Paradise On Hell escrita por Gilbert


Capítulo 21
Halloween means Bad Luck


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora, mas eu disse que ia demorar. Na verdade eu tava pensando em parar de postar, mesmo! Enfim..
Comentem
Não vou repetir o que eu disse, mas enquanto tiver comentarios eu posto. E quanto mais comentários, mais rápido eu posto.
Obrigado por lerem e espero que gostem!



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ELENA’S P.O.V

E hoje faz exatamente uma semana que a gente não se fala..

Damon tem me evitado nos últimos dias por pura criancice, e eu tenho o evitado por puro orgulho. Alguma coisa dizia que eu tinha que me “desculpar”.. Só não sei exatamente pelo o quê, já que não fiz nada demais.

Estava ocupando minha cabeça com o máximo de coisas possíveis, pra não correr o risco de pegar a droga do telefone e mandar mensagem, ou ligar. Nunca na minha vida eu corri atrás de homem, bom, nesse caso, de nenhum garoto mimado.

- CANSEI. – Bonnie chegou no quarto gritando. – Desisto do amor, desisto da vida.. Vou pra um convento.. – ao terminar as baboseiras, se jogou na cama e enterrou a cara no travesseiro.

- Eu queria perguntar o que aconteceu, mas acho que vou me arrepender. – falei, praticamente sem tirar os olhos do iPod.

Eu precisava passar de fase em um joguinho filho da puta.. Todo mundo praticamente já estava na fase 234.. E eu ainda na 10.

Tá, isso não vem ao caso.

- O que houve? – respirei fundo e perguntei. Ela não falava nada e aquilo estava me frustrando.

- Eu falei com o Jeremy hoje..

- Sabia! – na verdade eu não sabia. – Você tinha prometido que não ia ligar mais pra ele.

- Cala a boca e me escuta.. Ele me ligou e NA TERCEIRA VEZ eu atendi. E ao que parece ele se arrependeu de ter me deixado, mas não tem como ele voltar atrás. Então é isso.. Sem esperanças. – ela tentou dar um sorriso.

- Eu sinto muito.. – Falei.

Me sentei ao seu lado na cama e a abracei. Alguns segundos depois Caroline abriu a porta e, sem ao menos perguntar o que havia acontecido, sentou ao nosso lado e nos abraçou. Momentos como esse eram raros, muito raros, mas muito bons. Apesar de tudo dava pra sentir que nunca estaríamos sozinhas... Tínhamos umas às outras.

- Ai ta bom, chega, essa melação toda me da alergia. – falei, na tentativa de quebrar o momento.

Eu não me dava bem com afeto.

- Deixa de ser rabugenta. – Caroline me puxou de novo pro abraço.

Ficamos assim por um bom tempo, até a loira azeda começar a tagarelar e querer saber o que havia acontecido. Aproveitamos também pra colocar o papo em dia, fazia séculos que não conversávamos sobre nós.. Sobre a nossa vida.

Bonnie ainda estava com seu drama sobre “Jeremy: ser ou não ser”, mas dava pra ver o quanto ela ainda amava ele e, no fundo do meu coração, eu sabia que a historia deles ainda não havia acabado. Não sei como eu sabia, mas sabia.

Caroline e Klaus estavam a mil maravilhas, até o momento que decidiram que era hora de dar o “segundo passo na relação” pois, pasmem, Caroline admitiu ser virgem. Não me meti nessa parte, porque quem sou eu pra falar? A menina que perdeu a virgindade sem querer, com um idiota que se acha o dono do mundo e da razão.

Falando nisso, em relação ao Damon, eu já passei da fase 1 pra fase 2.. Isso significa: da fase da saudade pra fase da raiva. Apesar de ainda ter um pouco de saudade. Essa situação tava me irritando muito, e o pior é que Carol e Bonnie deram razão pra ele: “se você tem o direito de agir feito uma criança ciumenta, ele também.”

NÃO, ELE NÃO TEM. EU SIM!

STEFAN’S P.O.V.

Meu celular não parava de vibrar na comoda ao lado. Três chamadas não atendidas e duas novas mensagens da Lexi.

Sabe uma coisa que eu não entendo? As mulheres.. Ela me deixou aquela droga de carta e agora quer falar comigo? Quer dizer, ela realmente acha que eu quero continuar falando com ela? E por que diabos ela quer continuar falando comigo?

