Never Let Me Go, Peter. escrita por Barbs


Capítulo 6
Assustada.


Notas iniciais do capítulo

Ei, postei bem rápido dessa vez, não foi?! Eu amei escrever esse capítulo, por isso saiu tão rápido, e espero que vocês gostem também, já comecei o próximo e posto assim que der (provavelmente amanhã), enfim, não se esqueçam de comentar, hein? Beijos ♥



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- Estarei sentada ali caso precisem de algo, e é claro, para auxiliá-los em alguma coisa.

- Certo – dei um fraco sorriso – obrigada.

Ela então andou para longe do ringue, sim estávamos em um ringue de boxe, porém, não iríamos lutar boxe, era só por precaução mesmo, o outro local de treinamento, segundo Natasha, estava em obras e só restava ali. Olhei para Peter quem estava com um moletom cinza e uma bermuda azul com uma única listra vermelha. Eu estava com a mesma roupa, pretendia não suar, nem um pouco para ser honesta.

Peter enfaixou sua mão de modo que não se machucasse. Fiquei me perguntando porque ele fez aquilo, não havia necessidade de enfaixar as mãos. Talvez não quisesse se machucar, ou apenas estava fazendo um teatro, não sabia responder.

- Vou pegar leve com você – ele sorria convencido.

- Claro – dei uma fraca risada ficando em posição – não vou te machucar.

- Por favor – ele piscou.

Antes que pudesse me preparar, ele levantou o punho e rapidamente me deu um soco, mas consegui desviar na mesma hora, não havia sido forte e sabia que muito menos era um soco para me acertar, o que me deixou, de certa forma, assustada. Apenas lhe dei uma cotovelada de leve em seu pescoço logo após me desviar, e pude vê-lo sorrir ao virar o rosto uma pouco para me encarar. Mas antes que ele pudesse fazer qualquer movimento lhe prendi em uma chave de braço, mas sem apertá-lo muito, apenas o suficiente para fazê-lo cair no chão ajoelhado, ajoelhei logo atrás de si, estávamos de costas para Natasha quem não tirava os olhos de nós.

- Por que mentiu a meu respeito, Parker?

- Acha mesmo que perderia a chance de lutar com você? – ele deu uma fraca risada – você é boa.

Logo em seguida, ele me puxou pelos ombros, me jogando no chão fazendo com que minhas costas batessem no ringue, apenas o fitei piscando os olhos, e ele puxou meus braços para cima, mantendo seu corpo em cima do meu, sem jogar todo seu peso por cima de mim. Encostou minhas mãos no chão do ringue cruzando-as, e me fitava com seu sorriso torto, desta vez mostrando os dentes e com uma cara de vitorioso.

- O que estava fazendo no beco naquela hora? – perguntei enquanto ele me fitava bem nos olhos.

- Meu trabalho – ele disse prensando minhas mãos no chão.

- Pare de me seguir, Peter.

- Já disse que não estava te seguindo, Lisa.

- Lisa? – perguntei o fitando.

- Melhor do que Elizabeth.

Dei uma joelhada no meio de suas pernas, e por um instante ele segurou o grito da dor, apenas fechando os olhos e apertando meus pulsos que estavam sobre seu controle. Por que todos que sabiam meu nome caçoavam do mesmo? Não foi minha escolha, eu tinha que conviver com o nome a partir de agora, mas não com as gracinhas, muito menos de um herói novato e completamente metido, que me devia explicações.

- Ei! – ele berrou caído no chão – isso é golpe baixo!

- Não é injusto, Parker – disse ficando de pé – se fosse sua inimiga, estaria morto agora.

- Seria a mesma coisa do que bater em seus peitos! – ele berrou com as mãos entre as pernas.

Abaixei na sua frente dando um sorriso vitorioso – Nós, mulheres, sabemos suportar a dor. Passamos por isso a vida toda, Parker. E meu nome, é Elizabeth, não Lisa. Respeito é bom, e neste caso, conserva as bolas.

Natasha apenas ficou me fitando sentada na cadeira de couro branco enquanto eu saía do ringue, disse a ela que precisava beber um pouco de água, e que já voltava caso ela precisasse de mim novamente, ela apenas assentiu balançando a cabeça, e caminhei em direção a porta, apenas ouvi Peter gritar algo sobre qual era o meu problema.

Ele.

Ele era meu grande problema. Até o momento não conseguia entender que tanto ele me queria por perto. Ele era tão detestável que não sabia explicar, queria manter distancia, mas infelizmente tinha que fazer meu magnifico trabalho na S.H.I.E.L.D. ainda não entendo porque logo eu tinha que fazer isto, com certeza havia alguém melhor do que eu para fazer algo do tipo, mas me escolheram, e obrigatoriamente tive que aceitar. Kyle sempre costumou dizer que eu era a melhor em tudo e sempre me oferecia para tudo alegando que eu certamente conseguiria. Sempre desconfiei que ele dizia tudo isso, pois sempre gostou de mim, o que me deixava mais confiante ainda.

Kyle e eu estávamos juntos desde nossos quatorze anos, quando ele chegou na Corporação após ter perdido os pais em um acidente de carro, a maioria de nós que fazíamos parte da Corporação havíamos perdido os pais em acidentes de carro, estranhamente da mesma maneira: atingidos por algum bêbado idiota. Isso era tudo o que tínhamos em comum. Nos tornamos muito próximos, pois ele sempre me admirava – mesmo que de longe. Kyle foi mudando bastante com o tempo, ele nunca foi um menino medroso ou triste, apenas via a perda dos pais como algo bom para fazê-lo crescer, mas logo quando chegou o vi chorar algumas vezes até se acostumar a viver sem seus pais.

