O Lado Cinzento escrita por Karinchan


Capítulo 29
Planos




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28. Planos

O ignorante afirma, o sábio duvida, o sensato reflete.

Aristóteles

Saltei para o lado, desviando-me de um feitiço amarelo que vinha na minha direção, e suspirei de alívio quando este atingiu o chão. Tinha tanta adrenalina no meu corpo que sentia a pulsação descontrolada do meu coração nos meus ouvidos. Vi outro feitiço passar ao meu lado, contudo eu só continuei a correr, até me conseguir esconder atrás de uma árvore, fugindo do olhar de um dos gémeos que gargalhou.

— Fugir é contra as regras – disse, dando uma risada cristalina.

— Desde quando é que vocês seguem as regras?

— Bem visto, my Lord. Realmente, bem visto. — Murmurou uma voz, perto de mim, com humor não escondido na voz.

Quase paralisei ao ver que o outro gémeo estava em cima de um braço da árvore a que eu estava encostado, a observar-me com um sorriso divertido no rosto.

Este tinha sido o plano deles. Esconder-me ali e, dessa forma, ficar rodeado pelos dois e eu tinha caído como um pateta.

— Lutar um contra dois não é muito justo, não é verdade? – Murmurei, agarrando a varinha com força e comecei a correr quando o vi saltar para o chão, dando mais uma gargalhada.

Eu fui ter com o outro gémeo, que estava na parte de trás da casa, onde se encontravam os outros jovens, desistindo da ideia de tentar fugir à volta da casa até eles se cansarem.

— Vais lutar a sério ou só vais continuar a fugir?

Suspirei quando ouvi o Fred, que estava à minha frente, falar. Eu não queria lutar mas eles tinham insistido tanto que depois do almoço eu acabei por aceitar. O meu plano tinha sido fugir e fugir até eles se cansarem, aproveitando a minha forma física mas pelos vistos os Weasley foram mais inteligentes e fizeram-me ir ter com o Fred de livre e espontânea vontade quando vi que estava encurralado.

A minha única resposta para ele foi agarrar ainda com mais firmeza a varinha e lançar um “Accio varinha” que não fez efeito devido ao movimento preguiçoso que o gémeo fez com a mão, protegendo-se.

— Lutar — disse o outro, aparecendo de trás da árvore e pondo-se perto dos outros espetadores. — Acho que fizeste uma boa escolha. — Defendeu, piscando-me um olho e guardando a varinha mostrando que não iria ser uma luta de um contra dois. Pelo menos nisso, eles seriam justos.

Agarrei a varinha com força, tentando pensar em qual era a melhor maneira de sair dali sem me aleijar. Eu não sabia o suficiente de magia para lutar contra um bruxo mais velho do que eu, mesmo que eles não tivessem a lutar seriamente.

Impedimenta.

Desviei-me para o lado e lembrei-me de uma das poucas aulas que o Sirius me tinha dado. Ele tinha informações do meu treinamento com o Remus e, por isso, sabia que eu tinha alguma facilidade em fazer magia não-verbal. Ele achou que isso era um talento tão bom que me ensinou como pregar partidas sem as pessoas saberem. Tinha que as distrair, primeiramente, lançando muitos feitiços fáceis para eles não prestarem atenção na minha mão esquerda.

Lembrando-me disso, comecei a lançar “Atordoar” para todos os lados, não fazendo pontaria mas obrigando o Fred a fazer um escudo para se defender. Ele parecia tão entediado que nem lançou mais ataques ficando só a observar os feitiços acertarem no escudo que tinha conjugado. Isso foi o erro dele porque eu estava a focar-me na sensação da minha magia, sentindo-a a percorrer o meu corpo e concentrar-se na minha mão esquerda. Eu sabia o que queria e, por isso, não me espantei quando vi uma parte do chão brilhar.

— Podes pelo menos fingir que estás a lutar a sério? — Perguntou, cansado dos feitiços que eu estava a mandar e lançando um Expelliarmus que eu me desviei sem esforço.

— Eu estou a lutar a sério. Quando eu disse que não sabia lutar foi porque eu não sei lutar! Eu só tenho os conhecimentos de um primeiranista.

O Fred revirou os olhos, mandando-me outro feitiço que eu desviei facilmente.

— Nós vimos-te lutar e sabemos que consegues fazer coisas impossíveis. Era isso que queríamos que nos mostrasses.

— Se querem ver coisas impossíveis vão a um circo. Eu não sou nenhum animal raro! – Exclamei, fingindo-me irritado e vendo com prazer que ele deu mais um passo em frente, numa tentativa de se desculpar.

— Eu não queria dizer isso… mas eu queria perceber como é que conseguiste nos salvar daquela vez para nós conseguirmos nos defender também.

Suspirei, vendo que ele tinha parado a um passo do sítio onde eu tinha lançado o feitiço. Mexi na varinha distraidamente, vendo como ele parecia genuinamente arrependido.

