, deu na caixa de correio eletrônico, e a mensagem era: “Oi, se eu não te atendi foi porque to ocupada ou porque não quis. Mas deixe sua mensagem, a não ser que você seja o Damon”. Mas deixei a mensagem mesmo assim.

Como eu não sabia o que falar, e nem tinha uma desculpa coerente para os últimos acontecimentos, tudo o que falei foi “me perdoa, não me ignora, a culpa não foi minha”.

Mas eu sabia que ela ia me ignorar. Isso era óbvio.

ELENA’S P.O.V.

– NÃO QUEBRA! – Caroline correu e tomou o celular da minha mão antes que eu pudesse joga-lo contra a parede.

Simplesmente rosnei, fechei a cara e voltei a deitar no chão.

– Da um jeito nesse mau humor minha filha, tá complicado de conviver... – a loira falou. – E se não quer o celular, da pra mim! O meu ta um lixo. – deu um sorrisinho, mas eu continuei sem falar nada. – ELENA. – falou um pouco mais alto.

O máximo que eu fiz foi virar a cabeça mais ou menos e fuzilar ela com os olhos.

– Fala comigo, reage minha filha.

– Eu tinha reagido a um segundo, mas você não deixou eu quebrar o celular. – sorri mais ou menos.

– Puts, ta tão acabada que até sua voz ficou rouca!

Caroline se sentou no chão, do lado da onde eu estava deitada. Eu realmente precisava extravasar a minha raiva de algum jeito e, talvez, quebrar um telefone celular não fosse a melhor maneira de resolver as coisas. Mas minha cabeça tava cheia e eu, a ponto de explodir. Tudo o que eu queria era ficar sozinha e não pensar. Não precisava de alguém me lembrando o quanto eu estava horrível.

Eu sabia que bonita eu não poderia estar, já que simplesmente cheguei da festa e só tirei a roupa. Não lavei o rosto, não penteei o cabelo e nem me olhei no espelho. Mas também não me dei o luxo de chorar. Lagrimas são para perdedores.

– Vai me ignorar pra sempre? – Carol me cutucou com o dedo.

– Você é burra, ou é só naturalmente loira? – perguntei, de olhos fechados. Fitando o vazio em mim.

– Oi?

– Não ta vendo que eu quero ficar sozinha?

Um dos motivos por eu não querer conversar com ninguém, era: eu tinha certeza que,assim que eu abrisse a boca, junto com as palavras iam vir as lagrimas. Se eu não deixei nem o espelho me ver chorando, não vou deixar ninguém.

– Eu sei, mas... Eu tava conversando com a Bonnie e a gente não vai te deixar sozinha. Você ta parecendo que vai morrer, então vou te tratar que nem um animal de estimação. Você agora é minha cobra. Portanto daqui a pouco eu vou te trazer comida e.. Hm, eu vou ficar quieta. Fica com os olhos fechados e eu juro que nem vai notar que eu to aqui.

Eu não estava em condições pra discutir, até porque eu sabia que ela não ia sair dali mesmo. Fiquei apenas quieta, com os olhos fechados e esvaziando minha mente. Eu pensava em pássaros voando. A ideia de liberdade sempre me foi muito atraente... Esse, inclusive, é um dos motivos pelo qual eu odiei esse colégio interno desde que cheguei aqui.

Lógico, não só esse motivo. Tem muitos outros, como a pose de bons meninos que esses bonecos de plástico controlados pela mamãe tem. Sendo que na verdade todos são podres por dentro... Com algumas poucas exceções de pessoas.

Depois de ontem eu tinha certeza de que precisava, mais do que nunca, arrumar uma boa desculpa pra sair dali. O fim do ano tava chegando, eu queria ir pra faculdade, bem longe de tudo. Viver pra sempre comigo mesma. Esquecer do Damon... Droga!

Eu tava voltando a ficar nervosa de novo, e voltando a pensar no imbecil... Respira. 1, 2, 3. Pense nos pássaros.Em como eles são livres e felizes, e no quanto você vai ser livre e feliz um dia.

Mas essa coisa de “não pensar muito” é meio dificil. Tyler merecia um prêmio, sério! Até porque tinha um barulho baixinho que tava me incomodando e atrapalhando o meu lugar feliz...

– Caroline!?

– Hm?

– Respira baixo.

STEFAN’S P.O.V.

– Você não acha estranho isso do Damon com a Megan? – Lexi perguntou, de novo, pela milésima vez.

– Sim. – respondi.

A essa altura eu já tava respondendo no automático.

– Tipo, ele parecia gostar muito da Elena, então por quê ele faria isso? – não respondi. – Ou ele não gostava dela tanto assim.. – um meio sorriso se formou em seus lábios.

– Você não tem outro assunto? – saiu mais áspero do que eu pretendia.

– Você deveria estar mais preocupado... Ele é seu amigo! – me repreendeu.

– Como “amigo” eu estou preocupado o suficiente. Já me certifiquei que ele está bem... Enquanto você, não ta preocupada como uma “amiga”.

– Você ta com ciúmes? – ela começou a rir.

CIÚMES?????

LÓGICO QUE EU NÃO ESTAVA COM CIÚMES!!

Eu só não queria que a minha AMIGA se iludisse com o EX namorado. EX no PASSADO. Não precisava ficar colocando o nome dele no presente. Me incomodava o fato de ela ficar falando nele com esperança, porque eu me preocupava. Preocupação é diferente de ciúmes... E porque eu não estou falando isso alto mesmo?

– Faça-me o favor em, Alexia. Eu não sinto esse negócio de ciumes. – fiz uma careta e ela riu.

– Calma, eu só to brincando. – me deu um soco no ombro. – E sim, eu tenho que me controlar quanto ao Damon...

