My Dear Nerd escrita por Monaliza


Capítulo 42
Medo


Notas iniciais do capítulo

OLÁ GENTE LINDA QUE EU AMO DO FUNDO DO MEU CORE ♥ É, COMO SEMPRE, VOCÊS DEVEM ESTAR QUERENDO ME MATAR. SIM, E ESTÃO CERTOS. ME DESCULPEM POR DEMORAR TANTO, MAS É QUE MEU PC FICOU MUITO TEMPO NA MANUTENÇÃO, E EU ESTAVA SEM NENHUMA CRIATIVIDADE. ALÉM DE QUE, NA CORRERIA DAS FESTAS JUNINAS, EU ACABEI FICANDO SEM TEMPO DE ESCREVER :// DESCULPA GENTE, SÉRIO. E PELO TITULO RUIM DE CAPÍTULO TAMBÉM .-.

mas enfim, deixando de lado minhas desculpas, eu trouxe mais um capítulo pra vocês *-*

Boa leitura ♥



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Depois daquele fatídico episódio com a Brianna no banheiro da escola, a semana se seguiu normalmente. Ela pareceu ativar seu senso de ridículo e de amor à vida, e me deixou em paz. O que foi um pouco estranho, admito. Cogitei a hipótese de ela estar tramando alguma coisa, mas depois de mais tempo passado e nenhuma ação suspeita da parte dela, cheguei à conclusão que ela tinha se posto em seu lugar e pensado duas vezes sobre nossa conversa. Ou então foi apenas eu que não prestei atenção nos mínimos detalhes. Afinal, esses dias estão me tomando toda atenção. Parte é culpa do Logan, e o resto é a minha ansiedade sobre a proximidade do meu aniversário. Eu estava contando os dias pra fazer meus tão esperados 18 anos. Tudo certo que atingir a maioridade não ia mudar muita coisa em minha vida, afinal eu já dirijo, já bebo, e não pretendo sair da casa da minha mãe. Mas só de ter os dezoito anos já basta. E claro, agora eu já posso ser presa. Mas fora tudo isso, eu estava pensando na melhor forma de comemorar.

Minha primeira idéia foi uma dar uma festa daquelas, mas três pessoas ridículas e desprezíveis, mais conhecidas como Logan, Tiffany e Brian, estavam fazendo de tudo pra me convencer a não dar uma festa. No início eu não entendi nada. Não da parte do Logan, claro. Eu até esperava uma atitude assim dele. Porém, Tiffany e Brian? Foi algo muito estranho. Mas depois eu descobri o que estava por trás dessa repentina vontade de não festejar o meu aniversário: eles pretendiam fazer uma viagem. E para onde? Paris, a cidade do amor. Foram exatamente essas palavras que a Tiffany usou e logo após trocou um olhar cheio de significados ocultos com o Brian. Vontade de vomitar ON. Foram essas as palavras que eu usei. Mas aí o Logan me lembrou que ele também pretendia ir junto, então a vontade de vomitar passou. Foi como se a idéia da festa nunca tivesse passado pela minha cabeça. Tudo certo que só teríamos poucos dias, e que teríamos até que matar uns dias de aula para passarmos mais tempo lá, porém, isso não foi a minha maior preocupação.

"Vamos amiga. Você tem noção do quanto vai ser melhor e mais inesquecível do que uma mera festa?". "Festas são clichês. Todos já estão acostumados com elas. Mas viagens não. Viagens são sempre novidade.". "Eu não sou muito fã de festas. E não vejo forma melhor de passar um momento tão importante da sua vida junto com as pessoas que você gosta.". Foram essas as frases de Tiffany, Brian e Logan, respectivamente. E eu estava noventa por cento convencida a aceitar a idéia deles. Mas para não me dar por vencida, pedi um tempo pra pensar.

E agora Tiffany está do meu lado enchendo o meu saco.

– E então amiga? Já se decidiu? Diz que sim, vamos. Por favor! Por favor! Por favor! – revirei os olhos diante da sua insistência.

Eu queria provocá-la mais um pouco, porém, eu sabia que teria pesadelos com essa viagem, caso a Tiffany continuasse a falar desenfreadamente no meu ouvido sobre a tal.

– Se eu disser que vou, você para de apertar a minha mente perguntando sobre isso? - precisava me certificar.