— Podiam só ter perguntado. Eu não sei o que aconteceu até porque eu não sabia realizar nenhum tipo de magia nessa altura. Só pedi para que vocês fossem salvos e foi o que aconteceu.

O Fred olhou para mim com descrença e eu por um lado compreendi-o. Estava, resumidamente, a dizer-lhe que os tinha salvo, suplicando e não fazendo a mínima ideia do que estava a fazer.

— Harry…

Dei de ombros, querendo mudar de assunto e, por isso, lancei outro feitiço, vendo com prazer que ele saltou para o lado para se desviar do meu Impedimenta.

— Não querias lutar? Então vamos!— Exclamei, vendo com prazer que ele se pôs ereto, numa postura defensiva.

Correspondi ao sorriso que ele me mandou e admirei por uns segundos a forma como ele passou de descontraído a sério, num piscar de olhos, lançando-me diversos feitiços seguidos silenciosos e obrigando-me a conjurar um escudo, enquanto tentava desviar-me, não me acreditando na precisão do escudo.

Estivemos durante alguns minutos a trocar feitiços, eu soletrando-os e ele lançando-os silenciosamente, não mandado nada muito forte. Contudo, apesar do nível mais suave da nossa batalha, senti a minha magia a esgotar-se. Eu não estava preparado para saltar e lançar feitiços ao mesmo tempo. Sabia que se a batalha durasse muito tempo, iria ficar exausto e perder por esse motivo, então tinha que o fazer vir ter comigo para cair na minha armadilha.

Assim, comecei a correr contra a zona das árvores, que estava à minha esquerda, reparando que as pessoas que nos estavam a observar ficaram encostadas à parede da casa e, por isso, fora de perigo.

Ele revirou os olhos, provavelmente, a pensar que eu ia fugir outra vez e caiu na minha armadilha, correndo para me apanhar e passando pelo bocado de chão que eu enfeiticei.

Parei, vendo com satisfação que ele tinha ficado de pernas para o ar, com uma força invisível a agarrar-lhe o pé, no ar, enquanto ele esbracejava. Fiquei tão contente a observar aquele fenómeno que não reparei que ele tinha-me lançado um feitiço, mesmo estando de cabeça para baixo e a última coisa que vi foi ele a soltar-se do meu feitiço, caindo no chão ao mesmo tempo que eu.

–--OLC---

— O poder é o que causa mudanças. Uma pessoa fraca nunca vai conseguir atingir os seus objetivos, deixar a sua marca no mundo.

Parei de falar, observando a forma como as pessoas que se encontravam naquela sala iluminada pela luz que vinha pelas janelas olhavam com reverência para mim. Deixei a magia sair, percorrendo-me e reprimi um sorriso superior ao ver os olhos admirados dos que me observavam, sentados nas cadeiras luxuosas que só a Mansão Malfoy proporcionava. Eu estava em pé, a andar e a chamar a atenção para mim, cativando aqueles bruxos e lobisomens que me ouviam.

— Vocês são temidos porque as pessoas vêm o vosso poder. — Murmurei, vendo com prazer a expressão de compreensão na cara do lobisomem mais próximo. — Mas já chega! Vocês têm que lutar pelos vossos direitos que este Ministro corrupto não vos quer dar. Têm que continuar a lutar e a mostrar que existe um motivo para os lobisomens serem temidos.

Parei mais uma vez, observando a expressão dos bruxos não lobisomens que se encontravam ali. Estavam a fazer movimentos afirmativos com a cabeça, mostrando que concordavam.

Aquilo estava a ser perfeito.

— Então juntem-se a mim. Lutem connosco por uma sociedade diferente. Eu prometo-vos que quando chegar ao poder não me vou esquecer de quem esteve sempre comigo. E prometo também que não vai faltar diversão para vocês… — acrescentei, com um tom mais sinistro.

–--OLC---

— Harry!

— Potter!

Eu murmurei alguma coisa, sentindo a minha cabeça estranhamente leve apesar de ter muitas pessoas a rodearem-me e a fazerem demasiado barulho para uma pessoa que estava a dormir.

— Ele já está a acordar.

Pisquei os olhos, ajustando-os à claridade e vendo a dona da voz, a Luna, em pé, à minha frente, ao lado do Ron e da Ginny que me observavam de olhos arregalados. De cada lado deles, estavam os gémeos, com expressões estranhamente preocupadas.

— Harry!

Acordei completamente pela voz do Cedric que me agarrou o ombro, forçando-me a olhar para ele que estava à minha esquerda. Tive um vislumbre que do meu outro lado estava a Natalie.

— Sim? O que se passou? – Perguntei, começando a lembrar-me do que tinha acontecido, enquanto me sentava no chão.

— Tu desmaiaste. Não era suposto teres essa reação. Acho que foi por causa da queda. Desculpa. — Murmurou o Fred.

Olhei para o gémeo que estava em pé, agitado, perto da Natalie que ainda se encontrava ao lado do meu corpo, com um joelho no chão, a observar-me em silêncio.