Balancei a cabeça tentando espantar os pensamentos ruins.

Damon era outro que estava irritado do outro lado do quarto, tentando dar um nó na gravata mas parecendo que estava com a cabeça cheia demais pra isso.

- O que aconteceu? – perguntei. Se eu me concentrasse nos problemas dele, talvez esuqecesse dos meus.

- Elena aconteceu.. – falou entredentes.

- Como sempre..

- Dessa vez é pior! Ela é orgulhosa demais.. A gente ta sem se falar tem uma semana, UMA SEMANA! Eu sei que fui eu que comecei com isso, mas custava pra ela vir falar um “oi” e fazer as coisas se acertarem? – balançou a cabeça e ao mesmo tempo massageou as têmporas.

- Não conhece a sua namorada? Ela deve estar pensando exatamente a mesma coisa que você.

Falei, e por um momento quase achei que ele tinha me dado razão. Quase.

- Se ela me ama ela vai quebrar o gelo primeiro..

- Se você ama ela você vai quebrar o gelo primeiro! – retruquei novamente.

- Você ta do meu lado ou do dela? EM STEFAN? Você era meu amigo antes de ser dela, não banque o traidor.

- Não to bancando o traidor, só estou dizendo que..

- NÃO DIGA! NÃO DIGA!

Damon mal terminou de se arrumar, pegou os livros e saiu socando a porta.. E no exato momento em que a porta se abriu e Damon saiu, Lexi apareceu, entrando rapidamente no quarto e fechando a porta atrás de si.

- O que ta fazendo aqui? Se te pegarem quem se ferra sou eu! – falei.

- Eu quero uma explicação.. Por que ta agindo como um imbecil e me ignorando? – perguntou.

- Não se faça de sonsa! – grunhi

- Não to me fazendo, anda, me explica o que possívelmente eu fiz..

Não falei nada, apenas peguei o papel amassado que havia jogado debaixo da minha cama e joguei em cima dela com força. Ela o abriu e leu, sem ao menos piscar e pelo menos duas vezes.

- Você não acha que eu realmente escrevi isso né? – foi mais uma afirmação que uma pergunta.

- Acho! – respondi, apesar de a certeza ter vacilado.

- Pelo amor de Deus Stefan, se eu tivesse escrito isso, eu não te procuraria de novo e muito menos estaria aqui agora na sua frente. Não seja idiota! – nesse momento ela já estava puxando meu cabelo, fazendo com que eu olhasse diretamente pra ela. – Pensa um pouco.. E além do mais, eu nunca colocaria um coração no pingo do i.

Realmente o que ela disse fazia sentido: se ela tivesse escrito aquela droga de bilhete, ela não iria querer falar comigo de novo. Se ela tivesse escrito era ELA quem iria me ignorar.

Nesse momento me senti mal por ter sido tão idiota e por te-la tratado tão mal. E..

- Espera.. Me da o bilhete de novo. – pedi e rapidamente ela me entregou. Analisei bem a letra e o tal pingo em forma de coração. – Mas é claro! Como não percebi antes? – bati o punho contra a minha testa. – Quem escreveu isso foi Rebekah. – afirmei com certeza.

- Como você sabe?

- Reconheço essa letra.

Rapidamente me sentei na cama e coloquei meus sapatos e a camisa de uniforme. Me levantei e peguei a gravata que estava pendurada na cabideira.

- Onde você vai? – Lexi perguntou.

- Preciso ter uma conversinha com minha ex namorada. – falei. – Depois falo com você. – Lhe dei um beijo na bochecha e saí correndo.

Minha vontade era de esganar a Rebekah.. Que direito ela tinha de se meter na minha vida? Que direito ela tinha de se meter na minha amizade com Lexi?

A procurei por todo o colégio, todo o canto possível: nas salas de aula, na lanchonete, no dormitório (que fui pego pela inspetora gorda, mas não deu em nada além de uma bronca), também a procurei nos becos escondidos que eu sabia que tinha no colégio, e nada. Nem sombra de Rebekah.

Quando me dei por vencido e me sentei no banco do patio do colégio, alguém tampou meu olho por trás.

- Adivinha quem é!?

Reconheci a voz no mesmo instante. Era Rebekah.

- Era exatamente quem eu estava procurando. – falei, e ela soltou as mãos dos meus olhos e se sentou ao meu lado sorrindo. – Pode tirar o sorriso da cara, o assunto é sério! – alertei.