Seus olhos brilharam mais que pedras de quartzo.

– É claro que paro! Quer dizer, se você disser que vai e prometer que irá cumprir sua palavra.

Revirei os olhos novamente. Ela estava realmente desesperada, tanto é que nem confiou totalmente em mim.

– Tudo bem. Eu prometo.

E então ela começou a gritar. Tipo, gritar mesmo. E eu a xinguei de tudo quanto é nome. Mas ela estava realmente feliz. Pelo menos foi o que disse. Só não sei se porque nós faríamos uma viagem inesquecível entre amigos, ou se porque era a oportunidade perfeita de passar mais tempo com o Brian. Sendo o que for, para mim está ótimo. Além do mais, eu não posso a culpar, afinal, o fator que mais me influenciou a aceitar foi o Logan, de qualquer jeito.

– Eu mal posso esperar! - ela disse, sorrindo mais que o rosto e batendo palmas de uma forma estranha.

Pensei que ela me deixaria em paz, mas pensei errado. Todo santo dia a Tiffany não fazia outra coisa a não ser falar sobre essa viagem. Cheguei a cogitar a hipótese de dizê-la que não iria mais, mas sabia que isso só pioraria as coisas. Minha única saída foi exercitar minha paciência e aguentar ela buzinando no meu ouvido o tempo todo.

Contei as horas para a semana do meu aniversário chegar, e quando finalmente chegou, a ansiedade só pareceu aumentar. E agora eu estou com o Logan, debatendo sobre os assuntos da viagem, enquanto "assistimos" a um filme.

– O único vôo no dia 11 que não estava lotado foi um às 21h. - ele disse. - Era esse, ou um no próximo dia.

– Fez bem. Dependendo do fuso, nós podemos aproveitar o restinho da tarde lá.

– Pensei nisso também. Mas o tempo não me importa, e sim que você vai estar lá. - ele sorriu pra mim, e foi impossível não sorrir junto.

A perfeição pode não existir, mas o Logan chegava bem perto. E não estou me referindo apenas à aparência. Ele é bom em tudo. Consegue me encantar com coisas simples, e torna estas coisas simples, mais especiais do que um dia pensei que pudessem ser. E a verdade é que eu não conseguia mais imaginar a minha vida sem ele. O garoto toma meus pensamentos; toma meu tempo; toma minhas ações; me toma... E o pior é que eu não consigo ver um lado ruim nisso. Nem se eu quisesse. O que me leva a crer e a ter que aceitar que eu estou nutrindo fortes sentimentos por esse garoto. Mas isso não é ruim. Nem um pouco, por incrível que pareça.

Sorri. Se eu chegasse a essa constatação há um tempo, provavelmente agora, eu estaria querendo me matar. Mas não. Agora estou aqui, ao lado do Logan, e feliz ao confirmar isso para mim mesma. Me apaixonar seria mesmo algo inevitável. E eu não vejo melhor por quem, a não ser o Logan.

Eu queria muito ter dito isso a ele, mas nesse momento, Brian invadiu o quarto sem nem bater na porta ou pedir licença. E eu levei aquilo como um sinal de que aquele não era o momento certo pra falar sobre sentimentos. Afinal, pra que correr o risco de estragar algo que está bom? Não temos nenhum compromisso sério, mas é como se não existissem outras pessoas. Além do mais, eu gosto do que temos. E não sei se mudar isso seria legal.

– Oi casal. – o pateta se jogou na cama, no meio de nós dois.

– Na moral Brian, quem te chamou aqui? – Logan perguntou.

– Ninguém irmãozinho. Mas eu estava me sentindo muito solitário no meu quarto, e resolvi vir aqui fazer companhia a vocês.

– Não queremos você aqui. – eu disse como se fosse obvio.

– Eu não perguntei. – ele rebateu.

Foi inevitável não rir.

– Cara, por que eu sou sua amiga mesmo?

– Porque eu sou incrível.

Assim que o Brian acabou de se gabar, Logan começou a fingir uma tosse. No meio, disse algo como “acho que não”, o que nos fez rir. E fomos obrigados a passar o resto da tarde aturando o Brian. Mas tudo bem.