— Não foi culpa tua. – Murmurei, levantando-me e vendo a expressão preocupada deles. Eu sabia o que tinha sido. Mais um dos malditos sonhos com o Riddle mas não lhes poderia dizer isso. — Isto pode acontecer a qualquer um.

Levantei-me, vendo com espanto que o Neville vinha a correr até nós com a mão cheia de ervas.

— Não é preciso nada. Está tudo bem. — Assegurei, percebendo que ele tinha ido a correr à estufa da minha casa e me ia preparar alguma coisa. — Só bati com a cabeça. Estou a sentir-me ótimo. Tão ótimo que quero lutar outra vez. Tu só me venceste porque eu me distrai! – Exclamei para o Fred, tentando-os fazer ficar menos preocupados. — Vamos para a segunda ronda?

— Não. Tu precisas de ser visto para saber se não ficaste com algum problema.

Olhei para a Natalie, espantado por ela se preocupar.

— Não és tu que dizes que sou um cabeça dura? Ela é demasiado dura para esta queda fazer alguma coisa. Eu estou excelente. Inteiro e não me dói nada. — Suspirei, vendo que eles continuavam desconfiados a olhar para mim. — Mas podemos então ir lá para dentro e jogar alguma coisa. — Murmurei, revirando os olhos.

— Deixa-nos só fazer uns feitiços rápidos para confirmar que está tudo bem, Harry. — Disse o Cedric.

Olhei para os outros e ao ver a expressão culpada dos gémeos fiquei com a minha decisão tomada.

— Certo. Mas eu já disse que me estou a sentir bem.

Mesmo comigo a afirmar mil vezes aquilo, eles não se acreditaram e fizeram-me os feitiços de diagnóstico. Eles foram feitos pelo Cedric e, estranhamente, a Natalie que mostrou um conhecimento nessa área que eu não sabia que ela tinha. De qualquer das formas, eles confirmaram o que eu tinha dito e mostraram que fisicamente, dentro dos conhecimentos deles, estava tudo bem. Devido a isso passei o resto da tarde a jogar Snap Explosivo com eles, começando a saber alguns detalhes da personalidade deles.

O Ron adorava xadrez e ganhou a maioria dos jogos quando conseguiu convencer a Natalie e o Cedric a jogar contra ele.

Os gémeos eram os gémeos.

O Neville era tímido mas quando o punham a falar sobre algo que ele gostava, mostrava-se extrovertido.

O Cedric era o típico rapaz, bonito, charmoso e inteligente. Achava estranho nenhuma das adolescentes se mostrar interessada nele.

A Ginny parecia tímida e parecia ter dificuldade a falar comigo. Provavelmente, também era tímida como o Neville.

A Luna era fascinante. Ela era inteligente, conseguia ter uma perceção do mundo só dela e, por isso, foi a que ganhou a maioria da minha atenção.

— Os Snorkack são uma espécie invisível e é por isso que ninguém acredita que eles existem.

Eu observava-a divertido, vendo como ela falava sobre as espécies que eu não conhecia sem precisar que eu dissesse alguma coisa, ficando só a ouvi-la. Aquele monólogo, que já devia durar uns quinze minutos, começou por uma pergunta minha sobre os bichos que entravam no cérebro que ela me tinha falado anteriormente e escalou, rapidamente, para uma conversa onde ela falava sobre mil e uma espécies diferentes e me dizia as tentativas que já tinha feito para comprovar a existência delas. Admito que tinha dificuldades em acreditar-me em tudo o que ela me dizia mas se se conseguia voar, existiam dragões, quem me garantia que ela não tinha razão? Além do mais, interessou-me muito os planos que ela tinha feito para os apanhar. Eles eram inteligentes e só comprovavam que a minha primeira impressão, de que ela era muito inteligente e tinha uma visão única do mundo, estava correta.

— E é assim que o grande Harry Potter fica com uma aparência única, senhoras e senhoras.

Olhei sobressaltado para os gémeos que se tinham posto à minha frente e lançaram um pó qualquer contra o meu cabelo. Os risos de todos os presentes, que estavam distraídos ou a jogar xadrez ou a jogar Snap ou a conversar fez-me ter um muito mau pressentimento.

— Fred! George! — Rosnei.

— É o pagamento por teres perdido o duelo. E, se me permites dizer, ficas mais bonito assim. A cor combina com os teus olhos. Não achas Ginny?

Ela, que tinha estado a rir-se até ali, corou e parou automaticamente de rir, fazendo com que eu lhe lançasse um olhar confuso.

— O que é que vocês fizeram? — Perguntei, apalpando o cabelo mas sentindo-o normal. Pelo menos parecia que só o tinham pintado.

Levantei-me e fui até ao espelho da sala, paralisando quando vi o meu cabelo cor-de-rosa choque. Ele combinado com as roupas pretas que eu tinha, faziam com que eu mal me reconhecesse ao espelho.

— Retirem isto, já!

— Mau perdedor, Fred.

— Muito mau perdedor.

— O nosso Lord não devia de ser assim.

— Ele tem que perceber qual é o significado de perder e aceitar o castigo.