– E se te ajudar: ele acha que drogaram ele, então ele não “traiu” a Elena porque quis. – expliquei e ela caiu na gargalhada. – o que foi?

– Por favor!! Isso é só uma desculpa.. Quem drogaria ele? Pelo amor de Deus...

– Só to repetindo o que ele falou.

Tentei esconder a minha irritação.

Estávamos sentados do lado de fora da lanchonete, esperando o sinal das aulas, e quando eu ia mudar de assunto, o sinal ecoou por todo o patio.

– Não to com a mínima vontade de assistir aula hoje. – Lexi reclamou, fazendo uma cara preguiçosa.

– Então falta!

– E o que você sugere?

– Hmm.. Que tal se eu te ensinar a jogar futebol? Você me pediu um dia.

– Mas futebol normal, eu odeio futebol americano!

– Eu sei, eu to falando do normal mesmo. – ela abriu um enorme sorriso.. Aquele, que eu amava.

Não deixei de sorrir junto.

A puxei pelo braço e saímos correndo pelo Campus, até chegar no ginásio, onde esperamos todos que estavam ali sair pra termos o espaço todo pra gente... E porque a Lexi tinha vergonha de jogar bola na frente de todo mundo.

– Eu nasci pra ser líder de torcida e não pra jogar bola!

– Chuta essa merda logo. – falei e ela me mostrou a lingua. – E dessa vez tenta acertar no gol.

E foi isso o que fizemos pelo resto da manhã... Lexi realmente era péssima no futebol, mas ela aprendeu a chutar a bola em um ponto certo e não na piscina do outro lado da escola. O que eu acho que é uma vitória.

DAMON’S P.O.V.

Sim, eu tentei falar com a Elena, e sabem o que aconteceu? Eu sai do meu quarto, mesmo morrendo de dor, arrisquei ser pego e levar uma suspensão indo até a área das meninas durante a manhã, bati na porta do quarto dela, porque não estava em condições de pular a janela e ela nem me deixou falar. Me deu um tapa na cara e falou com todas as letras “vai se foder, eu não preciso de você.”

Fui rejeitado da pior maneira e agora tinha certeza de uma unica coisa: eu estava solteiro.

Mais tarde fui até o ginásio, avisar que provavelmente eu não poderia ser o quarterback no próximo jogo, ja que meu ombro estava mais ferrado do que eu. Mas não tinha ninguém além de Lexi e Stefan lá.

– Me desculpem por interromper.. Cade o Colch? – perguntei pra Stefan e, como sempre, não olhei diretamente pra Lexi.

– Hoje é o dia de folga dele, não lembra?

– Agora eu lembrei. – balancei a cabeça.

– Cara, você ta bem? – Stefan levantou e veio até mim.

– Não.. Mas deixa pra la.

Sai andando antes dele me alcançar, eu devia estar com a aparência horrível mesmo. O que me deixa um pouco melhor é ter visto que a Elena estava tão ruim quanto eu, e isso significa que ainda há uma pequena esperança.

Antes de chegar no segundo pátio, Lexi começou a me gritar.

– Damon, espera.

Grunhi baixo mas parei de andar.

– Por favor, hoje não. – falei o mais sério que pude.

– Calma ai, eu só quero saber como você tá!?

– Péssimo, com mau humor, de ressaca, passando mal e prestes a vomitar meu fígado.. E você, como está? – sorri, sarcástico.

– Bem melhor que você!

– Que bom.. Agora eu tenho que ir.

Quando me virei e recomecei a andar, ela puxou meu braço novamente. Me virei revirando os olhos. Ela suspirou.

– Você não sabe o que aconteceu?

– Se eu soubesse, acha que eu estaria assim? – ela refletiu por um momento.

– É que... Talvez você estivesse bêbado demais e tenha traído a Elena sem perceber. – balancei a cabeça, fazendo um não. – Ou, - ela continuou,- você pode pegar a câmera do JT.

– De quem? – cocei a nuca, confuso.

– JT, um dos nerds do segundo ano. Ele foi o encarregado de filmar a festa. – uma onda de adrenalina começou a pulsar em mim.

– Onde ele tá agora?

– O pessoal do segundo ano foi numa viagem de um dia. Eles voltam amanhã..

Fiquei um pouco decepcionado.

– Hm.. Mas de que adianta, Elena já terminou comigo e eu tenho quase certeza de que, dessa vez, não tem volta.

– Então você ta solteiro? – um quase sorriso se formou em seus lábios, mas eu ignorei. – Eu juro que queria dizer que “sinto muito”, mas eu só posso dizer depois de ter certeza de uma coisa.

– De que coisa?

– Certeza de que eu já estou pronta pra ficar feliz por você longe de mim. Certeza de que eu já não gosto mais de você “daquele jeito”.

– Lexi, eu...

Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ela encostou seus lábios nos meus, segurando bem forte o meu cabelo para que eu não pudesse me soltar. Na verdade eu nem tentei, eu apenas fiquei com o olho entreaberto, esperando que ela terminasse. O beijo dela não era ruim, mas não me causava emoção alguma.

Lentamente ela foi separando a boca da minha, e me encarou.

– Foi como eu suspeitava. – ela falou e eu fiquei confuso. – eu já não sinto nada. Quer dizer, eu ainda me importo com você e acredito que sempre vou me importar, mas... Nada. Acabou. – ela sorriu. – me desculpa por ter te perseguido por todo esse tempo e para compensar todo o stress, eu vou te ajudar a voltar com a Elena. Amanhã eu falo com o JT.

– Obrigado. – sorri e ela sorriu de volta.

Depois nos abraçamos e ficamos assim por um longo tempo.