Nada de muito diferente aconteceu nos últimos dias. E quando chegou na quinta feira, um dia antes do meu aniversário, eu já estava praticamente saltitando de felicidade e ansiedade. O refeitório estava inquieto, como sempre fica, e ao chegar na nossa mesa, todos já estavam lá.

– E então Mellany, como vai ser esse seu aniversário? – Brianna perguntou. Por incrível que pareça, ela estava menos implicante esses dias. – Vai festejar?

– Vou viajar. – fui clara.

Ela era a última pessoa que precisava saber dos detalhes da minha viagem. E eu não estava a fim de contar mesmo.

– Sem festas? – ela tornou a perguntar, abismada. – Você não pode estar falando sério, pode?!

– Tanto posso, quanto estou. E além do mais, sempre fiz festas. Cansei e resolvi viajar.

– Vai pra onde? Sozinha? – ela já começava a encher o meu saco.

– Não vejo como isso pode ser da sua conta. Mas vou responder porque hoje estou de bom humor. Vou à Paris, com o Logan, a Tiff, e o Brian.

– Vocês quatro? Não se esqueceram de ninguém não? – a voz do David se fez ouvir. E então eu gelei.

Ok. Era só disso que eu precisava agora. Mas será possível que até quando “não quer” a Brianna me causa problemas? Eu hein.

– Sabe David... – comecei nervosa. Eu estava tentando enrolar ao máximo, para poder pensar numa desculpa pelo menos aceitável. – O combinado era ir só eu e o Logan, porque era pra ser uma viagem romântica. – encenei um olhar bravo para a Tiffany e o Brian. – Porém, esses dois seres inconvenientes, resolveram se intrometer nos meus planos e compraram passagens por conta própria, sem nem mesmo avisar. Só por isso que eu não te chamei. Porque na verdade, eu gostaria de não chamar ninguém, além do Logan.

– Um pouco egoísta da sua parte, não acha? – Brianna voltou a se intrometer.

– Não. Não acho. Eu acho que você deveria tomar mais conta da sua vida, isso sim. – pouco me importei se fui grossa ou não. Pelo menos a fiz calar um pouco a boca.

Estava me sentindo mal por mentir para o David, afinal, eu estava sendo falsa com um dos meus melhores amigos. Porém, era necessário. Afinal, sabe-se lá que tipo de confusão poderia acontecer caso passasse pela cabeça do David que estava rolando algo entre a Tiff e o Brian. Quanto mais se ele presenciasse alguma cena, não é? E como dizia Nicolau Maquiavel – obrigado professor de história! – “os fins justificam os meios.”. Eu não queria acabar com amizades. Então é melhor esperar um pouco, até que o novo “casal” ou seja lá o que eles forem, se sintam prontos para contar isso ao David.

– De qualquer jeito, eu não poderia ir. Minha avó está meio doente, e eu vou passar esse fim de semana com ela e os meus pais. – fiquei tranquila diante de sua resposta. Minha mentira colou, e ele já tinha outros planos em mente.

– Mas vão ficar só o final de semana lá? Não vai dar pra aproveitar muito. – Sharon disse.

– Vamos matar alguns dias de aula.

– Milagre o Logan ter concordado com isso. – James sempre abrindo a boca nos melhores momentos e falando as melhores coisas.

Rimos.

– Vale a pena manchar o meu histórico escolar por ela. – Logan sorriu dizendo, e deixou um selinho nos meus lábios. Não pude conter o sorriso.

– Agora estou me sentindo importante.

– A intenção era essa mesmo. – ele riu.

O sinal tocou instantes depois e caminhamos para a sala. O restante das aulas foi tranquilo, e ao me ver fora da escola e a caminho de casa, a ansiedade voltou a tomar conta de mim. Ao chegar em casa almocei, e logo após fui arrumar as malas. Passei praticamente a tarde inteira nessa atividade. Até tentei dormir um pouco depois, mas não consegui. Só me restou ficar no laptop admirando fotos dos locais que daqui a algumas horas, eu estaria contemplando ao vivo.

(...)

