Loucuras no Internato escrita por Lelly Everllark


Capítulo 49
Isso não pode estar acontecendo.


Notas iniciais do capítulo

Eai meus amores, como vão?
Em minha defesa, quero dizer que dessa vez não demorei taaaaanto assim, demorei? Demorei, mas dessa vez foi menos kkkkkk #AmoVocêsPessoal ♥
Mas é isso, cá está o capítulo e eu espero que gostem dele *-* e sim eu sou uma pessoa horrível, esse povo aqui não sabe o que é paz, mas tem que ter uma treta bem maligna antes de acabar né? U.u kkkkkk
Enfim, é isso BOA LEITURA!!
PS: Ele ficou bem grandinho então sejam legais comigo, Ok?



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Eu ainda encarava o celular sem acreditar no que tinha ouvido enquanto Lucy sorria.

 - Isso é brincadeira – murmurei olhando-a com um misto de raiva e medo. – Você que criou isso. Não é verdade.

  - Agora você não acredita mais em seus ouvidos Melzinha? – Lucy debochou. – Por que eu me daria ao trabalho de forjar algumas palavras se Nick as disse pra mim de bandeja? Se não acredita, vamos ouvir outra vez, que tal?

  Antes que eu dissesse ou fizesse qualquer coisa ela deu play no áudio outra vez.

  - É Lucy a Mel é uma louca, uma louca irritante que sempre fala de mais Ok? Que é atrapalhada de mais pra perceber o óbvio, e que por incrível que pareça sempre se mete, e me mete em confusão — a voz de Nick ecoou outra vez do telefone dela, fazendo meu coração se apertar, mas eu sabia que essa nem era a pior parte, não mesmo, a pior parte ainda estava por vir.

  - Vamos Nick me responda: Ela não é mais bonita que eu é? 

  - Ela é uma magrela sem sal e você é linda por que é loira e líder de torcida — ouvi a voz de Nick responder a pergunta e simplesmente não podia acreditar que ele tenha dito aquilo, ele não podia ser tão superficial assim, podia? Se era isso mesmo que ele pensava de mim, por que, pra inicio de conversa tinha me pedido em namoro?

  Lucy guardou o celular com um sorriso enorme no rosto.

  - Se não acredita em mim, pergunte pra ele, pergunte ao Nick se ele disse ou não tudo isso.

  - Disse tudo o que? - perguntou uma voz que não fazia parte da conversa, na verdade até fazia, mas na forma de uma gravação horrível.

  Eu sabia que Nick estava atrás de mim, mas eu não me atrevi a olhá-lo, não sabia se conseguia o fazer sem chorar ou xingá-lo de tudo que eu conseguisse lembrar.

  - Amor do que a Lucy está falando? - Nick perguntou me abraçando por trás, eu não me mexi. Era incrivelmente irônico ele me chamar de “Amor” a essa altura do campeonato.

  - Você estava falando de mim com ela? - perguntei tentando manter a voz calma.

  - Estava sim - ele respondeu calmamente e isso foi de mais pra mim, me desvencilhei dele e me virei para encará-lo.

  - Então você... - respirei fundo e engoli em seco. - Então você... Você falou tudo aquilo que ela gravou?

  - Falei, é claro que falei - ele respondeu e eu senti meu coração despedaçar outra vez, a ultima esperança de que tudo fosse só uma armação de Lucy, que ela tivesse adulterado o áudio ou algo assim se foi. Mas como ele podia me responder isso assim tão fácil? Tão calmamente?

  - E o que tem de errado nisso? É tudo verdade, eu só não sabia que ela tava gravando, mas tudo bem, vamos? Vim chamar você pra comer não quero ficar tempo mais que suficiente perto dela - ele disse olhando feio pra Lucy e isso foi de mais pra mim, eu não estava entendo mais nada, só que uma coisa estava bem clara pra mim.