— Eu nem queria duelar. Ponham-me o cabelo normal antes que….

Calei-me, vendo que o que eu não queria que acontecesse, aconteceu. A Rose, o Charles, a Serena e o Remus tinham acabado de chegar, estando o último com uma aparência extremamente cansada.

— Harry?

A primeira a falar foi a Rose e eu dei-lhe um sorriso amarelo como resposta ao mesmo tempo que o Fred e o George passavam um braço pelos meus ombros, cada um de lados opostos.

— Gostaste do novo look do nosso Lord?

Quase rosnei, tanto pelo que ele tinha feito como por ele me ter chamado meu Lord. Contudo, acho que ela já devia de estar habituada à presença do Sirius porque só se riu, vindo ter comigo e sendo seguida pelos outros que finalmente reagiram, dizendo boa-tarde para os presentes.

— Acho que ele devia de mudar a cor de cabelo. O cor-de-rosa favorece-o. — Respondeu a Rose para meu completo horror.

Assustei-me quando ouvi os gritos efeminizados que os gémeos deram ao mesmo tempo, largando-me os ombros.

— Exatamente o que nós dissemos.

— É os olhos, não é?

— Este verde esmeralda, os óculos pretos e o cabelo cor-de-rosa.

— É fa-bu-lo-so! — Concluíram ao mesmo tempo, deixando-me completamente aterrorizado.

— Vocês experimentaram nele o novo pó, estou a ver. — Disse o Remus, com diversão não escondida na voz.

Os gémeos riram, quase inchando o peito de orgulho pela aceitação do Remus. A relação deles devia de ser mais íntima do que parecia inicialmente.

— E resultou perfeitamente. Até ficou da cor que nós queríamos.

Senti a minha cara contrair-se ao perceber que eu tinha sido cobaia de um plano deles e que podia muito bem ter acabado sem cabelo.

— Vocês… — Comecei mas fui cortado pela voz do Charles.

— Podem ensinar-me a fazer isso?

Eles pareceram ficar ainda mais felizes mandando-lhes sorrisos idênticos.

— Claro que sim. Mas como é um segredo só te podemos dizer a ti e não podes dizer a mais ninguém.

— Por isso, vem connosco. — Disse o Fred, chamando-o com a cabeça para o andar superior, deixando-me surpreendido com a familiaridade que eles tinham com aquela casa.

— Também posso ir?

Eles pararam, ao observar a Rose que tinha ficado aparentemente fascinada com aquela partida. Fiquei espantado por ela querer saber dessas coisas e fiquei preocupado que a influência do Sirius estivesse realmente a fazer-lhe mal.

— A pequena dama também quer aprender.

— Acho que não merecemos tanta consideração.

— Dois aprendizes.

— As possibilidades…

— Vem! – Finalizaram ao mesmo tempo, puxando, cada um, uma mão dela.

Só tive tempo de piscar os olhos, antes que eles desaparecessem pelo andar superior.

— É necessário eu preocupar-me? — Ouvi a voz da Natalie perguntar, atrás de mim, para o Remus.

— Acho que é seguro. De qualquer das maneiras, eu vou supervisioná-los para não explodirem o laboratório. – Respondeu-lhe, saindo dali com um sorriso demasiado divertido para a cara de cansaço que tinha.

Tivemos um momento em silêncio, com a sala estranhamente em silêncio, até que a Serena foi atrás dele e eu lembrei-me que o Remus era tão perigoso quanto o Sirius.

— Acho que estou a ficar preocupado.

— Não entendo o porquê. — Murmurou a Natalie, observando-me com uma pontada de divertimento não escondido nos olhos. — Afinal, o cor-de-rosa fica-te muito melhor que a tua aparência sombria normal. — Murmurou, saindo dali para ir falar com o Cedric, não me dando tempo para responder.

Eu só suspirei como resposta, lembrando-me que tinha o cabelo cor-de-rosa e as únicas pessoas que provavelmente sabiam resolver aquele problema agora estava todas juntas a planear alguma coisa. Como não queria ir para lá, antes que decidissem que eu era uma boa cobaia, fui para o sofá e comecei a jogar xadrez com o Ron que estava a conter-se, sem sucesso, para não se rir. Bem, pelo menos estava a tentar ser respeitoso…

–--OLC—

O problema de ter o cabelo cor-de-rosa é que nós acabamos por nos esquecer que o temos dessa cor. Isto por norma não seria mau, se não fosse o caso de eu me ter esquecido e ninguém me ter lembrado. Assim, quando os adultos chegaram, o Sirius, o James, a Lily e a mãe da Luna, eu fui alvo de risos, sendo o pior deles, o Sirius.

— Estou orgulhoso Harry. Esse é o primeiro passo para mostrares que és diferente de todos!

Olhei inquisitivamente para ele, não percebendo, até que a expressão divertida dos outros me fez lembrar do meu cabelo.

— Isto é culpa dos gémeos!

O James riu, vendo a minha expressão zangada.

— Calculei. Onde é que eles estão? — Perguntou, não os vendo na sala.