Quando nos despedimos e ela voltou para o ginásio, eu percebi que não estávamos sozinhos. Matt e Rebekah estavam do outro lado rindo e comemorando alguma coisa. Dessa distancia não dava pra ouvir nada do que falavam, mas assim que viram eu os havia visto, tentaram desesperadamente fingir que não tinham me visto.

Aquilo não era bom...

KLAUS P.O.V.

– Caroline, eu preciso falar com você. – a puxei pelo braço quando ela saiu da lanchonete.

– Oi amor, tudo bem? – ela me deu um selinho. – Não posso falar agora, tenho que levar isso aqui pra Elena.

Caroline tava me evitando desde que tentamos fazer sexo e ela fugiu envergonhada. E não adianta eu falar mil vezes que eu não ligo, que eu vou esperar ela ficar pronta... Toda vez que eu toco no assunto ela fica vermelha e sai correndo.

– Eu tenho certeza que ela pode esperar.

Não dei tempo para que ela inventasse outra desculpa e a arrastei para um canto. Já estava começando a escurecer, ninguém ia nos ver ali.

– O que aconteceu de tão importante? – perguntou.

– Aconteceu que a minha namorada não me da mais atenção.

– Awww, poxa amor, eu to...

– Não me venha com essa de “ocupada nos estudos.” Você não me engana, e eu sei muito bem o porque de estar agindo assim.

– Err.. – de novo ela começou a corar, mas dessa vez eu estava segurando-a contra a parede, e não tinha como ela fugir.

– Para de besteira Carol.. Você sabe que eu não ligo pra isso, mas para de agir como se tivesse um abismo entre a gente.

– Desculpa.

Ela me beijou, por um longo tempo, e ficou sussurrando “desculpa” entre vários selinhos.

– Eu te desculpo, se.. – outro selinho. – você me encontrar essa noite! – ela ficou séria e eu ri. – Nada de sexo, juro. Só fica comigo..

– Ta bom.

– Ta bom? – Balançou a cabeça fazendo um “sim”.

O celular dela fez um “bip” de mensagem, e depois que ela leu, deu um grande sorriso.

– Elena foi dar uma volta pelo campus, então eu acho que a nossa noite começa agora.

DAMON’S P.O.V.

Tava andando pela escola, enquanto comia um sanduba de queijo, com Ty tagarelando do meu lado.

– Compre presentes pra ela, tipo.. Se fantasia de gogoboy e faz uma strip dance pra ela. - Tyler esqueceu que estava brigado comigo e agora não para de falar merda. – você é feio, mas ela vai gostar!

– Pelo amor de Deus, eu vou te fazer essa pergunta pela centésima vez: você escuta as coisas que você fala ou tem um enorme ronco na sua cabeça que te impede?

– É que da muito trabalho pensar antes de falar.. Foi mal.

– Desculpa, eu que to nervoso..

– Eu to vendo, ta na sua tpm... Mas cara, eu tenho outra solução!

– La vem.

– Porque você não se tranca com ela em algum lugar, e só sai de la depois que ela te perdoar?

Eu ia rir e retrucar, mas no segundo que parei pra pensar eu vi que aquilo não era uma má ideia.

– Finalmente uma ideia que presta... Mas onde?

– O mano aqui sabe dar as ideias, mas o resto é com você! – dei um tapa na cabeça dele.

– Não precisa, eu vim aqui pra conversar com você. – uma terceira voz surgiu atrás da gente, e era Elena.

Eu quase sorri pra ela, mas não consegui, a cara dela não era nada agradável.

– Elena, voc..

– Vem comigo.

Ela saiu andando na frente.

– Vai com a Chuck e depois me encontra na sala de jogos. – Tyler falou e pegou meu sanduíche.

Let Me Go - Avril Lavigne

Fui andando atrás dela, com o coração acelerado e com um embrulho no estômago. Eu tinha um texto preparado pra falar, mas parece que todas as palavras fugiram de mim.

Para a minha surpresa, ela estava andando até a área da piscina. Onde demos o primeiro beijo. Aquilo me deu a falsa esperança de que talvez ela fosse me escutar e me perdoar.

Quando chegamos lá, eu não consegui esperar que ela falasse alguma coisa, e já fui abrindo a boca.

– Me desculpa, por tudo, a coisa que eu mais desejo nesse momento é que a noite de ontem suma, e o seu perdão. – foi tudo o que consegui falar, mas ela não me deu oportunidade de melhor a frase.

– Eu... Você sabe o que eu to sentindo agora, não sabe? – a voz dela saiu meio embargada. – Eu simplesmente não consigo te perdoar. Eu mal consigo ouvir a sua voz.

– Eu não tive culpa, quer dizer.. Eu tive culpa, mas eu não me lembro. Eu, eu.. Me desculpa. – coloquei a mão tampando o rosto.

Não conseguia formular frase nenhuma. Ver ela, na minha frente, com o nariz vermelho e aquela cara de dor, fez com que eu me sentisse o pior ser humano que já existiu.

– PARA DE ME PEDIR PERDÃO. – ela explodiu e começou a chorar. – Droga, agora eu te odeio ainda mais, eu não posso chorar na sua frente. NÃO OLHA PRA MIM.

Me virei e dei um soco na parede. Mas a essa altura, a dor que eu senti na minha mão nem se comparou com a dor que eu sentia no meu coração.

– Olha pra mim. – me aproximei dela, mas quando toquei seu ombro ela recuou. – Elena, olha pra mim! Você realmente acha que eu..

– Cala essa boca, cala essa boca seu idiota. Eu não acho nada, eu tenho certeza. Horas atrás você tava fazendo o que Damon? – não respondi. - ANDA, FALA!

– O que? Eu não sei... No dormitório, não...

– VOCÊ TAVA BEIJANDO A LEXI. EU VI VOCÊ BEIJANDO A LEXI.