  - Como assim vamos comer!? - gritei histérica atraindo a atenção de algumas pessoas que passavam, mas não me importei. – Você simplesmente acabou de admitir que me chamou louca, irritante, desastrada e se isso não fosse ruim o suficiente você também me chamou de sem sal! E agora está agindo como se falar mal de mim sua “suposta” namorado pra vacas oxigenas como a Lucy fosse absolutamente normal! Esse tempo que você passou comigo era o que? Uma brincadeira!? - agora eu já estava berrando, mas não me importava eu só queria que ele fosse homem o suficiente pra dizer na minha cara o que pensava de mim.

  Mas pra minha surpresa (ou não depois do áudio) quando Nick falou não foi pra mim, pelo menos não de primeira.

  - Lucy o que você mostrou a ela!? Em!? - ele gritou com a loira que eu sabia que estava atrás de mim apreciando o show.

  - Eu só mostrei o que você disse meu amor.

  - Certo! Vão namorar! - exclamei - Eu não tenho nada mais o que fazer aqui! - e fiz menção em sair, mas Nick agarrou meu braço.

  - Mel, por favor, vamos conversar - ele pediu e parecia desesperado, mas isso não me comoveu.

  - Conversar o que? Por que ao que parece você já disse a Lucy tudo o que não tinha coragem de dizer pra mim... E sobre mim seu babaca! Agora me larga e se você não tiver entendido pelos berros que dei: Você é um idiota!

  - Mel, por favor, eu... Me deixa entender o que...

  - Cala a boca e me solta! - gritei e com isso atrai mais atenção, a essa altura uma quantidade considerável de gente já tinha parado pra ver o que estava acontecendo. Nick me soltou.

  - Mel! - ele me chamou, mas não olhei pra trás, não queria ver ele nem Lucy, e nem ninguém que olhava a cena, então corri. Só corri.

  Num primeiro momento eu não sabia onde estava indo, mas quando dei por mim estava na porta da biblioteca, entrei com a visão já borrada pelas lágrimas, mas eu não precisava ver pra saber a aonde ir, eu passava tanto tempo na biblioteca que já conhecia todos os corredores, principalmente os que ninguém nunca usava, entrei em um desses e sentei no chão entre uma estante e outra e me permiti chorar.

  Eu não sabia quanto tempo tinha se passado e nem me importava, por que as palavras de Nick não paravam de ecoar na minha cabeça, e nem eram as palavras do áudio, era sua resposta “Falei, é claro que falei. E o que tem de errado nisso? É tudo verdade, eu só não sabia que ela tava gravando [...]”. Como ele podia dizer assim, simplesmente que disse aquilo tudo? Que é tudo verdade? Como a minha bolha perfeita de felicidade estourou assim do nada? E pensar que a minha maior preocupação há umas cinco horas atrás eram as lideres de torcida em volta do Nick na mesa. Mas agora nem ele nem elas eram da minha conta. Afinal, ele agora tinha Lucy, sua “linda e loira líder de torcida”, espero que ambos morram engasgados com o veneno dela.

  Em determinado ponto eu só queria ficar lá e sumir, mas como eu sabia que isso não ia acontecer, fui ouvir música triste, por que final o que é melhor do que ouvir música triste quando se está na bad? Eu não sei exatamente como, mas quando dei por mim já estava ouvindo Adele e desejando que todo mundo morresse. Só notei que estava tarde quando as luzes da biblioteca começaram a se apagar.

  - Merda! - exclamei ficando de pé e olhando as horas no enorme relógio que tinha na parede, faltavam cinco pras nove. Quando é que tinha ficado tão tarde assim?

  - Sra. Collins! - corri para a saída gritando por que sabia que ela já estava fechando a biblioteca. Eu sabia que a biblioteca fechava as nove por que a Sra. Collins, a bibliotecária, já teve que me expulsar daqui para fechá-la, e de fato ela estava quase fechando as enormes portas de madeira quando me viu e parou de súbito.

  - Srta. Carter! O que ainda está fazendo aqui? - ela perguntou me olhando com um misto de confusão e repreensão.

  - Eu estava... Estava pensando e...