— Foram para a sala de poções com o Charles, a Rose e o Remus.

A Lily revirou os olhos, contudo o James e o Sirius ainda riram mais.

— E vocês deixaram? — Perguntou o James. — Provavelmente, a esta hora já tem metade do andar armadilhado.

O meu padrinho abriu ainda mais o sorriso.

— Já tinha saudades. Vamos ver o que eles tramaram.

Eles saíram rapidamente, dando-me a imagem mental de duas crianças. Eu ainda tentei falar, para lhes dizer que só foram ensinar a Rose e o Charles, quando a Natalie me impediu.

— Não. — Olhei surpreendido para ela, que se encontrava ao meu lado, sentada no sofá a ler um livro, não percebendo o que ela queria dizer.— Eles têm razão. A última vez que eles saíram com o Charles para lhe ensinar, puseram o meu quarto completamente armadilhado.

— Está lá o Remus. Ele vai impedi-los.

— Ele vai ajudá-los, afinal também é um Maroto.

Eu já tinha ouvido falar sobre os Marotos. Um grupo que o James, o Sirius e o Remus tinham para pregar partidas em Hogwarts. Tentavam não fazer nada muito ofensivo e queriam sempre brindar as pessoas com sorrisos. O Padfoot (alcunha do meu padrinho) dizia que a missão de um Maroto é fazer as pessoas sorrirem até no dia mais chuvoso.

Na altura, quando o Remus foi com eles, eu lembrei-me disso e pensei que ele pudesse ser uma má influência para a Rose, ensinando-lhe coisas com os gémeos que me iriam fazer acordar com o cabelo cor-de-rosa todos os dias, contudo não imagina que já estariam a preparar alguma coisa naquele instante.

— Se já sabias isso porque é que não os impediste?

Ela olhou para mim com uma sobrancelha erguida, fazendo-me lembrar com quem eu estava a falar.

— Não iria mudar nada.

Olhei chateado para ela e acho que ela percebeu isso porque continuou a falar.

— Potter, vais perceber uma coisa conforme fores passando mais tempo aqui e eles pararem de ter medo de te assustar. Existem partidas, feitiços, etc, em todas as partes da casa. Se acordares com mais sono é possível que leves com água fria se estiveres distraído e não te protegeres. Esta é a vida habitual aqui e inventar coisas novas, como o que os gémeos fizeram, é o que o meu pai e os teus querem. Dizem que fazem com que o nosso espírito progrida. Por isso, começa a dormir com um olho acordado porque eles fazem tudo por uma boa gargalhada.

Senti os meus músculos enrijecerem, começando a imaginar o Sirius a mandar-me com água só porque eu estava com sono.

— Como é que eu me posso proteger?

Ela deu-me um meio sorriso.

— Eu posso ensinar-te.

O meio sorriso que ela ainda tinha no rosto fez-me ter um mau pressentimento.

— E o que queres em troca?

O meio sorriso transformou-se num sorriso fazendo-me achar que estava a delirar.

— Já vi que começaste a perceber como funciona uma mente de um Slytherin. Nunca aceites uma oferta destas de um sem perguntares o contra, é o meu conselho gratuito para ti. — Disse, cruzando as pernas e não respondendo à minha pergunta.

— Então e o que é que queres?

— Demasiado impaciente. Um Slytherin iria ver aí uma fraqueza. Diz antes, se eu aceitar a proposta qual é o pagamento? Tens que ter classe acima de tudo ou então irás ser desprezado.

— Bem, se é preciso isso tudo então eu não vou ser claramente um. Importaste-te de responder à minha pergunta?

O sorriso ainda continuava no rosto dela e ela desviou os olhos para observar os outros jovens que estavam a falar com a Lily e a mãe da Luna, deixando-nos no nosso canto, aparentemente sem ninguém a ouvir.

— Eventualmente vais ter que lidar com um e não podes demonstrar esta impaciência. Fraqueza, Potter.

— Natalie…

Ela voltou a olhar para mim, fixando os seus olhos acinzentados nos meus esverdeados.

— Quero perceber como fazes magia sem varinha. Eu vi o feitiço que fizeste ao Fred e apesar dos outros terem pensado que o lançaste no meio de outros, eu sei que fizeste com a tua mão esquerda. Eu vi.

— Foi o Remus que me ensinou. Se lhe pedires…

— Nunca vendas informação assim. — Ela murmurou, cortando-me. — Quando tens alguma coisa que outra pessoa deseja, tenta saber o quanto ela é valiosa para conseguires usufruir o máximo possível.

— Eu já disse que não vou ser um maldito Slytherin! — Respondi, fartando-me da calma que ela demonstrava e daquela conversa toda.

Ela continuou a sorrir, parecendo achar engraçado a minha irritação.

— Assim, Potter, tu vais ser morto num dia em Hogwarts mesmo que não sejas um Slytherin. Tu és o Harry Potter e muitos vão querer explorar-te.

— Eu sei-me proteger o suficiente, obrigado.