– Espera, isso eu posso explicar.

Droga, tudo, absolutamente tudo, resolve dar errado de uma vez só. Não da tempo nem de respirar.

– Não tem que explicar nada. Eu fui atrás de você mais cedo, depois que você saiu do meu quarto e vi.

– Eu ia te contar isso..

– Não, você não ia, porque você é um covarde. – Lagrimas começaram a descer pelo seu rosto novamente.

Dessa vez eu não aguentei e, quando vi, também estava chorando.

– Pelo amor de Deus, pensa com claresa. – falei entre as lágrimas. – eu não iria te trair, logo naquela noite, justo quando estávamos prestes a..

– A O QUE? IR PRA CAMA? Porque é só isso que deve importar não é? – franzi o cenho, sem acreditar que ela realmente pensava que eu era esse tipo de cara.

– FAZER AS PAZES! – quase gritei.

– Mas você traiu, você estava embaixo de uma vagabunda... Como é o nome dela mesmo?

– Eu juro que eu não sei como isso aconteceu, eu não... Alguém deve ter me drogado, me embebedado. Você tem que acreditar em mim.

Ela ficou em silêncio, apenas me encarando, com o lábio inferior tremendo e o cabelo bagunçado. O rosto pálido refletia bem o ódio dos seus olhos. O silêncio estava me frustrando, porque ela estava sem reação, e eu também. Ambos não sabíamos o que falar. Não havia mais desculpas e nem mais acusações. O erro já havia sido cometido, e não tinha volta.

Sem mais aguentar, quebrei o espaço entre a gente e a abracei, ela não abraçou de volta mas também não recuou, mas eu pude sentir as lágrimas quentes pela minha camisa. A segurei como se ela fosse a coisa mais preciosa que eu já tive em mãos, e certamente era.

– Você tem que acreditar em mim. Você já disse que me ama uma vez, e se você realmente ama, você vai acreditar em mim. – quebrei o longo silêncio, ainda a abraçando.

– Eu falei que te amava depois do sexo, isso não vale nada. – ela falou como se tivesse ensaiado isso por horas em frente ao espelho. Sem ao menos vacilar no tom de voz.

“Ela sabe ser cruel, não cai nessa” Eu sabia que ela tinha falado isso só pra me afetar, mas realmente afetou. As palavras me atingiram como um tiro, fazendo com que eu sangrasse por dentro.

– Fale o que você quiser, me bate, mas me perdoa. – fechei os olhos e a soltei do abraço, me afastando poucos centímetros.

Em um segundo ela começou a me bater, com toda a força que ela tinha. Socos, tapas, tudo.

– Lembra do nosso primeiro beijo? Ele foi aqui. – Foi aqui que tudo começou e aqui que tudo vai acabar. – parou com os tapas.

De novo eu senti as lágrimas traiçoeiras voltando (droga, seja homem, para de chorar), quando eu abri os olhos e deixei que elas escapassem, Elena estava de costas pra mim e seu ombro tremia muito, mas não havia barulho de choro. Nesse momento minha perna fraquejou e eu caí de joelhos. Ela assustou com o barulho, e quando me viu caído se ajoelhou na minha frente, e passou a mão pelo meu rosto e eu fiz a mesma coisa, passando a ponta dos dedos pela sua bochecha, secando as lagrimas que ali estavam.

– O seu toque arde a minha pele. – Elena fechou os olhos, com uma expressão de dor e angústia.

– Me... perdoa. – era tudo o que eu conseguia falar.

– Sabe, alguma coisa me diz que eu devo confiar em você, que você ta falando a verdade.

– Ouve essa “coisa”, por favor. – ela abriu os olhos e olhou dentro dos meus.

Ficamos um bom tempo assim, só olhando no olho um do outro. Ambos com o olho umido e com lagrimas quase secas na bochecha.

– Não consigo.

– Você consegue.. Não faz isso comigo, Elena. Não faz isso comigo. – minha voz saiu trêmula.

Não me importava o quanto eu estava me humilhando, eu não podia perde-la.

– Você não ta entendendo. Eu nunca me deixo entregar pra ninguém, e ai quando eu finalmente faço isso, eu me dou mal. Eu sempre me dou mal... O amor não é uma coisa que serve pra mim.

E ela se levantou e saiu correndo.

amor que uma vez esteve pendurado na parede

Costumava significar algo

Mas agora não significa nada

Os ecos sumiram no corredor

Mas eu ainda me lembro

A dor de dezembro


não há nada que você poderia dizer

Sinto muito é tarde demais


Eu estou me livrando destas lembranças

Tenho que deixá-las ir, deixe-as ir

Eu disse adeus, queimei tudo

Tenho que deixá-las ir, deixe-as ir


Você voltou para descobrir que eu tinha ido embora

E aquele lugar está vazio

Como o buraco que foi deixado em mim

Como se fossemos absolutamente nada

Não é o que você significava para mim

Pensei que fossemos destinados um para o outro

não há nada que você poderia dizer

Sinto muito é tarde demais

Eu as deixo ir (e agora eu sei)

Uma nova vida (está neste caminho)

E quando é certo (você sempre sabe)

Então, desta vez (não vou largar)


Só há uma coisa a dizer aqui

O amor nunca vem tarde demais


Eu me livrei daquelas lembranças

Eu as deixei ir, eu as deixei ir

E duas despedidas trouxeram esta nova luz

Não me deixe ir, não me deixe ir

Não vou deixar você ir

Não me deixe ir

____

1 MÊS DEPOIS..

ELENA’S P.O.V.

Depois daquela noite, os dias se passaram lentos e torturantes. Era dificil, mas não era impossível. Eu não estava morrendo, apesar de as vezes me sentir a beira de um abismo.