  - E pensou de mais pelo jeito – ela me interrompeu revirando os olhos – Vamos, saia logo daí que eu tenho que fechar a biblioteca.

  - Desculpe Sra. Collins – disse com sinceridade.

  - Tudo bem – disse sorrindo e terminando de trancar a porta. Ela se virou para me encarar – Você estava chorando Mellyssa?

  - Não Sra. Collins, impressão sua, eu não estava chorando não. E desculpa mesmo a confusão – disse, e antes que ela pudesse perguntar mais alguma coisa sobre os meus olhos vermelhos, sumi dali.

  Segui para o meu quarto e fiquei surpresa (ou não, já que era a hora do jantar) em constatar que não tinha ninguém ali. O quarto estava escuro e eu agradeci por isso, não estava a fim de falar com ninguém, entrei no banheiro e vinte minutos depois estava de pijama debaixo das cobertas e por incrível que pareça nem fome estava sentindo mais.

  Encarei o teto escuro exatamente como fazia antes de começar a namorar o Nick, e foi só isso, só bastou eu me lembrar dele para os meus olhos marejarem. Ainda não tinha entendido, simplesmente não conseguia compreender como ele tinha dito tudo aquilo sobre mim, não fazia o mínimo sentido. Mas ele mesmo confirmou tudo sua trouxa, minha consciência esfregou na minha cara. Quem precisa de inimigos quando se tem uma consciência como a minha?

  Eu estava tão absorta em sofrer que só me lembrei do meu celular quando ele escorregou pelos lençóis e caiu no chão. O peguei e fiquei surpresa quando vi que ele estava desligado. Conectei o carregador e quando o liguei quase fiquei louca com todas as notificações que chegaram ao mesmo tempo, quando ele finalmente parou eu vi que tinha 87 ligações e mais de 200 mensagens do pessoal, boa parte dessas ligações e mensagens eram de Nick, e eu ainda não sabia se isso era bom ou ruim.

  Quando o celular tocou pela 88ª vez eu olhei para a tela decidindo de atendia ou não, era Kate.

  - Oi – disse por fim depois de atender.

  - OI!? – ela gritou do outro lado da linha – Depois de sumir o dia todo, tudo o que você tem a dizer é “Oi”? Eu só não te bato por que não sei onde você está! E falando nisso onde você se meteu Mel!?

  Eu abri a boca para responder, contar o porquê de eu ter sumido dentro da biblioteca, mas ao invés de uma história muito bem articulada, a única coisa que deu pra ouvir foram os sons dos meus soluços.

  - Mel? – Kate chamou agora com um tom de voz preocupado – Você está chorando? Onde você está?

  - No qua-quarto – disse entre soluços.

  - Certo, vou dizer ao Damon que você está bem, invento uma desculpa. Eu e as meninas já chegamos aí. – ela disse e eu sorri em meios às lágrimas e os soluços. – Aquele loiro veadinho do Nick vai se ver comigo – a ouvi murmurar antes de desligar e meu sorriso aumentou, só Kate mesmo para me fazer sorrir numa situação dessas.

  Depois de desligar o celular me deitei outra vez e voltei a chorar, eu sei isso é patético. Cinco minutos depois as meninas invadiram o quarto, ligaram à luz e começaram a falar todas ao mesmo tempo.

  - Mel o que aconteceu!? – Kate perguntou.

  - Onde você estava? – Annie quis saber.

  - É culpa do babaca do meu irmão, né? – Sophi acusou.

  Eu me sentei as encarando e Sophi fez uma careta.

  - Meu Deus! A coisa é mesmo seria, você está horrível! – ela apontou e eu acabei sorrindo enquanto limpava o roto com as costas da mão.

  - Obrigada – murmurei irônica e elas se sentaram na minha cama.

  - Certo, já estamos aqui, e já entendemos que alguma coisa aconteceu por que você simplesmente sumiu e Nick estava te procurando como um louco, então agora, por favor, nos conte o que realmente aconteceu – Kate pediu e eu suspirei.

  - Tudo bem – murmurei.