- O que aconteceu? – sua expressão se fechou.

- Eu que te pergunto.. O que passou na sua cabeça quando escreveu uma carta fingindo ser a Lexi?

- Não... Não sei do que você está falando. – sua voz vacilou no inicio e ela tentou desviar o olhar para as unhas.

- Vamos pular a parte na qual você finge que não sabe, aí eu tenho que insistir até você falar a verdade. Afinal, você sempre foi péssima com mentiras. – falei do jeito mais ríspido possível.

Ela respirou fundo, fechou os olhos e então começou a falar, um pouco mais alto do que eu gostaria.

- Você não tem noção de como é pra mim te ver com ela não é? É horrível, HORRÍVEL, e eu não aguento mais ter que ficar olhando pra vocês dois e fingir que ta tudo bem, fingir ser sua amiga, porque adivinha: ex namorados raramente são amigos, e nós não somos uma exceção. Eu escrevi a carta e dane-se, se depender de mim vocês NUNCA VÃO FICAR JUNTOS. – ela falou e depois tampou o rosto com as mãos, mas não estava chorando. Era como se estivesse aliviada, de alguma forma.

- Eu e Lexi somos AMIGOS. Entendeu? Se quiser eu soletro pra você.. Não somos nada além disso, e você não tem o direito de se meter na minha vida. Sinceramente, eu achei que você fosse uma pessoa mais equilibrada.

Dito isso me levantei e saí andando, não prestei atenção no que Rebekah falou depois, provavelmente algum xingamento ou alguma praga para a minha vida.

Tava quase na hora do treino de futebol e a melhor coisa que eu poderia fazer nesse momento era descontar a minha raiva na bola.

ELENA’S P.O.V.

“Todos os alunos do 2º a 4º anos, por favor se dirijam ao ginásio daqui a quarenta minutos” Foi o som que saiu do alto falante gigante que tinha dentro da sala, com a voz irritante da Diretora.

- O que a bruxa quer agora? – me virei pra trás, perguntando pra Bonnie.

- Se for o que eu to pensando, a coisa é melhor do que você imagina.. – ela sorriu.

- O que?

- Halloween! - ela bateu palminhas silenciosas e Caroline a acompanhou do lado.

- Ah não.. – suspirei.

Eu odiava halloween.. Desde criança, sempre alguma coisa ruim acontece no dia. SEMPRE. Acho que alguém fez alguma macumba pra mim, não sei.. Mas começou quando eu tinha seis anos e me vesti de Noiva Cadáver pra pedir doce pelas ruas da Califórnia.

Eu era uma criança meio estranha. Gostava de coisas sombrias e estava bastante animada pra festa de dia das Bruxas. Era a primeira vez que eu ia em uma aliás, com as outras crianças que estudavam comigo. Tudo ia muito bem, até a hora que fomos pedir “gostosuras ou travessuras” na casa do Sr. McBett. Era um velho sinistro que odiava qualquer tipo de pessoa. Eu não lembro muito bem o que aconteceu, já que faz bastante tempo, mas lembro dele ter escolhido ‘travessura’ e lembro de ter voltado pra casa chorando, com tinta pelo corpo e uma mão que parecia humana (que eu achei que era de uma pessoa de verdade), mas de borracha.

Aquilo me traumatizou pra sempre.

- Você não gosta do Dia das Bruxas? – Carol perguntou.

- Não.. É um dia que me dá má sorte! E do jeito que as coisas estão ultimamente, não duvido nada que um Serial Killer vá aparecer pra me matar.

O que realmente poderia acontecer, aliás.

- Deixa de ser pessimista. As festas de Halloween da escola são as melhores.. – Bonnie voltou a se animar.

Elas continuaram conversando e já decidindo sobre as fantasias, e eu fiquei na minha, imaginando coisas horriveis que poderiam acontecer comigo na tal festa.

Quando deu a hora de ir para o ginásio, todos os alunos saíram juntos e foi uma enorme confusão. Não sei se estavam todos animados com a festa, ou se eram só retardados do tipo. Acompanhei a multidão mais devagar. Não estava animada e a minha preguiça tomava conta do meu ser.

Chegando no ginásio e vendo aquele monte de gente me fez lembrar da primeira vez que teve um evento desses na escola, no baile, quando me escalaram pra arrumar aquela merda com o cabeçudo.