Ela olhou para a sala, observando a facilidade com que as pessoas falavam.

— Sabes que os gémeos brincam quando te chamam Lord mas a verdade é que vais ficar rodeado por pessoas quando saíres daqui. Devias de aproveitar a oportunidade que os teus pais te deram e fazeres das pessoas aqui presentes um grupo que será fiel a ti.

Fiquei espantado com a forma com que ela observava as pessoas. A Natalie queria que eu usasse estas pessoas que eu mal conhecia?

— Eu não quero usar ninguém. Só quero que não me incomodem. Também vou ser assim em Hogwarts.

A Black voltou a olhar para mim, com os mesmos olhos que o pai mas mesmo assim conseguindo ter mais frieza que ele alguma vez teve.

— Não percebes mesmo o que ser Harry Potter acarreta, pois não? — Perguntou mas não esperou uma resposta porque continuou, rapidamente, a falar. — Tu vais mudar Hogwarts. Nós estamos numa fase de transição e tu, sem dúvidas, que vais ser uma das pessoas mais importantes. Tens muitas pessoas com um débito de vida para ti, devido ao teu ato heroico em Dezembro, e muitas outras que só te querem conhecer por seres quem és. Se fores assim, com esta atitude desinteressada, sem objetivos, só vais prejudicar os esforços que o meu pai e os teus estão a fazer.

Abri a boca para responder, no entanto, ela cortou-me mais uma vez.

— Quero mais uma coisa, tanto pelas aulas de oclumência como pelas informações que te vou disponibilizar para te protegeres deles.

Ela parou, parecendo ter prazer na minha cara de desconfiado e obrigando-me a falar.

— O quê?

— Que me oiças e não desprezes tão rapidamente os conselhos que te dou. Quando te digo para fazeres uma amizade com estas pessoas, principalmente, do Diggory, faz. Ele é importante.

— Eu não vou ser o teu escravo.

A Natalie suspirou, levantando-se do sofá.

— Potter, pode não parecer, mas existe uma guerra e nós estamos do mesmo lado. — Ela olhou para mim e os olhos dela estavam cheios de determinação, observando-me da sua posição superior. — O Charles já não é inocente mas eu vou fazer com que ele não tenha problemas em Hogwarts. Para isso acontecer, tu tens que mudar. — Eu abri a boca para falar mas mais uma vez ela não me deixou. — Nós somos mais parecidos do que eu quero admitir. Por isso, eu sei que tu és capaz de aguentar os problemas se estiveres preparado.

— Tu…

Ela abriu outro sorriso frio, fazendo com que eu não reconhecesse aquela bruxa que estava à minha frente.

— Eu não te pedi nada de mais hoje. Só que me oiças e me faças aprender mais sobre a tua magia. Por isso, pensa na minha proposta e lembra-te que me vou embora no Domingo. Se aceitares, posso disponibilizar-te uns cadernos que escrevi. Escrevi-os para o Charles mas ele já sabe tudo o que lá está. Isso deve ajudar-te a preparar para quando eles começarem a agir normalmente e começarem a fazer desta casa um campo de guerra. É um bom negócio para ti. — Murmurou, levantando-se e indo para a cozinha, provavelmente, para ir comer alguma coisa.

Eu observei durante uns segundos a forma como as pessoas conviviam, a Serena tinha voltado e estava a falar com a Lily e a mãe da Luna enquanto os outros jovens estavam ainda a brincar entre si. Eles pareciam felizes, rindo e tendo múltiplas conversas entre si. Tive saudades da Hermione, ela provavelmente conseguiria saber o que era melhor fazer. Eu não era a Natalie, não tinha as capacidades dela mas ela parecia saber do que estava a falar. Que o Charles iria sofrer se eu não mudasse. Suspirei, tomando a minha decisão e finalmente percebendo porque é que a Natalie estava a mudar.

Ela precisava de mim.

–--OLC---

Eu fiquei demasiado intrigado e, por isso, fui até ao andar onde se encontrava a sala de poções. No entanto, decidi voltar para trás quando vi que o corredor estava com jarras partidas e parecia que tinha saído de um cenário de guerra. Eles tinham, definitivamente, posto várias armadilhas. Fiz uma nota mental para não confiar mais no Remus quando este estava junto dos gémeos. E da Rose e do Charles, que pelos risos animados que ouvia deles, estavam felizes a contar o que fizeram para o Sirius e o James.

— Eu já me tinha esquecido de qual é a sensação de ver uma parte da minha casa destruída.

Olhei para o lado para ver a Lily que observava a destruição com uma cara neutra. Ela deveria ter-me seguido até ali, provavelmente, também curiosa.

— Pelo menos divertem-se. — Murmurei, ouvindo outra vez o riso deles e virando as costas para voltar para a sala.

— Eles assustaram-te?

Lembrei-me do que a Natalie me tinha dito. De que eles tinham parado de fazer aquilo devido a ter medo de me assustar.

— Não. Só não vou ter com eles porque já chega ter o cabelo cor-de-rosa. Não quero ficar sem sobrancelhas ou alguma coisa partida. Que seja outra pessoa a tentar.

