Daughter Of Evil - A Filha Do Mal escrita por Bia Nascimento


Capítulo 6
Capítulo 6 - A filha da vingança


Notas iniciais do capítulo

Depois de meses,finalmente voltei o/ gomene,estava meio desmotivada e sem criatividade alguma, mas o anjo da Norikochin fez um comentário que me motivou a termina-la ^^



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Uma manhã fria, a cidade amanhecia adormecida,porém Meiko,uma doce jovem de 20 anos já estava desperta se despedindo de seu marido, Gakupo. Estavam sendo dias difíceis no reino, a jovem rainha Rin estava pior do que nunca, Meiko havia perdido vários amigos que foram mortos simplesmente por estarem no lugar errado, na hora errada e Gakupo, vendo a tristeza em que sua esposa caira, se propôs a tentar falar com a rainha sobre isso, pois já que era um soldado, supôs ter um certo crédito com Rin. O jovem rapaz de cabelos roxos já quase estava na porta, quando olhou para esposa e lhe disse “eu te amo” de maneira sincera,como nunca dito antes…era possível ver isso em seus olhos. Antes que a jovem mulher pudesse responder, Gakupo já havia ido embora.

...



Uma manhã fria, a cidade amanhecia adormecida, porém Meiko, uma triste jovem de 20 anos estava deitada sobre o corpo gélido de seu marido deixado na praça. Havia três dias que ele fora condenado a morte, tudo por se importar com ela. Quando Gakupo foi conversar com a rainha a respeito das mortes, ela o acusou de desacato e o condenou à morte na guilhotina em praça pública. Meiko sentia-se desolada, como pode deixar ele fazer isso? Havia o conhecido com apenas 5 anos e desde os 13 era apaixonada por ele. Na época o reino era um lugar feliz, governado por pessoas boas, eles brincavam e corriam livremente enquanto Meiko mantinha sua paixão secreta pelo garotinho de longos cabelos arroxeados, até o dia em que, enquanto brincavam, a garotinha de curtos cabelos castanhos caiu em cima dele, seus olharem se encontraram, os rostos se aproximaram, podiam sentir a respiração ofegante um do outro, até que seus lábios se encontraram e seus corpos se tornaram um só. Desde então tiveram suas brigas, mas todas compensadas pelos momentos felizes, as comemorações de namoro, o dia em que se casaram, há apenas 2 anos, a corrente em forma de coração que ele dera a ela e que agora Meiko apertava fortemente em suas mãos enquanto lágrimas de desespero caiam sobre seu rosto, tudo que queria era gritar desesperadamente por seu amado, queria que a palidez de seu rosto desse lugar ao lindo vermelho de suas bochechas quando envergonhado, queria que seus lábios estivessem quentes, queria sentir sua mão macia sobre seu rosto, secando suas lágrimas e dizendo que tudo ia ficar bem, como sempre fazia, mas não, agora nada ia ficar bem, nada podia ficar bem sem ele. Meiko passara a noite lá, estava tão gelada quanto o defunto, tremia de frio, mas nada a convencia de deixar Gakupo, como se a qualquer momento seu corpo fosse voltar a vida. Por um momento de desespero, lembrando dos contos de fadas que ouvira quando pequena, o beijou em um último apelo à vida, que como esperado não teve qualquer resultado, exceto talvez, o fato da garota de cabelos curtos ter caído desmaiada sobre o corpo do falecido marido.

Meiko acordou zonza deitada em sua cama, com alguém sentada ao seu lado. Depois de fazer certo esforço viu que era sua irmã, Clara.

– Por que fez isso? Poderia ter morrido se eu não tivesse chego a tempo! - Clara demonstrava grande preocupação e tentava parecer brava,por mais que não fosse muito boa nisso.

– Morrer já não me parece algo tão ruim. - Meiko mantinha sua expressão triste, não sorrira sequer uma vez desde que Gakupo fora condenado.

– Pare de ser egoísta e pense no que eu, mamãe e o restante da família sentiríamos.

A garota de cabelos morenos pensou por um minuto e disse:

– E Gakupo? Onde está?

Clara hesitou, porém disse:

– O jogamos no mar… me desculpe irmã mas… havia chego a hora dele, não podemos impedir isso. - Os olhos de Meiko mudaram,antes doces, tristes e assustados, agoram eram vingativoa, até mesmo sombrios, então ela disse:

– Eu vou fazer ela pagar Clara...Gakupo não vai morrer em vão, eu vou libertar esse povo, não permitirei que ninguém mais morra como ele!

Dito isso, a porta da pequena casa se abriu bruscamente e de lá apareceu Daniel, namorado de Clara. Ele era alto e forte,tinha olhos claros e cabelo castanho, mas naquele momento, estava suado com uma expressão apavorante.