Falando em Damon, ele estava na parte de baixo da arquibancada, junto com as namoradinhas (Stefan e Tyler). Deu uma olhada rápida aqui pra cima, mas quando me viu simplesmente fechou a cara e voltou a atenção pros caras. Essa coisa de se “ignorar” tava me irritando profundamente.

- Vocês ainda não estão se falando? – Caroline perguntou.

- Não é minha culpa.. – dei de ombros.

Não era mesmo.

- Então por quê não quebra o gelo?

- Porque eu quero que ele se foda. – respondi. Dessa vez foi bem sincero.

Tentei desviar a atenção do meu querido quase ex namorado, olhando em volta, tentando adivinhar o que a Sra. Saltzman falava com o nosso querido Prof de história, mas sem querer, meus olhos sempre escorregavam pro idiota do Damon.

- Bom, já que quer que ele se foda, não vai ligar de possivelmente, o Matt estar andando na sua direção. – ela falou e deu uma risadinha. – Acho que vou me levantar..

Puxei a Loira Azeda antes que ela pudesse escapar.

- Nem pense em me deixar sozinha aqui Caroline.

Suspirei e contei até dez. Eu posso não estar ligando pro Damon, mas realmente não queria ficar de papinho com Matt.

- E ai garotas.. – Matt cumprimentou assim que chegou mais perto.

- O que quer? – perguntei, sem nenhum sorriso no rosto. Mas ele achou graça.

- Só vim conversar um pouco..

- E porque faria isso?

- Te acho gente boa. – respondeu simplesmente.

De novo: respirei fundo e contei até dez.

- Não, a resposta certa é: to fazendo isso pra irritar o Damon. – falei e ele cruzou os braços. – Anda, admita! Você não me acha “gente boa”, até porque eu sou um nojo com você. A unica coisa que quer é irritar o seu ex melhor amigo porque n..

Antes que eu pudesse terminar o meu sermão, a Diretora Saltzman começou a falar:

- Acredito que vocês todos saibam o motivo de tê-los reunido aqui. – falou com um sorriso no rosto.

Quando ela deu uma pausa, Matt continuou:

- Fico triste que pense assim Elena.

Depois ele saiu andando e eu me senti muito aliviada dele não achar que isso era uma brincadeira e que na verdade éramos amigos. No geral ele era até uma pessoa bem legal, mas alguma coisa dentro de mim fala que tudo o que ele faz é pra atingir de maneira negativa o meu cabeçudo.

“Meu Cabeçudo” ???

- Isso foi bem rude. – Caroline sussurrou ao meu lado.

- Shhh

- Nossa escola vai realizar nossa décima festa de Halloween. – continuou a Sra Saltzman. – A festa será em dois dias e é obrigatório o uso de fantasia. E, como fazemos todo o ano, terá um jogo, cujo o qual ainda é segredo, mas valerá quatro pontos nas disciplinas de História e Artes. – quando disse isso, praticamente todos os alunos bateram palmas. – Bom, - continuou – também terá a disputa de melhor fantasia, então caprichem!

Depois ela tirou algumas duvidas sobre as pontuações e o jogo de alguns alunos e liberou a gente das aulas, o que foi o ponto alto do dia.

A unica parte ruim disso tudo é que eu to precisando de ponto em História, então terei que participar da festa.. Mas aquele mau pressentimento ainda não tinha ido embora. “Senta e reza, Elena.”

- Acho que vou me fantasiar de princesa.. – Caroline começou.

- É dia das bruxas, não dia do vômito!

- Você é tão masculina as vezes! – ela disse. – Nao sei do que me fantasiar.

- Se for do jeitinho que tá, vai ganhar como melhor fantasia: “A Loira Do Banheiro”. Aquela lenda urbana, sabe? – disse e Bonnie deu uma risadinha, o que fez Carol bufar.

- Engraçadona.

- Obrigada. – inclinei o pescoço e dei um sorrisinho.

- Eu vou de bruxa! É fácil de achar e não exige muita criatividade. – Bonnie falou.

Eu tava pensando em ir de zumbi, mas não ia conseguir tempo de arrumar uma fantasia, sem contar que qualquer maquiagem fica um lixo depois das pessoas terem assistido the walking dead.

Talvez eu devesse usar uma coisa mais “Sexy sem ser vulgar”. Festas de Halloween são apenas uma desculpa pra garotas se vestirem como prostitutas mesmo.. Usando a desculpa de ser “a fantasia”.