A Corporação tinha como Chefe e Mãe, Ália Vamperl, ela nunca esteve muitas vezes por perto, apenas quando cheguei que pude vê-la realmente, ela nunca esteve presente nos treinos, nas aulas ou nas horas de lazer. Se mantinha enfurnada em seu escritório que era no último andar da Torre da Corporação. Somente á víamos quando tinha um comunicado, alguma reunião, festa importante ou convocação – como aconteceu quando ela me destinou á S.H.I.E.L.D. –, mas tínhamos muitos outros “Irmãos mais velhos”, os quais nos ensinavam matérias de escola, táticas de luta corporal, com armas e, com facas e facões. Nossas horas de lazer eram poucas, os meninos costumavam jogar bola ou algo do tipo. As meninas, conversar sobre coisas normais, e eu... Bem, eu costumava ficar com Kyle e Jeremy na biblioteca, ou treinando nossas lutas.

Jeremy era o melhor amigo de Kyle, e um gênio em computação, mas não era um dos mais legais. Ele era convencido e ao mesmo tempo solitário, por isso se tornava tão chato quando estava com Kyle, mas sabia que podia contar com ele caso precisasse de algo. Nunca tive amiga alguma na Corporação, dividia o quarto com duas garotas, Michelle e Denise, mas minha conversa com as duas não passava de algo obrigatório, ou educado. Nunca me importei muito.

Nunca entendi porque tinha que ficar confinada no sul da Rússia, aprendendo coisas diferentes do que as pessoas normais. Nunca entendi porque a Mãe me confinou ali ao invés de me mandar para a outra parte de minha família. Não entendi, mas simplesmente tive que aceitar, e sabia que aquilo era e foi o melhor para mim.

Temos uma Segunda Corporação ali mesmo, em Nova York, que é muito bem escondida e subterrânea, que, até agora, não foi descoberta. Alguns dos “irmãos” mudavam para lá quando tinham idade o suficiente para conviver com os americanos e adquirirem sua nova identidade como cidadão americano, apenas os melhores iriam para lá, Kyle, Jeremy e eu estamos no meio, fomos para os Estados Unidos em 2010 já para observarmos a S.H.I.E.L.D. e alguns heróis que ainda não tinham entrado no Projeto Os Vingadores, como por exemplo, o Homem de Ferro.

- Elizabeth?

Virei-me para olhar Natasha quem tinha saído da sala onde Peter estava, ela me fitava com os braços cruzados e com uma das sobrancelhas arqueadas.

- Sim? – perguntei dando um fraco sorriso.

- Está tudo bem?

- Sim, por quê? – perguntei.

- Você acertou Peter em cheio – ela deu uma fraca risada – só queria entender.

Queria dizer um bom “Ele mereceu”, mas apenas fiquei em silêncio.

- Enfim – ela voltou a ficar séria – estamos treinando, apenas isso. Ele não te machucou no treino, e acho que você lhe deve algumas desculpas.

- O que? – perguntei.

- Só estou sugerindo – ela disse andando – se acha que está certa, siga em frente.

Fiquei fitando-a de costas até ela desaparecer no fim do corredor.

- Sou uma criança agora? – resmunguei andando até a porta de vidro – uma criança que precisa pedir desculpas ao coleguinha por chutar suas bolas? Que merda.

Cerrei meus punhos e respirei fundo parada em frente a porta, estava me controlando para não ter um ataque de raiva. Entrei tentando fazer o mínimo de barulho possível, mas não foi preciso, pois o aracnídeo estava socando o saco de pancadas com tanta força que parecia doer, ele estava com os dentes trincados para não gritar de dor, e provavelmente de raiva. Por um mísero instante me senti culpada, mas a culpa passava a cada instante em que ele socava o saco mais violentamente.

Imaginando que aquele saco de pancadas, era eu.

Revirei os olhos, e fui andando até ele. Provavelmente ele tinha percebido que estava ali, levantei o braço para cutuca-lo e fazê-lo parar com o treino, mas ele então ficou totalmente imóvel e virou-se para trás com as mãos na altura do tórax, pronto para brigar.

- Não quero bri...

O saco de pancadas havia voltado em sua direção, e agora Peter Parker se encontrava caído no chão, vítima da própria força. Tentei segurar a risada, mas ele viu pelo meu rosto que foi em vão, dei uma risada abaixando a cabeça, mas logo me recuperei. Ele levantou do chão furioso e então o senti me segurar, tentei me debater, mas antes que pudesse me defender ou fazer qualquer movimento brusco, ele me atingiu com sua violência.

Com um beijo violento.

Selou seus lábios tão forte nos meus que perdi o ar por alguns segundos, prendia seu braço direito na minha cintura, se houvesse mágica naquele momento teríamos nos fundido e tornado um só. Levantei minha mão direita rapidamente para lhe dar um soco ou até mesmo lhe empurrar, mas ele foi bem mais rápido segurando-a com força e prendendo-a nas minhas costas, senti sua língua tentando tomar passagem e apenas cedi. Não sabia explicar por qual razão, mas eu queria tanto aquilo que não consegui negar. Dei passagem á sua língua e rapidamente nossas línguas se encontraram, pude sentir um arrepio percorrer por minha espinha, e afrouxei minha mão fazendo com que ele a soltasse, sua mão subiu para minha nuca e apenas prossegui, mas ele quebrou o beijo me soltando e com a respiração ofegante.

Encostada na beira do ringue o fitei também ofegante, ele parecia perdido e ficou parado me fitando por alguns segundos, logo em seguida pegou sua faixa do chão e saiu em direção á porta de vidro, me deixando ali, paralisada e terrivelmente assustada. Não com ele. Mas assustada comigo mesma por ter cedido ao beijo.

E ter gostado.


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Notas finais do capítulo

Enfim, espero que gostem e comentem! Beijos ♥