Mas se passaram um mês, e muita coisa aconteceu nesse meio tempo. Uma das coisas foi que eu descobri, alias, Elijah confessou que Damon na verdade não tinha me traído, que havia sido uma armação dele, de Rebekah e de Matt. E que ele estava confessando, porque havia descoberto que o plano era que Lexi ficasse com Damon, eu com Matt e Stefan com Rebekah, enquanto ele ficaria sozinho. Eu me senti um lixo quando descobri tudo, e Damon ficou com tanta raiva que foi suspenso por ter batido no Matt.

Mas, nós não nos acertamos. Algo como “você não confiou em mim” “as evidencias eram bem claras” “você disse que não me amava” atrapalhou as coisas. E tudo foi bem injusto, porque a culpa caiu toda em cima de mim, sendo que se ele estivesse no meu lugar faria a mesma coisa. Era óbvio que eu o amava, e mais óbvio ainda era que eu tinha dito aquilo só para me sentir superior. Mas... Nos evitamos até, bem, hoje, quando nos esbarramos no pátio. Mas mesmo assim, não trocamos sequer uma palavra. E algo me dizia que as coisas nunca mais iriam voltar a ser a mesma coisa.

Meu pai e Jenna já marcaram a data do casamento, o que foi um tremendo de um choque, mas ao contrário do que eu pensei, não me rebelei. Apesar de não fazer nenhum gosto do casamento e de não ir nem um pouco com a cara da minha nova “mamãe”. A cerimônia seria daqui a três dias, na Inglaterra mesmo, já que ainda tínhamos aulas e o presídio (o qual chamamos de escola) não liberou por mais de uma semana. Boa parte do colégio havia sido convidado, inclusive Damon, que eu duvidava muito que iria aparecer.

Tudo o que aconteceu me fez pensar muito na minha mãe e praticamente toda a noite ela aparecia nos meus sonhos, me dando conselhos para aguentar firme e não me deixar abalar. Dizendo que era pra seguir em frente, seguir meus sonhos. E era exatamente isso que eu pretendia fazer e já havia conversado com meu pai sobre.

Foi uma conversa difícil e longa, com muitas discussões, gritos e choros, da minha parte. Muito drama, mas finalmente eu consegui convencê-lo. Talvez por eu ter aceitado bem o casamento, ele tenha sido um pouco mais flexível.

Carol era a unica pessoa que sabia da minha conversa com meu pai, e pra minha felicidade ela não ficou me fazendo muitas perguntas sobre o assunto. O que foi bem estranho, mas eu não reclamei.

Uma parte de mim estava muito feliz, porque eu finalmente tinha conseguido o que queria, mas outra parte estava em prantos. Uma parte de mim iria ficar pra trás.. uma maldita parte.

...

Eu e Caroline ficamos praticamente o dia inteiro pra escolher um vestido pro casamento, e não preciso dizer que ela estava muito mais animada com isso tudo do que eu. Bonnie também havia ido junto, mas tinha ido embora logo que conseguiu alugar um smoking pro Jeremy. Já Caroline não conseguia se decidir em qual dos smokings Klaus ficaria melhor, apesar de que se considerar a beleza do cara, ele ficaria bem em tudo.

O vestido de Caroline era muito mais chamativo e caro que o meu. O dela era cinza, com uns detalhes em prata, muito decotado nas costas e no busto, porem caiu perfeitamente nela. Já o meu era preto, apesar de a Loira Azeda ter ficado falando o tempo inteirinho “isso não é um velório, é um casamento”, eu gostei do preto, combinou completamente com o meu estado de espirito. Digamos que já tinham sorte por eu estar indo nesse casamento, então não podiam reclamar da cor do vestido.

Mas, apesar de ter ocupado a minha cabeça com Compras-Casamento-Cara Feliz-Finalmente Irmãs; tudo o que eu conseguia pensar era se o Damon ia ou não aparecer no bendito casamento.

STEFAN’S P.O.V.

– Você vai comigo no casamento, e já ta decidido. – bati o pé no chão. – Se eu consegui convencer o Damon de ir, vou conseguir te carregar também!

– Eu não fui convidada Stef, para de encher o saco com isso. – Lexi fez uma careta.

– Mas eu posso levar uma pessoa.

Fiz a melhor cara de cachorrinho sem dono, para tentar convence-la, e ela deu risada, dando um soco no meu ombro esquerdo.

– Pra que quer tanto que eu vá com você?

– Porque não vai ter graça sem você. Nada tem graça sem você. – ela corou.

Me arrependi de ter dito aquilo, saiu sem querer. Mas era tarde demais, agora só o que me restava era encarar o chão e esperar pra receber mais um fora.

– Ei, psiu... Olha pra mim! – ela pediu.

Levantei a cabeça lentamente e encontrei o olhar brincalhão de Lexi sobre mim. Não pude deixar de sorrir, apesar de ainda estar arrependido pelas palavras de antes.

– O que quer?

– Você ta caidinho por mim né? Vamos, admita! – ela ainda estava sorrindo.

– EEEEUU? Por favor, não. – balancei os ombros.

Mas nessa altura do campeonato eu sabia que era complicado negar qualquer coisa desse tipo, eu tinha deixado as coisas muito na cara ultimamente.

– Ah, é? E se eu te pedir um beijo, você negaria? – ela se aproximou de mim. Tava na cara que ela estava se divertindo com a situação, então entrei no jogo.

– Negaria!

Lexi fez com que seus dedos caminhassem lentamente pelo meu abdome, até chegar na ponta da gravata do uniforme, puxando-a, fazendo com que ficássemos muito próximos. Minha respiração começou a falhar, mas eu não mostrei reação, apenas continuei com o sorriso de indiferença até... Até a hora que a infeliz colou completamente os nossos corpos, mordeu meu ombro e foi arrastando os lábios pelo caminho até meu pescoço, fazendo com que cada parte do meu corpo se arrepiasse. Sugou o lóbulo de minha orelha, e eu fechei os olhos, reprimindo um gemido.