- Acabei de ter uma ideia.. – falei. – Acho que vou de prostituta de época. Ou Stripper de época. Aquelas roupas antigas, sexys e lindas.

- O QUE? – falaram juntas.

- Pensa só, é uma ótima ideia. Ninguém vai igual. E foi só uma ideia, não sei se vou assim. Não nesses termos... Talvez só “personagem de época”?

- Melhor.

- Quanto preconceito.

Balancei a cabeça em desaprovação.

Ninguém mudou de assunto, só falaram sobre a tal festa. Cujo a qual eu nem estava animada pra ir. Tentando fugir do assunto, peguei meu iPod e comecei a ouvir musica, mas ainda assim conseguia ouvir do que estavam falando.

Quando passamos do segundo pátio, Damon pulou na nossa frente. Eu apenas virei a cara e não tirei o fone pra ouvir o que ele falava. Mas ele tava apenas falando com a Bonnie, algo como “vou levar a mala”. Que mala?

Em um segundo o Cabeçudo me pegou no colo, com a cintura no seu ombro. Como se eu fosse um gigante saco de batatas. Meu fone caiu da minha orelha, então pude escutar sua risada e a risada das meninas, o que me incitou a bater com toda a minha força nas suas costas.

- Me larga, filho da mãe, cuzão, puto, froxo..

- Cala a boca. – falou, interrompendo minha lista de adjetivos e ainda rindo. - Palavrão só é legal quando a gente ta na cama!

- Você sabe que isso não tem graça né?

- Talvez não do lugar que você está.

Dei um beliscão com força na bunda dele, que estava muito próxima do meu rosto, aliás. Ele fez a mesma coisa comigo, o que me lembrou que o uniforme era uma saia, e que, como eu tinha detonado o meu uniforme uns tempos atrás, a minha saia era mais curta e a minha calcinha provavelmente estava à mostra.

- DAMON A MINHA CALCINHA TA APARECENDO, E NUNCA MAIS BELISQUE A MINHA BUNDA.

Ele riu ainda mais rápido.

- Pera que vou dar um jeito. – o idiota segurou com a mão a barra da saia, pra tampar a calcinha.

- TIRA A MÃO DAÍ. – gritei. – Me coloca no chão que é o melhor que você faz.

- Calma, calma.. Pronto, chegamos. – finalmente ele me colocou no chão, fazendo com que minha pasta e meu iPod caíssem.

Arrumei a saia e o cabelo, e fiz a melhor cara de raiva que eu conseguia.

- Cara feia pra mim é fome. – ele disse.

- Então você deve viver faminto. –“Na verdade, ele nunca deve sentir fome na vida. Droga de rosto lindo.”

- Ha-ha.

- Por que me trouxe aqui? – perguntei de uma vez.

- Pra conversar..

- E PRECISA DISSO TUDO? Era só falar “ei, vamos conversar”. Simples assim!

- Aham, e se eu tivesse falado isso, você viria?

Certamente não.. Mas como não tinha uma resposta pra dar, e odiava quando ele estava certo, a unica coisa que fiz foi mostrar o dedo do meio e depois cruzar os braços.

- Então, vou direto ao ponto. Quando vai parar de birra e a gente vai voltar ao normal?

- Quando você admitir que ta errado. – falei, mantendo o rosto sem expressão.

- Se eu tivesse, eu admitia. – agora ele cruzou os braços, e deu um sorriso torto muito irônico pro meu gosto.

- Aham, claro.. Porque você é muito maduro. Inclusive, não era você que não ia falar comigo até eu falar com você?

- Isso é pra você ver o quanto eu sou maduro.

- Vai tomar bem no meio do..

- Para ai, boca suja.

- Vai à merda.

Eu não sabia o porque de eu estar tão nervosa. Olhando pra ele agora, eu nem lembrava mais o motivo de a gente ter brigado.

- Eu ja to na merda, to namorando com você! – E ai o motivo da briga voltou na minha memória.

- Isso é facil de resolver. Termina comigo e ta tudo certo. Afinal eu sou uma hipócrita mesmo, né? – dei um sorriso falso.

- Para com o drama..

Ele me puxou pela cintura e por um segundo eu esqueci como se respira.

- Você não vai resolver as coisas me beijando.- alertei.

- Sempre foi tão facil assim..