Ela riu-se, seguindo-me.

— Vou-te dizer um segredo. O facto de o corredor estar com tudo partido, sem os elfos arranjarem, quer dizer que ainda existe algum encantamento. Quando já não existe nada, eles limpam.

Olhei para ela, com um sorriso cúmplice.

— Então fiz uma boa escolha em não ir.

A Lily retribui-me o sorriso e reparei que tinha um olhar orgulhoso. Tinha sido aprovado na minha posição indiferente em relação a isto.

— Muito boa escolha. Eu brevemente vou ver o que eles andaram a tramar. Mas também não me apetece ser cobaia de algo que eles estejam a inventar. — Disse, rindo-se até que parou, observando o meu cabelo. — Falando disso, — ela retirou a varinha e fez-me um feitiço não-verbal — já estás com o cabelo normal.

— Sabia como colocar o meu cabelo normal?

— Explicaram-me que foi com um pó, o que faz com que não seja muito forte, além de que não acredito que os gémeos quisessem que isso fosse permanente. Então um simples feitiço de limpeza faz com que voltes ao normal.

Reprimi-me mentalmente por não me ter lembrado mais cedo. Era tão simples.

— Obrigada. Acho que já me posso voltar a ver ao espelho.

Ela deu uma gargalhada.

— Não sejas assim. O cabelo só ficava diferente. Podia ser pior.

Revirei os olhos.

— Certo, para a próxima, digo-lhes para fazerem a si e vai ver se gosta.

— O meu cabelo é ruivo. Até não é uma diferença muito grande. — Disse, bem-humorada, fazendo-me olhar para o cabelo ruivo dela e rir-me com ela, imaginando-o daquela cor.

— Acho que se pedir, eles assistem nessa mudança.

— Então está decidido! — Exclamou, olhando para mim com divertimento a brilhar nos olhos verdes. — Cor-de-rosa fica a minha nova cor e assim, se eles te fizerem o mesmo, até podes dizer que sais à tua mãe. Genética pode ser má. — Murmurou, fazendo uma cara séria.

Eu ri, enquanto chegávamos outra vez à sala.

— Gostei de a ideia. Assim, se alguém me perguntasse, iria responder só: “ Não tenho culpa, a minha mãe também tem este cabelo!”

O meu sorriso perdeu-se na minha face, quando ela paralisou ao meu lado e olhou com tanta emoção para mim que eu desviei o olhar.

— Bem, — tossi, tentando pôr o meu cérebro a funcionar decentemente e, ao mesmo tempo, não parar de falar para ela não fazer nenhum comentário — acho que vou jogar mais um jogo de xadrez. Temos que colocar o Charles a jogar com o Ron porque ele é muito bom. Até logo. — Murmurei, virando-me e dando-lhe um sorriso, observando que ela ainda continuava no mesmo sítio, com um sorriso tão grande que eu não me esqueci que tinha-a tratado como mãe.

–--OLC---

— Como é que é Hogwarts? — Perguntei ao Cedric que estava sentado ao meu lado no sofá, enquanto os outros presentes estavam espalhados pelas diversas divisões da casa.

O Cedric olhou para mim, parecendo demasiado pensativo para uma pergunta tão simples.

— É difícil definir Hogwarts. — Murmurou, perdendo o seu olhar num quadro de uma paisagem das montanhas com dragões a voar. — Mas não te preocupes — continuou, voltando a olhar para mim, com uma expressão mais suave —, tu vais adorar.

Ele não tinha respondido à minha pergunta, nem ao motivo para eu ter feito essa pergunta.

— Mas não existem problemas?

Ele olhou para mim intrigado, contudo a sua expressão suavizou, ao chegar a um consenso.

— Eu sei que tiveste uma má experiência, com o ataque a Hogwarts, mas isso não é normal, está descansado. Nos seis anos em que estive em Hogwarts essa foi a única experiência negativa que tive, sem ser os dramas habituais que nós temos. — Respondeu, rindo-se e piscando-me o olho.

Eu lembrei-me das palavras da Natalie. Ela não me parecia ser uma pessoa que inventava problemas.

— Mas não existe mesmo nenhum problema? Como por exemplo com os nascidos Muggles?

Os olhos dele arregalaram-se momentaneamente e, por isso, eu percebi que ele tinha reconhecido algum dos problemas.

— Tu tens que perceber Harry que somos muitos estudantes e estamos num espaço fechado. É normal que algumas pessoas defendam os seus ideias de forma mais… — ele parou, pensando na palavra que iria usar — mais decidida. Isso pode originar confusões mas nós temos os professores, por isso, não te preocupes. Vais estar em segurança.

A resposta dele fez-me concluir duas coisas. Havia realmente preconceito e a Natalie até podia ter alguma razão na sua preocupação. E o primeiro fez-me lembrar de uma coisa.

— Conheces a Hermione?

O Cedric arregalou os olhos.

— É claro que conheço mas como é que tu a conheces?