– Tem certeza de que negaria? – ela sussurrou.

– Não me tortura. – eu já estava fora de mim.

Tudo o que eu queria fazer era agarrar aquela cintura e beija-la, pra nunca mais parar. Mas eu não sabia se deveria. Eu não sabia se aquilo tudo fazia parte de uma brincadeira de muito, muito mau gosto.

– Vocês homens são tão fracos. – ela começou a rir, me soltando. Eu a encarei com os braços cruzados. – O que foi?

– Nada.

– Então me responde uma coisa... Você é sempre lerdo pra beijar as garotas, ou é só comigo?

ELENA’S P.O.V.

DIA DO CASAMENTO

– PARA DE CORRER DE UM LADO PRO OUTRO, NEM É VOCÊ QUE VAI CASAR! – Gritei, já sem paciência, pra Caroline.

– Eu fico nervosa em casamentos ok? E to nervosa porque falta pouco pra você..

– Shh.

– Ok, vou ficar quieta. Mas olha: a gente precisa fazer cabelo, maquiagem, unha, pé... NÃO VAI DAR TEMPO! E eu tenho que levar as alianças, e se eu deixar cair?

Caroline estava se descabelando, enquanto eu estava sentada de pés pra cima na cadeira do quartinho de hotel que estávamos. A escola tinha liberado quem iria pro casamento, então estava basicamente todo mundo no mesmo hotel, que meu pai tinha reservado. Todo mundo menos o Damon... Mas eu tava tentando não pensar muito nisso.

– Você precisa se acalmar, eu to quase voando no seu pescoço. - ameacei, mas não adiantou, ela continuou andando de um lado pro outro.

Antes que eu perdesse a paciência de vez, sai do quarto e resolvi ir até a área de lazer do hotel, pra comer alguma coisa e ver quem eu encontrava por la. Apesar de que eu já estava sem esperanças de encontrar quem eu realmente queria.

Para a minha surpresa, quando saí do elevador, dei de cara com meu pai, que estava com o rosto preocupado, porém com a aparência feliz.

– Oi princesa, eu precisava falar com você.

– Pai, se for me perguntar de novo se eu pretendo arruinar a cerimônia, eu responderei de novo que NÃO. – sim, ele tinha me perguntado isso umas três vezes.

– Eu fico feliz por isso, mas não é o assunto que quero ter com você.

– Tá, eu to com fome, então.. A gente conversa enquanto eu como!

Ele concordou, então fui andando até a parte do café da manhã, que logo fecharia pro almoço, então estava praticamente vazia. Depois de encher minha bandeja com frutas, pão, um grande pedaço de bolo e muito café, fui até a mesa que meu pai estava sentado.

– Tem certeza que cabe tudo isso aí? – arqueou a sobrancelha.

– Eu to com fome, ué. – dei de ombros. – O que você queria falar mesmo? – perguntei, com a boca cheia de bolo.

– Bom, a madrinha de casamento de Jenna passou mal e não vai poder comparecer, e eu queria que você...

– Não. – tomei um gole de café.

Eu nem queria ir no casamento, eu não gostava da noiva, porque eu aceitaria ser madrinha? Já havia prometido que não arruinaria a cerimônia, agora ele tava querendo demais...

– Por favor Elena, eu sei que deve ser muito difícil pra você entrar lá, sem falar nada, e ficar parada, mas faz isso por mim! Não se esqueça de tudo o que eu fiz por você nesses últimos dias.

– Ai nãaaao, chantagem emocional. – dei um tapa na testa.

O pior é que as chantagens do meu pai sempre funcionavam. Ele fazia uma cara de coitado que ao mesmo tempo me dava raiva e dó. E eu sabia que tava devendo uma pro velho.

– Vamos, eu sei que existe um coração aí dentro.

“Um coração cheio de ferimentos, mas sim, ele existe” pensei.

– Ta bom. – suspirei. – Mas eu não vou fazer nenhum discurso, nem adianta implorar. – ele deu um largo sorriso, que mostrava todas as rugas de expressão que haviam em volta do seu olho. Mas era um sorriso que me fazia bem. – Pai, obrigada por tudo que você fez por mim, de verdade. Eu sei que eu não demonstro e tal, mas eu te amo muito.

Ele pegou a minha mão em cima da mesa e deu um beijo.

– Eu também te amo, querida.

E eu sabia que aquele era um dos únicos, ou o único, homem que seria capaz de tudo por mim. Que me amaria até a eternidade.

5 HORAS ANTES DO CASAMENTO.

– Eu vou ser a MADRINHA, Caroline me ajuda. Eu não queria isso.- entrei no quarto nervosa e assustei a loira azeda. - Meu pai falou que eu não vou ter que fazer um discurso, mas e se ele mudar de ideia? Ele sempre muda de ideia, ai MEU DEUS DO CÉU!!! Tem água aqui? – me sentei, tentando me acalmar, e Caroline, meio assustada, me passou uma garrafinha de água sem gás.

4 HORAS ANTES DO CASAMENTO.

– ELENA SAI DESSE BANHEIRO, A GENTE PRECISA IR PRO SALÃO DAQUI A MEIA HORA! ANDA, MULHER. – Carol gritava e batia na porta, mas eu tava ocupada demais tentando espremer um cravo do meu queixo. Nojento, eu sei, mas necessário. Aquilo tava me incomodando fazia dias. – EU VOU ARROMBAR A PORTA. – ri sozinha imaginando a Caroline se chocando contra a porta e caindo dura no chão.