- Ah, então além de hipócrita e uma merda, eu sou fácil?

- Eu não quis dizer isso..

- Mas disse, e quer saber? – me soltei das mãos dele e pisei no seu pé com força. – Me esquece.

Peguei minhas coisas e me mandei dali. Pra minha decepção ele não tentou me impedir.. Mas talvez fosse melhor assim.

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HALLOWEEN NIGHT; NARRADOR P.O.V.

Avicii – You Make Me. (deixa tocando até a hora da outra musica.. ou coloca qualquer outra eletrônica, tanto faz)

Todos os alunos, ou quase todos, já estavam prontos pra festa. Cada um com uma fantasia mais criativa que a outra, que foram alugadas no dia que foram liberados pra fazer compras na cidade.

Bonnie foi com a fantasia de bruxa que tinha dito que iria. Damon foi de vampiro, com as presas, o canto da boca sujo de sangue falso, um colete aberto e sem nenhuma camisa por baixo, com calça e sapatos preto. Tyler foi de múmia. Stefan e Lexi combinaram a fantasia.. Ambos pintaram o rosto como se fossem caveiras. Klaus e Caroline também combinaram a fantasia: ela de Chapeuzinho Vermelho e ele de Lobo Mal.

A fantasia de Elena foi a que deu mais trabalho. Mais até do que se ela tivesse ido de zumbi. Ela usava uma roupa de época, só que customizada. O vestido era longo na parte de trás, na frente era bem curto, com o corpete bem apertado, o qual ela apelidou de “parte do capeta”, já que era mais apertado do que tudo. Usou o cabelo cacheado e a boca bem vermelha.

O resultado foi sexy. O que ela queria, pra atingir principalmente Damon.

- Somos os mais bonitos da festa. – Stefan falou pra Lexi, quando chegaram no salão da festa. Ela riu.

- Claro que somos. “Irmãos da morte”, né? – ele apenas concordou com a cabeça.

A festa tava cheia, provavelmente mais da metade da escola estava ali. Tyler tinha um objetivo: batizar todas as bebidas. Sem álcool nenhuma festa tem graça, e, de acordo com ele, esse era o único problema das festas da escola.

- Casal caveroso.. – ele correu até Stefan e Lexi. – tenho uma missão essa noite e preciso de ajuda.

- Lá vem..

- Eu vou batizar o ponche e qualquer outra bebida, e preciso de cobertura.

Stefan não concordou de começo, mas depois de Lexi insistir e dizer que “nenhuma festa tem graça se metade ou todas as pessoas estiverem bêbadas” ele acabou cedendo. Por algum motivo ele sempre fazia tudo o que ela pedia.

Damon tava rondando em busca de alguma coisa interessante, mas a verdade é que estava muito desanimado com tudo, por causa da ultima briga com Elena. O “me esquece” não foi nada esclarecedor.

- E ai perdido. – Stefan deu um tapa nas costas de Damon.

Lexi apenas disse um “oi”.

- Ei gente.. Vocês viram a Elena por ai? Já vi Caroline e Bonnie, mas nada dela.

- Ela é a sua namorada, não nossa. – Lexi respondeu.

Quando Damon ia retrucar, os olhares de quase todo mundo chamou sua atenção. Todos, inclusive Lexi e Stefan, olhavam pra uma direção, então ele decidiu fazer o mesmo. Para a sua surpresa, todos olhavam para Elena, que havia acabado de chegar na festa. Ela estava absolutamente..

- Maravilhosa. – Damon falou baixinho.

- Eu odeio admitir isso, mas parece que não somos os mais bonitos da festa. – Lexi falou, bufou e saiu andando. Stefan foi atrás.

Rebekah e Elijah eram os mais desanimados de toda a festa, e Matt rapidamente se juntou a eles. Rebekah usava fantasia de mulher gato, enquanto Matt estava usando uma fantasia de demônio e Elijah de Robin Hood.

- Os “amigos” estão com a fantasia igual agora? – Rebekah afirmou indgnada.

- Ainda não superou o ex? – Matt riu.

- Cala essa boca!

Elijah não falava nada, apenas observava Lexi de longe.

- Cara, pior do que a sua irmã não ter superado o ex, é você não ter superado algo que nunca existiu. Vocês estão, realmente, na pior. – falou. – Mas eu acho que posso ajudar vocês e de quebra, sair ganhando!