– Clara, Meiko … começou...está acontecendo...é horrível. - Ele estava ofegante.

Logo toda atenção foi dada a ele,até que Clara o induziu para dentro,deu-lhe uma xícara de chá para acalma-lo e perguntou o que houve. Já mais calmo falou:

– A Rainha...aquela louca descobriu que o príncipe que a recusou amava uma garota de cabelo verde e agora mandou todos os soldados a Green Town para matar todas as garotas de cabelo verde e… - Ele fez uma pausa enquanto lágrimas escorriam de seus olhos - Clara...minha irmã mora lá...minha mãe mora lá Clara...elas tem lindos cabelos verdes...elas vão morrer. Não..NÃO CLARA, não posso perder o que há de mais precioso pra mim, não posso…

Daniel desabou em lágrimas e Clara o abraçava e limpava suas lágrimas tentando consolá-lo. Acabara de perder um genro a quem considerava um irmão, sabia como seu amor se sentia e sua vontade era chorar junto, mas também sabia que deveria demonstrar ser forte para passar essa força a ele. Meiko olhava friamente à multidão de pessoas desesperadas que apareciam em sua janela e dizia a si mesmo “Isso não vai ficar assim...você vai pagar por tudo que está fazendo megera.”

Havia passado uma semana desde então, uma semana sombria onde todos haviam perdido alguém importante, uma semana marcada pelo choro e desespero, o povo estava desamparado. Era madrugada, todos deveriam estar dormindo, mas havia uma luz acesa em meio a total escuridão. Em um chalé abandonado estavam reunidos praticamente todos os homens da cidade, todos liderados por uma mulher. O motivo? Vingança.

Assim que ocorreu o genocídio em Green Town e todos sentiram a triste dor da perda,não foi difícil para Meiko convencer os moradores do reino a se rebelarem, quererem tirar Rin do poder, desde então se reuniam no chalé abandonado toda noite e planejavam o que, quando e como iriam fazer. De começo a ideia parecia impossível, uma coisa suicida, mas a jovem de cabelos castanhos sempre dizia “A revolução não está na mão da rainha, a revolução está em sua mente, a revolução está aqui!” com tanta determinação que ninguém conseguia contestar. Estava tudo pronto, haviam pessoas o suficiente, a maioria homens, porém algumas mulheres que estariam lá para cuidar dos feridos, armamentos contrabandeados em perfeito estado, tinham até mesmo conseguido o apoio dos soldados da rainha...tudo seria perfeito e aconteceria no dia seguinte, agora tudo que restava fazer era descansar para estarem preparados para batalha.

10 da manhã, tudo estava pronto,restava apenas aguardar a ordem da líder Meiko para seguirem. A Rainha e seu fiel servo, aparentemente tão cruel quanto ela não desconfiavam de nada. Eles libertariam os que foram parar lá a força e matariam a rainha na guilhotina, em praça pública, assim como fizeram com Gakupo e depois decidiriam o que fazer com Len, pelo menos era isso que Meiko havia combinado.

11 da manhã. Meiko havia dado o sinal, o primeiro grupo já marchava em direção ao castelo e ao longo do percurso pequenos grupos de cidadãos revoltados se juntavam aos poucos,alguns que participaram das reuniões de planejamento de Meiko, outros que apenas ouviram falar, mas resolveram ajudar o reino a ser liberto, e outros ainda nem sequer sabiam o que estava acontecendo, apenas resolveram seguir a multidão. Em poucos minutos de caminhada, chegaram ao castelo, um aglomerado de gente, um reino inteiro a espera de liberdade, seria algo lindo se não fosse trágico. Uma multidão inteira gritando palavaras de ordem como “Abaixo a Rainha!” “Morra Filha do Mal” “Seu Destino Final se Aproxima”. Grupos que já pré-destinados fecharam as saídas, jovens abriam as masmorras e libertavam prisioneiros, escravos fugiam e os guardas se juntavam ao exército, tudo estava pronto, faltava apenas encontrar Rin e Len, coisa que Meiko pediu para fazer pessoalmente. Ela andou até a sala do trono e quando chegou lá teve uma grande surpresa: Kaito havia sacado a espada e estava prestes a matar Rin. Quando a espada já quase chegava nela, Meiko gritou “Nãããããoo”.

O jovem de cabelos azuis, em prantos, interrompeu seu ato e olhou para a jovem de cabelos castanhos.

– Por quê? - Indagou ele - Ela fez tanto mal a esse reino quanto para mim, deixe-me mata-la!

– Não! - Respondeu ela, determinada - Onde está o irmão?

– Fugiu!