3 HORAS ANTES DO CASAMENTO.

– Elena, eu vou falar pela décima vez: não-enfia-a-porra-do-dedo-no-olho. A gente não tem temo pra refazer a maquiagem de novo. Se controla.

– Mas ta coçando. – reclamei, reprimindo ao máximo a vontade de coçar o canto do olho.

– COCEIRA É PSICOLÓGICA! – ela fechou os olhos e começou a meditar baixinho, provavelmente pra não dar um tapa na minha cara.

2 HORAS ANTES DO CASAMENTO.

– Sabe, eu nem lembro mais o motivo pelo qual estávamos tão nervosas. – Carol começou, enquanto se olhava no espelho. – Nem é a gente que vai casar, e olha só: estamos lindas. Sempre da tudo certo no final. Ai, Elena, mas o nervosismo é culpa sua. Você que me deixa nervosa. – a encarei séria e revirei os olhos. – Sério, eu fiquei o tempo todo preocupada de você colocar uma bomba no vestido da minha mãe.

Até que não seria má ideia..

1 HORA ANTES DO CASAMENTO

– Você tem noção que daqui a pouco, seremos irmãs oficialmente? – bateu palmas.

– Nem me lembre. É como o meu maior pesadelo se tornando realidade. – lamentei, e ela riu da minha cara.

– Eu sei que isso tudo é amor reprimido.

– Não quero te desapontar, mas até onde eu sei, eu sou hétero. – coloquei as mãos no ombro da Carol, fingindo que estava consolando-a.

– Ha-ha, engraçadinha. – revirou os olhos. – Mas me ajuda a fechar o zíper do vestido.

– Ué? Fechar? Achei que ia me pedir pra abrir. – pisquei, e ela bufou, indo nervosa em direção ao banheiro. Não aguentei e comecei a rir. – Deixa de ser idiota, eu to brincando.

Fui ajuda-la a fechar o zíper e por fim, estávamos prontas, e ainda faltava uns quarenta minutos para descermos.

– Preciso de ajuda. – Tyler entrou ofegante no quarto, fazendo com que eu gritasse.

– SEU IDIOTA, NÃO SABE BATER? E SE EU ESTIVESSE PELADA?

– Não seria um problema pra mim. – ele deu de ombros e eu lhe dei um tapa.

– O que você quer? – perguntei entredentes.

– Preciso de ajuda pra dar nó na gravata.

E só então percebi que a mão direita do retardado tava presa num nó mal feito da gravata, junto ao pescoço, e o casaco do smoking estava completamente torto. Foi a cena mais engraçada do dia, não perdi tempo e bati uma foto.

– Ei, Chuck, da pra parar de bancar a poparassi e me ajudar?

– É P-A-P-A-R-A-Z-Z-I. E eu não sei dar nó em gravata. CAROLINE! – gritei e ela saiu rapidamente do banheiro. – Ajuda o seu ex amor aí a dar nó na gravata.

– Que merda você arrumou aqui Ty? – ela perguntou, se aproximando e tentando soltar o nó mal feito da mão dele.

Fiquei observando os dois, e eu sentia que o pobre coitado do Retardado ainda tinha uma quedinha pela loira azeda. Pessoalmente eles até faziam um casal bonitinho: o jumento e a égua. Mas Caroline era completamente apaixonada pelo britânico sexy, então o pobre do jumento não tinha sorte no amor. Nem era inteligente o bastante pra ter sorte na vida.

HORA DO CASAMENTO.

A cerimônia foi linda, tenho que admitir. Não foi na igreja, já que era o segundo casamento dele, o que agradeci bastante, já que ir em igrejas me fazem lembrar de minha mãe, e lembrar dela me faz ficar triste. E eu tava fingindo a maior cara de felicidade.

Meu pai não me obrigou mesmo a fazer nada além de ficar parada no lugar da madrinha, e a Caroline quase caiu na hora de levar as alianças, mas sim, hora de todos comemorarem, porque eu não ri. A minha expressão não mudou muito ao longo da cerimônia, nem chorei (igual a todas as mulheres presentes) e nem sorri muito. Estava quase normal.

O local estava lotado. Com amigos de meu pai, da Jenna, família, meus amigos... Todos, menos Damon. Na verdade, parte de mim já sabia que ele não iria aparecer, mas no fundo eu ainda sustentava aquela esperança.

Assim que o noivo finalmente beijou a noiva, depois de falar toda aquela ladainha e prometer todas aquelas coisas (e eu nem preciso dizer o quanto isso tudo foi meio nojento), os pombinhos assinaram as papeladas e saíram em meio aos confetes (não era aquele monte de arroz), todos fomos para o salão de festa, onde teria comida e musica. A melhor parte daquilo tudo. Eu e Caroline fomos na Limo que meu pai havia alugado junto com os noivos, o resto foi cada um em seus respectivos carros.

(...)

“John Gilbert e Jenna Forbes irão abrir a pista de dança. Aplausos para os noivos.” Foi o que o DJ, que Caroline escolheu para a festa, falou. Pouco tempo depois mais da metade dos convidados já estavam espalhados pelo enorme salão, conversando ou dançando.

Alguns minutos depois eu estava sentada no bar junto com Caroline e Klaus, Stefan havia trazido Lexi, e eles estavam dançando agarrados. Não me incomodei muito com a presença dela ali depois que vi o modo como ela olhava para o Stef... Até porque, a história do beijo dela e do Damon também havia sido explicada.

Olhei para os lados, para tentar ver meu pai e, assim que não o avistei em nenhum dos quatro cantos da festa, pedi uma bebida ao garçon, mas...

– Não senhora! – minha maldita sorte fez com que John aparecesse bem ao meu lado. – Nada de bebida com álcool.