Os irmãos viraram a atenção para Matt. Qualquer ajuda era bem vinda, já que ambos não conseguiram pensar em nada, além da carta, o que foi um tremendo desastre.

- E o que sua mente diabólica pensou em fazer? – Elijah perguntou.

- Bom, quem é a unica pessoa que Lexi realmente se apaixonou na escola?

- Damon. – falaram juntos.

- Pois bem, o unico jeito de ela largar Stefan é se Damon estiver disponível..

- Mas ele ta namorando com a Elena! – Rebekah falou.

- Exatamente, e esse é o nosso unico problema. E é algo bem fácil de resolver. – sorriu.


BONNIE’S P.O.V.

A festa estava perfeita, quer dizer, quase. Todo mundo com fantasia, uma mais legal que a outra. A maioria já tinha o seu par. E eu continuava sozinha. Desde que eu entrei nessa escola, eu não havia passado nenhuma festa sem o Jeremy, e isso realmente fazia falta.

Era nessas horas que eu via que Elena tinha razão.. Eu era uma idiota apaixonada. Já tinha passado da hora de eu superar. Não existia só ele de homem no mundo.

- Droga.. – suspirei.

- Devo dizer que você está realmente linda hoje. – uma voz masculina falou no meu ouvido.

Não qualquer voz.. A voz. Que eu reconheceria até a 1 km de distância. Que aparecia toda noite quando eu fechava os olhos.

- Jeremy. – me virei e encontrei com o sorriso mais lindo do mundo.

Eu sei que eu devia estar com raiva dele, mas estava no mínimo surpresa. Surpresa por ele estar alí, e ainda estar fantasiado.

- Eu voltei. – falou. – e me descula por ter ido!

Sem pensar duas vezes eu o abracei, com toda a minha força. Pra ter certeza de que ele realmente estava ali. De que não era uma miragem.

- Eu deveria te bater, não te abraçar. – falei, e ele riu. – quando decidiu voltar?

- Sabe quando nos falamos por telefone a ultima vez? – fiz que sim com a cabeça. – Então, foi um segundo depois de você desligar.

- E pensava em me contar quando? – dei um tapa no braço dele.

- Eu achei que seria romantico fazer uma surpresa! – ele deu de ombros e em seguida me beijou.

E como eu sentia falta daquele beijo, que só parou um bom tempo depois.

- E você ta fantasiado de que? – perguntei, com os braços em volta do pescoço dele.

- Van Helsing.. Gostou?

- Claro.. O caçador e a bruxa! – lhe dei um selinho.

- Um belo par.


DAMON’S P.O.V.

Se ela queria me enlouquecer, ela estava conseguindo. E sim, eu tinha certeza que ela queria. Não tirei os olhos dela nem por um segundo.. Aliás, eu e metade dos outros caras ali presente, o que, não vou negar, me incomodou muito. Pra cacete. E eu não sabia se devia ou não reclamar disso, se devia ou não chegar perto dela..

Me direcionei pra bacia de Ponche, que à essa altura já deveria estar batizado por Tyler. Eu precisava de beber um pouco, ou não iria conseguir passar por isso. Coloquei um pouco no copo e cheirei, pra ter certeza de que realmente tinha álcool ali e bebi.

Nesse momento senti unhas se arrastando pelas minhas costas e depois uma voz ao longe falou:

- Vampiro gostoso. – era Megan, uma das líderes de torcida, que estava vestida de Coelhinha. Sorri pra ela, um pouco sem graça

Pude ver do outro lado Elena, olhando diretamente pra mim e apertando o copo de bebida até tudo cair no chão. Aí sim eu sorri, porque aquilo era sinal de ciúmes. Ela estava tentando falar algo, e quando finalmente consegui fazer a leitura labial, ela falou um “vai se foder”, o que só fez o meu sorriso se alargar e a irritação dela aumentar.

Aproveitando a minha felicidade, fui pro meio da pista de dança, com dois copos de ponche e vodka e bem longe das mulheres que estavam supervisionando a festa.

- CARA ISSO TA MUITO FODA! – Tyler chegou e começou a pular.

Acho que devia estar dançando, ou algo do tipo. Comecei a pular junto com ele, e algumas meninas nos acompanharam. Quase todo mundo já estava sofrendo os efeitos da bebida.