– Como o esperado… devemos matar ela na guilhotina amanhã,as três da tarde, em praça pública. Temos que humilhá-la antes que ela morra, e temos que fazer seu irmão sofrer tanto quanto ela...por mais que não se possa pensar muito bem de um irmão que abandona a irmã para morrer…

Os dois olharam para Rin, sua expressão estava inabalável como sempre, era incrível a postura que ela mantinha mesmo tão perto da morte.

– Certo...irei levá-la a masmorra! - Disse Kaito, arrastando a jovem tirana pelo braço, com toda sua força.

Quando chegaram no escuro corredor da masmorra,Kaito segurou ainda mais forte o braço de Rin, entrou entrou na cela com ela,pressionou a garota loira contra a parede e aproximou seu rosto ao dela. Com expressão rígida disse:

– Você matou minha linda princesa! Eu queria poder te matar agora e não deixar o trabalho para uma máquina idiota! - Sua voz soava como a de um psicopata - Você é uma vadia!

Ao dizer isso ele a puxou pelo cabelo e a jogou contra a parede mais próxima, e enquanto andava a saída da cela, a garoto de cabelos azuis cuspiu na Rin, a olhou com desprezo e a trancou. Agora tudo que restava a ela era a morte.





Faltavam 30 minutos para as três da tarde. Rin havia passado o dia sem comer e também não conseguiu dormir, sua aparência era tão ruim como a de alguém que havia se perdido por meses em uma floresta, mas ainda sim mantinha sua postura inabalada, em momento algum dirigiu olhares ou palavras para alguém,ou pelo menos deu algum sinal de preocupação ou que dentro dela havia um coração.

De repente a porta havia se aberto, Meiko foi buscá-la para morte. Rin andou despreocupadamente, como se fosse apenas dar um passeio no jardim, mas quanto estava próxima a saída do calabouço a garota de cabelos marrons a parou e olhando dentro de seus olhos disse:

– Você não é quem diz ser...seu nome é Kagamine Len, certo? - A expressão da pequena loira mudou, agora demonstrando preocupação, enquanto negava a acusação em meio a gaguejos.- Eu já sabia desde o momento que olhei para você, quer proteger sua irmã, não é? Tenho que admitir, fez um bom trabalho, é quase impossível reconhecer você, mas sua irmã tem algo que você nunca poderá ter ou imitar: o olhar. Por mais que se esforce, nunca terá o mesmo olhar dela. Você é uma pessoa boa, seu olhar fala isso… mas o da sua irmã… o olhar da sua irmã esbanjava apenas ódio, rancor, e você sabe disso. Mesmo ao sorrir, seu olhar era assustador… intimidador até, certo? Mas não se preocupe, a deixarei em paz. Só quero que ela sofra o mesmo que eu… quero que ela sinta o que é perder a pessoa que mais ama no mundo.

Nesse momento,a expressão da figura de cabelos claros desmoronou, lágrimas cairam de seus olhos e em meio a soluços disse:

– Por favor, apenas a deixe em paz… não ligo de morrer se o motivo for a sobrevivência dela. Logo ela esquecerá de mim, sinto que morrer é a coisa mais prudente a se fazer. Rin não é de todo mal… pedi a ela uma vez que se tornasse uma pessoa boa quando eu não estivesse mais aqui e sei que ela cumprirá a promessa. Por favor, me leve agora e a deixe.

Len enxugou suas lágrimas e logo estava na postura impecável da irmã. Meiko o conduziu a praça e pode ver a irmã, ainda com suas roupas e uma capa para cobri-la. Ela estava chorando, seu rosto inchado e olhos vermelhos. Sabia a dor que a irmã sentia agora, mas também sentia que logo ia passar. Ele sentiria falta de seus cabelos, seu rosto, sua risada, o jeito carinhoso com o qual ela tratava ele. Ao contrário de outras pessoas, Rin se mostrava doce a amável para ele e isso o fazia ter esperança de que ela seria assim com todos um dia. Sentia vontade de chorar, não por medo da morte tão próxima a ele, mas por todos os momentos que não poderia vê-la, queria chorar pelos abraços que nunca mais receberia, por nunca mais poder ouvir sua voz. Sabia que não iria para um bom lugar após a morte, mas ele só se arrependia de ter ditos poucos “eu te amo” a ela. Ele queria apenas poder ouvir sua voz, ver seu sorriso uma última vez antes de partir.

Então seu momento chegou, sua cabeça foi encaixada ao instrumento mortífero, viu o sorriso irônico de Meiko, mas a última coisa que viu, segundos antes da lâmina o partir em dois, foi o sorriso de Rin. Um sorriso único e sincero, como o de quem se despede de alguém que ama.


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