– Não era pra mim. – sorri amarelo. – Era para o Klaus!

– O que? – o garoto se assustou quando ouviu seu nome e eu fiz um sinal para ele confirmar o que eu havia dito. – A-ah sim, era pra mim. – coçou a cabeça.

– E você tem idade pra beber? – meu pai perguntou.

– Tenho sim, senhor. - era nítida a vergonha na cara dele. – Carol, vamos dançar?

Ele mal esperou que ela respondesse e a arrastou para a pista de dança. Me virei para o meu pai.

– Você não vai aproveitar a festa?

– Vim apenas lhe trazer um recado. – fez um suspense. – há alguém querendo falar com você na área lá fora.

(...)

Eu esperava que algum parente, primo ou sei lá... Meu avô? Mas no lugar de qualquer uma dessas pessoas, estava quem eu mais havia esperado a festa inteira. Era Damon, vestindo a calça do smoking, mas não o casaco, estava apenas com a camisa e a gravata. Ele estava lindo, com o cabelo arrumado para ficar despenteado e um sorriso marcante nos lábios assim que me viu.

Me aproximei lentamente, com um pouco de medo do assunto que ele queria tratar comigo. Ou medo pelo que poderia acontecer..

– Oi. – ele disse, ainda sorrindo, quando cheguei perto o bastante.

– Achei que não viria.

– Estava me esperando? – deu um sorriso sacana.

– Não. – menti.

Mas isso só fez com que o sorriso dele se alargasse.

John Mayer (cover) – Slow Dancing in a Burning Room

Começou a tocar uma musica mais lenta na festa, que dava pra ouvir perfeitamente do lado de fora, uma de minhas musicas preferidas na verdade. Damon chegou mais perto, pegou uma de minhas mãos e me girou.

– Dança comigo?

Num movimento rápido ele depositou as duas mãos na minha cintura e eu correspondi levando meus braços em volta de seu pescoço. Nos movíamos com leveza ao som da musica. Nossos rostos estavam tão próximos que eu sentia sua respiração pesada. Estávamos sozinhos lá fora, e o vento frio fazia com que tremêssemos um pouco, mas não nos impediu de continuar ali. Eu estava tentando gravar cada detalhe de seu rosto, de seu toque. De tudo. Não podia perder nada, pois sabia que a hora do definitivo adeus estava chegando.

– Senti sua falta. – ele sussurrou, fazendo com que eu me arrepiasse um pouco.

– Eu também. – admiti com tanta facilidade que até me assustou.

– O quê? Não entendi. – ele deu uma risadinha.

– Não vou repetir.

Ficamos em silêncio, apenas dançando e encarando os olhos um do outro. Aquilo estava sendo muito difícil para mim... reprimir a vontade que eu tinha de beijá-lo. E era uma vontade muito grande. Mas eu não podia me deixar levar pelas minhas vontades, não naquele momento. Eu precisava contar pra ele o que estava pra acontecer em pouco tempo, e um beijo estragaria tudo.

– Você parece meio tensa. – comentou.

– É que... – respirei fundo. – Você sabe que a gente só ta caindo ultimamente, né?

– Eu sei, mas eu vim aqui disposto a acertar as coisas.

Ele falou e, sem nem me deixar tempo de falar qualquer outra coisa, me girou novamente e antes que eu voltasse para a dança, ele me beijou. Eu não consegui não corresponder. Nos beijamos lentamente, como se nada de ruim existisse. Como se nunca tivéssemos brigado. Sua língua fazia carinho na minha, enquanto suas mãos percorriam as minhas costas e as minhas mãos brincavam com seu cabelo. Gemidos abafados saia da boca de ambos, e eu sabia que aquilo era errado, não deveria estar acontecendo, mas eu apertei meu corpo ao dele cada vez mais, como se qualquer espaço fosse grande demais.

Ele sugou meu lábio inferior antes de parar o beijo.

– Vamos superar o que aconteceu. – me deu um selinho e depois sorriu.

O encarei e não consegui conter as lágrimas, de novo eu estava chorando na frente dele e me castigando mentalmente. Mas não tinha como evitar, as coisas já haviam ido longe demais.

– Não chora. – ele afagou minha bochecha com a ponta dos dedos.

– Não vamos ter tempo para concertar as coisas, Damon. – falei, e minha voz saiu mais falhada do que o esperado.

– Lógico que vamos. Temos todo o tempo do mundo.

– É mais complicado do que você pensa.. – falei e me afastei um pouco dele.

Balancei a cabeça na tentativa de organizar os pensamentos. Ele cruzou os braços no peito.

– Então me explica. – sua expressão ficou séria.

– Eu fiz um monte de provas nesse ultimo mês, meu pai foi conversar lá na escola, eu já tenho tudo planejado e em uma semana meu ensino médio está completo. – falei, e sabia que a frase tinha saído confusa demais.

– Você só tá me confundindo mais.

– Damon, eu vou me formar e ir pra faculdade antes de todo mundo. Eu não quero continuar aqui, essa escola me sufoca. Eu a odiei desde o instante em que pisei lá.

– Isso é... Significa que... – ele apertou os dedos nos olhos.

– Isso é um Adeus.

(continua...)


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Notas finais do capítulo

Como eu já disse, as coisas vão mudar. Vai passar algum tempo e blá.. Mas não percam as esperanças porque NÃO ACABOU. Damon e Elena ainda vão viver muita coisa. E eu não desisti da fic ainda.
Eu acho que vocês vão gostar e tal... E espero que tenham gostado do capítulo.
Qualquer dúvida eu to no twitter @tosmolder e no tumblr tridimentional.tumblr.com
COMENTEEEEEEMMMMMM!!!!!! tnks