Mas minha alegria durou pouco, até a hora que vi Matt andando em direção à Elena. Sem pensar duas vezes eu sai correndo no meio das pessoas. Eu tinha que alcançar ela primeiro que ele. Caso contrario eu ia arrebentar sua cara.

Summertime Sadness – Lana Del Rey

- Cheguei primeiro. Nem pense em tocar na minha namorada! – falei e puxei Elena pelo braço.

Matt me lançou um sorriso, meio que “aproveita enquanto sua felicidade dura”. Mas não me preocupei com isso. Eu tinha Elena e ele não.

- Você ficou louco? – ela perguntou, puxando a mão pra se livrar de mim.

- A culpa é sua. Você que me deixa louco.

- Como sempre, não assume a responsabilidade pelos erros! – ela falou com a voz dura, mas eu vi um meio sorriso se formando no canto de seus lábios.

Respirei fundo. Eu não ia retrucar, se não ia acabar numa briga.

- Me concede essa dança? – estendi a mão e abri um sorriso.

Achei que ela ia falar um “não” e que eu teria que tentar convencê-la, mas, pra minha surpresa, ela disse “sim” de primeira.

- O vampiro bêbado e a mocinha indefesa. – Ela falou, enquanto caminhávamos pra pista de dança.

- Na verdade: o vampiro indefeso e a mocinha má! – Elena riu.

Abracei sua cintura com um braço e comecei a guia-la. Eu não sabia direito o que estávamos dançando, mas a girei e dei uma mordida no seu pescoço quando ela girou de volta. Ela riu, então era um bom sinal de que eu estava fazendo direito.

No segundo giro, quando ela voltou, nossos rostos ficaram tão próximos que eu podia sentir sua respiração e seu hálito fresco e doce. Me perdi por um segundo em seu olhar e assim que me encontrei, não consegui me segurar. Beijei sua boca com tanta vontade e com tanta saudade, que ela não teve tempo nem de lutar. Correspondeu na mesma hora. Eu tava com muita, muita saudade daquele beijo. Agarrei sua cintura com mais força, apertando seu corpo cada vez mais contra o meu, enquanto ela puxava meu cabelo com força.

- Eu.. achei que.. as presas iam atrapalhar. – ela falou entre o beijo, com a respiração ofegante.

- Cala a boca!

Mordi seu lábio inferior e ela sugou minha lingua. Desci minha boca pelo seu pescoço e quando chegou no seu decote ela puxou minha cabeça de volta e voltou a beijar meus lábios. O beijo só parou depois de muito tempo, quando ambos estávamos sem ar e o batom de Elena estava metade na minha boca e metade na dela.

Ela olhou pra mim e riu, e tentou limpar o batom vermelho da minha boca.

- Deixa, eu sou um vampiro.. Vamos fingir que isso é sangue! – falei.

- Um vampiro bem vulgar! Não tinha uma fantasia menos pelada não?

- Há, olha quem fala.. Dançarina de Cabaré? – falei e ela riu.

- Sua boca é mais atraente quando ta colada na minha!

Sorri e voltei a beijá-la, dessa vez o beijo foi um pouco mais lento e com muito mais língua. Eu não queria deixar aquela boca nunca. Ela gemeu um pouco quando mordi o canto da boca dela, achei que as presas tinham a machucado, mas quando parei pra ver se tava tudo bem, percebi que era um gemido de prazer, já que ela voltou a me beijar. Sua mão começou a descer pelo meu abdome, arranhando o local, mas quando as coisas iam começar a ficar interessantes, ela parou o beijo com um selinho, contra a minha vontade.

- Por que você não vai buscar alguma coisa pra eu beber em, campeão?

No geral eu odiava quando ela me chamava de campeão, mas ela falou de um jeito tão sexy que eu nem liguei, apenas obedeci.

Depois disso eu apaguei.. Minha memória deu um Blackout. Eu não lembro de nada, tudo é simplesmente preto. Como se alguém tivesse me drogado ou coisa do tipo. Só me lembro de ter acordado do lado de fora do salão de festa, com a Megan em cima de mim, minha calça aberta, e a Elena chorando e gritando:

- ACABOU TUDO ENTRE A GENTE SEU IDIOTA, AGORA É DEFINITIVO: ME ESQUECE!

E então eu apaguei de novo.


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Notas finais do capítulo

COMENTEEEEEM!!11
Ah, e eu troquei de twitter e não avisei
agora é: @tosmolder