E enfim o dia tão esperado chegou. Eu estava me sentindo tão feliz que poderia levitar, caso fosse possível. Dormi tarde, porque assim que deu meia-noite, recebi uma ligação do Logan. Só faltei chorar com seu desejo de feliz aniversário:

“Parabéns, minha princesa. Não. Princesa não combina com você. Anjo também não. Aff. Não sei que apelido romântico te dar, mas tudo bem, isso é o que menos importa. Eu só queria te desejar um feliz aniversário, e dizer que você merece tudo o que tem e o que ainda irá conquistar. Que sua vida seja repleta de bênçãos, e que você seja muito feliz nesse dia tão importante e no resto da sua vida, inclusive ao meu lado. Porque apesar de ter pouco tempo que me aproximei de maneira positiva de você, eu pretendo não te largar nunca mais. Eu não imagino mais os meus dias sem ver o seu sorriso, sem ouvir sua voz... e tudo isso é mais do que clichê, mas é a verdade. Eu sou péssimo nessas coisas, mas por você vale a pena passar essa vergonha. Por você vale a pena passar por tudo, porque sei que faria o mesmo e porque dói só de imaginar ficar longe de você. É um prazer imenso poder comemorar seu aniversário ao seu lado. Poder estar contigo numa data tão importante. E esse é um de muitos que virão. Porque você vai ter que me aguentar por muito mais tempo. Afinal, não pretendo te deixar nunca mais. E mais tarde vamos aproveitar o seu dia inteirinho juntos. Prometo te fazer feliz. Não só amanhã, como também pra sempre.”

Eu quase chorei. Sério. As lágrimas chegaram até os meus olhos, mas aí eu ri. Porque eu vi o quanto a minha vida mudou em tão pouco tempo. Porque eu percebi que fiz algo o qual não pensava em fazer tão cedo: me apaixonar. E eu o fiz por uma pessoa a qual eu sequer cogitava a possibilidade de uma convivência pacifica. Pessoa essa que foi a primeira a me desejar, de forma simplesmente linda, feliz aniversário.

Eu não tive o que dizer. Eu só pude agradecer e pedir desculpas pela resposta medíocre. Mas ele disse que tudo bem. E após me desejar uma boa noite de sono e lamentar por não estar dormindo comigo – o que me fez sorrir imediatamente –, ele desligou e eu deitei. Só isso. Porque dormir mesmo eu só fui conseguir bem tarde.

Mas nem por isso acordei com menos disposição. Na verdade, acordei feliz como não me lembro de ter feito há muito tempo. Estava numa paz de espírito enorme, e nem que eu quisesse, conseguiria me aborrecer com algo. Após estar arrumada devidamente, desci as escadas cantarolando a melodia de uma música qualquer, porém bem agradável. E ao chegar à porta da cozinha, fui recebida com um grande a apertado abraço da minha mãe, seguido de alguns beijos molhados na minha bochecha e um “Feliz aniversário” mais do que animado.

– Parece até que foi ontem que eu peguei você nos braços pela primeira vez! – ri diante sua frase. A que era dita em todos os meus aniversários.

Após recitar um livro me desejando felicidades, juízo, e sucesso nos meus objetivos, ela lamentou por não poder passar o dia comigo, já que hoje teria que ficar até tarde no trabalho e quando chegasse provavelmente eu já não estaria mais em casa.

A minha frente havia um café da manha reforçado e todo caprichado, feito pela minha mãe e especialmente para mim. E após agradecer muito, devorei quase tudo aquilo em minutos. Me despedi com um abraço, e rumei até a escola. Ao chegar lá, mal pisei no lugar onde a galera estava e fui recebida por um grito coletivo de “feliz aniversário”. Logo após, começaram a cantar parabéns pra mim. E em menos de 15 segundos, praticamente a escola toda estava cantando junto com eles. Não me senti nem um pouco constrangida, claro.

Depois que terminaram o showzinho, a Tiffany foi a primeira a vir falar comigo:

– Sua vaca! Eu nem acredito que você, finalmente, tem 18! Já podemos ser presas! – enquanto falava, ela pulava e dava gritinhos ao meu redor. Ri diante a sua reação. – Você não sabe o quanto eu me orgulho em poder dizer que estou ao seu lado durante todo esse tempo. Sério. Eu não sei o que seria da minha vida se eu não te tivesse! “Juntas até que a morte nos separe”, lembra? – ela perguntou, lembrando-se de um pedaço do nosso juramento da amizade que fizemos quando tínhamos cinco anos.

Quase chorei.