  Precisei de duas tentativas e meia pra contar a história toda, mas consegui. Quando terminei elas me olharam parecendo não acreditar.

  - Isso é brincadeira né? – Sophi perguntou tentando manter a voz controlada. – Tudo bem, eu sei que o babaca do meu irmão já gostou da Lucy e tudo mais, mas isso que você disse é de mais.

  - Ele confirmou Sophi – disse com raiva. Acho que eu já tinha chorado tudo o que dava, agora só conseguia sentir raiva. – Ele disse calmamente e com todas as letras que era tudo verdade.

  - Eu não acredito nisso – Annie disse me olhando indignada. - Uma coisa é a louca da Lucy inventar histórias e forjar um áudio, até por que ela é bem capaz disso. Mas o Nick? Por que ele faria uma coisa dessas? Isso não está certo!

  - Eu concordo com a Annie, meu irmão pode ser um babaca, mas não é canalha, tem alguma coisa errada nisso – Sophi garantiu. - Você já falou com ele?

  - O que você acha? - perguntei irônica e a loira sorriu.

  - Acho que você devia ouvir que ele tem a dizer.

  - Eu também – Annie concordou. – Isso tudo está muito estranho.

  - E você Kate? – quis saber a opinião da morena.

  - Toda história tem dois lados certo? – ela perguntou divertida – Mas se precisar de alguém pra quebrar a cara dele eu estou aqui também.

  Eu ri e Sophi e Annie me acompanharam. No fim as meninas não me deixaram curtir mais a bad e me arrastaram para ver filmes com elas deitadas no tapete no meio do quarto, mas como eu não estava no clima pra romances acabamos vendo vários filmes de ficção científica, nada melhor do que alienígenas destruindo a terra pra fazer alguém se sentir melhor.

  No outro dia, elas me arrastaram do quarto contra a minha vontade e me fizeram prometer que falaria com o Nick. Eu não queria vê-lo, mas depois de ouvir todas elas, cheguei a conclusão de que talvez elas tivessem razão. Talvez eu tivesse exagerado e existisse uma explicação lógica para tudo o que Nick disse ontem, tanto naquela maldita gravação quanto na minha cara.

  Então quando chegamos ao refeitório e elas constataram que o loiro veadinho, meu provável furuto-ex-namorado, também conhecido como Nick, não estava lá me intimaram a procurá-lo e falar logo com ele.

  - Vai lá acabar logo com isso! – Kate praticamente ordenou enquanto se sentava à mesa. Suspirei.

  - Vai logo Mel! – Sophi mandou também e eu cedi.

  - Tudo bem – murmurei seguindo para a porta do refeitório outra vez, mas antes de sair conseguir ouvir a pergunta de Jason.

  - O que está acontecendo aqui?

  Eu também quero saber, pensei e segui pelo corredor.

  Foi só quando eu me vi parada em frente ao laboratório de química que eu me dei conta de que não tinha ideia de onde Nick estava, e nem tinha parado pra perguntar aos meninos se ele já tinha saído do quarto. Suspirei e estava prestes a voltar outra vez para o refeitório quando ouvi a ultima voz que eu gostaria nesse momento.

  - Somos só eu e você agora Nick – Lucy disse e eu sabia que me arrependeria disso, mas fui em direção a sua voz.

  - Lucy você... – Nick foi interrompido bem na hora em que eu virava à direita e me deparava com uma cena que eu definitivamente não precisava ver.

  Nick e Lucy estavam se beijando, mas dessa vez ele não parecia ter sido pego de surpresa por ela, mas sim por mim, por que assim que seus olhos alcançaram os meus ele os arregalou e empurrou Lucy pra longe.

  - Mel, eu posso explicar – ele ofegou e eu os encarei decidindo se dava na cara dele ou simplesmente saia dali.

  Ótima ideia essa sua Sophi.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam, será que agora o caldo entorna de vez ou ainda vai ter mais? Kkkkkk façam suas apostas u.u
Vou ficar esperando os comentários de vocês, beijocas de chocolate!! :3



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