Dei de ombros.

— É uma velha conhecida. — Limitei-me a responder, não querendo dar mais informações sobre a minha relação com ela.

— Ela é do ano da Natalie e do Ron. — Continuou a falar, olhando para os dois e, para meu contragosto, a Natalie que estava a falar com a Lily, perto da lareira, respondeu-lhe ao olhar e dirigiu-se a nós. — Por isso, eles podem dar-te mais detalhes. Mas posso dizer-te que ela está bem, se era isso que te preocupa. Tão bem que é das melhores, se não a melhor, aluna do seu ano.

Eu não consegui conter o meu sorriso orgulhoso.

— Deixa-me adivinhar… perguntaste pela Hermione. — Respondeu a Natalie que se sentou ao meu lado e parecia entediada.

— Perguntou. — Disse o Cedric demasiado animado para uma pergunta tão simples. — Eu não sabia que eles se conheciam. Foi durante a tua estadia em Hogwarts?

— É uma velha conhecida. — Limitei-me a responder o mesmo que tinha respondido da outra vez e vi os lábios da Natalie curvarem-se num meio sorriso.

— Ele não vai dizer mais do que isso em relação a ela, Cedric — Murmurou, dando-lhe um sorriso que desapareceu quando se virou para mim. — Sabes quem é que é um dos melhores amigos dela? — Perguntou mas nem esperou pela minha resposta. — O Ron, ele é que te pode dar informações preciosas sobre a tua velha conhecida.

Olhei para o Ron que estava a jogar xadrez com o Charles, o único que o poderia desafiar e não tive vontade de lhe perguntar sobre ela. Eu não sabia se ela queria que a nossa relação fosse conhecida pelos outros, afinal, como a Natalie tinha dito antes, estávamos a ficar em guerra e poderia prejudicá-la.

— Não sabia.

Houve um momento de silêncio até que o Cedric, curioso, perguntou.

— Não lhe vais perguntar?

— Não. Só estava curioso sobre se a conhecias como estávamos a falar do preconceito de nascidos Muggles.

O Cedric olhou desconfiado para mim e, para meu espanto, quem falou primeiro foi a Natalie.

— Tu vais perder uma oportunidade de perguntares sobre a tua querida Hermione?

— Ela não é a minha querida Hermione e se eu quiser saber alguma coisa sobre ela, pergunto-lhe diretamente. — Respondi, olhando diretamente para os olhos dela que pareciam genuinamente surpreendidos.

— Certo. — O Cedric disse, quando ficou um silêncio desconfortável devido à minha troca de olhares com a Natalie. — Natalie, queria perguntar se precisavas de alguma coisa, com aquela situação com o Nott.

Ela cortou a nossa guerra de olhares num segundo, parecendo preocupada com o que o Cedric estava a dizer.

— Está tudo bem.

— Quem é o Nott?

Nós falamos ao mesmo tempo e voltamos a olhar um para o outro, numa guerra não-verbal de vontades.

— Não sabes? Mas pensei que…

— Isso foi um boato Cedric. Sabes como são os rumores em Hogwarts. — Respondeu, com um sorriso doce para ele… demasiado doce. Algo se passava.

— Mas quem é o Nott? — Insisti e o Cedric ia responder mas a Natalie cortou-o, respondendo e agarrando-me o ombro com uma mão.

— Um aluno dos Slytherin. Não é ninguém com quem te precises de preocupar, Harry.

Se as unhas dela estarem a começarem a espetarem-se no meu ombro não fossem sinal de que se estava a passar algo de errado, o seu tom simpático e ela chamar-me de Harry fez-me concluir que algo se passava e ela estava a ameaçar-me de morte.

— Bem, eu estou com sede. Tenho que ir à cozinha. — Disse, levantando-me rapidamente e indo em direção à mesma, mal ouvindo o Cedric.

— Eu posso conjurar água não precisas de ir.

O Cedric para um rapaz brilhante às vezes era um pouco cego. Eu só queria sair dali. A Natalie, pelo que parecia, tinha os seus segredos e eu tinha que respeitar isso, como esperava que ela respeitasse os meus.


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Notas finais do capítulo

Bem, primeiramente, tenho a dizer que ainda continuo sem conseguir dar prazos para o próximo capítulo. Peço desculpa por isso mas até ajeitar algumas coisas, isto vai acontecer. De seguida, queria dizer que neste capítulo e, provavelmente, nos próximos, têm que ter em atenção uma coisa: a fic está, fora raras exceções, do ponto de vista do Harry e, por isso, como ele também tem algumas percepções erradas é natural que ele erre em algumas situações. Como, por exemplo, ele achar que só tem o conhecimento de um primeiranista. Ele está mais avançado.
Bem, fora isto, tenho a dizer que por outros motivos, a fic está, atualmente, sem beta. Então, se virem algum erro, critica, blablablablabla, avisem que mudo ;).
Acho que está tudo e obrigada a todo o apoio que me tem sido dado, através de comentários e as recomendações. A fic só continua devido a vocês ;).



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