Depois dela, vieram Brian, David, toda a galera. Até a Brianna, surpreendentemente.

– E você Logan? Não vai falar nada? – Brian perguntou num tom risonho.

– Fica na sua cara. Eu fui o primeiro a desejar feliz aniversário pra ela. – ele sorriu pra mim.

Lembrei de tudo o que ele me tinha dito, e foi inevitável não correr para dá-lo um abraço.

– Você não imagina o quanto eu me senti feliz ao ouvir tudo aquilo! – sussurrei em seu ouvido.

– Ganhei a minha manhã depois de ouvir isso. – ele sussurrou de volta, e acabamos rindo.

Trocamos um beijo rápido, e instantes depois o sinal tocou, nos mandando para a sala.

Graças aos céus, ou talvez fosse só a minha felicidade extrema, o dia na escola passou rápido e sem mais novidades – a não ser pelas pessoas que me paravam toda hora para me desejar feliz aniversário. Fui pra casa o mais rápido que consegui, como se aquilo pudesse fazer as horas passassem mais velozmente.

Não tive muito o que fazer. Fui conferir se não deixei nada fora das malas, e depois consegui dormir um pouco. Acordei no finalzinho da tarde e corri pra tomar um banho. Demorei o tanto que achei necessário, e logo após separei meus documentos e a roupa que iria usar. Me distrai jogando um pouco no meu computador, e ao terminar, fui me arrumar.

Vesti um short de cintura alta coral, com uma regata branca, mais uma camisa jeans por cima. Nos pés usei um salto preto com algumas pedras na ponta. A maquiagem foi básica, e deixei os meus cabelos soltos, como sempre. Já estava pronta, mesmo bem antes do horário marcado. Voltei a jogar no computador para passar o tempo.

Por volta das 20h, pude ouvir meu telefone tocar. Era o Logan. Sorri ao atender:

– Oi!

– Alô, Mellany? – seu tom de desespero me preocupou.

– Sim, sou eu. O que houve? – levantei da cama em um pulo.

– Mellany, pelo amor de Deus, corre aqui em casa. – ele ofegava. – Eu... Uns caras entraram aqui... Ai! – seu gemido de dor fez meu coração apertar.

– Fala logo!

– Eu... Eles atiraram em mim Mel. – e foi como se meu mundo tivesse desabado ali mesmo.

– O quê?! – não pude segurar as lagrimas. – Como assim? Onde o tiro pegou? Você tá bem?! – eu não sabia de onde estava tirando forças para conseguir continuar a falar com ele.

– Foi abaixo do peito... Eu não sei. Mas tá doendo demais. Eu tô perdendo muito sangue... – eu sentia sua dor e a cada palavra ouvida, eu chorava mais e mais. – Eu consegui ligar para o socorro, mas... Eu preciso de você aqui.

Isso não podia estar acontecendo. Não depois de tudo o que passamos juntos. Não depois de descobrir que quero passar o resto dos meus dias ao lado dele.

– Aguenta firme. Por mim. Eu tô indo para aí. – eu disse já descendo as escadas, aos tropeços.

Ele desligou antes mesmo que eu pudesse pedir para que não desligasse. Pensei em ligar de volta, mas perderia mais tempo ainda. E quanto mais rápido eu chegasse lá, melhor seria.

Eu nunca pensei que poderia sentir tanto medo. Mas naquele momento, medo e desespero eram tudo o que eu sentia. Eu não conseguia me conformar com o fato de que a metros de distancia o Logan estava sofrendo. Com dor. Correndo risco de morrer. E eu chorei. Chorei como não me recordava de ter feito há muito tempo.

Bem que poderia ter sido eu no lugar dele. Deveria ter sido eu. Porque estava doendo do mesmo jeito. Era como se eu estivesse à beira da morte. Mas era realmente isso que aconteceria se eu o perdesse: eu morreria. Não fisicamente, mas mental e sentimentalmente, eu estaria morta.

E foi ali, diante da possibilidade de perdê-lo para sempre, que eu finalmente percebi.


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Notas finais do capítulo

Não me matem, por favor. Eu não queria, mas precisava fazer isso para que a história pudesse ter andamento :(( enfim... me xinguem a vontade nos reviews e digam o que acharam do capítulo.

Até o próximo ♥ õ/